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Europa em mínimos de cinco semanas pressionada pela Fed
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
Europa em mínimos de cinco semanas pressionada pela Fed
As bolsas europeias fecharam no vermelho, para mínimos de cinco semanas, no dia em que foi revelado que a inflação homóloga nos Estados Unidos foi de 5,4% em janeiro contra 5,3% no mês anterior, segundo o índice PCE publicado esta sexta-feira pelo Departamento do Comércio.
O aumento de preços também acelerou para 0,6%, acima do esperado pelos analistas, que apontavam para 0,4%. Indicadores que devem manter a Reserva Federal Americana (Fed) num rumo mais "hawkish".
O Stoxx 600, índice de referência da Europa, fechou a cair 1%, para 457,70 pontos, em mínimos de cinco semanas.
Entre os principais índices europeus, apenas Portugal fechou no verde. O PSI ganhou 0,05%, para os 5.984,49 pontos.
O alemão Dax desvalorizou 1,72%, o francês CAC-40 desceu 1,78%, o italiano FTSEMIB caiu 1,07% e em Amesterdão o AEX registou um decréscimo de 1,23%.
Com quedas também, mas mais ligeiras, o britânico FTSE 100 cedeu 0,37% e o espanhol IBEX 35 desvalorizou 0,33%.
Dólar mais forte e juros altos penalizam ouro
O metal amarelo está a negociar em baixa, pressionado pela valorização do dólar e pela subida dos juros das obrigações nos EUA.
O ouro a pronto (spot) cede 0,66% para 1.810,66 dólares por onça no mercado londrino de metais (LME).
Já no mercado nova-iorquino (Comex) os futuros do ouro recuam 0,36% para 1.820,40 dólares por onça.
A robustez do dólar continua a pressionar o ouro – que é denominado na nota verde, pelo que, quando o dólar valoriza, fica menos atrativo como investimento alternativo para quem negoceia com outras moedas.
A pesar no metal amarelo está também a "yield" da dívida norte-americana a 10 anos, que continua elevada – hoje corrige ligeiramente, mas ontem esteve em máximos de três meses –, aumentando o custo de oportunidade de deter ouro sem remuneração de juros.
Indicador do dólar sobe ao som da inflação. Euro recua
O euro perde 0,37% para 1,0557 dólares, apesar das declarações "hawkish" proferidas esta sexta-feira por Joachim Nagel, presidente do Bundesbank e membro do conselho do BCE.
"Espero um aumento robusto das taxas de juro em março", frisou Nagel. Após a última reunião de política monetária, a presidente do banco central, Christine Lagarde, já tinha antecipado mais uma subida de 50 pontos base dos juros diretores, em março.
Já o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais – sobe 0,55% para 105,16 pontos, impulsionado pela subida acima do esperado de um dos indicadores da inflação nos EUA, considerado um dos favoritos da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
O índice PCE avançou 0,6% em janeiro face a dezembro, o nível mais alto desde junho e acima dos 0,5% esperados pelos economistas consultados pela Bloomberg.
Já o "core" do índice – que exclui alimentação e energia – também aumentou 0,6%. Em termos homólogos, o índice cresceu 5,4% em janeiro e o núcleo cresceu 4,7%.
Estes números dão sustento ao endurecimento da política monetária da Fed.
Juros da Zona Euro avançam após contração do PIB da Alemanha no 4º trimestre
Os juros das dívidas a dez anos da Zona Euro avançaram esta sexta-feira, depois de uma leitura do PIB da Alemanha que mostrou que a referência europeia contraiu 0,4% em termos homólogos no último trimestre do ano passado.
Segundo escreveram analistas do ING numa nota, este é um sinal que mostra que a Alemanha poderá estar a caminho de uma recessão e estimam uma contração também no primeiro trimestre de 2023. Este sinal da economia alemã está a alimentar expectativas de uma menor agressividade da política monetária do BCE nos próximas reuniões.
Ainda a influenciar a negociação estão os comentários do governador do Bundesbank e membro do conselho do Banco Central Europeu, Joachim Nagel, que afirmou que o BCE pode precisar de subir as taxas de juro também no segundo semestre do ano, indo assim na direção contrária da leitura do mercado após a divulgação do PIB da Alemanha.
A "yield" das obrigações alemãs a dez anos recuou 5,4% pontos base para 2,527%, enquanto os juros da dívida italiana cederam 4,7 pontos base para 4,421%.
Já em Portugal os juros da dívida com a mesma maturidade caíram 5,6 pontos base para 3,395%, enquanto em Espanha desceram 5,7 pontos base para 3,492%.
Petróleo cede com aumento de stocks nos EUA
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em ligeira baixa, com o aumento dos inventários de crude nos EUA a influenciar mais o sentimento dos investidores do que o corte das exportações russas de crude em março.
Na semana passada, as reservas norte-americanas de crude registaram uma forte subida, situando-se atualmente no nível mais elevado desde maio de 2021, anunciou ontem ao final do dia o Departamento da Energia dos Estados Unidos.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em abril cede 0,17% para 75,26 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, desliza 0,10% para 82,13 dólares.
