Notícia
Banca penaliza Europa. Euro e petróleo ganham terreno
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quinta-feira.
Banca penaliza Europa. BNP Paribas cede mais de 9%
As bolsas europeias terminaram a sessão maioritariamente no vermelho, penalizadas por resultados abaixo do esperado na banca e pela perspetiva de que os bancos centrais não vão descer os juros tão cedo quanto o esperado.
O Stoxx 600, referência para a região, deslizou 0,37% para 483,86 pontos, com o setor da banca a comandar as perdas (-1,97%). A cair mais de 1% encerraram também os setores do imobiliário, do retalho, dos recursos minerais e dos serviços financeiros.
Entre as principais movimentações, o BNP Paribas cedeu 9,21% para 56,79 euros, estando no valor mais baixo desde finais de novembro do ano passado. A queda do banco acontece após ter adiado algumas metas para 2026, em vez de 2025, justificando em parte a decisão com o facto de o BCE ter deixado de pagar juros pelas reservas mínimas dos bancos da Zona Euro.
Também o ING Groep perdeu 6,44% para 12,34 euros, após ter alertado que os resultados líquidos podem diminuir em 2024. Steven van Rijswijk, CEO do banco, disse que os investidores "provavelmente esperavam mais", mas que é necessário "ser realista", adiantando esperar que os cortes dos juros do BCE tenham impactos nas operações dos bancos.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax30 perdeu 0,26%, o francês CAC-40 cedeu 0,89%, o espanhol Ibex 35 recuou 0,63%, o italiano FTSE MIB deslizou 0,18%, o britânico FTSE 100 desceu 0,11%. Já o AEX, em Amesterdão, valorizou 0,47%.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar, o que sinaliza uma maior aposta dos investidores em obrigações. Isto depois de os investidores terem sido confrontados com o facto de os bancos centrais não estarem com pressa em cortar os juros.
A posição foi transmitida ontem por Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, e está em linha com o que tem vindo a ser transmitido pelo Banco Central Europeu (BCE), que na semana passada também deixou os juros inalterados.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos terminou a sessão inalterada nos 2,948% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo desceram 2 pontos base para 2,144%.
A rendibilidade da dívida soberana espanhola aliviou 0,4 pontos base para 3,078% e a da dívida italiana e francesa recuou 0,5 pontos para 3,715% e 2,654%, respetivamente.
Fora da Zona Euro, a "yield" da dívida britânica diminuiu 4,8 pontos base para 3,741% no dia em que o Banco de Inglaterra manteve os juros inalterados no nível de 5,25%.
A autoridade monetária considera que ainda persistem pressões, especialmente ligadas aos salários, que tornam aconselhável não proceder a uma redução das taxas.
Euro valoriza face ao dólar
O euro está a valorizar face ao dólar, num dia em que os investidores digerem as declarações do presidente da Fed, Jerome Powell, e novos dados do emprego.
A moeda única europeia valoriza 0,1% para 1,0829 dólares. Isto num dia em que os investidores estão a reagir às palavras de Powell, que afirmou que não é provável um corte dos juros em março.
O mercado vê agora uma maior probabilidade de a primeira descida dos juros ocorrer em maio.
A nota verde cede ainda 0,44% face ao iene japonês e soma 0,02% perante o franco suíço.
Já a libra cede 0,05% face ao dólar, no dia em que o Banco de Inglaterra manteve os juros inalterados.
Ouro ganha à boleia de dados do trabalho
O ouro valoriza, com os investidores a digerirem dados do trabalho nos EUA e enquanto aguardam mais novidades sobre o mercado laboral que podem dar luzes sobre o rumo da política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
O metal amarelo avança 0,51% para 2.049,90 dólares por onça.
Os pedidos - novos e recorrentes - de subsídio de desemprego aumentaram para máximos de dois meses, sugerindo algum abrandamento no mercado laboral americano. O indicador da atividade industrial subiu também para máximos de 15 meses no início do ano, impulsionado pelo maior aumento de encomendas desde maio de 2022 - o que sugere que a produção industrial começa a estabilizar.
O presidente da Fed, Jerome Powell, disse na quarta-feira que um corte dos juros em março é improvável, o que levou a mudanças nas apostas dos "traders" sobre o "timing" do alívio da política monetária - agora, as apostas de um corte no mês que vem são de apenas 40%, um grande tombo em relação aos 80% do início do ano.
