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Fecho dos mercados: Inflação pressiona euro e Itália impulsiona juros
Num dia em que o Stoxx600 atingiu máximos desde o início de Fevereiro, a moeda europeia caiu para mínimo de 15 semanas devido ao abrandamento da inflação na Alemanha. A perspectiva de eleições em Itália penalizou as obrigações soberanas dos países periféricos do euro.
Os mercados em números
PSI-20 cedeu 0,28% para 5.512,29 pontos
Stoxx 600 ganhou 0,18% para 385,32 pontos
S&P 500 soma 0,38% para 2.680,05 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 3 pontos base para 1,68%
Euro desvaloriza 0,43% para 1,2078 dólares
Petróleo valoriza 0,36% para 74,91 dólares por barril em Londres
Stoxx 600 em máximos de quase três meses e PSI-20 em contraciclo
As principais praças bolsistas da Europa transaccionaram em terreno positivo pela terceira sessão consecutiva. Num dia em que as bolsas europeias alternaram entre ganhos e perdas, os ganhos registados sobretudo pelos sectores ligados ao consumo e à saúde acabaram por prevalecer.
O índice de referência europeu Stoxx 600, que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, terminou a sessão a somar 0,18% para 385,32 pontos, isto depois de ter transaccionado no valor mais alto desde 5 de Fevereiro, um máximo de praticamente três meses.
O lisboeta PSI-20 contrariou a tendência predominante ao perder 0,28% para 5.512,29 pontos, especialmente penalizado pela queda de 1,31% para 0,2781 euros registada pelas acções do BCP, que tocaram mesmo em mínimos de 12 de Abril durante a sessão.
Ainda a penalizar o sentimento da bolsa nacional esteve a Jerónimo Martins que 0,75% para 14,54 euros e a EDP Renováveis que desvalorizou 1,24% para 7,96 euros numa sessão em que a cotada liderada por Manso Neto descontou o dividendo de 6 cêntimos a distribuir a 6 de Maio pelos accionistas, o que significa que se não tivesse destacado o valor do dividendo teria recuado apenas 0,5%.
Abrandamento da inflação penaliza euro
A inflação na Alemanha, a maior economia europeia, abrandou de forma inesperada em Abril, o que poderá deixar o Banco Central Europeu mais cauteloso na retirada dos estímulos monetários e por isso está a exercer uma pressão negativa na cotação do euro.
A moeda europeia está a descer 0,43% para 1,2078 dólares, tendo fixado um mínimo de 15 semanas, depois do instituto de estatística alemão ter avançado que o índice de preços no consumidor cresceu a um ritmo anual de 1,4%, abaixo dos 1,5% estimados e do registo do mês passado. Os sinais de abrandamento da economia europeia levaram o presidente do BCE a sugerir que o anúncio da redução/retirada do programa de compra de activos não seria efectuado a curto prazo, sendo que o abrandamento da inflação deverá reforçar esta postura cautelosa do banco central. Só a 4 de Maio o Eurostat irá divulgar o valor da inflação da Zona Euro em Abril.
Eleições em Itália elevam juros nos periféricos
Os juros das obrigações soberanas dos países do Sul da Europa estão hoje em alta, impulsionados pela perspectiva cada vez mais certa de que Itália terá que realizar novas eleições devido ao impasse político que persiste no país. Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas, escreveu esta segunda-feira no Facebook que a única solução para Itália passa pela realização de eleições antecipadas, já em Junho.
Os juros dos títulos de dívida italiana a 10 anos estão a subir 5 pontos base para 1,79%, enquanto em Portugal a "yield" das obrigações com a mesma maturidade agrava-se 3 pontos base para 1,68%. Com o juro das obrigações alemãs a 10 anos estável nos 0,57%, o prémio de risco da dívida portuguesa está a agravar-se para 111 pontos base.
Taxas Euribor mantêm-se nos principais prazos
As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três, seis e 12 meses e desceram a nove meses face a sexta-feira. A Euribor a três meses fixou-se pela segunda sessão consecutiva em -0,329%, enquanto a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, também se manteve, pela terceira sessão consecutiva, em -0,269%.
A nove meses, a Euribor desceu hoje para -0,220%, menos 0,001 pontos e contra o actual mínimo de sempre de -0,224%, registado pela primeira vez em 27 de Outubro de 2017.
Previsão do JPMorgan impulsiona petróleo
O petróleo esteve esta segunda-feira, 30 de Abril, a cair mais de 1%, depois de dados que mostravam um registo do aumento da actividade de perfuração nos EUA pela quarta semana consecutiva. Apesar disso a matéria-prima já inverteu a tendência negativa e está agora a subir ligeiramente. Isto em função da estimativa da JPMorgan de que o preço do Brent, referência para Portugal, atinja os 80 dólares por barril.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, sobe 0,16% para 68,21 dólares, enquanto o Brent, referência para Portugal, valoriza 0,36% para 74,91 dólares.