Notícia
Fecho dos mercados: Bolsas descem, matérias-primas e euro também
Esta foi uma sessão negativa para os activos de risco. As bolsas europeias encerraram a perder valor, num dia negativo para as matérias-primas e para o euro.
Os mercados em números
PSI-20 avançou 0,35% para 4.591,99 pontos
Stoxx 600 cedeu 0,41% para 337,32 pontos
S&P 500 cede 0,32% para 2.159,95 pontos
"Yield" 10 anos de Portugal caiu 4,9 pontos base para 3,085%
Euro perde 0,55% para 1,1015 dólares
Petróleo desce 0,53% para 45 dólares por barril em Nova Iorque
Mineiras pressionam bolsas
As bolsas europeias terminaram a sessão a desvalorizar, penalizadas pelas descidas dos títulos das mineiras. O europeu Stoxx 600 cedeu 0,41%, numa sessão em que os investidores aguardam a reunião de política monetária do BCE. Em destaque pela negativa estiveram as empresas do sector mineiro. A Rio Tinto chegou a cair mais de 3,5% depois de a companhia ter reportado um aumento da produção de minério de ferro que ficou aquém das expectativas. A marcar a negociação está ainda a divulgação de resultados nos EUA, numa sessão em que os números estão a ser mistos.
Ao contrário das praças europeias, o PSI-20 fechou a valorizar 0,35%. O índice de referência esteve a ser suportado pelos ganhos da Jerónimo Martins e da Galp Energia. A retalhista avançou 1,17% para 14,215 euros, enquanto a sua concorrente Sonae subiu 4,60% para 0,659 euros. Já na energia, a Galp valorizou 0,99% para 12,715 euros. Do lado das perdas uma nota para a Pharol. A ex-PT SGPS afundou 8,14% para 0,158 euros.
Juros corrigem antes de emissão
Os juros de Portugal estiveram esta terça-feira, 19 de Julho, a recuar. A "yield" a dez anos de Portugal caiu 4,9 pontos base para 3,085%, um dia antes de o Governo avançar com a segunda emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), títulos de dívida pública destinados aos pequenos investidores. A emissão é de 500 milhões de euros e decorre no mesmo dia em que o país vai ainda emitir dívida de curto prazo. As "bunds" alemãs também estiveram a cair. Recuaram 1,4 pontos base para -0,03%, com o prémio de risco de Portugal a descer para 311 pontos base.
Euribor inalteradas em mínimos
As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três meses em mínimos históricos e subiram a seis, nove e 12 meses em relação a segunda-feira. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de abril de 2015, foi hoje fixada a -0,295%, actual mínimo de sempre, registado pela primeira vez em 13 de Julho e o mesmo valor de segunda-feira. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez a 06 de Novembro passado, subiu hoje para -0,189%. No prazo de nove meses, a Euribor também subiu, para -0,123%. Já a taxa a 12 meses avançou para -0,059%.
Euro em mínimos de seis semanas
A moeda única segue a desvalorizar face ao dólar, a negociar em mínimos de seis semanas, penalizadas pela divulgação de bons indicadores nos EUA. O euro desce 0,58% para 1,1011 dólares, num momento em que os indicadores nos EUA continuam a revelar sinais de robustez na economia norte-americana, um sinal de que a Reserva Federal dos EUA poderá manter o ciclo de normalização das taxas de juro. Já na Europa, os investidores estão focados na reunião do BCE desta quinta-feira, à espera de novos estímulos, após o Brexit.
Petróleo segue quedas
Os preços do petróleo estão a acompanhar as descidas nos mercados accionistas. O crude, negociado em Nova Iorque, desce 0,53% para 45 dólares por barril, pressionado pelas expectativas de que existem reservas suficientes no mercado, apesar das ameaças na produção na Nigéria e nos EUA. A produção de petróleo está a cair nos EUA, ao mesmo tempo que ataques na Nigéria têm afectado a exploração na região. Ainda assim, instituições como a AIE têm alertado para o facto de existir petróleo suficiente devido aos stocks formados nos últimos meses.
"Research" arrasta prata
Os preços da prata estão a recuar pela quarta sessão consecutiva, naquela que é a maior queda em oito meses. O metal desce 0,6% para 19,95 dólares por onça, a reagir a uma nota do Citigroup divulgada hoje, onde o banco de investimento antecipa uma menor procura pela matéria-prima na segunda metade do ano. Já o ouro segue praticamente inalterado, a avançar uns meros 0,1% para 1.329,60 dólares por onça.
Destaques do dia
FMI: Banca portuguesa entre as principais fragilidades da economia mundial. No mesmo documento em que o FMI revê em baixa as suas previsões de crescimento mundial para 2016 e 2017, o fundo refere alguns dos principais riscos que enfrentam as várias regiões do mundo.
BP: Vendas nos postos da fronteira vão aumentar com gasóleo profissional. O presidente da companhia em Portugal prevê um aumento das vendas nas zonas abrangidas. E elogiou o "bom exemplo de colaboração" entre o Governo e a indústria para encontrar uma solução.
Montepio assume possíveis impactos "adversos" com relatório da Deloitte sobre o BES. As intervenções no Banco Espírito Santo e no Banif levantam incertezas nos bancos portugueses. Porque os impactos continuam a não ser exactos. São riscos que tanto o Montepio como o Totta assumem em prospectos que têm de publicar para emitir obrigações hipotecárias.
Pokemón Go dá ganhos de 120% às acções da Nintendo. Enquanto milhões tentam apanhar Pokémons com os telemóveis, na bolsa de Tóquio os investidores andam à caça de acções da Nintendo. A empresa ultrapassou a Sony na lista das mais valiosas.
Tribunal da UE rejeita perdas automáticas nos resgates à banca. Os accionistas e credores dos bancos deixam de ser sempre obrigados à perda dos seus investimentos. Quem o diz é o Tribunal de Justiça da União Europeia, que impõe condições para a decisão unilateral por parte dos governos.
Bancos antecipam aumento da procura de crédito por parte das famílias. Ao contrário das empresas, para as quais não antecipam alterações em termos de procura por financiamento, as instituições financeiras esperam que as famílias tenham mais apetite por crédito no próximo trimestre.
Banco central turco corta taxa de juro de referência para 8,75%. A autoridade monetária turca cortou a taxa de juro de referência de 9% para 8,75%, diminuindo assim os custos de financiamento, dias após a tentativa de golpe de Estado ter falhado.
Emissão de Espanha bate recorde com juros negativos. Dívida a três e nove meses, com taxas de juro negativas. Este foi o resultado de mais um leilão de dívida de curto prazo do Tesouro espanhol, que atingiu mesmo um novo mínimo histórico.
O que vai acontecer amanhã
Resultados na banca americana. Morgan Stanley divulga resultados do primeiro semestre do ano.
Leilão de dívida de curto prazo. O IGCP emite um duplo leilão de bilhetes do Tesouro (BT) a seis e 12 meses.
Dados económicos na Zona Euro. É divulgada a confiança dos consumidores, em Julho [anterior: -7,3 pontos ; estimativa: -8,0 pontos].