Petróleo valoriza com manutenção de cortes extra da OPEP+
Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) decidiram hoje deixar inalterado o atual acordo de redução da oferta, deixando para março a decisão de estender ou não os atuais cortes voluntários da produção por parte de alguns países e que se mantêm assim em vigor neste primeiro trimestre do ano, avançou a Reuters citando duas fontes do cartel.
Os preços do "ouro negro" seguem agora em alta nos principais mercados internacionais, animados por este anúncio.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 0,87% para 76,51 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,72% para 81,13 dólares.
O atual acordo da OPEP+ prevê um corte conjunto da oferta – e que vigora também durante o ano de 2024 – na ordem dos 3,66 milhões de barris/dia. No entanto, em novembro passado, o cartel e seus aliados anunciaram um esforço extra de retirada de barris do mercado, para que a menor oferta sustentasse os preços do "ouro negro" – e que assumiu a forma de cortes voluntários da produção num volume em torno de 2,2 milhões de barris por dia, para vigorarem entre janeiro e março de 2024, com a Arábia Saudita a liderar este esforço.
Wall Street regressa ao verde com tecnológicas a darem força
As bolsas norte-americanas abriram em terreno positivo, recuperando das perdas registadas ontem após as declarações de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos.
O S&P 500, índice de referência, soma 0,48% para 4.868,98 pontos, o industrial Dow Jones sobe 0,18% para 38.218,13 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,72% para 15.273,67 pontos.
O número um da Fed sinalizou ontem que "não é provável" um corte dos juros em março, colocando um travão às expectativas do mercado quanto a um corte dos juros no primeiro trimestre.
A Meta sobe 1,91%, a Apple 0,32% e a Amazon 1,63%.
Isto num dia em que o mercado digere novos dados do emprego. O número de novos pedidos de subsídio de desemprego subiu em 9 mil para 224 mil, superando as estimativas dos economistas ouvidos pela Bloomberg.
"O foco irá estar agora nos dados da criação de emprego. Ainda assim, os investidores não estão a excluir um corte dos juros mais cedo do que o esperado. Essas expectativas podem aumentar se os próximos dados mostraram uma tendência de queda", afirmou Fawad Razaqzada, analista do City Index, à Bloomberg.
Taxas Euribor caem a seis e 12 meses para mínimos desde junho e março de 2023
A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses face a quarta-feira, nos dois prazos mais longos para mínimos desde respetivamente junho e março do ano passado.
Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que baixou para 3,884%, ficou acima da taxa a seis meses (3,832%) e da taxa a 12 meses (3,505%).
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, baixou hoje para 3,505%, um mínimo desde março de 2023 e menos 0,067 pontos que na quarta-feira, depois de ter avançado em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,4% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 36,1% e 23,9%, respetivamente.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, também caiu hoje, para 3,832%, um mínimo desde junho de 2023 e menos 0,003 pontos que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses recuou hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,884%, menos 0,021 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.
A média da Euribor em janeiro voltou a cair nos três prazos, mas menos acentuadamente do que em dezembro.
A média da Euribor em janeiro desceu 0,010 pontos para 3,925% a três meses (contra 3,935% em janeiro), 0,035 pontos para 3,892% a seis meses (contra 3,927%) e 0,070 pontos para 3,609% a 12 meses (contra 3,679%).
Em dezembro, a média da Euribor baixou 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).
Na mais recente reunião de política monetária, em 25 de janeiro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro de referência pela terceira vez consecutiva, depois de dez aumentos desde 21 de julho de 2022.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
*Lusa
Resultados penalizam bolsas europeias. BNP Paribas cai mais de 8%
Os principais índices europeus estão a negociar sem tendência definida, depois de o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, ter procurado mudar o "timing" do mercado relativamente ao primeiro corte das taxas de juro.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, avança 0,02% para 485,75 pontos. A pressionar o "benchmark" estão os setores do imobiliário, da banca e do retalho, que perdem mais de 1%.
Entre os principais movimentos de mercado está o BNP Paribas - o maior banco europeu por ativos - que cai 8,47%, depois de ter revelado uma queda nas receitas do quarto trimestre e ter revisto em baixa as perspetivas para 2024.
