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Wall Street festeja provável corte de juros com melhor subida desde janeiro

As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em alta, animadas sobretudo pela expectativa de que a Fed interrompa a política de normalização de juros iniciada em finais de 2015 e que se salda já por 9 subidas na taxa diretora.

Reuters
04 de Junho de 2019 às 21:06
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O Dow Jones encerrou a somar 2,06% para 25.331,43 pontos e também o Standard & Poor’s 500 avançou, ao registar uma subida de 2,14% para 2.803,22 pontos. 

 

Já o tecnológico Nasdaq Composite pulou 2,65% para 7.527,12 pontos, depois de ontem ter chegado a perder mais de 2% e algumas das suas principais cotadas terem chegado a negociar em mercado urso (perda de pelo menos 20% em relação ao último pico da cotação). O índice tecnológico saiu assim de território de correção – que é quando há uma queda de pelo menos 10% face aos últimos máximos.

Os três índices registaram, com esta performance, a sua melhor sessão desde 4 de janeiro.

 

Os índices bolsistas de Wall Street estiveram a recuperar terreno esta terça-feira, depois de terem arrancado a semana no vermelho. A ajudar a melhorar o sentimento dos investidores esteve o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, ao garantir que tudo será feito para apoiar a economia norte-americana.

 

Primeiro foi o líder da Fed de St. Louis, James Bullard, a admitir que poderá ser preciso reduzir em "breve" os juros nos EUA devido à persistente baixa inflação e a um potencial abrandamento económico como consequência da guerra comercial.

 

Depois foi o próprio presidente do banco central americano quem garantiu que a Fed está preparada para apoiar a economia dos EUA, o que foi lido como havendo margem para baixar os juros em caso de necessidade.

 

Foi o suficiente para dar novo ânimo às bolsas – movimento também registado nos mercados acionistas europeus.

 
As cotadas do ramo financeiro foram as que mais se destacaram nas subidas, com os maiores bancos a festejarem depois de o analista Mike Mayo do Wells Fargo ter dito que o setor está pronto para "celebrar como se fosse 1995" se houver uma descida dos juros.

As tensões comerciais entre Washington e Pequim (e agora também entre os EUA e o México, com a ameaça de imposição de tarifas a partir da próxima segunda-feira, 10 de junho) continuam a pesar, mas hoje houve "tréguas" no sentimento dos investidores, que preferiram concentrar-se nos benefícios de uma descida dos juros.

 

Segundo a ferramenta FedWatch, as expectativas do mercado quanto a um corte da taxa de juro diretora já na reunião de julho da Fed estão nos 55%. Quanto à possibilidade de essa redução acontecer em dezembro, a aposta é maior: 97%.

 

Depois de cerca de uma década sem mexer nos juros, que se mantiveram em mínimos históricos entre 0% e 0,25%, a Reserva Federal recomeçou a elevar os juros em finais de 2015 – tendo tomado essa decisão 9 vezes desde então.

 

A Fed procedeu ao primeiro aumento (de 25 pontos base) em dezembro de 2015 e posteriormente voltou a incrementar em 25 pontos base a taxa directora em dezembro de 2016. Seguiram-se mais três subidas de 25 pontos base em 2017 e quatro em 2018. Este ano não houve qualquer subida e entretanto a política a seguir pode agora inverter-se.

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