Notícia
Wall Street e Europa na linha d'água com notícias vindas da China
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
Sessão morna na Europa com investidores de olhos na China
A bolsas europeias assistiram a uma sessão morna esta terça-feira, com os investidores a tentarem avaliar se há possibilidade de uma reabertura económica da China e de um abrandamento da inflação nas grandes economias da Europa, ou se, por outro lado, as políticas monetárias vão continuar a endurecer.
O índice de referência europeu, o Stoxx 600, desvalorizou 0,13% para 437,29 pontos. Entre os 20 setores que compõe o índice, o setor químico e o tecnológico tiveram os piores desempenhos, com o setor mineiro e a banca a destacarem-se pela positiva.
O clube de futebol da Juventus tombou, antes de conseguir travar quedas depois de o presidente Andrea Agnelli, juntamente com todo o conselho de administração do clube, se ter demitido na segunda-feira, no seguimento de uma investigação por fraude fiscal.
Entre as restantes praças europeias, Madrid recuou 0,01%, Frankfurt caiu 0,19% e Amesterdão deslizou 0,38%. Já Paris valorizou 0,06%, Londres ganhou 0,51% e Milão avançou 0,10%.
Wall Street arranca na linha d'água com notícias vindas da China
Wall Street arrancou a sessão na linha d' água, com os investidores a digerirem as mais recentes declarações de Pequim sobre política restritiva "covid-19 zero" que levou a várias manifestações em todo o país nos últimos dias.
O industrial Dow Jones valoriza modestamente (0,09%) para 33.879,57 pontos, enquanto o S&P 500 sobe muito ligeiramente (0,03%) para 3.965,17 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite negoceia também na linha d' água, mas inclinado para terreno negativo (-0,04%) para 11.044,29 pontos.
O arranque de sessão serviu para digerir os sinais vindos do "briefing" semanal da Administração Nacional de Controlo e Prevenção de Doenças da China.
Durante a apresentação, o organismo explicou que "os problemas destacados pela população não visam a prevenção e o controlo da epidemia em si, mas concentram-se na simplificação das medidas de prevenção e controlo".
Quando questionado se as manifestações poderiam levar Pequim a reconsiderar a política "zero-covid", o porta-voz da da Administração Nacional de Controlo e Prevenção de Doenças, Mi Feng, assegurou que o organismo continuará a esforçar-se para afinar esta política para reduzir o impacto desta política na sociedade e na economia.
"A China é o fator dominante nos mercados neste momento", considerou Hugh Gimber, estratega para os mercados globais do JP Morgan Asset Management, citado pela Reuters. "Notícias positivas para a economia chinesa são também positivas para a economia global", rematou.
Euribor sobem a três e seis meses para novos máximos de quase 14 anos
As taxas Euribor subiram hoje para novos máximos desde o início de 2009 a três e seis meses e mantiveram-se a 12 meses, mas também num nível máximo.
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje, para 2,442%, mais 0,006 pontos, um novo máximo desde janeiro de 2009.
A média da Euribor a seis meses subiu de 1,596% em setembro para 1,997% em outubro.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).
A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu hoje, ao ser fixada em 1,984%, mais 0,030 pontos, um novo máximo desde fevereiro de 2009.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 1,011% em setembro para 1,428% em outubro.
No prazo de 12 meses, a Euribor manteve-se hoje, ao ser fixada de novo em 2,892%, o mesmo valor de segunda-feira e um máximo desde janeiro de 2009.
Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,233% em setembro para 2,629% em outubro.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.
Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 08 de setembro em 75 pontos base.
A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Europa mista com perspetivas de reabertura na China
As bolsas europeias seguem a negociar mistas, após um arranque no verde, impulsionado pela expetativa de que a China poderá relaxar as medidas de combate à covid-19.
O Stoxx 600 - referência para a região - sobe 0,19% para os 438,66 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o dos recursos naturais e do petróleo & gás são os que mais avançam, 2,36% e 1,46%, respetivamente.
As ações da Juventus afundavam mais de 10% no arranque da sessão, após a direção do clube italiano se ter demitido por suspeita de fraude.
Nas praças europeias, o alemão Dax e o francês CAC-40 recuam 0,04%, o espanhol Ibex soma 0,03%, o Aex, em Amesterdão, sobe 0,63%, e o italiano FTSE Mib cede 0,12%. Já o britânico FTSE 100 cresce 0,63%.
