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Fecho dos mercados: Europa sobe pela terceira sessão com Londres em destaque. Libra afunda
As bolsas europeias terminaram a primeira sessão da semana com mais um registo positivo, o terceiro consecutivo. A esperança de uma reviravolta em Londres, em termos do Governo e da orientação a dar ao Brexit, impulsionou a bolsa londrina e está a pesar sobre a libra.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,70% para os 4.921,90 pontos
Stoxx 600 apreciou 0,32% para os 380,69 pontos
S&P500 encerrado devido à comemoração do Labour Day
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 0,9 pontos base para 0,128%
Euro cede 0,07% para 1,0974 dólares
Petróleo em Londres desliza 3,36% para os 58,40 dólares o barril
Europa otimista pela terceira sessão
As principais praças europeias fecharam a sessão com sinal verde, contando desta forma a terceira sessão consecutiva com saldo positivo. O Stoxx600, o maior agregador europeu, subiu 0,32% para os 380,69 pontos, num dia em que chegou a tocar num máximo de um mês, nos 382,09 pontos. O setor financeiro destacou-se com os maiores ganhos, ao somar quase 1%.
O Velho Continente mostra-se otimista numa altura em que, apesar da aplicação de uma nova ronda de tarifas pelos EUA à China e vice-versa, as duas maiores economias do mundo garantem estar a avançar com as negociações.
Londres destaca-se com uma subida de 1%, na véspera da chegada de nova legislação ao Parlamento britânico, que pode ainda travar uma saída da União Europeia sem acordo. Paralelamente, há a expectativa de que possa haver eleições antecipadas, caso o Parlamento britânico consiga impedir uma saída sem acordo a 31 de outubro.
Em Lisboa, o PSI-20 alinhou-se com as pares europeias e avançou 0,70% para os 4.921,90 pontos, impulsionado por uma subida de mais de 4% da Jerónimo Martins, depois de ter sido divulgada uma elevada inflação nos bens alimentares na Polónia, território onde a empresa portuguesa gere a cadeia Bierdronka.
Juros do Reino Unido com maior alívio em dois meses
Os juros da dívida a dez anos do Reino Unido caíram 6,5 pontos base para os 0,412%, mostrando a maior quebra desde o dia 2 de julho e aproximando-se do mínimo histórico atingido no passado 15 de agosto, dia em que um dos membros do Banco Central Europeu, Olli Rehn, afirmou que é necessário avançar com um novo pacote de quantitative easing em setembro.
Esta segunda-feira, os juros da dívida britânica aliviam influenciados pela esperança de que o Parlamento britânico aprove, amanhã, legislação que evite um Brexit sem acordo e, por outro lado, perante a hipótese de que sejam convocadas eleições antecipadas em terras de Sua Majestade.
Por cá, os juros da dívida com a mesma maturidade avançam no sentido inverso, e agravam-se em 0,9 pontos base para os 0,128%.
Especulação sobre eleições antecipadas afunda libra
A divisa britânica está perto de mínimos de dois anos e meio, período que coincide com o referendo de junho de 2016 em que o Brexit venceu. A libra está a ceder face ao dólar, negociando perto dos 1,2 dólares, e também face ao euro, negociando abaixo dos 1,1 euros.
É a especulação de que possa haver eleições antecipadas marcada pelo Governo, caso o Parlamento britânico consiga impedir uma saída sem acordo a 31 de outubro, que está a penalizar a divisa (e a impulsionar a bolsa de Londres).
Esta será uma semana decisiva para o processo do Brexit, mas há muita incerteza sobre o futuro dado que há vários cenários em cima da mesa: desde uma moção de censura ao atual Governo, a formação de um Executivo provisório com Corbyn ou com outra figura, a marcação de eleições antecipadas antes ou depois de 31 de outubro ou uma saída sem acordo levada a cabo por Boris Johnson com o Parlamento a não conseguir evitar esse cenário.
Além dessa incerteza, os dados sobre a economia britânica divulgados recentemente mostram um cenário preocupante para um país que poderá enfrentar um choque ainda maior quando sair da União Europeia.
Por cá, o euro mantém-se abaixo da fasquia de 1,10 dólares, um patamar que foi quebrado na última sexta-feira, pela primeira vez desde 16 de maio de 2017. A moeda única europeia desce 0,07% para 1,0974 dólares.
Guerra comercial fere petróleo
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, está a afundar 3,36% para os 58,40 dólares. Esta é a segunda sessão de quebras para o "ouro negro", estando as cotações a ser "vítimas" do agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, uma disputa que, a resultar num abrandamento económico, ditará uma redução da procura por petróleo.
Minério de ferro dispara
O mês de setembro começa no verde para o minério de ferro. Esta matéria-prima disparou 6,6% para os 86,76 dólares por tonelada no primeiro dia a negociar este mês, e os contratos na China fecharam num pico de três semanas. Esta evolução acontece depois de o vice primeiro-ministro chinês, Liu He, ter anunciado que um dos focos do investimento do governo será projetos de infraestrutura.