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Fecho dos mercados: Libra sobe com Boris e juros soberanos descem antes do BCE

A divisa britânica está a subir no dia em que Boris Johnson se tornou primeiro-ministro britânico. Antes da reunião do BCE, os juros soberanos descem e as bolsas europeias fecharam sem rumo definido.

Reuters
24 de Julho de 2019 às 17:32
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Os mercados em números

PSI-20 caiu 0,23% para os 5.203,07 pontos

Stoxx 600 subiu 0,05% para os 391,73 pontos

S&P 500 desvaloriza 0,03% para 3.004,8 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 4,3 pontos base para os 0,411%

Euro perde 0,07% para 1,1144 dólares

Petróleo em Londres sobe 0,2% para 63,96 dólares o barril

Bolsas europeias aguardam BCE
As bolsas europeias fecharam sem rumo esta quarta-feira, 24 de julho, enquanto aguardam pela reunião do Banco Central Europeu (BCE) que se realiza amanhã. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, encerrou com uma valorização de 0,05% para os 391,73 pontos. Contudo, várias praças europeias, incluindo a portuguesa e a britânica, desvalorizaram.

Há muita especulação sobre qual será o rumo da política monetária nos próximos meses numa altura em que os sinais de desaceleração da economia europeia começam a preocupar o BCE - ainda hoje os dados do indicador PMI confirmaram essa tendência -, principalmente pelo seu impacto na inflação. Apesar de isso sugerir que as cotadas terão menos lucros, também pode significar um corte dos juros do banco central, o que tende a beneficiar os mercados financeiros por causa do baixo custo de financiamento.

Na Europa, as bolsas estão ainda a ser influenciadas pela época de resultados. Os prejuízos do Deutsche Bank desiludiram os investidores ao passo que os lucros da PSA (fabricante francesa de automóveis) surpreenderam pela positiva. Nos EUA, tanto a Caterpillar como a Boeing apresentaram resultados negativos, o que está a penalizar os índices norte-americanos. 

A nível internacional, o otimismo aumentou ligeiramente após Donald Trump ter confirmado que os Estados Unidos e a China vão reunir-se na próxima semana para uma ronda de negociações sobre a relação comercial. Esta será a primeira reunião de alto nível e presencial desde que as conversações romperam em maio, evento que levou a uma queda das bolsas.

Em Lisboa, o PSI-20 fechou com uma queda de 0,23% para os 5.203,07 pontos ao ser pressionado pelo BCP

Juros gregos em mínimos históricos
Os juros das obrigações soberanas dos Estados europeus voltaram a registar quedas significativas hoje no mercado secundário. No caso da Grécia, os juros a dez anos baixaram pela primeira vez dos 2%, algo inédito para um país que tem um rácio da dívida superior a 180% do PIB. Neste momento, os juros baixam 5,7 pontos base para os 1,98%. 

Este é o reflexo da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) em que os juros diretores ficam em níveis historicamente baixos até ao fim do primeiro semestre de 2019, existindo a possibilidade real de haver um novo corte nos juros. 

Essa hipótese ganhou hoje mais força após a divulgação de uma quebra do PMI para a indústria alemã, que já estava em contração. O maior risco de recessão na maior economia da Zona Euro poderá levar o BCE a aplicar o que tem sugerido nos últimos discursos de Mario Draghi: novos estímulos através dos instrumentos disponíveis estão na calha se for necessário para reanimar a economia e a inflação.

Em Portugal, os juros a dez anos baixaram 4,3 pontos base para os 0,411%. 

Libra recupera de mínimos de dois anos com entrada em cena de Boris Johnson
A libra está a recuperar e a atingir o nível mais elevado de julho contra o euro no dia em que Boris Johnson se tornou oficialmente o novo primeiro-ministro britânico, tendo prometido uma saída da União Europeia seja com ou sem acordo a 31 de outubro. A divisa valoriza 0,53% para os 1,1213 euros. 

A libra também beneficiou dos fracos dados económicos da Zona Euro revelados hoje, o que penalizou a divisa comum. Além disso, a expectativa de que o BCE vai baixar os juros também pesa no euro. 

Mas a grande atração dos investidores pela libra justifica-se pelo seu valor historicamente baixo dado que atingiu mínimos de cerca de dois anos face ao dólar. No entanto, no horizonte continua um Brexit sem acordo, o que tenderá a penalizar a divisa britânica. 

O euro desvaloriza 0,07% para 1,1144 dólares.

Petróleo sobe há quatro sessões consecutivas
O "ouro negro" está a subir há quatro sessões consecutivas, beneficiando da queda das reservas norte-americanas de petróleo, o que indica que poderá haver menos oferta no mercado. Os dados foram divulgados num relatório do Instituto Norte-americano de Petróleo: as reservas de crude baixaram 10,96 milhões de barris. 

Ao mesmo tempo, o retomar das negociações comerciais entre os EUA e a China mais formalmente abre a porta a que no futuro haja uma maior procura por petróleo. Caso as tarifas impostas pelas duas maiores economias do mundo sejam retiradas, é expectável que haja um impulso no dinamismo da economia a nível mundial, o que ainda significa que haverá uma maior necessidade de petróleo. 

Neste momento, o WTI, negociado em Nova Iorque, desvaloriza 0,28% nos 56,6 dólares - apesar de ter estado a valorizar durante quase toda a sessão - ao passo que o Brent, negociado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, valoriza 0,2% para os 63,96 dólares. 

Analistas antecipam ouro nos 1.500 dólares
Os analistas do Banco da Austrália antecipam que o ouro vai subir até aos 1.500 dólares caso a Reserva Federal norte-americana avance com uma redução dos juros diretores. Caso isso aconteça, os juros da dívida norte-americana baixariam e o dólar ficaria mais fraco, o que tenderia a aumentar a procura por ativos de refúgio como o ouro. Nesta quarta-feira, o "metal precioso" não anda assim tão longe desse nível: o ouro sobe 0,31 para os 1.422,26 dólares por onça. 

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