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Fecho dos mercados: Bolsas, juros e euro recuperam com acalmia em Itália
O alívio dos receios em torno da instabilidade política que se vive em Itália, depois de a emissão de dívida de hoje ter mostrado que as perturbações na formação de um novo governo não impediram o país de se financiar nos mercados, ajudou à retoma das bolsas europeias e do euro, com os juros a aliviarem.
Os mercados em números
PSI-20 somou 1,39% para 5.443,56 pontos
Stoxx 600 avançou 0,04% para 384,61 pontos
S&P 500 ganha 0,94% para 2.715,09 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 14,1 pontos base para 2,052%
Euro valoriza 1,10% para 1,1666 dólares
Petróleo sobe 2,71% para 77,43 dólares por barril em Londres
Bolsas recuperam de derrocada
Nas bolsas do Velho Continente, a tendência reinante foi de subida, com as principais praças a corrigirem das perdas recentes, numa altura em que diminuíram os receios em torno da instabilidade política em Itália, especialmente depois do leilão de dívida de hoje que deu a indicação de que o país consegue financiar-se normalmente nos mercados, apesar da subida acentuada dos custos de financiamento. O Stoxx600 encerrou a somar 0,04% para 384,61 pontos e a bolsa italiana ganhou 2,9%.
Por cá, o PSI-20 encerrou a sessão desta quarta-feira a somar 1,39% para 5.443,56 pontos, tendo sido o segundo índice da Europa Ocidental que mais valorizou. A sustentar estiveram sobretudo o BCP, que foi o título da bolsa portuguesa mais castigado pela crise italiana, e a Galp – num dia em que o sector do petróleo foi o que mais valorizou na Europa.
Juros aliviam com acalmia em Itália
Os juros das dívidas públicas da Zona Euro estão a aliviar na sessão desta quarta-feira, excepção feita às "bunds" germânicas que negoceiam em sentido inverso porque os investidores apostam na maior rentabilidade oferecida por outros títulos soberanos num dia em que o risco associado a essas obrigações diminuiu.
A taxa de juro associada aos títulos italianos com prazo a 10 anos cai 24,8 pontos base para 2,916%, aliviando dos máximos de 2014 ontem atingidos. É a primeira queda em quatro dias. Já a "yield" das obrigações lusas neste prazo recua 14,1 pontos base para 2,052%. Em contraciclo, as "bunds" avançam 11,2 pontos base para 0,372%, isto depois de cinco dias consecutivos de quedas.
Euribor mantêm-se a 3 e a 6 meses e sobem a 9 e 12 meses
A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, manteve-se hoje em -0,321%. Já a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez a 6 de Novembro de 2015, permaneceu em -0,269%.
A nove meses, a Euribor subiu 0,001 pontos para -0,213%, um novo máximo desde 29 de Novembro. No prazo a 12 meses, a taxa Euribor, que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez a 5 de Fevereiro de 2015, também subiu hoje 0,001 pontos para -0,184%.
Euro sobe pela primeira vez em quatro dias
A moeda única europeia aprecia nos mercados cambiais pela primeira vez em quatro sessões, estando nesta altura a valorizar 1,10% para 1,1666 dólares.
Por sua vez, o dólar perde valor pela primeira depois três dias seguidos a ganhar terreno, isto no índice da Bloomberg que mede o desempenho da moeda norte-americana num cabaz que integra as principais divisas mundiais.
Petróleo recupera com reforço da tensão entre Pequim-Washington
O preço do crude está a avançar nos mercados internacionais, impulsionado pela escalada de tensão entre os Estados Unidos e a China numa altura em que os investidores reforçaram o receio quanto a uma eventual guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais. Por outro lado, a desvalorização do dólar contribui para a subida do preço do petróleo.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, utilizado como valor de referência para as importações portuguesas, sobe 2,71% para 77,43 dólares por barril, no segundo dia seguido de ganhos. Já em Nova Iorque o West Texas Intermediate (WTI) avança 2,44% para 68,36 dólares, o que acontece após cinco sessões consecutivas a desvalorizar.
Cobre prolonga quedas com tensões EUA-China
O cobre segue a perder terreno no mercado londrino de metais (LME), pela segunda sessão consecutiva, pressionado pelo intensificar das tensões comerciais entre Washington e Pequim depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter decidido levar adiante a imposição de tarifas de 25% sobre produtos importados da China, num valor que ascenderá a 50 mil milhões de dólares. Esta decisão pode levar a uma guerra comercial, já que a China também tinha prometido retaliar em igual medida.
Na sessão desta quarta-feira, o cobre segue a cair 0,6% no mercado londrino, para 6.819,5 dólares por tonelada, tendo já estado a negociar hoje em mínimos de 8 de Maio. Desde o início do ano, este metal industrial acumula uma desvalorização de 6%.