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Bolsas europeias e petróleo recuperam fôlego

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Reuters
25 de Junho de 2020 às 17:15
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Perdas nas bolsas mundiais multiplicam-se de mãos dadas com casos covid

A sessão na Ásia terminou negativa e o sentimento deverá prolongar-se  pelos Estados Unidos, enquanto o Velho Continente segue no limbo, segundo apontam os contratos futuros. O aumento dos casos de covid-19 pelo globo está a desanimar os investidores.

No Oriente, as bolsas japonesa, australiana e coreana caíram mais de 1%. No caso da China não houve negociação, por ocasião de um feriado. Na Austrália, a descida superou os 2% e nos Estados Unidos os futuros do S&P500 marcam uma quebra de 0,5%. Por cá, as cotações seguem com ligeiras alterações.

Os movimentos descendentes seguem-se a recordes nos novos casos de covid-19 na Florida e na Califórnia, sendo que o Texas também se tem destacado pela negativa. Os estados de Nova Iorque, Nova Jérsia e Connecticut estão a exigir aos visitantes que passem por um período de quarentena. Do outro lado do mundo, na Austrália, registou-se o maior pico de casos desde abril.

Os mercados estão a mostrar uma maior cautela numa altura em que o receio de que a reabertura da economia veja um travão perante o aumento de casos. Ainda a causar uma maior pressão estão as tensões comerciais entre a Europa e os Estados Unidos que ressurgiram esta quarta-feira, depois de a administração Trump ter colocado em consulta pública um documento com possíveis tarifas sobre 3,1 mil milhões de bens oriundos do Velho Continente.

"Tivemos um percurso tão espetacular desde o fim de março que era só inevitável que não déssemos sequer um pequeno passo atrás no caminho para os preços mais altos", comentou uma analista da Well Fargo Asset Management, em declarações à Bloomberg.

Petróleo quebra pela terceira sessão

O petróleo está a reforçar no vermelho depois de na última sessão ter vivido a maior quebra das últimas duas semanas, perto dos 6%. A pressionar está o aumento das reservas nos Estados Unidos, que se verifica ao mesmo tempo que o aumento do número de casos de covid-19 abala do lado da procura.

Nesta sessão, o barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, desce 0,77% para os 40 dólares e o nova-iorquino West Texas Intermediate recua 0,68% para os 37,75 dólares.
Os contratos futuros da gasolina nos Estados Unidos também cedem numa altura em que os investidores temem o retorno das medidas de confinamento, o que diminui a procura. Este medo é alimentado pelo recorde de novos casos registado na Florida e California.

"Assistimos a uma importante reversão no mercado de petróleo", mas "podemos ver um lado negativo nas próximas sessões", apontam os analistas da CMC Markets Asia Pacific, em declarações à Bloomberg.

Ouro volta às subidas com receio de segunda vaga

O ouro está negociar em alta depois de quebrado ontem uma série de três sessões consecutivas de ganhos, que levaram o metal precioso para o valor mais alto em quase oito anos.

A procura por ativos de refúgio, como é o caso do ouro, está mais uma vez a subir, numa altura em que o receio de uma segunda vaga da pandemia, que ponha travão à reabertura das economias, está a afastar os investidores dos ativos de maior risco.

Nos Estados Unidos, os novos casos de infeção atingiram recordes na Florida, Califórnia e Texas, enquanto na Austrália foi registado o maior pico de novos casos desde abril.

Nesta altura, o ouro sobe 0,37% para 1.767,67 dólares, enquanto a prata valoriza 0,57% para 17,6006 dólares.

Europa renova forte quebra com casos de covid-19 a pesar

As principais bolsas europeias descem acima de 1%, reforçando as fortes quebras da última sessão. A pesar no sentimento está o aumento de casos de covid-19 que tem vindo a surgir em várias geografias.

O agregador das 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, está a cair 1,17% para os 352,99 pontos, depois de na última sessão ter fechado a perder 2,78%. Dentro deste índice, o setor das viagens é aquele que mais fragilidade demonstra, seguido do setor do petróleo e gás.

A mesma tendência é mostrada individualmente por várias das principais praças, que reforçam as perdas de ontem, em torno dos 3%, com quedas de mais de 1% nesta sessão.

Florida e California são duas das localizações que levantam maiores preocupações, pois nestes estados estão a ser quebrados recordes nos novos casos. Na Austrália atingiu-se o maior pico desde abril.

O aumento dos casos de covid-19 alarma na medida em que pode significar um travão – ou mesmo uma marcha-atrás – no movimento de desconfinamento e, consequentemente, um atraso na recuperação económica.

Paralelamente, a piorar as perspetivas, está a iniciativa dos Estados Unidos de colocar sob consulta um documento que detalha novas tarifas a serem aplicadas sobre 3,1 mil milhões de dólares de bens europeus.

Por fim, esta quinta-feira os investidores vão estar atentos às atas da última reunião do Banco Central Europeu e também aos números do desemprego nos Estados Unidos.

