Notícia
Remdesivir penaliza bolsas nos EUA em contraciclo com Europa. Petróleo dispara em Nova Iorque
Acompanhe aqui o dia nos mercados, minuto a minuto.
- Futuros sobem na Europa em linha com a sessão asiática
- Petróleo soma 12% em Nova Iorque apesar de salto na oferta
- Europa inverte para perdas com quebra recorde na economia
- Ouro ganha pela segunda sessão
- Juros interrompem subidas em dia de cimeira europeia
- Euro cai há quatro sessões
- Juros periféricos alargam quedas. Grécia cai quase 20 pontos base
- Wall Street abre em alta com pedidos de subsídio de desemprego a caírem
- Crude dos EUA avança quase 24%. Brent ganha 9%
- PSI-20 mantém-se em alta com BCP a somar mais de 2,5%
- Petróleo dispara 31% em Nova Iorque
- Ouro avança mais de 1% com receios a persistir
- Bolsas vivem nova sessão positiva na Europa
- Euro perde força para o dólar pela quarta sessão seguida
- Juros periféricos da Zona Euro mantêm quedas
- Fracasso de medicamento de combate à covid-19 pressiona Wall Street
Os futuros das ações da Europa e Estados Unidos estão a subir esta quinta-feira, depois de uma sessão que também foi de ganhos nas principais bolsas asiáticas, com o mercado a ser impulsionado pela recuperação das cotações do petróleo.
Em Londres, o barril de Brent segue a valorizar 10,11% para 22,43 dólares, depois de ter atingido ontem o valor mais baixo desde 1999. Já em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) sobe 10,89% para 15,26 dólares,
Os principais índices japoneses valorizam quase 1,5%, enquanto na Coreia e Hong Kong a sessão também foi marcada pelos ganhos, ainda que o volume de negociação tenha sido baixo pelo segundo dia consecutivo.
Estaquinta-feira, os investidores continuam a avaliar o impacto da pandemia na economia global e nos resultados das empresas, que têm sido mistos até ao momento: resultados positivos por parte da Chipotle Mexican Grill e Texas Instruments contrastam a Heineken, que cancelou o pagamento de dividendos, e com a Kering, que admitiu não esperar qualquer recuperação nos Estados Unidos e Europa antes de julho, depois de as vendas da Gucci terem recuado.
Esta manhã foram também revelados os resultados do Credit Suisse relativos ao primeiro trimestre do ano, que superaram as estimativas dos analistas, tanto nos lucros como nas receitas.
O barril de petróleo em Nova Iorque conta a terceira sessão consecutiva de ganhos desde que, na segunda-feira, desceu a valores negativos. A recuperação acontece apesar de os mais recentes dados darem conta de que as reservas nos Estados Unidos estão em máximos de três anos e, em oposição, a procura pela matéria-prima está em mínimos históricos.
O barril nova-iorquino West Texas Intermediate (WTI) está a valorizar 8,56% para os 14,96 dólares, e já esteve a ganhar 16,91% para mais de 16 dólares. Esta evolução segue-se às subidas de 37,66% e 126,60% com que a matéria-prima fechou os dois dias anteriores.
Esta recuperação desenrola-se após a quebra de mais de 300% que colocou o petróleo a cotar num valor negativo, os 37,63 euros, na segunda-feira. O acordo feito pelo cartel dos maiores exportadores juntamente com os respetivos aliados, que decidiu um corte de 10 milhões de barris diários na produção, não está a ser suficiente para contrariar uma quebra na procura que se estima que pode chegar aos 30 milhões de barris por dia.
Paralelamente, em Londres, onde o barril de Brent é referência para a Europa, a ICE Futures Europe já confirmou que está a preparar-se para a possibilidade de também este barril descer a território negativo. Na capital inglesa, o Brent sobe 5,74% para os 21,54 dólares, depois de ter chegado a subir 13,99% para os 23,22 dólares.
As principais praças europeias iniciaram o dia no verde mas acabaram por resvalar para terreno negativo. A abalar o sentimento dos investidores estão os mais recentes dados económicos, que desiludiram face às expectativas.
