Notícia
Fecho dos mercados: Matérias-primas dão combustível às bolsas. Dólar sobe antes de minutas
As bolsas europeias encerraram em alta pelo segundo dia, numa sessão em que foi animada pelas empresas de sectores mais expostos às matérias-primas.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,47% para 4.979,91 pontos
Stoxx 600 subiu 0,02% para 380,09 pontos
S&P 500 ganha 0,57% para 2.373,65 pontos
Taxa de juro da dívida portuguesa a dez anos subiu 2,8 pontos base para 3,954%
Euro cede 0,14% para 1,0659 dólares
Brent sobe 0,46% para 54,42 dólares por barril
Bolsas suportadas pela energia
As praças europeias terminaram a valorizar pela segunda sessão na semana, impulsionadas pelas empresas petrolíferas e pelas mineiras. O índice europeu Stoxx 600 avançou 0,02%, numa sessão em que os investidores aguardam por novas pistas sobre a política monetária nos EUA nas minutas da Reserva Federal, relativas à última reunião, que serão divulgadas no final da tarde. O banco central norte-americano subiu, em Março, a sua taxa de referência para um intervalo entre 0,75% e 1%, antecipando mais duas subidas este ano, mas há já economistas que prevêem mais três mexidas nos juros em 2017.
Em Lisboa, o dia também foi de ganhos. O índice PSI-20 somou 0,47%, numa sessão em que seis empresas estiveram a negociar em máximos de mais de um ano. A Mota-Engil destacou-se com uma valorização de 5,31% para 2,064 euros, para máximos de 2015, depois de ter sido divulgado que a gestora Mutima Capital Management comprou uma participação qualificada superior a 2% na construtora. Já o BCP, que nas duas últimas sessões registou correcções expressivas, subiu 0,44% para 0,1819 euros.
Prémio de risco agrava-se
A taxa implícita das obrigações a dez anos de Portugal esteve a agravar-se esta quarta-feira, 5 de Abril. A "yield" subiu 2,8 pontos base para 3,954%, a prolongar o aumento da sessão anterior. Esta subida surge depois de ontem terem sido conhecidos os números relativos ao programa de compras do Banco Central Europeu (BCE) no mês de Março. E as compras de dívida pública portuguesa voltaram a ficar a menos de metade da meta implícita pela chave de capital.
Já a taxa alemã avançou 0,1 pontos base para 0,258%, aumentando o diferencial face à dívida portuguesa para 369,68 pontos, num mês marcado pela redução das compras do BCE. A partir deste mês, o BCE tem que comprar menos 20 mil milhões de euros em dívida, podendo adquirir até um máximo de 60 mil milhões.
Euribor sobem a três e seis meses
As taxas Euribor subiram hoje a três e seis meses e desceram a nove e 12 meses em relação a terça-feira. A Euribor a três meses subiu para -0,329%, acima dos -0,330% na sessão anterior. No prazo a seis meses, a taxa Euribor, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 06 de Novembro de 2015, subiu para -0,241%. A 12 meses, a Euribor desceu hoje, para -0,114%, menos 0,003 pontos do que na véspera e actual mínimo de sempre, verificado pela primeira vez em 28 de Fevereiro último.
Criação de emprego suporta dólar
No dia em que a Reserva Federal dos EUA divulga as minutas da reunião de Março, o dólar segue a valorizar. O euro desce 0,14% para 1,0659 dólares, com a nota verde a ser suportada pela divulgação de bons números nos EUA. De acordo com um relatório reportado esta quarta-feira, o sector privado norte-americano criou 263 mil postos de trabalho em Março, o número mais elevado desde Dezembro de 2014. O resultado ficou muito acima das estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg que apontavam para 185 mil.
Petróleo desacelera após reservas
Ao contrário do que era antecipado pelos analistas consultados pela Bloomberg, as reservas de crude subiram para um novo recorde nos EUA, na semana passada. Números que estão a abrandar os ganhos da matéria-prima nos mercados internacionais. O WTI, negociado em Nova Iorque, avança 0,12% para 51,09 dólares por barril, enquanto o Brent, em Londres, soma 0,46% para 54,42 dólares por barril. Segundo os dados divulgados pela Administração de Informação de Energia norte-americana, as reservas de petróleo aumentaram 1,57 milhões de barris para 535,5 milhões, máximos desde 1982, ano em que começaram a ser recolhidos estes dados. As estimativas apontavam para uma quebra de 150 mil barris diários.
Índia adoça preços do açúcar
Os preços do açúcar estão a registar a maior subida em três meses, a reagirem à notícia de que a Índia permitiu importações da matéria-prima. O açúcar sobe 3,8% para 16,78 cêntimos de libra, mas já esteve a disparar 4,9%, a maior valorização desde 3 de Janeiro. A Índia decidiu abrir as restrições às importações da matéria-prima, depois das suas reservas terem caído devido à seca que afectou a produção no país, no ano passado.