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Abertura dos mercados: Juros e euro descem com Alemanha mais perto da recessão

O dado económico negativo revelado na Alemanha leva os investidores a reforçarem a aposta de que o BCE vai avançar rapidamente para mais estímulos económicos. As bolsas estão mistas numa sessão em que há muitos resultados para analisar.

Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 desce 0,28% para 5.200,46 pontos

Stoxx 600 desce 0,01% para 391,52 pontos

Nikkei ganhou 0,41% para 21.709,57 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos recuam 4,1 pontos base para 0,406%

Euro desvaloriza 0,13% para 1,1138 dólares

Petróleo soma 0,22% para os 63,97 dólares o barril em Londres

 

Bolsas sem direção com resultados e investigação às tecnológicas

As bolsas europeias seguem com tendências distintas e fracas oscilações, numa sessão em que os investidores têm muitos resultados empresariais para analisar. O Stoxx600 desce 0,01% para 391,52 pontos.

O setor tecnológico é o que mais pesa de forma negativa nos índices europeus e condiciona também a bolsa norte-americana (os futuros sobre o S&P500 cedem 0,3%). Isto depois de O Departamento da Justiça (DoJ) dos EUA ter anunciado na última noite que vai investigar as 'Big Tech' do país para apurar se estão em causa práticas anticoncorrenciais. Estão em causa o Facebook, Google, Amazon e Apple.

No que diz respeito aos resultados apresentados por cotadas europeias, desta vez as notícias não são favoráveis. Destaque pela negativa para o Deutsche Bank, que afunda 4,53% para 6,811 euros depois de ter anunciado resultados que ficaram abaixo do esperado pelos analistas. O maior banco alemão apurou prejuízos de 3,15 mil milhões de euros no segundo trimestre.

A Daimler e a Aston Martin também apresentaram resultados negativos e estão a desvalorizar em bolsa. Já a PSA, liderada pelo português Carlos Tavares, está a subir depois de ter apresentado resultados acima do esperado.

Em Lisboa o PSI-20 desce 0,28% para 5.200,46 pontos, com o índice português a ser pressionado pelas ações do BCP e da EDP Renováveis.


Euro em queda com Alemanha mais perto da recessão

O euro mantém a toada negativa das últimas sessões e desvaloriza 0,13% para 1,1138 dólares. A queda da moeda europeia surge depois de terem sido divulgados dados negativos relativos à economia alemã, que reforçam a perspetiva de anuncio de novas medidas de estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu já na reunião desta quinta-feira.

O índice PMI para medir a evolução do setor industrial na Alemanha recuou em julho para 43,1, face aos 45 de junho. Uma leitura abaixo de 50 indica que o setor está em contração e a Bloomberg dá conta que este valor (que ficou abaixo das perspetivas mais pessimistas dos economistas) agrava o risco de recessão na maior economia europeia. O PMI para a Zona Euro desceu para 46,4, abaixo dos 47,7 estimados.


BCE pressiona juros da dívida em baixa

Os juros das obrigações soberanas europeias acentuaram o movimento negativo assim que foram divulgados estes dados económicos, uma vez que estes dão força para que o Banco Central Europeu avance já na reunião desta semana com o anúncio de um novo pacote de estímulos, com a descida da taxa de depósitos em 10 pontos base para 0,50% e um novo programa de compra de ativos.

"É difícil de escapar à ideia de que a indústria alemã está em recessão", diz à Bloomberg Martin van Vliet, da Robeco. "Estes dados basicamente asseguram que Draghi vai adoptar um tom muito 'dovish" amanhã. Os mercados estão a descontar taxas negativas amanhã".

A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos desce 4,1 pontos base para 0,406%. Em Espanha a queda é ainda mais intensa (- 5 pontos base para 0,337%) e na dívida alemã a taxa de juro desce 3,1 pontos base para -0,39%.  

 

Petróleo sobe com recuo nas reservas dos EUA

O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, segue a somar 0,22% para os 63,97 dólares. Os preços desta matéria-prima contam a quarta sessão em terreno positivo depois de ter sido divulgado um relatório do Instituto americano de petróleo que deu conta de uma descida de 10,96 milhões de barris nas reservas dos Estados Unidos. Isto, ao mesmo tempo que os investidores recebem sinais de que a procura pode aumentar, caso o encontro entre as duas maiores economias do mundo leve a um acordo entre Estados Unidos e China que termine com a tensão comercial que tem vindo a afetar o comércio mundial. 

 

Minério de ferro desliza com regresso da Vale

A produtora brasileira Vale, uma das maiores do setor, recebeu luz verde para recomeçar algumas operações. O regresso significa um uma injeção de 5 milhões de toneladas no mercado que contraria a escassez na oferta. O metal reagiu com uma quebra de 4,2% para os 108,45 dólares por tonelada, na bolsa de Singapura.

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