O Purchasers’ Management Index (PMI), que mede o pulso às economias, afundou de 29,7 pontos em março para 13,5 pontos em abril na Zona Euro, uma queda acima do esperado e que é a maior de que há registo neste índice desde que começou a ser compilado, há duas décadas. França, Alemanha e Reino Unido são alguns dos países que mostram quedas abruptas neste indicador.
A prejudicar o desempenho da economia europeia estão as medidas de confinamento que foram tomadas na generalidade dos Estados-membros, como forma de contenção da pandemia de coronavírus.
O Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, está a perder 0,21% para os 329,44 pontos, numa semana em que tem visitado ambos os lados do espetro, o verde e o vermelho, à vez. O alemão DAX cai mais de 0,5% e o inglês FTSE quebra quase 0,3%. Em França o registo ainda é positivo.
O metal amarelo segue a somar 0,62% para os 1.724,71 dólares por onça, valorizando pela terceira sessão esta semana, a segunda consecutiva.
O ouro está a valorizar apesar de os mercados acionistas, de maior risco, estarem a conquistar também muitos investidores esta semana. A suportar as valorizações do ouro desde o início do ano estão os estímulos orçamentais que estão a ser concedidos para contrariar o impacto económico do vírus. Para a semana, a Reserva Federal dos Estados Unidos, o Banco Central Europeu e o Banco do Japão vão discutir nas respetivas sedes a situação atual, levantando a hipótese de avançarem com novas formas de apoio à economia.
Os juros da dívida a dez anos de Portugal estão a aliviar 8,1 pontos base para os 1,189% depois de três sessões consecutivas de agravamento. Espanha mostra uma tendência semelhante, com uma quebra de 9 pontos base para os 1,042%. Em Itália, os juros para a mesma maturidade também caem, 5 pontos base para os 2,026%. Na Alemanha, o recuo é de 1 ponto base para os -0,419%.
O alívio chega no dia em que os líderes da União Europeia realizam uma videoconferência para discutir a resposta conjunta à crise da covid-19.
Na lista de questões a debater deverá estar um super orçamento europeu para combater a crise e a possibilidade de se emitir dívida conjunta, uma medida pedida por alguns países, mas que tem sido recusada de forma veemente por outros, como a Holanda ou a Alemanha.
A moeda única europeia está a desvalorizar há quatro sessões consecutivas. Nesta quinta-feira, a quebra é de 0,26% para os 1,0795 dólares. O euro desce assim a um mínimo de 6 de abril.
O pessimismo em relação ao euro acontece numa altura de quebra para a economia dos países do Velho Continente, onde surgem novos e desanimadores indicadores em relação ao primeiro trimestre. Paralelamente, a reunião entre os líderes das finanças europeias, que decorre esta quinta-feira, não está a ser suficiente para xontrariar as descidas.
Na lista de questões a debater deverá estar um super orçamento europeu para combater a crise e a possibilidade de se emitir dívida conjunta, uma medida pedida por alguns países, mas que tem sido recusada de forma veemente por outros, como a Holanda ou a Alemanha.
Por esta altura, os juros a dez anos da Grécia caem 19,3 pontos base, interrompendo um ciclo de nove sessões consecutivas a subir, tendo mesmo tocado em máximos de um mês.
Na lista de maiores quedas, seguem-se os dois países da Península Ibérica que puseram fim a uma tendência de subida que durava há três sessões. Os juros a dez anos de Portugal caem 7,1 pontos base para os 1,191% e os de Espanha perdem 7,2 pontos base para os 1,055%.
Em Itália, a situação é semelhante apesar de a queda ser menor, uma vez que já ontem os juros transalpinos tinham caído. Hoje, perdem 5,2 pontos base para os 2,022%.
O cenário é repetido também pela Alemanha, que serve de referência para o bloco central, se bem que as quedas germânicas são muito mais ténues, assim como foram também as subidas recentes, em comparação com a periferia. Agora, os juros alemães a dez anos caem 0,6 pontos base para os -0,418%.
Por esta altura, o Dow Jones sobe 0,83% para os 23.671,25 pontos, enquanto que o S&P 500 ganha 0,99% para os 2.827,56 pontos. O tecnológico Nasdaq acompanha os pares e avança 1,02% para os 8.581,26 pontos.
