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Fecho dos mercados: Fed provoca novo sell-off. Bolsas e petróleo recuam para mínimos
As bolsas europeias recuaram para mínimos de dois anos, o petróleo está a deslizar para níveis de 2017 e o dólar está a ceder frente às principais congéneres. E a principal razão é a "cautela" da Fed.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 1,46% para 4.674,81 pontos
Stoxx 600 caiu 1,45% para 336,58 pontos
S&P 500 desvaloriza 1,3% para 2.474,34 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 0,3 pontos para 1,652%
Euro avança 0,5% para 1,1433 dólares
Petróleo desliza 3,84% para 55,04 dólares por barril, Londres
Bolsas em mínimos de mais de um ano
As bolsas europeias fecharam com quedas superiores a 1%, a reflectir os receios em torno do crescimento económico mundial. Em boa parte porque a Reserva Federal assumiu um tom de cautela e baixou as suas previsões, assumindo agora que só deverá subir os juros mais duas vezes no próximo ano, em vez das três subidas anteriormente previstas.
Estas perspectivas estão a minar a confiança dos investidores, provocando quedas elevadas nas bolsas e no petróleo.
O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, fechou a perder 1,45% para 336,58 pontos, atingindo um mínimo de Novembro de 2016, num cenário de perdas avultadas na Europa. Nos EUA, as bolsas também estão a ter um desempenho negativo, com o S&P500 a recuar para mínimos de Setembro de 2017.
Lisboa não escapou deste cenário. O PSI-20 caiu 1,46%, negociando em mínimos de Março de 2017. A Galp foi a cotada que mais pressionou, ao ceder quase 3%.
Juros pouco alterados
A taxa de juro implícita na dívida portuguesa a 10 anos sobe 0,3 pontos para 1,652%, ao mesmo que a "yield" da dívida alemã desce 0,8 pontos para 0,231%, o que coloca o prémio de risco da dívida nacional nos 142 pontos base.
Taxas Euribor caem a três meses e sobem a 12 meses
As taxas Euribor registaram esta quinta-feira desempenhos distintos. A taxa a três meses recuou para -0,310%, já a Euribor a seis meses estabilizou nos -0,238%. A taxa Euribor a 12 meses subiu hoje para -0,121%, o que corresponde a um novo máximo de seis meses.
Dólar em mínimos de um mês
A moeda norte-americana está em queda contra as principais divisas mundiais, a reflectir as perspectivas da Fed: menos subidas de juros e cautela em relação ao crescimento económico. Este contexto está a pesar na negociação do dólar e a beneficiar divisas como o euro, que sobe 0,5% para 1,1433 dólares.
Petróleo desliza para mínimos de mais de um ano
Os preços do petróleo estão a registar mais uma queda acentuada, a reflectir os receios em torno do excesso de oferta de matéria-prima e do crescimento mundial. Um sentimento negativo que se acentuou depois da Fed ter subido os juros e ter perspectivado aumentar mais duas vezes o preço do dinheiro no próximo ano. O barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, desliza 3,84% para 55,04 dólares.
Ouro sobe mais de 1% e atinge máximos de Julho
Com a queda do dólar, devido a perspectivas de juros menos elevados no próximo ano, conjugada com os sinais que apontam para uma deterioração económica, o ouro está a valorizar, funcionando como activo de refúgios.