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Fecho dos mercados: Investidores descontam nas bolsas e nos juros palavras de Trump e Powell
As bolsas europeias fecharam em queda, depois de ontem terem chegado a tocar em novos máximos de três anos. Os receios em torno das negociações comerciais entre os EUA e a China são os principais responsáveis para o contexto de desconfiança.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,19% para 5.293,74 pontos
Stoxx 600 perdeu 0,26% para 405,86 pontos
S&P500 cede 0,01% para 3.091,56 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 0,1 pontos base para 0,356%
Euro recua 0,05% para 1,1003 dólares
Petróleo em Londres sobe 0,55% para 62,40 dólares por barril
Incerteza comercial e Hong Kong pesam nas bolsas
As bolsas europeias fecharam em queda, pressionadas pelos receios de que as negociações comerciais afinal não estejam assim tão próximas de culminar com um acordo.
O presidente dos EUA afirmou na terça-feira que um acordo com a China poderá ser assinado em breve, mas deixou um alerta: se não houver acordo poderá haver uma nova ronda de tarifas comerciais. Esta ameaça foi mal recebida pelos investidores, que voltam a recear um novo recuo nesta questão e um novo aumento da tensão geopolítica.
Isto numa altura em que Hong Kong, o terceiro maior mercado bolsista do mundo, está a ser palco de grande violência, o que tem provocado perdas avultadas nesta bolsa e "contaminado" as congéneres mundiais.
Na Europa, a situação de Espanha não ajuda. As eleições deste domingo deram vitória ao PSOE que chegou a um acordo para uma coligação governamental com o Unidas Podemos, um partido que não é considerado "amigo dos mercados".
É neste contexto que o Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, fechou a cair 0,26%, depois de ainda ontem ter tocado num novo máximo de 2015.
Já na bolsa nacional, o PSI-20 cedeu 0,19%, num dia em que o BCP e a Jerónimo Martins recuaram quase 2%.
Juros voltam a cair, com procura de refúgio
As taxas de juro associadas às principais dívidas soberanas voltaram às quedas esta sessão, com os investidores a tentarem proteger-se de novos receios sobre questões geopolíticas, em especial no que respeita à guerra comercial entre os EUA e a China.
A taxa de juro implícita na dívida alemã recuou 4,8 pontos base para -0,304%. Já a dívida portuguesa a 10 anos subiu 0,1 pontos para 0,356%, num dia em que o IGCP realizou uma nova emissão de dívida a 10 anos, tendo acordado um juro superior ao da última emissão comparável.
Dólar sobe após discurso de Powell
O presidente da Reserva Federal (Fed) dos EUA disse que não prevê que as taxas de juro no país sejam alteradas nos próximos tempos, o que está a elevar o dólar contra as principais divisas mundiais.
"Prevemos que a atual posição da política monetária provavelmente se mantenha apropriada desde que a informação que chegue sobre a economia continue amplamente consistente com o nosso 'outlook' de crescimento económico moderado, um mercado de trabalho forte e uma inflação perto do nosso objetivo simétrico de 2%", afirmou Jerome Powell esta quarta-feira perante o Congresso.
Petróleo ganha terreno
Os avanços e recuos nas negociações comerciais têm condicionado a negociação do petróleo, muito expostos à evolução da economia mundial. Esta quarta-feira não foi excepção, tendo já subido, descido e voltado aos ganhos. O barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, está a subir 0,55% para 62,40 dólares.
Ouro beneficia de nova incerteza
O ouro está de regresso às subidas, num contexto em que a incerteza volta a pairar no ar, em especial sobre as negociações comerciais entre os EUA e a China. As dúvidas sobre se os dois países selam um acordo ou se a tensão vai voltar a aumentar estão a levar os investidores à procura, novamente, de ativos considerados mais seguros, como é o caso do ouro. Assim, o metal precioso está a subir 0,43% para 1.462,51 dólares por onça.