Na semana passada houve 4,43 milhões de novos pedidos de subsídio de desemprego no país, uma diminuição de 800 mil face à semana precedente e abaixo dos 4,7 milhões previstos pela Moody's, segundo o Departamento do Trabalho norte-americano. Desde o início do confinamento, os Estados Unidos contabilizaram 26 milhões de solicitações para este apoio.
Depois de divulgados os dados referentes ao desemprego nos Estados Unidos, os investidores viram-se agora para os dados sobre a indústria transformadora e os serviços, que serão divulgados hoje ao final do dia.
Ainda assim, o S&P 500 continua a negociar 17% abaixo do pico atingido em fevereiro e a volatilidade continua em níveis máximos dos últimos dois anos.
Com a temporada de resultados em curso, as expectativas não são globalmente animadoras, com o impacto do coronavírus a fazer-se sentir na apresentação dos números.
Com ganhos mais modestos está o internacional Brent, que avança 8,40% para os 22,40 dólares por barril, naquela que é a segunda sessão a subir.
A recuperação acontece apesar de os mais recentes dados darem conta de que as reservas nos Estados Unidos estão em máximos de três anos e, em oposição, a procura pela matéria-prima está em mínimos históricos.
O índice PSI-20 encerrou a sessão desta quinta-feira, 23 de abril, a ganhar 1,18% para 4.148,91 pontos, no segundo dia consecutivo de ganhos para a praça lisboeta.
O principal índice nacional transacionou em linha com os ganhos também registados na generalidade das bolsas do velho continente.
No retalho o sentimento dividiu-se, com a Sonae a avançar 0,51% para 68,35 cêntimos, e a Jerónimo Martins a recuar 0,19% para 15,90 euros.
Ainda a contribuir com preponderância para nova sessão positiva em Lisboa esteve o setor do papel. A Navigator cresceu 3,90% para 2,346 euros, a Altri subiu 2,30% para 4,72 euros e a Semapa ganhou 2,40% para 8,97 euros.
Os preços do crude prosseguem em terreno positivo, a recuperar das fortes quedas de segunda-feira, sessão em que o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, entrou no patamar sub-zero e em que chegou a cair para -40,32 dólares por barril.
Na sessão desta quinta-feira, o WTI seguia a disparar 31,35% para 18,10 dólares por barril pelas 16:30 de Lisboa. Mas nem com as subidas dos últimos três dias conseguiu regressar à casa dos 20 dólares. Na terça-feira escalou 127%, no dia seguinte 38% e hoje continua a valorizar, mas a queda de 306% na segunda-feira ainda está a fazer mossa, penalizando as empresas do setor.
O WTI terminou depois a sessão a valer 16,50 dólares por barril e negociava no "after-hours", pelas 21:25 de Lisboa, nos 16,86 dólares.
Já o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações portuguesas, ganhava 10,11% para 22,43 dólares por barril ao final da tarde, depois de ontem ter chegado a estar no seu mais baixo nível desde 1999. O Brent encerrou depois nos 21,33 dólares.
Segundo a CNN, este cenário mais risonho para as cotações do "ouro negro" deve-se sobretudo ao recrudescer de tensões entre os Estados Unidos e o Irão.
Há quem considere também que a subida dos últimos dias mostra que a derrocada de segunda-feira foi sobretudo técnica, mas a capacidade de armazenamento de crude continua a ser cada vez mais diminuta, situação que coloca grande pressão nos contratos com entrega para breve, já que os traders não querem ficar com petróleo físico em mãos por não haver onde o guardar.
Os baixos preços do petróleo têm castigado as empresas de produção e refinação em bolsa – ao contrário das donas de superpetroleiros, agora bastante procuradas para armazenamento de barris no mar – e estima-se que centenas de petrolíferas norte-americanas poderão entrar em insolvência, uma vez que os baixos preços não lhes permitem operar com margens minimamente rentáveis. No "shale oil" – petróleo extraído das rochas de xisto betuminoso norte-americano – já começa a observar esse fenómeno.
