Notícia
Europa termina semana em queda. Brent dispara mais de 3% para acima dos 69 dólares
Acompanhe aqui o dia dos mercados.
Juros regressam às subidas com perspetiva de subida dos juros nos EUA
Depois do alívio registado na quinta-feira, as taxas de juro das obrigações soberanas dos países da Zona Euro voltaram a agravar-se esta sexta-feira, retomando a recente tendência de agravamento sobretudo causada pelo receio dos investidores quanto à aproximação de um período de reflação, isto é, de aumento da taxa de inflação em paralelo a taxas robustas de crescimento económico em virtude da retoma pós-pandemia.
O agravamento das "yields" europeias acompanha a subida dos juros da dívida também registada nos Estados Unidos, o que esta sexta-feira fica em especial a dever-se, segundo explica a Bloomberg, à expectativa reforçada de que a Reserva Federal norte-americana eleve os juros diretores da maior economia mundial lá mais para o final deste ano, convicção para a qual contribuiu a evolução positiva do mercado laboral americano em fevereiro.
As taxas de juro correspondentes aos títulos soberanos de Portugal e da Espanha com maturidade a 10 anos avança 1,8 pontos base para 0,287% e para 0,392%, respetivamente.
Também as "yields" referentes aos títulos soberanos a 10 anos da Itália e da Alemanha agravam-se respetivamente 1,6 e 1,2 pontos base para 0,754% e para -0,303%.
Europa termina semana no vermelho com investidores a fugirem ao risco
As ações europeias terminaram a última sessão desta semana em queda, com os juros da dívida soberana desta semana a levarem os investidores a fugirem dos ativos mais arriscados como é o caso das ações.
O Stoxx 600 - índice que agrupa as 600 maiores cotadas da região - perde 0,8%, apesar de conseguir registar um ganho semanal de 0,9%.
Entre os setores, o do turismo foi hoje o mais afetado (-4%) depois de ter conseguido atingir um máximo de um ano a meio desta semana.
Entre as quedas estão também as empresas dos serviços finacneiros (-2,5%) e novamente as empresas de tecnologia (-1,8%).
Do lado dos ganhos, a banca (1%) acabou a liderar seguido de perto pelo setor da energia (0,8%), que segue em alta motivado pela decisão da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de manter os cortes de produção inalterados.
Dólar aprecia com melhoria do mercado laboral nos EUA
A evolução favorável da criação de novos postos de trabalho aliada à queda da taxa de desemprego nos Estados Unidos está a impulsionar o dólar nos mercados cambiais, com a divisa norte-americana a apreciar pelo terceiro dia consecutivo para máximos de 25 de novembro do ano passado no índice da Bloomberg que mede o comportamento do dólar contra um cabaz composto pelas principais divisas internacionais.
Por sua vez, o euro cai 0,50% para 1,1909 dólares, estando a moeda única europeia a depreciar pela terceira sessão seguida e a transacionar em mínimos de 26 de novembro de 2020.
Em fevereiro, o mercado laboral norte-americano criou mais novos postos de trabalho do que havia sido estimado pelos analistas, sendo que também a taxa de desemprego recuou no mesmo período, fatores que estão a reforçar a confiança dos investidores na fiabilidade do dólar.
Ouro em mínimos de nove meses desanimado com Powell
Os preços do metal amarelo estão a negociar em terreno negativo, a caminho da terceira semana consecutiva de quedas.
O ouro a pronto (spot) segue a ceder 0,2% para 1.693,79 dólares por onça no mercado londrino e já esteve a transacionar nos 1.688,96 dólares – o valor mais baixo desde 8 de junho do ano passado.
No mercado nova-iorquino (Comex), os futuros do ouro desvalorizam 0,49%, para 1.691,90 dólares por onça.
O metal precioso está a sofrer com o facto de o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, ter ontem desapontado os investidores ao não mostrar preocupação com a atual subida dos juros da dívida soberana, se bem que tenha dito que a Fed continuará atenta.
Essas declarações fizeram aumentar ainda mais as "yields" das obrigações do Tesouro, bem como o dólar.
