Notícia
Fecho dos mercados: Bolsas disparam, dólar e petróleo recuperam
Após a "segunda-feira negra" chinesa que abalou os mercados, as principais praças europeias recuperaram nesta sessão. A praça de Atenas foi mesmo a que mais valorizou, ao disparar quase 12%. Já o dólar está a recuperar das fortes quedas face ao euro, tal como o petróleo. Mas em Nova Iorque a matéria-prima continua abaixo dos 40 dólares.
Os mercados em números
PSI-20 valorizou 4,71% para 5.215,97 pontos
Stoxx 600 avançou 4,18% para 356,29 pontos
S&P 500 ganha 2,34% para 1.937,40 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal subiu 3,7 pontos base para 2,726%
Euro cai 1,81% para 1,1409 dólares
Petróleo valoriza 1,76% para 43,44 dólares por barril, em Londres
Bolsas europeias recuperam da "segunda-feira negra"
Após as fortes quedas registadas na segunda-feira, as principais praças europeias voltaram aos ganhos. Numa sessão em que a bolsa de Xangai voltou a afundar, as bolsas no Velho Continente negociaram indiferentes, com o Stoxx 600 a subir 4,18%% para 356,29 pontos. Mas foi a praça de Atenas que liderou os ganhos, ao subir 11,69% para 182,19 pontos, recuperando assim do mínimo histórico da última sessão. O italiano FTSE MIB registou o segundo melhor desempenho, ao valorizar 5,86% para 21.649,69 pontos, ao passo que o espanhol IBEX avançou 3,68% para 10.115,40 pontos. Já o alemão DAX subiu 4,97% para 10.128,12 pontos.
Por cá, a bolsa de Lisboa também recuperou da queda de quase 6% na última sessão. O PSI-20 valorizou 4,71% para 5.215,97 pontos, impulsionado pelos ganhos da Jerónimo Martins. A maior retalhista nacional subiu 5,97% para 12,425 euros, seguida no sector pela valorização de 6,51% para 1,129 euros da Sonae. Em grande destaque na sessão esteve ainda o BCP, cujas acções avançaram 6,75% para 6,01 cêntimos. Ainda na banca, os títulos do BPI e do Banif ganharam, respectivamente, 3,80% para 0,929 euros e 5,77% para 0,55 cêntimos. Desempenho também positivo é o da Galp Energia que, após a queda de quase 8% na segunda-feira, valorizou agora 3,87% para 8,944 euros, numa sessão de fortes subida do preço do petróleo.
Juros da dívida voltam a subir
As taxas de juro da dívida soberana voltaram a subir esta terça-feira. A "yield" de Portugal a 10 anos avançou 3,7 pontos base para 2,726%, registado a menor subida entre os três principais países da periferia. É que as taxas a 10 anos de Espanha e Itália avançaram, respectivamente, 6,5 pontos para 2,100% e 8,2 pontos para 1,983%. Já a "yield" das obrigações gregas, após as fortes subidas das últimas sessões, recuaram agora 53,6 pontos para 9,486%. De volta às subidas, a taxa da dívida alemã a 10 anos subiu 13,7 pontos para 0,730%, o que levou o "spread" face a Portugal a cair novamente abaixo dos 200 pontos: 199,6 pontos.
Euribor a três meses atinge novo mínimo histórico
A Euribor a três meses renovou mínimos históricos. A oitava sessão consecutiva de quedas, desta feita recuando de -0,032% para -0,033%. Já a taxa a seis meses manteve-se inalterada esta terça-feira, ao ficar nos 0,041%. Por outro lado, a Euribor a 12 meses subiu nesta sessão de 0,159% para 0,160%.
Dólar recupera com a China. Euro afunda
Depois da forte valorização na última sessão, beneficiando da perspectiva de que o abrandamento da economia chinesa iria levar a Fed a adiar a subida dos juros nos EUA, o euro corrigiu. Seguia a perder 1,81% para 1,1409 dólares, depois de ter chegado a 1,1714 dólares na sessão anterior, com a divisa norte-americana a regressar aos ganhos depois da China ter decidido avançar com um novo corte de juros de forma a puxar pela economia.