Investidores de volta à "casa" do dólar

O euro está a perder contra o dólar pela segunda sessão consecutiva, numa altura em que a nota verde recupera a força neste período de incerteza, puxando pelo galardão de ativo de refúgio.

O aumento de novos casos de covid-19 e o impacto que esta situação poderá ter na retoma económica deixam o dólar voltar à ribalta. Hoje, o euro desce 0,15% para os 1,1234 dólares, depois de recuar 0,5% na sessão anterior.

Juros ibéricos voltam a agravar

Os juros da dívida a dez anos de Portugal estão a subir 2,3 pontos base para os 0,476%, contrariando a tendência de alívio das últimas três sessões. A vizinha Espanha respeita a mesma trajetória, somando 1,6 pontos base aos seus juros para os 0,481%. Em oposição, a referência europeia, a Alemanha, alivia 1,1 pontos base para os -0,454%.

Os investidores pedem uma maior remuneração aos países do sul, de economias historicamente mais fragilizadas, numa altura em que as pespetivas para a recuperação são abaladas por vários fatores. Em primeiro lugar pelo aumento dos casos de covid-19, que pode atrasar o movimento de desconfinamento, por outro lado as tarifas que os Estados Unidos estão a estdar e que poderão vir a aplicar sobre produtos europeus e, por fim, as novas projeções, mais pessimistas, avançadas ontem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).  

Bolsas europeias recuperam com Lufthansa a disparar 15%
Bolsas europeias recuperam com Lufthansa a disparar 15%

As bolsas europeias estão a recuperar das perdas acentuadas da abertura, com vários índices já a transacionar em terreno positivo.

 

O Stoxx600, que caiu mais de 1% nos primeiros minutos de negociação, está agora a subir 0,34% para 358,38 pontos. Os futuros sobre o S&P500 ainda seguem com sinal negativo (-0,27%), mas também recuperam de perdas mais fortes.

 

Os investidores tem estado nas últimas sessões centrados nos números da pandemia, já que o crescimento de novos casos covid-19 em várias regiões do globo faz temer uma marcha atrás nos planos de reabertura das economias.

 

O número de novos infetados atingiu ontem um recorde nos EUA, com os surtos a preocuparem sobretudo nos estados do Texas, Florida e Califórnia. Na Austrália o número de novos casos registou o maior avanço desde abril  e em vários países europeus também há registo de novos surtos.

 

Na sessão de quarta as bolsas mundiais já foram fortemente penalizadas por este pessimismo, mas os índice europeus conseguiram recuperar pouco depois da abertura, numa altura em que são as empresas alemãs que centram atenções.

 

A Wirecard avançou com um pedido de insolvência e a Lufthansa desfez as dúvidas e vai mesmo receber um resgate estatal, depois do seu maior acionista ter aprovado o plano. As ações da companhia aérea estão a disparar cerca de 15% na bolsa de Frankfurt.

 

O DAX é por isso o índice europeu que segue à frente nos ganhos, com uma subida de 0,99%. Em Lisboa o PSI-20 ainda segue no vermelho, mas com uma queda muito leve (-0,03%).

 

Wall Street em queda ligeira

Os principais índices norte-americanos abriram em queda esta quinta-feira, 25 de junho, penalizados pelos receios dos investidores em relação ao avanço da pandemia, e pelos dados sobre o desemprego, que foram piores do que o previsto.

O índice industrial Dow Jones desliza 0,25% para 25.381,69 pontos, enquanto o S&P500 cai 0,21% para 3.043,90 pontos. O Nasdaq recua ligeiros 0,01% para 9.909,11 pontos.

Esta evolução acontece numa altura em que a pandemia não dá sinais de estar sob controlo nos Estados Unidos, sobretudo nos estados do Texas, Arizona, Califórnia e Florida, onde os novos casos não param de aumentar.

Cresce assim o receio de uma segunda vaga da pandemia de covid-19, que ponha em causa as medidas de desconfinamento e penalize ainda mais as perspetivas de recuperação global.

Por outro lado, foi revelado que, na semana passada, os novos pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos caíram de 1,54 para 1,48 milhões, acima do esperado pelos economistas, que antecipavam um total de 1,32 milhões.

É já a segunda semana consecutiva em que os novos pedidos superam as expectativas sugerindo que a recuperação da economia pode não estar a ser tão rápido quanto esperado.

Dólar mantém vitória sobre euro

A nota verde está a ganhar o braço de ferro com a moeda única europeia, num dia em que os dados do desemprego desiludiram nos Estados Unidos.

A semana passada, os novos pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos caíram de 1,54 para 1,48 milhões, acima do esperado pelos economistas, que antecipavam um total de 1,32 milhões.

O euro perde 0,33% para os 1,1214 dólares, caindo pela segunda sessão consecutiva.

Ouro abranda ganhos

O metal amarelo segura-se no verde, com uma subida de 0,05% para os 1.762,07 dólares por onça. Apesar de se manter em terreno positivo, os ganhos são inferiores aos de quase 0,5% em que já esteve a cotar.

