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Fecho dos mercados: Bolsas recuperam, juros descem e petróleo desvaloriza

As bolsas europeias regressaram aos ganhos após o fim-de-semana prolongado, numa sessão marcada pela expectativa em relação ao tom que Janet Yellen adoptará num discurso agendado para o final da tarde.

Bloomberg
29 de Março de 2016 às 17:26
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Os mercados em números

PSI-20 caiu 1,03% para 5.045,61 pontos

Stoxx 600 valorizou 0,50% para 336,79 pontos

S&P 500 desliza 0,09% para 2.035,19 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal baixou 4,7 pontos base para 2,916%

Euro ganha 0,03% para 1,12 dólares

Petróleo recua 3,20% para 38,98 dólares por barril, em Londres

Bolsas recuperam após pausa da Páscoa

Após a pausa da Páscoa, o Stoxx 600 conseguiu interromper uma sequência de quatro quedas consecutivas. O índice europeu valorizou 0,50%, apesar das perdas de 2,19% e de 1% dos índices que medem os desempenhos dos sectores mineiro e petrolífero respectivamente. A compensar estas descidas estiveram os sectores do imobiliário, de media, de empresas de utilidade pública e de viagens e lazer, que avançaram mais de 1%.

"Os mercados estão a reverter as perdas de terça-feira quando ninguém quis assumir posições antes do fim-de-semana prolongado. Todos os olhos estarão em Yellen quando ela falar hoje. Os próximos factores a direccionarem os mercados virão dos bancos centrais, especialmente a Fed", considerou Michael Woischneck, gestor da Lampe Asset Management, citado pela Bloomberg.

Já o PSI-20 não conseguiu acompanhar os ganhos do resto da Europa. O índice de referência da bolsa nacional cedeu 1,03%, com o sector da banca a pressionar. O BCP perdeu quase 7% após ter anunciado que iria propor um "reverse stock split" e de ter aberto a porta à entrada de um novo accionista. Também o BPI cedeu perto de 7%, após a ruptura das negociações entre Isabel dos Santos e o CaixaBank. A impedir quedas de maior dimensão na bolsa portuguesa estiveram a Jerónimo Martins, a EDP e a REN.

Taxa a dez anos desce 4,7 pontos base

A "yield" das obrigações portuguesas a dez anos desceu esta terça-feira, numa sessão marcada pela queda das taxas das obrigações soberanas da zona euro. A taxa portuguesa a dez anos baixou 4,7 pontos base para 2,916% e o prémio de risco desceu 3,7 pontos base para 278 pontos base.

As taxas das obrigações espanholas e italianas também baixaram. A "yield" a dez anos de Espanha baixou 8,3 pontos base para 1,441%, enquanto a taxa dos títulos italianos com a mesma maturidade caiu 6,4 pontos base para 1,237%.

Euribor a três e seis meses inalterada

As Euribor a três e seis meses ficaram inalteradas esta terça-feira. O indexante a três meses permaneceu em -0,242%, o valo mais baixo de sempre. Já a taxa a seis meses ficou inalterada em -0,134%. Apesar da manutenção das Euribor a três e seis meses, na maturidade a 12 meses a taxa teve uma descida 0,001 pontos para -0,006%.

Euro praticamente inalterado face ao dólar

A moeda única segue praticamente inalterada face ao dólar, com o mercado à espera do discurso de Janet Yellen. O euro consegue uma subida ligeira de 0,03% para 1,12 dólares. A presidente da Reserva Federal dos EUA fará um discurso ao final da tarde e os investidores aguardam por mais pistas sobre a evolução do ciclo de taxas de juro na maior economia do mundo. Isto depois do tom suave de Yellen na conferência de imprensa que se seguiu à última reunião de política monetária ter sido sucedido por declarações a indicar uma evolução mais restritiva da política monetária nos EUA por parte de outros responsáveis da Fed. "O mercado está à espera para ver", comentou Steven Englander, analista do Citigroup, citado pela Bloomberg.

