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Europa regista primeira queda semanal em dois meses. Petróleo sobe à boleia da retoma na Europa
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Europa regista primeira queda semanal em quase dois meses
As ações europeias sofreram a sua primeira queda semanal nas últimas oito semanas, numa altura em que os investidores estão a fazer contas à nova proposta de Joe Biden, presidente dos EUA, em aumentar os impostos aos mais ricos, bem como à propagação da covid-19 especialmente no continente asiático.
O índice de referência para a região, o Stoxx 600, caiu 0,1% e cumulou um declínio semanal de 0,8%, não se deixando impressionar pelo forte início na temporada de resultados empresariais.
Entre os setores, destacou-se pela positiva o da extração de minério (+1,2%), turismo (+1%) e tecnologia (+0,8%), mas tiveram mais peso para as contas finais as quedas do setor do imobiliário (-1,2%) e da saúde (-1%).
O plano de Biden para agravar a carga fiscal suportada pelos mais ricos caiu mal junto dos investidores. De acordo com fontes conhecedoras do plano em causa, Biden quer agravar para 39,6% (atualmente é de 20%) a taxa de imposto que incide sobre mais-valias de capital para quem tenha ganhos iguais ou superiores a 1 milhão de dólares.
Ou seja, seria um aumento de impostos a aplicar sobre uma pequeníssima minoria já que apenas cerca de 0,32% dos contribuintes americanos regista esse nível de mais-valias, segundo os dados fiscais relativos a 2018 referidos pela Bloomberg.
Euro ganha terreno frente à nota verde
A moeda única europeia está a valorizar 0,32% face à nota verde, para 1,2054 dólares.
Ainda na Europa, a libra esterlina aprecia-se ligeiramente face ao dólar - 0,06% - para os 1,3847 dólares.
A moeda norte-americana segue a ceder em relação às principais dividas, com o índice da Bloomberg para o dólar a ceder 0,25%.
A descida do dólar acontece após as notícias de um novo plano fiscal da administração norte-americana, liderada por Joe Biden. Segundo a Bloomberg, o presidente dos Estados Unidos pretenderá aumentar os impostos pagos pelos cidadãos mais ricos, com o objetivo de financiar as respostas à crise causada pela pandemia de covid-19.
Os Estados Unidos são um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, situação que já levou à aprovação de três grandes pacotes de estímulo à economia - dois sob a presidência de Donald Trump e o mais recente já com Joe Biden na Casa Branca.
Ouro cede 0,64% mas sobe na semana
O metal precioso segue a desvalorizar 0,64% em Londres, para 1.773,31 dólares por onça. Ainda assim, está a caminho da terceira semana consecutiva de saldo positivo.
O aumento da procura por este metal, habitualmente visto como um ativo-refúgio em momentos de maior incerteza, estará a ser apoiado pela depreciação do dólar. Além disso, os analistas ouvidos pela Reuters notam ainda que os investidores estarão a aguardar pela reunião da Reserva Federal norte-americana, marcada para a próxima semana.
"O foco está a virar-se para a Fed, já que recentemente temos visto uma melhoria significativa nos dados dos Estados Unidos", refere Fawad Razaqzada, analista de mercado da ThinkMarkets. Esta semana foram revelados bons dados sobre o emprego nos EUA, por exemplo. "Há um elemento de hesitação nas pessoas, que estão só à espera de ver o que é a Fed diz antes de tomarem uma decisão", acrescentou.
Bons dados na Europa desviam investidores das obrigações e juros sobem
As yields da dívida soberana dos países do euro estão a subir de forma generalizada. Depois da queda observada durante a manhã - numa altura de maior procura por valores-refúgio, como as obrigações, depois de se saber que nos EUA pode haver um forte aumento dos impostos sobre as mais-valias tributados aos mais ricos -, a tendência acabou por inverter.
A contribuir estiveram os dados do crescimento na Zona Euro, o que fez com que houvesse menor procura por dívida, fazendo subir os juros.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguem a somar 8 pontos base para 0,402%, ao passo que em Espanha, na mesma maturidade, agravam-se em 1,4 pontos base para o mesmo nível de Portugal: 0,402%.
Em Itália, os juros sobem 3,4 pontos base para 0,787%.
