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Fecho dos mercados: Euforia nas bolsas em dia de chuva de máximos. Juros disparam

As bolsas europeias aceleraram para máximos de mais de um ano, contagiadas pelo optimismo nos EUA, depois do Dow Jones ter superado pela primeira vez os 20.000 pontos. Já os juros de Portugal seguem perto de 4%.

Reuters
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Os mercados em números
PSI-20 cedeu 0,07% para 4.573,73 pontos
Stoxx 600 subiu 1,29% para 366,59 pontos
S&P 500 sobe 0,61% para 2.294,03 pontos
"Yield" 10 anos de Portugal subiu 12,4 pontos base, para 3,985%
Euro avança 0,12% para 1,0744 dólares
Petróleo sobe 0,18% para 55,54 dólares por barril, em Londres

Dow acima de 20.000 pontos puxa pelas bolsas
Esta está a ser uma sessão de máximos nas bolsas mundiais. Depois de várias semanas a ameaçar tocar nuns inéditos 20.000 pontos, o índice norte-americano Dow Jones conseguiu esta quarta-feira, 25 de Janeiro, superar pela primeira vez na sua história esta importante barreira psicológica. Um acontecimento "comemorado" com grande euforia nos mercados accionistas mundiais. Na Europa, o índice europeu Stoxx 600 ganhou 1,29%, a maior subida em mais de uma semana, num dia em que praças como a espanhola e alemã valorizaram perto de 2%, levando estes índices para máximos de 2015.

A liderar os ganhos na sessão de hoje, quer nos EUA, quer na Europa, está o sector financeiro. O índice europeu para a banca escalou 3%, com todos os membros a valorizar, no dia em que o Santander divulgou um conjunto de resultados sólido, que superou as estimativas dos analistas.

Estas valorizações nas bolsas ocorrem num momento em que os investidores permanecem atentos à política de Donald Trump. Nos primeiros dias na Casa Branca, o novo presidente dos EUA já se reuniu com várias empresas, mantendo um discurso altamente proteccionista, em linha com o seu discurso focado na "América Primeiro". Apesar da incerteza em torno da governação de Trump, os índices norte-americanos continuam a renovar recordes.

Ao contrário das restantes praças europeias, a bolsa lisboeta fechou no vermelho. O índice PSI-20 inverteu a tendência positiva a poucos minutos do fecho do mercado. A bolsa desceu uns meros 0,07%, penalizado pela EDP e pelo BCP. A eléctrica, que ontem foi ao mercado com uma emissão de dívida a seis anos, caiu 1,06% para 2,702 euros. Já o BCP desceu 0,53% para 0,15 euros, arrastado pela negociação dos direitos ao aumento de capital, que caíram 2,5%.

Juros disparam e aproximam-se de 4%
As taxas de juro de Portugal estiveram a agravar-se esta quarta-feira. A taxa de referência a dez anos escalou 12,4 pontos base, para 3,985%, um dia antes de Mário Centeno ir ao Eurogrupo dar explicações sobre a situação no país. A subida dos juros, os problemas na banca, e políticas como o aumento do salário mínimo estão a preocupar os parceiros europeus, que deverão deixar isso claro ao ministro das Finanças português amanhã na reunião do Eurogrupo.

Além de a situação económica e financeira portuguesa ser um dos temas da agenda do Eurogrupo, a dívida portuguesa poderá ainda ter sido penalizada pela notícia de que a executiva alemã no BCE quer debate "em breve" sobre retirada de estímulos, algo que afectaria negativamente Portugal. Sabine Lautenschlaeger, que sempre criticou a compra de dívida pública pelo banco central, diz que as medidas de estímulo, em particular as taxas de juro zero e até negativas nos depósitos foram necessárias, mas tal como acontece com a dosagem de medicamentos é importante saber quando parar face à recuperação do paciente.

Mas não foram apenas os juros de Portugal que estiveram a subir. As "yields" de Espanha e Itália também registaram subidas acentuadas, enquanto as "bunds" alemãs avançaram 5,6 pontos, para 0,464%. O "spread" face à dívida nacional aumentou para 352 pontos.

Euribor inalteradas nos principais prazos
As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três, seis e 12 meses em relação a terça-feira. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, manteve-se hoje em -0,328%, depois de ter descido até ao mínimo de -0,329% pela primeira vez em 17 de Janeiro. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 06 de Novembro de 2015, foi hoje fixada de novo em -0,242%, actual mínimo histórico registado pela primeira vez em 24 de Janeiro. A 12 meses, a Euribor, que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez em 05 de Fevereiro de 2015, foi hoje fixada de novo em -0,101%, actual mínimo histórico verificado pela primeira vez em 23 de Janeiro.

Libra em máximos de seis semanas
A libra está de regresso aos ganhos face à divisa americana. A moeda britânica valoriza 0,83% para 1,2624 dólares, e tocou no valor mais elevado das últimas seis semanas (1,2628 dólares). Apesar da subida desta quarta-feira, a libra ainda acumula uma desvalorização superior a 15% desde o referendo do Brexit em Junho do ano passado. No entanto havia a expectativa de que o Supremo Tribunal viesse a deliberar que a decisão de accionar a saída da União Europeia teria de ser tomada pelo parlamento. Um cenário que acabou por se confirmar esta terça-feira, com o tribunal a decidir em sentido contrário ao defendido pelo governo de Theresa May.

Petróleo recupera após reservas nos EUA
O petróleo negociou no vermelho durante grande parte da sessão, com os receios sobre a evolução das reservas nos EUA a levar os investidores a jogar à defesa. Mas, após a divulgação desses dados, os preços do ouro negro recuperaram. Os inventários aumentaram em 2,7 milhões de barris na semana passada, em linha com o estimado, segundo dados divulgados pela Reuters. O preço do barril de Brent seguia a valorizar 0,18% para 55,54 dólares. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, ganha 0,24% para 53,31 dólares.

Apetite pelo risco tira brilho ao ouro
O ouro perde valor pela segunda sessão consecutiva. O preço é prejudicado pelo maior apetite por risco dos investidores, que levou as bolsas americanas a máximos. O valor da onça de troy desce 0,70% para 1.200,42 dólares. "A necessidade para um activo refúgio como o ouro não é necessária. Existe um optimismo renovado nas políticas de Trump e no mercado de acções", disse Phil Streible, estratego da RJO Futures, citado pela Bloomberg.
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