Notícia
Ações europeias com maior subida desde novembro. Ouro e petróleo caem com medo da inflação
Acompanhe aqui o dia dos mercados.
Bolsas com maior subida desde novembro
As bolsas europeias registaram fortes ganhos esta segunda-feira, devido às esperanças renovadas de recuperação da economia, e numa altura em que a subida das yields das obrigações soberanas está a alimentar uma rotação profunda ao nível dos sectores.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, valorizou 2,10% para 417,25 pontos, a maior subida desde novembro do ano passado, com o alemão DAX a atingir um novo recorde após uma subida de 3,31%.
O ‘rally’ foi impulsionado pelo sector automóvel e pela banca, com ganhos de 3,8% e 3,55%, respetivamente, com o sector financeiro a beneficiar da expectativa de que a subida dos juros se irá traduzir num aumento da rentabilidade do setor.
Com esperança na recuperação da economia, os investidores começam agora a voltar-se para os sectores que foram mais penalizados durante os últimos meses, e a afastar-se dos chamados ‘vencedores’ da pandemia, que beneficiaram com as medidas de restrição em vigor.
"Achamos que os investidores estão a subestimar a velocidade da recuperação global com o lançamento da vacina e os estímulos orçamentais e monetários contínuos que estão a ser aplicados", disse Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS Global Wealth Management, citado pela Bloomberg. "Isso deve beneficiar as ações europeias".
Haefele disse ainda que é importante estar nos setores certos, como smaller caps e setores mais cíclicos, como o financeiro e a energia.
Petróleo corrige devido a receios de inflação
O "ouro negro" inverteu para a baixa, depois de ter estado a negociar acima dos 71 dólares em Londres, com os receios em torno da inflação a ofuscarem o suporte dado pelos estímulos à economia nos EUA e pelo ataque a instalações petrolíferas sauditas.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em abril cede 0,89% para 65,50 dólares. Antes de inverter para a baixa, esteve a transacionar em máximos de outubro de 2018, nos 67,98 dólares.
Já o contrato de abril do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,82% para 68,79 dólares. Isto depois de já ter estado a valer hoje 71,38 dólares, o valor mais alto desde 8 de janeiro do ano passado.
Os preços estiveram a escalar mais de 2% esta manhã, devido a um ataque com drones e mísseis contra instalações petrolíferas sauditas por parte das forças rebeldes huti do Iémen. Também a aprovação, no Senado norte-americano, de um novo pacote de estímulos à economia dos EUA esteve a sustentar o crude.
No entanto, o pacote de ajudas pandémicas nos EUA voltou a intensificar os receios de inflação, em parte alimentados pela subida dos preços do petróleo – o que levou a uma correção dos preços, estando agora a matéria-prima no vermelho.
Carlos Alberto de Casa, analista chefe da ActivTrades, refere na sua análise diária que embora a perspetiva para os preços do petróleo permaneça altista, será de esperar alguma tomada de mais-valias, "já que os indicadores técnicos estão a mostrar que está sobre-comprado".
"Além disso, depois de o petróleo abrir a semana com uma grande diferença em relação ao fecho de sexta-feira, este desacelerou significativamente, mostrando que a tendência de alta precisa de uma pausa para se consolidar", considera.
Juros na Zona Euro acompanham agravamento das yields dos EUA
Os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro estão a subir esta segunda-feira, acompanhando o agravamento que se verifica nas yields das Treasuries dos Estados Unidos, depois de o Senado ter aprovado o pacote de estímulos de 1,9 biliões de dólares da administração Biden.
Em Portugal, os juros das obrigações a dez anos sobem 0,6 pontos para 0,289%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, o avanço é de 0,2 pontos para 0,391%. Na Alemanha a subida é ainda mais acentuada, de 2 pontos base, para -0,284%.
Isto numa altura em que, nos Estados Unidos, as yields das obrigações do Tesouro a dez anos se agravam em 2,6 pontos para 1,592%, depois de já terem tocado em 1,612%, um máximo de fevereiro do ano passado.
Este movimento acontece depois de, este fim-de-semana, os membros do Senado norte-americano terem aprovado à justa (50-49) o pacote de estímulos, o que alimentou os receios dos investidores de uma subida em força da inflação do país, que possa obrigar a Reserva Federal a abrandar os seus programas de apoios monetários, com a subida de juros ou o corte na compra de ativos.
Euro perde força para o dólar pelo quarto dia seguido
As duas maiores moedas da Zona Euro estão a perder força para o rival dólar norte-americano na sessão desta segunda-feira.
O euro perde tração pelo quarto dia consecutivo frente à divisa americana (-0,46%) e a libra volta a perder terreno (-0,20%).
