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Europa cede com comentários mais duros de Powell. Lockdowns na China pressionam crude
Acompanhe aqui os principais desenvolvimentos dos mercados.
Europa cede com comentários mais duros de Powell
As bolsas europeias encerraram em baixa, pressionadas pelos comentários do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, sobre o panorama para as taxas de juro.
Powell disse que a Fed poderá endurecer ainda mais a sua política monetária se tal se revelar necessário para controlar a inflação, e os investidores europeus estiveram hoje a digerir esse potencial endurecimento adicional da política monetária do banco central dos EUA.
O Stoxx 600, que é o índice de referência do Velho Continente, encerrou a ceder 1,10%, para 434,13 pontos.
Os setores que mais pressionaram foram os do retalho e tecnologia, ao passo que os do petróleo, "utilities" (água, luz gás) e imobiliáro negociaram no verde.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 1,26%, o francês CAC-40 desvalorizou também 1,20%, o italiano FTSEMIB recuou 0,89% e o britânico FTSE 100 perdeu 1,07%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 1,36%.
A contrariar a tendência europeia esteve o espanhol IBEX 35, que subiu ligeiramente, ao fechar com um ganho de 0,01%.
Novos lockdowns na China penalizam petróleo
Os preços do "ouro negro" estão a perder terreno, pressionados pelos novos confinamentos na China – que é o maior importador mundial de crude – devido à covid-19. Isto num dia de selloff generalizado também nas bolsas.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a ceder 1,98% para 109,71 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 1,82% para 110,35 dólares por barril.
Juros aliviam nos EUA e na Zona Euro
Os juros estão a aliviar na Zona Euro e nos EUA, a refletirem a procura dos investidores por este ativo refúgio, horas depois de Jerome Powell ter aberto a porta a uma subida das taxas de juro acima do nível neutral.
A yield da dívida alemã a dez anos, "benchmark" para o mercado europeu, alivia 3,3 pontos base para 1,008%.
Já os juros da obrigações italianas a dez anos anos descem 1,3 pontos base para 2,942%.
Na Peninsula Ibérica, a yield da dívida nacional a dez anos, mantém-se acima do patamar dos 2%, alcançado no passado dia 29 de abril, ainda que esteja a aliviar 2,6 pontos base para 2,130%.
Por sua vez, os juros das obrigações espanholas a dez anos descem 2,7 pontos base para 2,082%.
Também nos EUA, a yield da dívida norte-americana com a mesma maturidade alivia 7,5 pontos base para 2,911%.
Powell atira ouro para o encarnado e resgata dólar de três dias de perdas
As declarações do presidente da Fed, Jerome Powell, sobre o possível advento de uma política monetária restritiva (ainda) mais agressiva atirararam o ouro para terreno negativo e interromperam o jejum de três dias do dólar.
O "rei" dos metais segue a cair 0,2% para 1.812,51 dólares a onça. O ouro já caiu 12% face ao pico alcançado a 8 de março, à medida que os investidores se viram para o mercado das dívidas soberanas e a subida do dólar torna o investimento no metal amarelo mais caro.
"Com os comentários de Powell a refletir mais determinação no combate contra a inflação, as expectativas sobre o aumento das taxas de juro foram ligeiramente revistas em alta", explicou Ju Rong Sim, estratega da IG Asia, citado pela Bloomberg.
"A perspetiva de uma política monetária mais restritiva pode continuar a pressionar o ouro", acrescenta o especialista.
Já o índice do dólar da Bloomberg, que compara a nota verde com 10 divisas rivais, interrompeu um ciclo de perdas de três dias, estando a valorizar 0,22% para 103,590 pontos.
Já o euro desliza 0,47% face à força do dólar, para 1,0500 dólares.
Wall Street arranca no vermelho. Target Corp tomba mais de 20%
Wall Street arrancou no vermelho, à medida que os investidores continuam a avaliar o advento de uma política monetária e ainda mais restritiva e o consequente risco de abrandamento económico.
O industrial Dow Jones segue a cair 1,09% para 32.302,02 pontos, enquanto o "benchmark" mundial por execelência ,S&P 500, mergulha 1,26% para 4.039,21 pontos.
Já o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 1,56% para 11.790,10 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado é de destacar a queda de mais de 20% das ações da Target Corp, a primeira vez desde 1987, depois de a empresa ter cortado a previsão de lucros para este ano, devido ao agravamento dos custos operacionais e ao galopar da inflação.
O "benchmark" mundial está a emergir da maior queda semanal desde 2011, no entanto, o advento de uma política monetária restritiva, os confinamentos na China estão a prejudicar a recuperação.
A volatilidade parece dominar o mercado. "Teremos esta volatilidade, à medida que os investidores procuram oportunidades de compra, à medida que os mercados caem", explica Shana Sissel, diretora de investimentos da Cope Corrales, em declarações à Bloomberg.
Estes movimentos surgem ainda um dia depois de o presidente da Fed, Jerome Powell, ter aberto a possibilidade de subir as taxas de juro acima do nível neutral, caso o galopar da inflação assim o justifique.