A "yield" da dívida norte-americana a 10 anos continua então a subir (devido à perspetiva de um vasto pacote de estímulos pandémicos nos EUA), aumentando o custo de oportunidade de deter ouro sem remuneração de juros.
Por outro lado, a valorização do dólar diminui a atratividade dos ativos denominados na nota verde, como é o caso do ouro.
"A força do dólar continua a atingir o ouro, que caiu para menos de 1.700 dólares. Há uma mudança moderada nas carteiras dos investidores, com os títulos a ganhar quotas. O cenário técnico para o ouro permanece decrescente e até agora não há sinais de uma recuperação iminente", considera Carlos Alberto de Casa, analista chefe da ActivTrades, na sua análise diária.
Petróleo acima dos 69 dólares em Londres já pisca o olho aos 66 dólares em Nova Iorque
O "ouro negro" continua hoje a ganhar terreno nos principais mercados, ainda a capitalizar o facto de a OPEP+ ter decidido manter inalteradas as quotas de produção para abril.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em abril avança 3,20% para 65,87 dólares, o valor mais alto desde quase dois anos (abril de 2019).
Já o contrato de abril do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, ganha 3,43% para 69,03 dólares, em máximos de 14 meses-
Os preços continuam a ser impulsionados pela decisão tomada ontem pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) de manterem inalteradas as quotas de produção para abril, o que surpreendeu o mercado – já que cada vez mais os observadores consideravam que o cartel e os seus parceiros poderiam decidir aumentar a oferta em resposta à subida dos preços para níveis acima do período pré-pandémico.
Além disso, a Arábia Saudita decidiu manter o corte adicional de um milhão de barris por dia da sua produção no próximo mês, o que contribuiu para animar ainda mais o mercado.
A OPEP+ decidiu não abrir as torneiras em abril, enquanto espera por uma retoma mais substancial da procura por combustível.
"A reunião da OPEP de ontem não prejudicou de nenhuma forma o bom humor dos investidores em relação ao petróleo. Pelo contrário, a decisão de manter as atuais restrições à produção (incluindo cortes na Arábia Saudita) deu mais ímpeto de compra à atual alta", sublinhou Carlos Alberto de Casa, analista chefe da ActivTrades, na sua análise diária.
"O WTI saltou para um novo record da era covid, levando os investidores a apostar em novas subidas. Por enquanto, o petróleo permanece comercializado por muito tempo, embora este otimismo provavelmente precise de ser apoiado por uma procura renovada nos próximos meses", acrescentou.
Entretanto, o UBS reviu em alta as suas projeções do segundo semestre para o preço do Brent, para 75 dólares por barril, bem como para a cotação do WTI – que estima agora nos 72 dólares. Isto muito à conta do facto de prever que os stocks de petróleo diminuam a um ritmo mais acelerado em abril.
"Continuamos a aconselhar os investidores com elevada tolerância ao risco a apostarem no Brent e a reforçarem a exposição nos contratos de crude de mais longo prazo", refere Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, no relatório a que o Negócios teve acesso.
Já o Goldman Sachs elevou em cinco dólares as suas estimativas para o preço do Brent no segundo trimestre, para 75 dólares por barril, apontando para um valor médio de 80 dólares no terceiro trimestre.
Bons dados do emprego ofuscam subida dos juros e dão ganhos a Wall Street
As bolsas norte-americanas abriram em alta, com os bons dados do mercado de trabalho a terem mais peso no sentimento dos investidores do que os receios em torno da subida dos juros da dívida soberana dos EUA.
O Dow Jones segue a somar 0,93%, para se fixar nos 31.210,31 pontos.
Já o Standard & Poor’s 500 avança 0,38% para 3.799,83 pontos. Ontem chegou a eclipsar os ganhos de 2021, mas na reta final da negociação conseguiu distanciar-se dos mínimos do dia e terminou com um saldo anual positivo de 0,33%.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,33% para 12.765,04 pontos, depois de ontem ter apagado os ganhos no acumulado do ano. Agora está a conseguir reduzir as perdas anuais para 0,93%.