O entusiasmo na sessão relativo a este ativo refúgio baixou depois de as bolsas europeias terem invertido a tendência negativa com que enfrentaram, esta manhã, o aumento dos novos casos de covid-19.

Contudo, uma mistura de crescimento lento das economias, dinheiro fácil e cisnes negros prometem levar o ouro a níveis recorde em 2020, perto dos 2.000 dólares por onça, de acordo com as previsões avançadas pela Bloomberg.

Petróleo volátil entre ganhos e perdas
Petróleo volátil entre ganhos e perdas

As cotações do petróleo estão a revelar uma forte volatilidade na sessão de hoje. Depois de estarem a negociar em baixa, ainda pressionadas pelo aumento das reservas de crude nos EUA e pelo disparar de novos casos de infeção por covid-19, estão agora a recuperar ligeiramente, à conta de uma melhoria do mercado laboral norte-americano.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em agosto sobe 0,21% para 38,09 dólares por barril.

Já o contrato de agosto do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, valoriza 0,15% para 40,37 dólares.

Esta retoma ligeira prende-se sobretudo com os números dos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA. Apesar de na semana passada terem sido solicitados 1,48 milhões de novos apoios, este número constituiu uma diminuição face à semana precedente (1,54 milhões).

Apesar de os novos pedidos continuarem acima de um milhão, o mercado está a pegar neste dado para conseguir algum otimismo.

Depois de uma queda superior a 5% na sessão de ontem, os preços continuaram hoje durante grande parte da sessão a refletir o aumento acima do esperado dos inventários norte-americanos de crude na semana passada (1,44 milhões de barris, quando o mercado esperava uma subida de apenas 299.000 barris), que se fixaram num máximo histórico de 540,7 milhões de barris.

Além disso, a perspetiva de uma segunda vaga de covid-19 suscita receios de uma nova queda no consumo de combustível.

O crescimento dos novos casos de infeção por covid-19 está a ser mais evidente nos EUA, China, Austrália, Índia e América Latina.

No estado norte-americano do Texas, um dos mais afetados, o governador já veio hoje suspender as novas fases de reabertura da atividade económica.

"A procura por combustível, que se esperava que aumentasse à medida que a covid-19 fosse retrocedendo, está de novo sob ameaça devido ao aumento das infeções em mercados-chave", comentou à Reuters o analista Bjornar Tonhaugen da Rystad Energy.

"Os olhos estão todos postos na forma como os governos irão reagir ao ressurgimento da pandemia", acrescentou.

Ontem, o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as suas perspetivas para a economia mundial, projectando uma recessão muito mais profunda e uma retoma mais lenta do que aquilo que antecipava há dois meses – o que também contribui para os receios de uma menor procura por produtos petrolíferos.

Europa termina em alta, num dia em que Lufthansa brilhou
As principais praças europeias terminaram o dia em alta, com os setores ciclicos (automóveis, banca e serviços financeiros) a darem força, contrariando a má prestação do setor do turismo, novamente fustigado pela segunda vaga de covid-19. 

Assim, o Stoxx 600 - índice que reúne as 600 maiores cotadas do "velho continente" - ganhou 0,7% para os 359,74 pontos, num dia de destaque para a empresa alemã Lufthansa, que disparou mais de 7%.

Antes do fecho de sessão, a Comissão Europeia (CE) deu o aval à ajuda estatal de 9 mil milhões de euros à empresa, que assegura a sobrevivência da maior transportadora da Europa. Já após o fecho de sessão, os acionistas também votaram favoravelmente ao plano do governo alemão. 

Os investidores têm estado nas últimas sessões centrados nos números da pandemia, já que o crescimento de novos casos covid-19 em várias regiões do globo faz temer uma marcha atrás nos planos de reabertura das economias.

O número de novos infetados atingiu ontem um recorde nos EUA, com os surtos a preocuparem sobretudo nos estados do Texas, Florida e Califórnia. Na Austrália o número de novos casos registou o maior avanço desde abril  e em vários países europeus também há registo de novos surtos.

Mas hoje os mercados corrigiram das recentes quedas, espelhando novamente a desconexão entre os mercados e o mundo real, como referiu o Fundo Monetário Internacional (FMI), no relatório de estabilidade financeira global. 
Juros da Alemanha em queda, mas periferia sobe
Os juros da dívida dos países da Zona Euro assumiram uma tendência díspar na sessão desta quinta-feira. Se, por um lado, a referência para o bloco - a Alemanha - viu a sua taxa de referência cair 2,8 pontos base para os -0,473%, os países da dita periferia assumiram direções contrárias. 

Em Itália, os juros das obrigações a dez anos subiram 3,8 pontos base para os 1,300%. Por cá, avançaram 0,6 pontos base para os 0,455%, novamente acima dos de Espanha (que ficaram nos 0,451%). 

Na Grécia, as "yields" sofreram um aumento de 3,2 pontos base para os 1,282%.

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