As "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, seguem a mesma tendência, a avançarem 1 ponto base para -0,254%.
Petróleo sobe com retoma na Europa
O "ouro negro" segue a negociar em ligeira alta, animado pelos dados que indicam uma retoma económica na Europa, que estão a ter mais peso do que os receios em torno do forte aumento de casos de covid-19 nalgumas regiões do mundo.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em junho soma 0,29% para 61,61 dólares por barril.
Já o contrato de junho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,09% para 65,46 dólares.
A atividade na zona euro cresceu em abril pelo segundo mês consecutivo e ao ritmo mais rápido desde julho do ano passado, graças à forte recuperação da produção industrial e à retoma do crescimento dos serviços.
Estes bons dados económicos no Velho Continente animaram o sentimento do mercado, ofuscando um pouco os receios em torno do forte aumento de casos de covid1-19 em países como a Índia, Tailândia e Japão.
Wall Street recupera fôlego à espera de mais dados económicos
As bolsas norte-americanas abriram em alta, com excepção do índice Dow Jones, com os investidores a aguardarem dados da atividade empresarial para avaliarem o ritmo da retoma económica. Isto depois de ontem terem caído perante a perspetiva de agravamento de imposto sobre mais-valias.
O Dow Jones segue a ceder 0,18%, para se fixar nos 33.755,38 pontos, quando na passada sexta-feira fixou um recorde nos 34.256,75 pontos.
Já o Standard & Poor’s 500 avança 0,19%, para 4.142,82 pontos. Na negociação intradiária de dia 16 estabeleceu um novo máximo histórico nos 4.191,31 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,41% para 13.875,74 pontos.
Os investidores estão à espera da divulgação dos dos índices dos gestores de compras (PMI) da IHS Markit, relativos a abril. Serão divulgados os PMI compósitos, bem como os dados desagregados para a indústria e serviços, esperando-se que tenham melhorado.
Ontem, os principais índices de Wall Street cederam terreno devido aos relatos de que o presidente Joe Biden estava a equacionr quase duplicar a tributação sobre os ganhos de capital para os mais ricos.
Segundo a ideia de Biden, quem tiver rendimentos de um milhão de dólares anuais ou mais deverá pagar um imposto que, agregado à sobretaxa já existente sobre os rendimentos das mais-valias, pode ascender a 43,3%.
No entanto, os analistas citados pela agência norte-americana dizem que essa notícia foi apenas um pretexto para os investidores procederem à tomada de mais-valias em antecipação do reporte de contas das grandes tecnológicas agendado para a próxima semana.
Tanto o S&P 500 como o Dow estão a caminho de saldos semanais negativos depois de quatro semanas consecutivas em alta. A pressionar esta semana esteve, nomeadamente, o aumento de casos de covid1-19 em muitas regiões do mundo, como é o caso da Índia, Tailândia e Japão.
Subida de impostos de Biden dá calafrios às bolsas europeias
As principais bolsas europeias negoceiam em terreno negativo e mesmo as praças que abriram a última sessão semanal no verde atenuaram entretanto os ganhos.
É sobretudo o caso do índice lisboeta PSI-20 que segue agora a somar ligeiros 0,06% para 5.013,72, mantido à tona de água em especial pelo grupo EDP e pelo setor do papel. O principal índice de Antenas lidera os ganhos com uma subida em torno de 0,5%
Já o índice de referência europeu Stoxx600 cai 0,13% para 439,07 pontos, uma queda que põe fim a um curto ciclo de duas valorizações consecutivas. Os setores da indústria química e petrolífero são os que mais pressionam, enquanto matérias-primas e "utilities" impedem maiores perdas acionistas no velho continente.
A justificar este pessimismo na Europa está sobretudo a notícia avançada pela Bloomberg que dá conta de um plano da Casa Branca para incrementar a carga fiscal sobre os mais ricos, designadamente sobre as mais-valias do capital, de modo a financiar as medidas sociais e de resposta à crise sanitária pretendidas pelo presidente americano Joe Biden.
Petróleo recupera mas saldo na semana é negativo
O petróleo está a recuperar na última sessão da semana, mas ainda assim não evita um saldo negativo nas últimas cinco sessões, numa altura em que a forte subida de casos covid-19 em várias regiões aumenta os receios com a fraca procura da matéria-prima.