Os dados do mercado laboral de fevereiro foram robustos, com a taxa de desemprego a descer de 6,3% para 6,2% e as contratações a aumentarem em 379.000 – mais do que o esperado, já que os economistas inquiridos pela Reuters projetavam um incremento de 182.000 empregos.
Estes bons dados fizeram subir ainda mais os juros das obrigações a 10 anos – o cenário económico mais positivo afasta os investidores da procura por segurança que encontram na dívida soberana, o que catapulta as "yields" –, que dispararam para 1,62%, patamar acima do registado a 25 de fevereiro (altura em que subiu para níveis anteriores à pandemia).
Ainda assim, hoje o que mais está a influenciar o sentimento do mercado são os bons indicadores do mercado de trabalho, com o receio em torno da subida dos juros em modo ‘pause’.
Ontem, o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, falou num fórum do The Wall Street Journal mas não conseguiu traquilizar os investidores, que receiam que haja uma subida ainda maior dos juros da dívida soberana.
Powell não ter falou em qualquer mudança de posicionamento da Fed no seu programa de compra de ativos para travar esta subida (a aposta nas obrigações faz descer os juros). Os investidores estavam na expectativa de que a Fed pudesse introduzir a Operação Twist – em que substitui a compra de obrigações de maturidades mais curtas por obrigações com prazos mais longos para aliviar a pressão sobre os juros dessas obrigações –, o que não aconteceu.
Recorde-se que os investidores começaram a recear que, com o gradual regresso à atividade e os estímulos pandémicos da Administração Biden (que hoje ‘vão a votos’ no Senado), a economia pudesse sobreaquecer, trazendo consigo um aumento da inflação.
É isso que tem também provocado a atual agitação no mercado da dívida, com os investidores a não apostarem tanto na segurança das obrigações, o que faz subir os juros.
Ouro acompanha perdas pós-Powell
O metal amarelo desce 0,34% para os 1.691,70 dólares por onça, nesta que é a terceira sessão de quebras consecutiva e a oitava em nove.
O ouro continua a trajetória negativa numa altura em que um dos principais ativos refúgio rivais, o dólar, está a reforçar as respetivas cotações. Os mercados receberam com amargura as palavras pouco incisivas de Powell que, apesar de ter observado que as taxas de juro do Tesouro deverão continuar a subir, não fez referência à postura do banco central face a tal desenvolvimento.
Europa volta a cair com "rasteira" de Powell
As principais praças europeias iniciaram o dia unidas no vermelho, depois de o presidente da Reserva Federal norte-americana não ter aproveitado o discurso de ontem para descansar os investidores quanto ao rally nos juros das obrigações soberanas dos Estados Unidos.
Os investidores continuam preocupados com a subida das taxas de juro do Tesouro e com o que isto pode significar em termos de estímulos, temendo-se um recuo como consequência de um possível aumento da inflação. O presidente da Fed falou ontem e falhou em reconfortar os mercados, pois, apesar de se ter referido às taxas de juro, acabou por não dar nenhuma pista sobre a eventual intervenção do banco central.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas da Europa, o Stoxx600, avança 0,86% para os 408,37 pontos, e a maioria das praças apresenta quedas igualmente substanciais. Madrid, Frankfurt, Londres e Amesterdão aproximam-se de quebras de 1%, enquanto Paris ultrapassa mesmo esta fasquia. Apesar do desempenho negativo de hoje, o índice agregador ainda conta com um saldo positivo na semana, de quase 1%.
Euro em queda pela terceira sessão
O discurso de Powell teve um efeito contrário do dólar, que ganhou força face às principais moedas mundiais. O índice do dólar soma 0,3% num dia em que os os investidores vão estar atentos aos dados do emprego da economia norte-americana, para avaliar se a recuperação da maior economia do mundo continua a acelerar.
O euro desce 0,34% para 1,1928 dólares, marcando já a terceira sessão seguida no vermelho contra a moeda norte-americana.