Hoje, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou que um terço da população já estaria vacinada contra a covid-19, sendo um dos países da Europa cujo plano de vacinação está mais adiantado.
Ouro cai mais de 1% com medo da inflação
O ouro, que serve de ativo de refúgio e que cuja procura aumenta em alturas de maior stress nos mercados de ações, está hoje a cair mais de 1%, com os investidores a recearem que a inflação possa ter impacto neste metal precioso.
A subida de preços, que os mercados estão já a descontar, poderá vir a afetar a procura pelo metal precioso.
Hoje, o ouro cai 1,17% para os 1.680,65 dólares por onça, a passo que outros metais, como o cobre disparam à boleia do aumento de exportações na China.
Nasdaq sofre queda após aprovação dos estímulos orçamentais no Senado
Os três maiores índices de Wall Street abriram esta primeira sessão da semana a negociar de forma mista, com destaque para a queda do tecnológico Nasdaq Composite, que está a sofrer com a aprovação do pacote de estímulos desenhado por Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e que foi aprovado durante o fim de semana.
Por esta altura, o Nasdaq cai então 0,69% para os 12.830,26 pontos, a passo que o S&P 500 negoceia na "linha de água" nos 3.839,71 pontos e o Dow Jones sobe 0,33% para os 31.600,49 pontos.
As empresas de tecnologia, como o Facebook, a Apple ou a Amazon estão a cair mais de 1%, num dia em que os juros do Tesouro norte-americano voltaram a tocar em máximos de um ano.
Depois da discussão entre sexta-feira e sábado, os membros do Senado norte-americano aprovaram à justa (50-49) o pacote de estímulos, o que alimentou os receios dos investidores de uma subida em força da inflação do país, que possa obrigar a Reserva Federal a abrandar os seus programas de apoios monetários, com a subida de juros ou o corte na compra de ativos.
As ações de tecnologia têm sofrido pesadas quedas nas últimas semanas, com o programa de vacinação contra a covid-19 e os dados económicos a apontarem para uma recuperação.
O Nasdaq desvalorizou 2% na semana passada, perdendo força pela terceira semana consecutiva, numa altura em que os investidores consideram que com o alivío de restrições à circulação grande parte destas empresas tem menos força para crescer, depois de um ano em que explodiram em bolsa.
Agora, com a aprovação do pacote orçamental pelo Senado, resta apenas a "luz verde" da Câmara dos Representantes, que deverá acontecer amanhã, dia 9 de março. Depois, caso seja aprovado, fica a faltar a assinatura de Joe Biden, que ao que tudo indica, deverá ser feita ainda esta semana.
Europa inverte para ganhos com estímulos na mira
A Europa está a mergulhar no copo meio cheio: a administração de Biden conseguiu ultrapassar uma primeira etapa legislativa no caminho para a injeção de 1,9 biliões de dólares na economia. O "vazio" que o aumento nos juros da dívida norte-americana tem deixado na confiança dos investidores passa, desta forma, mais ao lado do Velho Continente.
O Stoxx600, o índice que agrega as 600 maiores cotadas da Europa, avança 0,52% para os 419,81 pontos. A tendência das últimas duas sessões acaba, desta forma, por se inverter. As principais praças, como é o caso de Madrid, Frankfurt, Amesterdão, Milão e Paris, ganham perto de 0,5%. O índice português supera, e "encosta-se" mais ao 1%.
Os investidores retomam alguma confiança agora que Joe Biden consegue a primeira vitória legislativa em relação ao novo pacote de estímulos. A Casa dos Representantes aprova os quase 2 biliões de dólares que a atual administração quer injetar na economia.
Ouro fraqueja à espera de estímulos
O metal amarelo está a descer uns ligeiros 0,12% para os 1.698,52 dólares por onça, depois de na semana passada ter terminado com algum alívio. A trajetória descendente do metal levou-o mesmo a um mínimo de 8 de junho na sessão anterior.
O ouro está a vacilar à medida que o pacote de estímulos de 1,9 biliões de dólares, nos Estados Unidos, parece mais perto de se concretizar: espera-se que a Casa dos Representantes esteja pronta para aprovar os estímulos, concedendo a primeira vitória legislativa nesta frente a Joe Biden.
Juros do Tesouro perto de máximos de mais de um ano
Os juros da dívida norte-americana a dez anos estão a aproximar-se de um máximo de 12 de fevereiro de 2020, que foi atingindo na sessão passada. Agora, seguem a somar 2,9 pontos base para os 1,597%, nesta que é a quarta sessão consecutiva de agravamento.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos agravam 1,6 pontos base para os 0,303%, contrariando a tendência de alívio verificada no conjunto da semana anterior. Na referência europeia, a Alemanha, o movimento é semelhante: as bunds da maturidade de referência sobem 2,1 pontos base para os -0,282%.