A China admitiu esta terça-feira reforçar a vacinação da população mais velha, uma decisão que é vista pelos especialistas como crucial para a reabertura da economia chinesa. A perspetiva animou os investidores, mas ainda não é conhecido quão longe irá o governo chinês.
Juros aliviam apesar de comentários de Lagarde
Os juros da dívida soberana na Zona Euro seguem a aliviar, depois de na segunda-feira terem agravado à boleia das declarações da presidente do Banco Central Europeu (BCE). Christine Lagarde admitiu que o pico da inflação ainda não terá passado, abrindo assim a porta a mais subidas das taxas de juro.
O recuo da inflação em Espanha para o valor mais baixo desde janeiro ajudou ao alívio dos juros.
A "yield" das Bunds alemãs descem 7,7 pontos base para 1,902%, enquanto os juros da dívida italiana recuam 10,1 pontos base para 3,791%.
Já os juros da dívida pública francesa cedem 7,5 pontos base para 2,379% e a "yield" da dívida espanhola perde 8,2 pontos base para 2,887%. Por cá, os juros da dívida portuguesa recuam 9,6 pontos base para 2,816%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica cedem 3,1 pontos base para 3,084%.
Euro avança face ao dólar
O euro segue a valorizar face ao dólar, estando a moeda única europeia a avançar 0,45% para os 1.0360 dólares.
Já o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra dez divisas rivais – perde 0,58% para 106,093 pontos. A moeda norte-americana perdeu face a todas as moedas do grupo, com a procura por este ativo-refúgio a abrandar após a China ter anunciado uma conferência de imprensa sobre a covid-19.
Ouro avança face a dólar mais fraco
O ouro segue a valorizar, numa altura em que o dólar perde pressionado pela possibilidade de um abrandamento do ritmo das subidas das taxas de juro por parte da Fed.
O metal amarelo soma 0,86% para os 1.756,32 dólares por onça, enquanto a platina avança 1,39% para os 1.006,63 dólares e o paládio cresce 0,97% para os 1.865,50 dólares.
Os aumentos das taxas de juro têm beneficiado o dólar e pesado no ouro, que perdeu cerca de 15% desde o último máximo alcançado em março. O metal amarelo tende a ceder com políticas monetárias mais agressivas, uma vez que não remunera juros.
Petróleo e gás valorizam
O petróleo segue a valorizar, impulsionado pelo reforço da vacinação da população mais velha na China. A iniciativa, anunciada após os protestos em várias cidades do país durante o fim-de-semana, deixou os investidores mais otimistas quanto a um futuro alívio da política "zero casos covid-19".
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque - sobe 2,40% para 79,09 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, avança 2,61% para 85,36 dólares por barril.
Os investidores estão de olhos postos na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (grupo OPEP+), no próximo domingo, da qual poderá sair um novo corte da produção, de forma a combater uma menor procura.
Já os preços do gás natural sobem mais de 3%, impulsionados pelas perspetivas de maior consumo devido às previsões de temperaturas mais baixas nas próximas semanas.
O preço do gás natural negociado em Amesterdão, o TTF, soma 3,01% para 127 euros por megawatt-hora.
Europa aponta para o verde. Ásia fecha mista
As bolsas europeias apontam para um arranque de negociação em terreno positivo, com os futuros do Euro Stoxx 50 a subirem 0,3%.
As praças inclinam para um início de sessão com ganhos, um dia após a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, ter afirmado que a autoridade monetária descarta o cenário de que a inflação tenha atingido o pico em outubro.
Já na Ásia, as bolsas fecharam mistas, com os índices chineses em alta. Os investidores acreditam que a China poderá aliviar as medidas da política "zero casos covid-19", depois dos protestos ocorridos durante o fim-de-semana.
Pela China, o Xangai subiu 2,31%, enquanto em Hong Kong, o Hang Seng valorizou 3,98%. Pelo Japão, o Topix caiu 0,57% e o Nikkei recuou 0,48%. Já na Coreio do Sul, o Kospi somou 1,04%.
"Há uma expetativa crescente de que estará iminente um anúncio do fim da política zero casos covid-19 e isso está a gerar otimismo. Os mercados vão permanecer voláteis enquanto os investidores analisam qualquer mudança de política", disse Kiyong Seong, analista do Société Générale em Hong Kong, à Bloomberg.