As autoridades norte-americanas publicam hoje os dados do mercado laboral de fevereiro. Será divulgada a taxa de desemprego e a evolução dos salários, com novas pistas sobre o ritmo e direção da retoma do mercado de trabalho nos EUA. Milhões de norte-americanos continuam desempregos, numa altura em que a covid-19 ainda impacta fortemente no setor dos serviços do país.
Discurso de Powell pressiona juros em alta
As taxas de juro das obrigações soberanas retomaram o movimento de alta, com os investidores desiludidos com os discurso de Jerome Powell, que não deu quaisquer pistas sobre movimentos do banco central para travar o agravamento das yields.
O presidente da Fed reafirmou na quinta-feira a intenção de manter as políticas monetárias acomodatícias do banco central em vigor até que o mercado de trabalho dê sinais de melhorias.
"Atualmente, estamos bastante distantes dos nossos objetivos de alcançar o pleno emprego e uma média de inflação de 2% ao longo do tempo", disse o responsável numa entrevista na Cimeira do Emprego do The Wall Street Journal. A intervenção surge num momento em que a melhoria das previsões económicas está a elevar está a elevar as yields das obrigações, já que os investidores temem uma escalada da inflação.
Após o discurso de Powell, a yield das obrigações norte-americanas a 10 anos deu um salto e terminou o dia a subir 8,2 pontos base. Hoje alivia 2,2 pontos base para 1,54%.
Na Europa o movimento é de alta, com a taxa das bunds a 10 anos a subir 1,1 pontos base para -30,3%. Em Portugal a yield das obrigações com a mesma maturidade avança 1,6% para 0,284%, anulando parte da subida das últimas sessões.
"O mercado claramente preparou-se para mais orientações do que aquelas que a Fed está preparada para dar neste momento", disse Jim Vogel, estratega de taxas de juro da FHN Financial, citado pela Dow Jones.
Petróleo em Nova Iorque passa 65 dólares pela primeira vez em mais de um ano
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, sobe 1,78% para os 67,94 dólares, de mãos dadas com o nova-iorquino West Texas Intermediate, que avança 1,60% para os 64,85 dólares. O barril em Nova Iorque já chegou mesmo a ultrapassar hoje os 65 dólares pela primeira vez desde janeiro de 2020.
Esta é a terceira sessão consecutiva de ganhos para o "ouro negro", que tem acumulado subidas fortes – acima de 2% e de 4%, nas últimas duas sessões. A matéria-prima valoriza depois de o cartel dos maiores exportadores ter reunido e decidido manter os cortes à produção por mais um mês, o seja pelo menos até abril. Na sequência desta decisão, várias asas de investimento aumentaram as suas previsões quanto aos preços do petróleo.
Powell deixa bolsas sem direção definida
As bolsas asiáticas dividiram-se entre o verde e o vermelho, depois de o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, ter discursado numa conferência e não ter transmitido conforto suficiente nas suas palavras para que os investidores retomassem a confiança em força.
O japonês Topix e o Hang Seng de Hong Kong subiram, 0,6% e 0,2%, respetivamente. Na China continental, o Compósito de Xangai ficou na corda bamba enquanto, mais a sul, a Austrália desceu 0,7% e a Coreia do sul caiu 0,6%. Esta divisão mostra um cenário tremido que continua na Europa, com os futuros a caírem 0,7%, e nos Estados Unidos, onde tropeçam 0,1%.
Esta quinta-feira, os olhos estiveram postos em Powell durante o webinar promovido pelo Wall Street Journal, no qual se esperava que o líder do banco central acalmasse a ansiedade dos investdores quanto à subida das taxas de juro do Tesouro. Contudo, apesar de lhes ter feito menção, o Powell optou por não deixar pistas sobre uma possível intervenção do banco central. O presidente afirmou que estaria "preocupado com condições fora do comum".
Entretanto, o Senado nos Estados Unidos debate, até este fim de semana, a aprovação do sexto pacote de estímulos avançado pelo Governo desde o início da pandemia: 1,9 biliões de dólares. Espera-se que este veja mesmo luz verde.