Dólar de volta à ribalta com mercados descrentes
A divisa norte americana avança numa altura em que o aumento dos juros do Tesouro mina a confiança nos mercados acionistas, e torna mais apelativo este ativo refúgio.
O Bloomberg Dollar Spot Index avança pela quarta sessão consecutiva, ilustrando a força da nota verde contra as principais moedas concorrentes. Na sessão anterior, chegou a tocar um máximo de novembro do ano passado. O euro é uma das moedas que resvala face ao dólar, ao cair 0,29% para os 1,1880 dólares – por seu lado, na quarta sessão de perdas, ou a sexta em sete.
Ataques na Arábia Saudita levam petróleo acima dos 70 dólares
O petróleo arrancou a semana em forte alta, com a matéria-prima a ser impulsionada por receios com a interrupção nos fornecimentos devido aos ataques contra instalações petrolíferas da Arábia Saudita.
O Brent em Londres sobe 1,72% para 70,55 dólares, tendo superando a barreira dos 70 dólares pela primeira vez desde janeiro de 2020. O WTI, que é transacionado em Nova Iorque, soma 1,56% para 67,12 dólares.
A aliança militar liderada pela Arábia Saudita anunciou domingo que destruiu dez novas "bombas drone" lançadas pelos rebeldes chiitas Houthi do Iémen, elevando para 16 o número de aparelhos dirigidos contra o sul desde sexta-feira.
Apesar dos ataques não terem resultado em qualquer dano, foram os mais graves desde que em 2019 a maior refinaria saudita foi parcialmente destruída por ataques com drones, o que está a gerar instabilidade no mercado petrolífero.
Um destes ataques foi contra o terminal petrolífero Ras Tanura, que é o maior do mundo, capaz de exportar 6,5 milhões de barris por dia, o que representa cerca de 7% da procura mundial. É nesta infra-estrutura que é armazenado grande parte do petróleo saudita, que depois abastece os super-petroleiros.
This is the Ras Tanura terminal, the world's largest oil export port. The key export facility is the so-called "Sea Island" (actually, 3 interconnected offshore platforms) where super-tankers dock. There are two large oil tank farms | #OOTT Map from @TheTerminal with my own notes pic.twitter.com/bNg20GGlot
— Javier Blas (@JavierBlas) March 7, 2021
Os média sauditas estimam que cerca de 600 aeronaves não pilotadas e 400 mísseis foram lançados sobre o reino desde que o Governo dos Estados Unidos decidiu, em 4 de fevereiro, eliminar o movimento Houthi da lista de grupos terroristas.
O aumento destes ataques coincide com os confrontos entre as forças do internacionalmente reconhecido Governo iemenita, apoiado pela aliança árabe, e os rebeldes dos arredores da cidade de Marib, cujo controlo está a tentar ser tomado pelos Houthis.
O conflito armado começou em 2014 no Iémen, depois dos rebeldes terem pegado em armas contra o governo do presidente Abdo Rabu Mansur Hadi e terem tomado a capital Saná, o que se intensificou após a intervenção militar da aliança árabe, em março de 2015.
Subida dos juros continua a minar otimismo nos mercados
A maioria das praças asiáticas resvalou, e os futuros dos Estados Unidos trilham o mesmo caminho, à medida que o aumento dos juros do Tesouro dos EUA impede o otimismo acerca do pacote de apoios à economia norte-americana de 1,9 biliões de dólares, que está a ser preparado pela atual administração.
Na China, o Hang Seng de Hong Kong tropeçou 1,3% ao lado da queda de 2,2% do Compósito de Xangai. O japonês Topix desceu uns mais ligeiros 0,1% e o ustraliano S&P/ASX 200 conseguiu mesmo subir, 0,4%. As ações das tecnológicas retraíram-se, com destaque para a China, onde o CSI 300 tombou 3%. Nos Estados Unidos, as quebras previstas nos futuros são da ordem de 0,3% e na Europa deverão assistir-se a subidas, com o Euro Stoxx 50 a somar 0,8% na pré-abertura.
Os juros das obrigações a dez anos do Tesouro norte-americano estão a apontar subidas depois de na sexta-feira terem tocado a fasquia do 1,6%, na sequência de dados do emprego que superaram as expectativas. Com isto, os investidores acabam preocupados acerca da avaliação atual das ações, apesar de a Reserva Federal ter afirmado na sexta-feira que o aumento nas yields está relacionado com as previsões de uma economia mais forte.
"Há muitas razões para se estar confiante no mercado mas muitas delas já terão sido incorporadas nos preços", afirma a Paific Investment Management, em declarações à Bloomberg, eu prevê "muita volatilidade nos mercados" apesar de, globalmente, se afirmar otimista.