Petróleo perde mais de 3%

A expectativa de que as reservas petrolíferas nos EUA tenham renovado máximos de oito décadas penalizou os preços do petróleo. O Brent perde 3,20% para 38,98 dólares. Segundo os analistas consultados pela Bloomberg, os dados da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos – que serão revelados esta quarta-feira - deverão mostrar que as reservas subiram em 3 milhões de barris na semana passada. A confirmarem-se estes números, será a sétima semana consecutiva de aumentos.

Apesar de depois dos mínimos atingidos em Fevereiro, as notícias de um possível acordo entre a Rússia e alguns países da OPEP para congelar a produção ter puxado pelos preços, os investidores têm levantado dúvidas sobre a eficácia dessas conversações. Isto porque alguns países da OPEP, como o Irão e a Líbia, estão relutantes em entrar nesse acordo.

Tempo seco nos EUA dá ganhos ao trigo

O preço do alqueire de trigo subiu 1,22% para 4,76 dólares, com as expectativas de que o tempo seco nos EUA afecte a produção. A matéria-prima alimentar foi alvo nos últimos meses de um aumento das apostas na descida do preço, mas dadas as condições meteorológicas nos EUA, os analistas antecipam que esses investidores poderão ser obrigados a desfazer as posições curtas.

Destaques do dia

BCP avança com proposta para fundir 193 acções numa só. O BCP propõe reagrupamento de acções na AG de 21 de Abril. A ideia é reduzir o número de títulos e elevar o valor unitário. A proposta em causa elevaria cotação actual para 8,26 euros.

BCP abre a porta à entrada de um novo accionista. Na próxima AG, accionistas do banco decidem se abdicam do direito de preferência para aumentos de capital no montante máximo de 20% da capitalização bolsista a realizar em três anos. Autorização é um porta aberta à entrada de novos accionistas.

Jorge Tomé empurra para Governo e BdP injecção de 1.100 milhões no Banif em 2013. A troika não queria, a comissão executiva do Banif também não, mas uma conjugação de esforços entre Estado e Banco de Portugal levaram à capitalização estatal de 2013.

Analistas põem acordo no BPI nas mãos de Isabel dos Santos. Apesar da anunciada ruptura das negociações entre os dois maiores accionistas do BPI, os analistas acreditam que o acordo para resolver o problema da exposição a Angola é o cenário mais provável.

Polónia espera obter 1,3 mil milhões do imposto sobre a banca. O Governo polaco pretende aumentar a carga fiscal de vários sectores de actividade, entre eles a banca. O vice-ministro das Finanças prevê que o imposto sobre a banca renda 5,5 mil milhões de zlotys (1,3 mil milhões de euros) ao Estado em 2017.

Banco de Inglaterra avisa que "Brexit" pode provocar uma crise de crédito. A autoridade monetária acredita que os riscos associados a uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia poderão penalizar as perspectivas de crescimento da Zona Euro.

Após 16 anos, César Alierta deixa presidência da Telefónica. Prestes a cumprir 16 anos à frente da operadora espanhola Telefónica, César Alierta anunciou que vai deixar o cargo. José María Álvarez foi o nome proposto para substituir o histórico presidente executivo.

Vai acontecer amanhã

Portugal


INE divulga os inquéritos de conjuntura às empresas e aos consumidores, relativos a Março.

INE publica o índice de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas no comércio a retalho, relativo a Fevereiro.

INE divulga os índices de produção industrial, relativos a Fevereiro.

Alemanha

É divulgado o índice de preços no consumidor, relativo a Março.

Zona Euro

É conhecido o índice de confiança económica, relativo a Março.

Publicação do índice de confiança dos consumidores, relativo a Março.

EUA

Divulgação do relatório do emprego ADP, relativo a Março.

(Notícia actualizada às 19:53 com correcção do valor da subida do Stoxx 600)

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