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Fecho dos mercados: Itália arrasa bolsas e banca e provoca subida dos juros

As principais bolsas europeias registaram fortes perdas, em especial a banca do velho continente, e os juros das dívidas dos países da Zona Euro avançam, influenciados pelos objectivos do governo italiano para o orçamento de 2019. Brent com maior ciclo de ganhos desde 2008 e ouro com pior série desde 1997.

Bloomberg
28 de Setembro de 2018 às 17:31
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Os mercados em números

PSI-20 caiu 1,20% para 5.359,27 pontos

Stoxx 600 perdeu 0,83% para 383,17 pontos

S&P 500 valoriza 0,11% para 2.917,08 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 0,9 pontos base para 1,877%

Euro cai 0,16% para 1,1622 dólares

Petróleo sobe 1,19% para 82,69 dólares por barril em Londres

 

Bolsas europeias não resistem às metas orçamentais da Itália

As principais bolsas europeias transaccionaram no vermelho na sessão desta sexta-feira, 28 de Setembro, com o índice de referência europeu Stoxx 600 a perder 0,83% para 383,17 pontos, interrompendo assim uma série de três sessões seguidas em alta. O sector europeu da banca foi o que mais penalizou (-2,76%), com os bancos italianos a liderarem as perdas. O BPM afundou 9,43% e o Intesa Sanpaolo deslizou 8,44%. 

 

O destaque pela negativa coube à bolsa italiana que transaccionou em terreno negativo pelo terceiro dia,

 

A justificar estas quedas estão os novos objectivos fixados para a relação entre o défice orçamental e o PIB por parte do governo transalpino. O défice de 2,4% definido para os próximos três anos ameaça abrir uma frente de "guerra" com Bruxelas e pode determinar uma inversão na trajectória de descida da dívida pública da Itália, a segunda maior da Zona Euro logo atrás da Grécia.

 

Ainda assim, e apesar de ter sido um período marcado pela incerteza decorrente da incerteza política italiana e da disputa comercial promovida pelos Estados Unidos, o Stoxx 600 fecha o terceiro trimestre deste ano a apreciar cerca de 1%. Já a bolsa de Milão acumula perdas pelo segundo trimestre consecutivo.

 

Nota também para o lisboeta PSI-20 que terminou o dia a resvalar 1,20% para 5.359,27 pontos.

 

Juros italianos superam os 3% para máximos de quatro meses

A mudança das prioridades orçamentais na Itália, aliada à possibilidade de que haja um aumento do endividamento da terceira maior economia do euro está, as penalizar a generalidade das dívidas públicas no bloco da moeda única.

 

A "yield" associada às obrigações de dívida soberana italiana avança, no prazo a 10 anos, 24,4 pontos base para 3,132%, tendo assim superado novamente a barreira psicológica dos 3%, estando em máximos de 29 de Maio, altura marcada pelas perdas da praça milanesa devido à incerteza quanto à possibilidade de ser formado um governo com apoio maioritário no parlamento resultante das eleições de Março. 

 

Também a taxa de juro correspondente aos títulos lusos com maturidade a 10 anos avança 0,9 pontos base para 1,877%, estando assim em máximos do passado dia 21 deste mês. Já a "yield" associadas às "bunds" germânicas no mesmo prazo recua 5,5 pontos base para 0,474% (mínimos de 18 de Setembro), isto porque a tendência de aumento generalizado dos juros das dívidas leva os investidores a apostarem nas obrigações consideradas mais seguras.  

 

Taxas Euribor inalteradas a 3, 6 e 9 meses

A taxa Euribor manteve-se a três meses (-0,318%), seis meses (-0,268%) e a nove meses (-0,208%), e subiu a 12 meses para -0,159%

 

Itália também penaliza o euro

O euro também não passa incólume ao receio dos mercados quanto às consequências, para Itália e para a Zona Euro, provocadas pelos objectivos do governo transalpino em funções há quatro meses. O euro deprecia 0,16% para 1,1622 dólares (estando em mínimos de 12 de Setembro), na terceira sessão consecutiva em que a moeda única perde valor contra a divisa norte-americana.

 

Já o dólar negoceia nos mercados cambiais em máximos de 12 deste mês no índice da Bloomberg que mede o comportamento da moeda americana relativamente a um cabaz das principais divisas mundiais. O dólar beneficia também do atenuar da disputa comercial com a China e das perspectivas de negociação de um acordo de livre comércio com o Japão.

 

Brent valoriza há cinco trimestres. O ciclo mais longo desde 2008

O preço do petróleo está uma vez mais a valorizar nos mercados internacionais, continuando a ser impulsionado pelo efeito das sanções norte-americanas ao Irão, que atingem sobretudo o sector exportador petrolífero iraniano, e também pela indisponibilidade da Arábia Saudita (e OPEP) e da Rússia em imporem um limite à produção petrolífera mais alto para colmatar a redução da oferta.

 

O Brent do Mar do Norte, utilizado como referência para as importações nacionais e que é negociado em Londres, sobe 1,19% para 82,69 dólares por barril. O Brent, que transacciona novamente em máximos de Novembro de 2014, encaminha-se para fechar o terceiro trimestre com um saldo acumulado positivo, elevando para cinco o número de trimestres a ganhar valor, o ciclo mais longo desde 2008.

 

Nota ainda para o West Texas Intermediate (WTI), que é transaccionado em Nova Iorque, que ganha 1,34% para 73,09 dólares, estando desta forma no valor mais elevado desde Julho. No entanto e ao contrário do Brent, o WTI deve fechar o trimestre com uma desvalorização, pondo fim a uma série de quatro trimestres a ganhar valor.

 

Ouro encaminha-se para pior ciclo desde 1997

O preço do metal dourado segue a subir apesar de hoje ter chegado a tocar no valor mais baixo desde 17 de Agosto. Mas apesar de o ouro estar agora a valorizar 0,74% para 1.191,64 dólares por onça, a matéria-prima vai terminar o mês de Setembro com saldo global negativo.

 

Assim, o ouro vai acumular seis meses seguidos a perder valor, o pior registo desde 1997, penalizado pelo caminho de normalização da política monetária encetado pela Reserva Federal dos Estados Unidos que, esta semana, decretou o terceiro aumento em 2018 da taxa de juro de referência da maior economia mundial.

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