Também a Adidas desce 7,4%, após ter revelado que os lucros deste ano seriam atingidos por uma desvalorização cambial. Por sua vez, a Roche perde 4%, depois de a empresa ter revelado previsões de vendas e resultados que ficam abaixo do esperado.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax recua 0,2%, o francês CAC-40 perde 0,66%, o italiano FTSEMIB cede 0,08%, o britânico FTSE 100 soma 0,29% e o espanhol IBEX 35 avança 0,17%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,25%.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se esta quinta-feira, com os investidores atentos aos números da inflação de janeiro na Zona Euro, e à decisão de política monetária do Banco de Inglaterra.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos somam 3,8 pontos base para 2,986% e os da dívida espanhola avançam 3,4 pontos para 3,116%.
Já a "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, agrava-se 2,5 pontos base para 2,189%.
Os juros da dívida italiana acrescem 3,6 pontos base para 3,756% e os da dívida francesa registam um acréscimo de 3 pontos para 2,690%.
Fora da Zona Euro, a rendibilidade da dívida britânica agrava-se 2,6 pontos base para 3,815%.
Dólar capitaliza em comentários de Powell
O dólar está a negociar em alta e a capitalizar nos comentários do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, que afastou a ideia de que os cortes dos juros diretores se possam iniciar já em março.
A divisa norte-americana soma 0,3% para 0,9272 euros, perto de máximos de sete semanas, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da "nota verde" contra 10 divisas rivais - ganha 0,49% para 103,779 pontos.
"O silêncio da Fed relativamente ao 'timing' do primeiro corte de juros mantêm os mercados em suspense e o dólar beneficia desta espera", disse à Reuters James Kniveton, analista da Convera.
A libra, por sua vez, está praticamente inalterada, antes de ser conhecida a decisão de política monetária do Banco de Inglaterra esta quinta-feira.
Expectativa de cortes de juros significativos pela Fed em 2024 dá ganhos ao ouro
O ouro está a registar ganhos pela quarta sessão consecutiva com os investidores a agarrarem-se à ideia de que a Fed vai cortar as taxas de juro num valor significativo este ano, mesmo depois de o presidente do banco central, Jerome Powell, ter afastado essa hipótese já na reunião de março.
O metal amarelo avança 0,14% para 2.0042,28 dólares por onça.
Os investidores podem estar também a optar por este ativo-refúgio, depois de o NYCB - que no ano passado comprou grande parte do falido Signature Bank - ter anunciado um corte do seu dividendo, para ter mais capital, e ter revelado prejuízos inesperados, gerando uma onda de incerteza no setor e levando a que fosse castigado em bolsa.
Petróleo inverte tendência e valoriza
O petróleo está a desvalorizar, com os investidores a avaliarem as palavras de Jerome Powell que deixou claro que não há pressa para começar a descer as taxas de juro e que "não é provável" um corte em março, algo que estava a ser antecipado pelo mercado. Ao mesmo tempo, aguardam uma prometida retaliação por parte dos Estados Unidos ao ataque dos rebeldes houthis à base norte-americana na Jordânia.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,42% para 75,53 dólares por barril. Já em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, cede 0,37% para 80,25 dólares por barril.
A possibilidade de uma redução dos juros diretores pela Fed esteve a fomentar os ganhos do petróleo esta manhã, uma vez que um cenário de política monetária menos restritivo impulsiona a economia e gera maior consumo.
Ainda a centrar atenções poderão estar novas medidas de estímulo para o setor imobiliário, anunciadas pelo governo chinês.
Palavras de Powell devem empurrar Europa para o vermelho. Ásia mista
Os principais índices europeus estão a apontar para perdas nos primeiros minutos de negociação desta quinta-feira.
Os investidores estão centrados nas palavras do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, que deixou claro que não há pressa para começar a descer as taxas de juro e que "não é provável" um corte em março, algo que estava a ser antecipado pelo mercado. A Fed optou na quarta-feira por manter os juros diretores inalterados.
Os investidores deverão também avaliar os resultados das empresas europeias.
Os futuros do Euro Stoxx 50 descem 0,3%.
Na Ásia, a sessão foi mista e também penalizada pelas palavras de Powell, com as praças japonesas a acompanharem os índices norte-americanos em baixa.
Na China a sessão foi positiva, sustentada por declarações do vice-ministro das Finanças que afirmou que o governo vai focar-se em desenvolver políticas mais favoráveis na tecnologia e nos "chips", numa altura em que os investidores têm aguardado mais detalhes nos planos de Pequim para relançar a economia e os mercados.
Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, avança 0,33% e o Shanghai Composite perde 0,64%. No Japão, o Topix cai 0,67% e o Nikkei desvaloriza 0,76%. Na Coreia do Sul, o Kospi ganha 1,82%.