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Juros sobem, incerteza Trump leva bolsas ao vermelho

As principais praças europeias estão a negociar em queda, com excepção de Lisboa, numa altura em que investidores continuam atentos à política norte-americana. Os juros nacionais agravam-se depois de conhecida a taxa que a CGD pagou pela emissão de dívida.

Reuters
24 de Março de 2017 às 09:39
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Os mercados em números

PSI-20 valoriza 0,16% para 4.675,27 pontos

Stoxx 600 recua 0,27% para 376,20 pontos

Nikkei subiu 0,93% para 19.262,53 pontos

"Yield" 10 anos de Portugal sobem 1,5 pontos base para 4,210%

Euro ganha 0,13% para 1,0797 dólares

Petróleo sobe 0,47% para 50,80 dólares por barril em Londres

 

Europa no vermelho a olhar para outro lado do Atlântico

As bolsas europeias estão a negociar em queda, numa altura em que os investidores continuam de olhos postos na política norte-americana. Donald Trump sofreu ontem um novo revés depois de não ter garantido. o apoio necessário junto dos congressistas republicanos à prometida reforma ao sistema de saúde dos Estados Unidos, um plano já apelidado de "Trumpcare".

Prevista para esta quinta-feira, 23 de Março, a votação da revogação e consequente substituição do Obamacare foi adiada devido à dificuldade do Partido Republicano em assegurar os apoios necessários à sua aprovação, em especial devido às reticências apresentadas pelos congressistas da ala mais conservadora do partido.

Esta votação tem sido encarada pelo mercado como um teste à capacidade Trump para conseguir o apoio necessário para implementar as medidas económicas que prometeu durante a campanha eleitoral.

A liderar as perdas na Europa está o índice grego (que recua 0,94%) seguido pelos espanhol IBEX35 (que desce 0,32%). Em sentido contrário, apenas Lisboa mantém o sinal mais, subindo 0,16%. Destaque para as acções da Mota-Engil (que avança 4,27% para 1,783 euros) e para os títulos dos CTT (que valorizam 2,34% para 4,979 euros). O Stoxx 600, índice de referência, desce 0,27%.

 

Juros em alta

Os juros da dívida portuguesa negociados no mercado secundário mantêm a tendência altista registada já no fecho dos mercados desta quinta-feira. A dez anos, as taxas de juros exigidas pelos investidores para trocarem dívida entre si crescem 1,5 pontos base para 4,210%.

Esta evolução tem lugar depois de ontem ter sido conhecida a taxa que o banco público irá pagar na sua emissão de dívida subordinada, uma taxa de 10,75% para emitir os 500 milhões de euros em dívida perpétua.

Por outro lado, os juros da Alemanha no mercado secundário registam a tendência oposta, descendo 0,5 pontos base para 0,427% a dez anos.

Euro perto dos 1,08 dólares

A moeda da Zona Euro está a ganhar terreno face ao dólar, subindo por esta altura 0,13% para 1,0797 dólares. A moeda norte-americana poderá ser a pressionada pelo impasse político em torno da nova reforma da área da saúde e que permitirá a revogação do Obamacare.

Este comportamento da divisa norte-americana não foi linear durante a sessão. De acordo com a Bloomberg, o dólar chegou mesmo a ganhar terreno face ao japonês iene, alimentado pela especulação que os Republicanos na Câmara dos Representantes iriam conseguir reunir os votos necessários para aprovar a nova reforma na área dos cuidados de saúde.

Petróleo próximo da terceira queda semanal em Março

A cotação do petróleo está a subir nos mercados internacionais, contudo, o balanço semanal é negativo. E a matéria-prima está a aproximar-se da terceira queda semanal no mês de Março. A marcar a negociação da matéria-prima está a OPEP. O cartel formalmente só deverá decidir em Maio se vai alargar a vigência do acordo que prevê uma redução. Contudo, vários membros da organização vão reunir-se no Kuweit esta fim-de-semana para debater o progresso que tem sido alcançado com a medida. E os investidores estão de olhos para tentar encontrar pistas sobre que decisão vai a organização tomar.

O West Texas Intermediate soma 0,63% para 48,00 dólares por barril em Nova Iorque. E o Brent do Mar do Norte, referência para Portugal, ganha 0,47% para 50,80 dólares em Londres.


Ouro próximo do segundo ganho semanal

Numa altura em que a incerteza em torno da aprovação da nova reforma da na área da saúde continua, e que o mercado tenta avaliar os comentários recentes da Fed, o ouro aproxima-se do segundo avanço semanal, de acordo com a Bloomberg. Ainda assim, o metal amarelo para entrega imediata desliza 0,16% para 1.243,19 dólares por onça.

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