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Fecho dos mercados: Bolsas e juros caem à espera de corte da Fed menos pronunciado
As bolsas europeias fecharam o dia com quedas ligeiras, numa altura em que os dados económicos apontam para que a Fed possa não descer tanto os juros como se estava a antecipar.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,35% para 5.174,52 pontos
Stoxx 600 perdeu 0,05% para 389,90 pontos
S&P500 cai 0,56% para 2.973,52 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 6 pontos base para 0,484%
Euro recua 0,16% para 1,1207 dólares
Petróleo em Londres sobe 0,48% para 64,54 dólares o barril
Bolsas europeias em queda com redução de expectativa sobre a Fed
Bons dados económicos nem sempre são encarados como boas notícias para os investidores. Prova disso é o comportamento das bolsas esta segunda-feira. Os últimos dados económicos divulgados nos EUA apontam para que a economia esteja mais robusta, o que elevou a especulação de que a Reserva Federal (Fed) dos EUA possa não descer tanto os juros como o que estava a ser antecipado (50 pontos base este ano).
Este é a justificação para que as bolsas estejam a cair. O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, desceu 0,05% para 389,90 pontos.
Além deste contexto, a contribuir para o pessimismo dos investidores está também o intensificar de tensões em torno do Irão, devido ao aumento dos níveis de urânio enriquecido, o que eleva os receios de um conflito militar no Médio Oriente.
Já o PSI-20 desceu 0,35%, numa sessão em que o BCP, os CTT e a Nos perderam mais de 1%.
Juros sobem com perspetivas menos otimistas para a Fed
Os últimos dados económicos apontam para que a Reserva Federal (Fed) dos EUA reduza menos os juros do que o que estava a ser antecipado pelo mercado. O que está a ser suficiente para que os juros associados às dívidas soberanas subam também, uma vez que já estavam a descontar uma política de redução de juros mais agressiva.
Assim, a taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Portugal está a subir 6 pontos base. Já na Alemanha, a "yield" a 10 anos regista uma queda de 2 pontos para -0,369%.
Lira turca afunda com expectativa de descidas de juros
O presidente turco afastou o governador do banco central este fim de semana. E no domingo percebeu-se porquê. Tayyip Erdogan defende que o banco central deve descer a taxa de juro de referência da Turquia, atualmente nos 24%, mas o (até sábado) presidente do banco central, Murat Cetinkaya, não atuou em conformidade com a visão do presidente da Turquia.
Estas mudanças elevaram a perspetiva de que a Turquia entre agora numa política de descida de juros consecutivas. E este cenário está a pressionar a moeda contra as principais divisas. A lira turca afunda 1,6% para 0,15571 euros.
Tensão com o Irão eleva preços do petróleo
O Irão ameaçou e cumpriu. E já aumentou os níveis de enriquecimento de urânio para valores que superam os limites acordados com a comunidade internacional em 2015, segundo os dados do país. Teerão admitiu voltar atrás se Reino Unido, Alemanha e França apoiassem o país politicamente. A União Europeia já instou o Irão a abandonar o enriquecimento de urânio.
Mas a tensão continua a aumentar, com Teerão a renovar as ameaças esta segunda-feira.
O que está a elevar os preços do petróleo nos mercados internacionais. Além do Irão ser um produtor desta matéria-prima relevante, os receios de que haja um conflito militar no Médio Oriente também contribuem para a subida dos preços do petróleo, uma vez que a região é determinante para o mercado petrolífero.
O preço do barril do Brent está a subir 0,48% para 64,54 dólares.