O Brent, negociado em Londres, avança 0,52% para 65,74 dólares por barril. Em Nova Iorque o WTI avança 0,73% para 61,88 dólares.
A matéria-prima está a tirar partido dos dados económicos positivos que foram divulgados nos Estados Unidos e apontam para uma melhoria robusta no mercado de trabalho da maior economia do mundo. E também dos dados que confirmam um aumento do consumo de combustíveis nos EUA e no Reino Unido.
Apesar da recuperação, na semana a perda acumulada ronda os 2%. O número recorde de casos de covid na Índia gera apreensões sobre a evolução da procura de petróleo a nível global, devido à necessidade de novas restrições em várias regiões para conter a pandemia.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas públicas dos países da Zona Euro estão a aliviar ante a valorizações das obrigações soberanas no espaço da moeda única causado pelo reforço do apetite dos investidores por ativos considerados mais seguros, sobretudo depois das notícias que dão conta da intenção da Casa Branca agravar os impostos sobre os mais ricos para financiar políticas públicas.
A "yield" referente à dívida de Portugal com prazo a 10 anos recua 0,7 pontos base para 0,387%. O mesmo para as taxas de juro associadas aos títulos soberanos da Itália e da Alemanha, que caem respetivamente 0,2 e 0,9 pontos base para 0,751% e para -0,264%.
Já a "yield" correspondente à dívida espanhola com maturidade a 10 anos alivia pela quarta sessão consecutiva, estando a descer 0,6 pontos base para 0,383%.
Dólar recua com plano fiscal de Biden
O dólar está a recuar 0,33% face a um cabaz composto por 10 moedas de economias desenvolvidas e emergentes, o que permite ao euro negociar nos mercados cambiais com um ganho de 0,32% para 1,2053 dólares.
A moeda única europeia segue a apreciar contra o dólar após três sessões consecutivas em queda face à divisa norte-americana.
A depreciação do dólar acontece depois de ontem a agência Bloomberg ter noticiado o novo plano fiscal da administração liderada por Joe Biden. O presidente americano pretende aumentar impostos sobre os mais ricos para financiar as políticas sociais e de resposta à crise pandémica que quer implementar.
Em causa está o agravamento da carga fiscal que incide sobre os ganhos de capital, o que está a causar incerteza nos mercados.
Ouro sobe pela terceira semana com aumento da procura
O ouro segue pouco alterado esta sexta-feira, mas caminha para a terceira semana seguida em alta, devido aos sinais de aumento de procura física pelo metal precioso e também de melhoria no mercado de trabalho nos Estados Unidos.
As remessas de ouro da Suíça para a Índia e China aumentaram no mês passado, o que está a reforçar a tendência de recuperação da procura por parte dos países que são os maiores consumidores de ouro do mundo. Além da procura física, o metal precioso está a beneficiar com os dados que confirmam uma melhoria no mercado de trabalho nos EUA, com os pedidos de subsídio de desemprego a baixarem para mínimos da pandemia.
No mercado à vista em Londres o ouro está a ceder 0,03% para 1.783,39 dólares a onça, perto de máximos de oito semanas. É a terceira semana de ganhos, embora a subida seja inferior a 1% nas últimas cinco sessões.
Futuros recuperam após propostas fiscais de Biden
Os futuros acionistas do S&P 500 somaram 0,2%. Na Ásia, o nipónico Topix perdeu 0,4%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong apreciou 0,7%. Os principais índices da China e da Austrália transacionaram praticamente inalterados.
Depois das quedas ontem registadas em Wall Street na sequência da revelação do plano fiscal de Joe Biden – o presidente dos Estados Unidos confirmou a intenção de avançar com aumentos de impostos sobre os mais ricos, designadamente sobre as mais-valias do capital, para financiar o respetivo plano social de resposta à crise – é a incerteza que está a marcar a negociação dos futuros e que marcou a sessão no continente asiático.
Já o preço do petróleo negoceia em alta nos mercados internacionais ante os sinais de retoma económica nos Estados Unidos, o que por sua vez se reflete ainda na descida do dólar.