Bruxelas anuncia ajuda de 9 mil milhões para a Ucrânia a curto prazo
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta quarta-feira uma verba de até nove mil milhões de euros de ajuda macrofinanceira de curto prazo à Ucrânia, a disponibilizar ainda este ano.
A União Europeia (UE) já desembolsou 1,2 mil milhões de euros de ajuda macrofinanceira de urgência à Ucrânia desde a invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro.
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Rússia paga dívida externa em rublos e recusa declarar incumprimento
A Rússia vai pagar a dívida externa em rublos se a licença para pagar em dólares não for renovada em 26 de maio e não tenciona declarar qualquer suspensão de pagamentos, disse esta quarta-feira o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov.
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Presidente turco deixa recados a vários países membros da NATO
No "dia histórico" em que a Suécia e a Finlândia apresentaram formalmente a candidatura à NATO - algo que a Turquia já disse que pretende vetar - o presidente turco manda recados a alguns países membros da aliança.
Erdogan veio a público dizer que alguns países da aliança não têm colaborado o suficiente para lutar contra as milícias curdas. O presidente turco pediu aos membros da NATO para apoiar a operação militar "legítima" entre fronteiras, contra os grupos afiliados do PPK.
"A NATO é uma aliança de segurança", afirmou, em declarações citadas pelas agências internacionais. E, na mesma ocasião, pediu que o "respeito demonstrado para com as sensibilidades" de segurança da Turquia "seja proporcional" àquele que é demonstrado para com o alargamento da NATO.
Áustria diz que Ucrânia não vai ter acesso a entrada rápida na UE
O ministro austríaco dos Negócios Estrangeiros defende que o bloco dos 27 deve encontrar uma forma de aumentar a cooperação com a Ucrânia durante o processo de candidatura à União Europeia.
Em entrevista a uma rádio alemã, Alexander Schallenberg afirmou que não vê a possibilidade de a Ucrânia vir a ter um processo mais rápido de adesão à União Europeia. "Temos todo o interesse de ter a Ucrânia na família europeia", disse o governante, que também reconheceu que qualquer processo de adesão demora "anos, se não décadas". Desta forma, os líderes do bloco europeu devem encontrar uma forma alternativa de cooperar com a Ucrânia neste contexto de guerra.
E, conforme recordou, a União Europeia não deve ignorar as aspirações de adesão à União Europeia de outros países, como a Macedónia do Norte ou a Albânia.
Bolsas europeias com tendência mista. PSI comanda ganhos
As bolsas europeias estão a negociar com uma tendência mista neste ponto da sessão. Entre os índices que valorizam, o português PSI está a comandar os ganhos entre os índices europeus, com destaque para a subida de mais de 4% das ações do BCP.
O Stoxx 600, o índice que agrupa as maiores cotadas europeias, está na "linha de água", a ceder 0,04% para 438,81 pontos.
À semelhança dos índices, também os setores estão divididos entre perdas e ganhos. Do lado dos ganhos, destaque-ase a subida de 1,26% do setor de oil & gas, num dia em que o petróleo está também a valorizar.
Do lado das quedas, o setor da tecnologia apresenta a maior desvalorização, de 0,66%, seguido pelo setor das viagens, que recua 0,54%.
O PSI está a avançar 0,99%, enquanto o espanhol IBEX avança 0,44% e Milão está na "linha de água", a apreciar 0,08%. O DAX cede 0,02%, o francês CAC40 recua 0,18% e o FTSE está também na "linha de água", a deslizar 0,06%. Amesterdão deprecia 0,25%.
Juros das dívidas a aliviar na zona euro
Os juros estão a aliviar na zona euro, depois das subidas registadas ao longo das últimas sessões.
Os juros da Alemanha a dez anos estão a aliviar 0,4 pontos base, mantendo-se ainda assim acima da fasquia de 1%, mais concretamente em 1,037%.
Em Itália, os juros com a mesma maturidade estão a recuar 1,1 pontos base para 2,943%.
Na Península Ibérica, os juros portugueses aliviam um ponto base, para 2,146%. Em Espanha, regista-se uma descida de 0,4 pontos base para uma taxa de 2,105%.
Petróleo avança com perspetivas de alívio das medidas anti-covid na China
O petróleo está a registar ganhos expressivos esta manhã, perante a possibilidade de um recuo dos stocks de petróleo nos EUA e um alívio nas restrições contra a covid-19 na China, o maior importador de petróleo do mundo.
Assim, tanto o West Texas Intermediate (WTI) como o Brent do Mar do Norte estão a registar ganhos acima de 1%.
O WTI, negociado em Nova Iorque, está a subir 1,46% para 114,04 dólares por barril. Já o Brent, que serve de referência para o mercado português, está a avançar 1,12%, com o barril a cotar nos 113,18 dólares.