A Rússia anunciou que pretende cortar as suas exportações de crude a partir dos portos de escoamento para o ocidente em cerca de 25% em março – o que excede a redução de produção de 500.000 barris por dia que tinha anunciado anteriormente. A notícia levou a um impulso dos preços, mas esse ímpeto perdeu hoje vigor.
Wall Street perde mais de 1% pressionada pelos indicadores da inflação
Wall Street arrancou a sessão em terreno negativo, pressionado pelo índice de inflação PCE, considerado como um dos indicadores favoritos da Reserva Federal norte-americana (Fed), quando o tema é a evolução dos preços.
O industrial Dow Jones cai 1,32% para 32.714,88 pontos, enquanto o S&P 500 derrapa 1,52% para 3.951,18 pontos.
Já o tecnológico Nasdaq Composite perde 1,88% para 11.372,10 pontos.
O índice PCE avançou 0,6% em janeiro face a dezembro, o nível mais alto desde junho e acima dos 0,5% esperados pelos economistas consultados pela Bloomberg.
Já o "core" do índice – que exclui alimentação e energia – também aumentou 0,6%. Em termos homólogos, o índice cresceu 5,4% em janeiro e o núcleo cresceu 4,7%.
Estes números dão sustento ao endurecimento da política monetária da Fed, numa altura em que os investidores antecipam uma subida de 25 pontos base da taxa dos fundos federais na próxima reunião do banco central liderado por Jerome Powell, ainda que admitam uma probabilidade de mais de 20% de este aumento ser de 50 pontos base.
O mercado vai estar atento às ações da Beyond Meat que escalam 26,41%, depois de os resultados terem ficado acima dos analistas.
Já a Boeing cai 3,59%, depois de ter interrompido a entrega das aeronaves 787 Dreamliner, devido a problemas burocráticos. Também a Warner Bros desliza 3,06% após os resultados terem ficado abaixo das expectativas.
Taxas Euribor sobem a 6 e 12 meses para novos máximos desde dezembro de 2008
A taxa Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses, nos dois prazos mais longos para novos máximos desde dezembro de 2008.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje, ao ser fixada em 3,662%, mais 0,020 pontos, um novo máximo desde dezembro de 2008.
Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%.
Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,018% em dezembro para 3,338% em janeiro, mais 0,320 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho, também avançou hoje, para 3,233%, mais 0,035 pontos do que na véspera e um novo máximo desde dezembro de 2008.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).
A média da Euribor a seis meses subiu de 2,560% em dezembro para 2,864% em janeiro, mais 0,304 pontos.
A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu hoje, ao ser fixada em 2,698%, mais 0,005 pontos, depois de ter avançado para 2,703% em 16 de fevereiro, um novo máximo desde janeiro de 2009.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 2,063% em dezembro para 2,354% em janeiro, ou seja, um acréscimo de 0,291 pontos.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na última reunião de política monetária, em 02 de fevereiro, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.
Em 21 de julho, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Europa negoceia em alta. BASF cai mais de 6% ao terminar recompra de ações antes do esperado
Os principais índices europeus estão a negociar em alta pelo segundo dia consecutivo, reduzindo assim as perdas semanais, com os investidores a pesarem os resultados das empresas e dados governamentais que mostram que o PIB da Alemanha registou uma contração de 0,4 no último trimestre de 2022.
O facto de a economia alemã ter desacelerado pode ser um sinal de abrandamento da visão mais "hawkish" do Banco Central Europeu, o que estará também a dar impulso às bolsas.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, sobe 0,31% para 463,95 pontos, com o setor do petróleo e gás e telecomunicações a liderarem os ganhos.
Entre os principais movimentos de mercado, a empresa de químicos alemã BASF caiu 6,36%, depois de ter anunciado que ia terminar um programa de recompra de ações antes do tempo e que ia cortar cerca de 2% da sua força de trabalho em todo o mundo.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax sobe 0,14%, o francês CAC-40 valoriza 0,23%, o italiano FTSEMIB soma 0,4% e o espanhol IBEX 35 avança 0,71%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,32%.
O britânico FTSE 100 soma 0,32%, após ter sido divulga a confiança do consumidor no Reino Unido que aumentou em fevereiro para o valor mais elevado em quase dois anos.
Juros aliviam com PIB da Alemanha a registar uma contração no último trimestre de 2022
Os juros das dívidas a dez anos da Zona Euro estão a aliviar esta sexta-feira, depois de uma surpreendente leitura do PIB na Alemanha que contraiu 0,4% em termos homólogos no último trimestre do ano passado.
Segundo escreveram analistas do ING numa nota, este é um sinal que mostra que a Alemanha poderá estar a caminho de uma recessão e estimam uma contração também no primeiro trimestre de 2023. Este sinal da economia alemã está a alimentar expectativas de uma menor agressividade da política monetária do BCE nos próximas reuniões.
Ainda a influenciar a negociação estão comentários do governador do Bundesbank e membro do conselho do Banco Central Europeu, Joachim Nagel, que afirmou que o BCE pode precisar de subir as taxas de juro também no segundo semestre do ano, indo assim na direção contrária da leitura do mercado após a divulgação do PIB nos Alemanha.