Hoje já começou a ser visível também o cenário de corte de dividendos por parte das petrolíferas. A Equinor (ex-Statoil), gigante norueguesa do setor, anunciou que vai cortar em 67% a sua remuneração acionista.
Hoje, o metal precioso ganhou novo fôlego e sobe por esta altura 1,05% para os 1.731,48 dólares por onça.
A aposta no ouro está novamente a sugir, com os receios dos investidores sobre o impacto do coronavírus e o desenrolar da propagação da covid-19 a fazerem-se sentir.
As apostas em ETF's de ouro, um fundo de investimento equiparado a uma ação correspondente, aumentou este mês para máximos de fevereiro de 2016 em 4,6 milhões de onças.
O índice de referência europeu Stoxx600 somou 0,94% para 333,24 pontos, tendo beneficiado da subida da generalidade dos setores do velho continente, embora as subidas mais expressivas tenham sido registadas pelos setores petrolífero e da banca.
Já o PSI-20 avançou 1,18% para 4.148,91 pontos sobretudo apoiado na subida superior a 2,5% obtida pelo BCP.
O setor petrolífero foi decisivo para nova sessão no verde, isto numa altura em que o preço do petróleo recupera nos mercados internacionais da derrocada observada no início desta semana.
Também a reforçar o otimismo dos investidores está a expetativa agora mais positiva quanto ao desfecho do Conselho Europeu que decorre esta tarde, novamente por videoconferência.
Apesar de não ser esperada uma decisão final quanto à resposta da União Europeia ao choque económico causado pela pandemia, tem vindo a ganhar apoios a ideia relativa à criação de um fundo de recuperação enquadrado pelo orçamento de longo prazo da UE.
Agora, o euro desvaloriza então 0,13% para os 1,0809 dólares.
Isto acontece num dia em que os líderes da União Europeia realizam uma videoconferência para discutir a resposta conjunta à crise da covid-19.
Ao contrário da queda do euro, a libra esterlina recupera hoje das recentes perdas frente ao dólar e avança 0,24% para os 1,2363 dólares, depois de ontem ter tocado em mínimos de duas semanas.
No ano até agora, ambas as divisas europeias têm perdido força perante o dólar, uma vez que a moeda norte-americana se tem feito valer do seu caráter de refúgio.
Exemplo disso são os juros a dez anos de Itália que recuaram 2 pontos base para os 1,986%.
Tanto os de Portugal (8,4 pontos base), como os de Espanha (10,1 x pontos base) fecharam na casa dos 1,1%.
A Alemanha, que serve de referência para o bloco, contrariou a tendência e viu os seus juros subir 1,5 pontos base para os -0,413%.
As bolsas do outro lado do Atlântico perderam fôlego após o anúncio de que o medicamento da Gilead para o tratamento da covid-19, no qual se depositavam grandes esperanças, não teve sucesso.
O Dow Jones fechou com uma subida marginal de 0,17% para 23.515,26 pontos, ao passo que o Standard & Poor’s 500 deslizou 0,05% para 2.797,80 pontos.
Já o tecnológico Nasdaq Composite cedeu 0,01% para se fixar nos 8.494,75 pontos.
Os três grandes índices de Wall Street estavam a negociar firmemente em alta, mas começaram a perder fôlego após o anúncio de que o remdesivir não teve sucesso no tratamento do novo coronavírus, e apenas o Dow Jones acabou por conseguir fechar no verde.
O medicamento da farmacêutica Gilead Sciences que estava a ser testado para o tratamento da covid-19 falhou no seu primeiro teste clinico, segundo o Financial Times – que citou um documento publicado acidentalmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Depois de a notícia ter sido revelada as ações da Gilead – que negoceiam no Nasdaq – começaram a cair em bolsa e encerraram a perder 4,34% para os 77,78 dólares por ação.
Também os maus dados do mercado laboral pesaram no sentimento dos investidores. Apesar de na semana passada ter havido menos pessoas a pedir subsídio de desemprego face à semana precedente, houve 4,43 milhões de novos pedidos, elevando para 26 milhões as solicitações para este apoio desde o início do confinamento nos Estados Unidos.