Petróleo sobe, mas continua abaixo dos 40 dólares
Tal como os mercados accionistas, também as matérias-primas recuperaram das fortes quedas recentes. O petróleo destacou-se pela positiva, subindo tanto nos Estados Unidos como no Reino Unido, embora não o suficiente para anular as quedas registadas no arranque da semana: chegou a cair quase 7%, recuando para mínimos de 2009. O West Texas Intermediate seguia a valorizar 2,82%, mas mantém-se abaixo dos 40 dólares, nos 39,32 dólares, já o Brent somava 1,76% para 43,44 dólares, ganhos alimentados pelas medidas de política monetária da China.
Cobre tira o brilho ao ouro
Praticamente todas as matérias-primas recuperaram das fortes quedas, animadas pela decisão da China de cortar os juros para fomentar o crescimento da economia daquele que é o maior consumidor mundial de "commodities". Os metais estiveram em destaque, a seguir ao petróleo, especialmente o cobre que avançou 2,32% para 2,312 dólares por libra peso, roubando protagonismo ao ouro que depois de brilhar com a procura por "refúgio" perdeu valor nesta sessão. O metal precioso seguia a perder 1,58% para 1.136,85 dólares por onça.
Destaques do dia
China volta a cortar a taxa de juro para ajudar a economia – O banco central chinês cortou em 25 pontos base a taxa de juro a um ano aplicada aos empréstimos para 4,6%. Também a taxa de juro a um ano dos depósitos foi cortada em 25 pontos para 1,75%. Esta é a quinta vez que a autoridade corta os juros desde Novembro, numa tentativa de reanimar a segunda maior economia mundial.
China: As quedas recentes foram "provocadas mais por emoções do que por fundamentais" - A China pôs um travão às ajudas aos mercados bolsistas. Defende que a economia não está assim "tão má" e que o comportamento das bolsas é emocional e não tem paralelo com a realidade económica.
Bolsa grega dispara quase 10% após mínimo histórico – A bolsa de Atenas lidera os ganhos na Europa, depois de ter atingido, ontem, o valor mais baixo de sempre. Os bancos registam valorizações superiores a 23%, enquanto os juros da dívida a dois anos caem mais de 90 pontos base.
Vítor Constâncio: "É mais revelante" a queda do petróleo do que a desvalorização do yuan - O vice-governador do BCE realça que a queda dos preços do petróleo, que tem sido abrupta, tem mais impacto na Zona Euro, no que respeita à inflação, do que a desvalorização da moeda chinesa. Defende que o BCE não deve contrariar a queda da inflação quando esta é devida à descida do preço do petróleo.
Petróleo sobe mais de 2% e recupera de mínimos de seis anos - Os preços do petróleo nos mercados internacionais estão a subir mais de 2%, recuperando de mínimos de seis anos. Este comportamento surge numa altura em que as praças europeias sobem mais de 3%, com os investidores a reagirem positivamente ao corte de juros da China.
Espanha volta a financiar-se a juros negativos - Madrid voltou ao mercado para se financiar, tendo emitido quase quatro mil milhões de euros. Na emissão a três meses Espanha voltou a conseguir juros negativos, tendo registado uma descida dos juros mesmo no prazo mais longo.
O que vai acontecer amanhã
Resultados da Portucel – Será feita a apresentação de resultados do primeiro semestre da papeleira liderada por Diogo da Silveira.
Assembleia-geral do Banif – Decorre a assembleia-geral para eleição dos órgãos sociais do Banif. Jorge Tomé e Luís Amado são propostos até 2017.
Reservas de petróleo – A Administração de Informação de Energia publica relatório semanal sobre produtos petrolíferos.