A "yield" das obrigações alemãs a dez anos recua 1,5 pontos base para 2,457%, enquanto os juros da dívida italiana aliviam 3,6 pontos base para 4,338%.
Já em Portugal os juros da dívida com a mesma maturidade cedem 2,4 pontos base para 3,315%, enquanto que em Espanha descem 2,2 pontos base para 3,413%.
Dólar valoriza ligeiramente e caminha para quarta semana de ganhos. Iene perde com BOJ a manter política monetária inalterada
A possibilidade de uma política monetária mais restritiva e em vigor durante mais tempo está a dar força ao dólar, que acelera para a quarta semana de ganhos consecutiva, anulando assim as perdas do início do ano.
A moeda norte-americana valoriza uns ligeiros 0,1% para 0,9444 euros. Ao mesmo tempo, o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais – soma também 0,1% para 104,702 pontos, perto do valor mais elevado em quase dois meses e apontando para um ganho mensal de 2,5%.
"O dólar conquistar a quarta semana consecutiva de ganhos mostra como a narrativa mudou, à medida que dados divulgados esta semana continuam a mostrar a força da economia dos EUA e dos 'drivers' da inflação", explicou o analista Simon Harvey, a Monex, à Bloomberg.
No Japão, o iene negociou com extrema volatilidade ao longo desta sexta-feira, num dia em que o novo governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, foi ao parlamento para uma audição e garantiu que a autoridade monetária vai manter a sua política inalterada, com taxas de juro ainda negativas.
As declarações de Ueda levaram a moeda japonesa a perder 0,46% para 0,074 dólares.
"Os seus comentários neutros, contra a expectativa 'hawkish' do mercado e juntamente com subida das 'yields' a nível global sugerem que iene pode embarcar numa tendência de baixa, uma vez que ultrapasse esta volatilidade", acrescentou Charu Chanana, da Saxo Markets, à Reuters.
Ouro sobe ligeiramente, mas caminha para semana negativa
O ouro está a negociar com um ganho ligeiro, mas ainda assim segue a caminho da segunda queda semanal consecutiva, numa altura em que a possível manutenção de uma política monetária restritiva durante mais tempo está a penalizar a negociação do metal precioso.
O metal amarelo avança 0,04% para 1.823,01 dólares por onça.
Ainda esta quinta-feira são esperados discursos de quatro membros da Reserva Federal norte-americana, cujos comentários podem dar a entender a probabilidade de a autoridade monetária realizar um maior aumento das taxas de juro na reunião de março.
Petróleo continua a valorizar e reduz perda semanal. Gás sobe com regresso de baixas temperaturas
O petróleo está a valorizar pela segunda sessão consecutiva, diminuindo a perda na semana, antes da divulgação de dados da inflação no consumo pessoal que devem dar uma melhor indicação sobre o estado da economia norte-americana.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em abril, soma 0,94% para 76,10 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, valoriza 0,91% para 82,96 dólares.
O petróleo tem registado perdas este ano, num movimento "whipsaw", nomenclatura usada para descrever um movimento de subida abrupta seguido por uma descida também considerável, numa altura em que as preocupações com a política monetária e o estado da economia dos EUA se sobrepõem ao aumento da procura por parte da China, o maior importador do mundo de crude.
"Uma mais convincente recuperação da China é necessária para fazer o petróleo subir mais", sublinhou o analista Charu Chanana, da Saxo Capital Markets, à Bloomberg.
No mercado do gás, os futuros estão a subir pelo terceiro dia consecutivo, com perspetivas de arrefecimento da temperatura nos próximos dias na Europa para valores abaixo da média para esta altura do ano. Ainda assim, os inventários dos países da região estão a 63%, um valor bem mais elevado do que a média dos últimos anos.
O gás negociado em Amesterdão (TTF) – referência para o mercado europeu – sobe 2% para 51,8 euros por megawatt-hora, a caminho de um saldo semanal de 5%.
Futuros da Europa apontam para negociação no verde. Ásia mista
Os principais índices europeus estão a apontar para uma negociação em terreno positivo, no dia que marca um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia e também antes da divulgação do índice de inflação PCE - que olha para o consumo pessoal - de janeiro nos Estados Unidos, um dos indicadores analisados pela Reserva Federal norte-americana para medir o aumento das taxas de juro.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,4%.
Na Ásia, a sessão foi mista, com alguns dos índices da região a caminho da quarta semana de quedas consecutiva, com os resultados das tecnológicas a levarem as bolsas ao vermelho.
No Japão, as praças do país negociaram com ganhos depois de o novo governador do banco central, Kazuo Ueda, ter referido que a atual política de baixos juros era apropriada. O Nikkei subiu 1,1% e o Topix avançou 0,5%.
Na China, Xangai perdeu 0,7%, enquanto o tecnológico Hang Seng caiu 1,4%, para o valor mais baixo em mais de seis semanas, após a Alibaba e a NetEase terem apresentado resultados. Por fim, na Coreia do Sul o Kospi desvalorizou 0,5%.