O American Petroleum Institute terá registado uma quebra de 5 milhões de barris na semana passada, de acordo com fonte do setor. Os números finais só serão confirmados esta quarta-feira, mas este pode ser um sinal de uma maior procura do que oferta de petróleo na maior economia do mundo. "Os dados dos inventários nos EUA deram algum apoio ao petróleo", diz Warren Patterson, analista da ING Groep em Singapura. "Um mercado de gasolina que está a tornar-se mais rígido à medida em que entramos na altura de viagens deverá dar algum apoio à procura por crude".
O petróleo está a caminho daquela que poderá ser o sexto mês a registar ganhos, devido à elevada procura e também às disrupções trazidas pela guerra da Ucrânia.
Maior inflação em 40 anos no Reino Unido pesa na libra esterlina
A libra esterlina está a desvalorizar 0,65% face ao dólar, a recuar até aos 1,2412 dólares. A descida da moeda britânica põe fim a três sessões consecutivas de ganhos, com destaque para a valorização de 1,41% vivida na sessão anterior.
A pesar nesta divisa estão sobretudo os números da inflação no Reino Unido em abril, que mostraram a maior taxa de inflação em 40 anos. O índice de preços no consumidor (IPC) no Reino Unido atingiu os 9% em abril face a igual mês de 2021, o que a uma aceleração face aos 7% observados em março.
O euro está também em terreno negativo, a perder 0,27% perante o dólar. Em linha com o desempenho da libra esterlina, a moeda única põe fim a três sessões consecutivas de ganhos face ao dólar.
Ouro e prata na "linha de água" após comentários de Powell
O ouro e a prata estão a negociar na "linha de água", numa altura em que os investidores estão ainda a analisar o discurso do líder da Fed, que admitiu a possibilidade de uma política monetária mais agressiva.
Assim, o ouro está a avançar 0,02% para 1.815,51 dólares, a rondar mínimos de fevereiro. Na sessão anterior o ouro fechou o dia a cair 0,49%.
"Com os comentários de Powell a refletirem alguma determinação em baixar a inflação, as expectativas sobre uma subida dos juros foram revistas ligeiramente em alta", comenta à Bloomberg Jun Rong Yeap, estratéga da IG Asia. "O 'outlook' para uma política mais agressiva no futuro poderá continuar a pesar no preço do ouro", antecipa este analista.
A prata está a ceder 0,05% para 21,62 dólares por onça, enquanto a platina está a valorizar 0,95% para 964,66 dólares por onça.
Finlândia e Suécia formalizam candidatura à NATO
É descrito como "um dia histórico": a Finlândia e a Suécia formalizaram a candidatura à NATO, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, pondo fim à posição de neutralidade que tem pautado os dois países.
Os representantes dos dois países entregaram pessoalmente cartas onde expressam o interesse nesta adesão a Jens Stoltenberg, o secretário-geral da NATO. É expectável que este processo de adesão demore apenas algumas semanas, tendo em conta o contexto de guerra que se vive na Europa.
Para os dois países integrarem a NATO é necessária a aprovação de todos os 30 membros atuais, sendo que alguns precisam de aprovação por parte dos respetivos parlamentos. O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, já avançou que Portugal apoia a adesão da Finlândia à NATO.
Resta saber qual é a posição dos restantes membros da aliança, especialmente tendo em conta que a Turquia já veio a público mostrar-se contra a adesão destes dois países.
A historic day.
— Finland at NATO (@FinMissionNATO) May 18, 2022
Today, Finland and Sweden hand in letters expressing their countries’ interest to apply for #NATO membership to SG @jensstoltenberg. °#FinlandNATO pic.twitter.com/5atdSykRmJ
Futuros da Europa apontam para abertura “a verde” com investidores atentos à inflação
Os futuros das bolsas europeias estão a apontar para um arranque de sessão em terreno positivo, num dia em que os principais índices tentam ganhar força. Nesta altura, os futuros do Stoxx 50 estão a avançar 0,322%.
Os investidores vão estar ainda durante a manhã a digerir os discursos de Christine Lagarde, líder do Banco Central Europeu, e de Jerome Powell, líder da norte-americana, que discursaram esta terça-feira ao fim do dia. Powell admitiu a possibilidade de uma política monetária mais agressiva, vincando que o banco central quer "continuar a combater a inflação" até que esta "caia de forma clara e convincente".
A manhã começa já com novos dados da inflação para analisar, neste caso do Reino Unido, onde o índice de preços no consumidor disparou para 9%, um máximo de 40 anos, muito devido à subida dos preços da energia e dos alimentos. Ainda durante a manhã é a vez de o Eurostat partilhar números finais sobre a inflação na zona euro em abril, depois de ter partilhado a estimativa rápida, que revelou uma taxa de 7,5% em abril.
Na Ásia, a sessão decorreu com ganhos. No Japão, o Nikkei avançou 0,9% e o Topix 0,98%, enquanto em Xangai, na China, o índice fechou na "linha de água", a avançar uns ténues 0,08%. Em Hong Kong, o Hang Seng somou 0,17%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,25%.