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Fecho dos mercados: Powell deixa via aberta a descida dos juros e bolsas ultrapassam mínimos
As bolsas do velho continente valorizaram depois de o líder da Fed ter garantido que tudo será feito para apoiar a economia norte-americana. Juros prosseguiram tendência de alívio, dólar inverteu após desvalorizações face às principais divisas e petróleo recuperou de mínimos do início do ano.
Os mercados em números
PSI-20 ganhou 1,75% para 5.072,78 pontos
Stoxx 600 subiu 0,59% para 372,67 pontos
S&P 500 valoriza 1,61% para 2.788,68 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 3,4 pontos base para 0,717%
Euro deprecia 0,04% para 1,1236 dólares
Petróleo sobe 0,54% para 61,61 dólares em Londres
Powell deixou mercados "descansados" e bolsas reagiram em alta
As principais praças europeias negociaram em alta pelo segundo dia consecutivo, numa sessão em que o índice de referência europeu Stoxx600 tocou no valor mais alto em quase uma semana. A subida do setor automóvel foi a mais expressiva na Europa e a que mais apoiou a prestação do Stoxx600, que terminou o dia a somar 0,59% para 372,67 pontos.
Também o português PSI-20 valorizou 1,75% para 5.072,78 pontos, isto num dia em que chegou a recuar para renovar mínimos de janeiro e em que fechou com a maior subida diária em cinco meses.
Desta feita foi a disponibilidade da Reserva Federal para baixar os juros nos Estados Unidos a animar os mercados bolsistas. Primeiro foi o líder da Fed da Reserva Federal de St. Louis, James Bullard, a admitir que poderá ser preciso reduzir em "breve" os juros nos EUA devido à persistente baixa inflação e a um potencial abrandamento económico como consequência da guerra comercial.
Depois foi o próprio presidente do banco central americano, Jerome Powell, quem garantiu que a Fed está preparada para apoiar a economia dos EUA, o que foi lido como havendo margem para baixar os juros em caso de necessidade.
Juros das dívidas voltam a descer… também graças a Powell
A possibilidade de inverter de a Fed inverter a política normalização monetária para decretar a primeira descida dos juros em 10 anos refletiu-se na queda da generalidade dos juros associados às dívidas públicas na área do euro, com os investidores a acreditarem que haverá um efeito de contágio ao Banco Central Europeu, que se manterá ativo e interveniente se a evolução económica assim o exigir.
A "yield" correspondente aos títulos soberanos de Portugal a 10 anos cai 3,4 pontos base para 0,717%, no terceiro dia consecutivo a aliviar. Já a taxa de juro associada à divida de Itália a 10 anos cai pela segunda sessão (recua 4,5 pontos base para 2,511%), enquanto a "yield" das "bunds" alemãs a 10 anos cede 0,7 pontos base para -0,211%.
Também a justificar esta descida dos juros das dívidas está a especulação em torno da possibilidade de o BCE anunciar depois da reunião de quinta-feira um conjunto de empréstimos "baratos" à banca para apoiar o crescimento económico no espaço do euro.
Euro avançou para máximos de 18 de abril
O euro negociou em máximos de 18 de abril contra o dólar, beneficiando da continuação da especulação sobre um eventual corte dos juros dos EUA. Contudo, entretanto inverteu-se a tendência nos mercados cambiais, estando o euro a ceder 0,04% para 1,1236 dólares.
Por sua vez, o dólar valoriza no índice da Bloomberg que mede o comportamento da divisa norte-americana face a um cabaz das principais moedas mundiais, o que acontece pela primeira vez em quatro sessões.
Brent recupera de mínimos e sobe após quatro quedas
Os preços do petróleo negoceiam em alta nos mercados internacionais, estando o Brent, que é usado como valor de referência para as importações nacionais, a somar 0,54% para 61,61 dólares por barril. O Brent valoriza após quatro dias consecutivos a perder valor e depois de esta manhã ter chegado a transacionar em mínimos de 29 de janeiro.
Já o West Texas Intermediate (WTI), transacionado em Nova Iorque, cresce 0,32% para 53,42 dólares por barril.
O crude recupera assim das perdas acumuladas nas últimas sessões devido ao receio de que a disputa comercial EUA-China provocasse um arrefecimento da economia global que levasse à redução da procura desta matéria-prima.
Ouro recua após quatro valorizações
Também o metal precioso dourado está a perder valor devido a reforço da confiança dos investidores verificado esta terça-feira, o que reduz o apetite por ativos considerados mais seguros.
Assim, o ouro deprecia 0,17% para 1.323,03 dólares por onça, isto num dia em que chegou a negociar na cotação mais baixa desde 27 de fevereiro e em que põe fim a uma série de quatro sessões consecutivas a desvalorizar.