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Fecho dos mercados: Bolsas e dólar corrigem após fracasso de Trump no Congresso
O fracasso de Donald Trump no Congreso para alterar o Obamacare está a aumentar as dúvidas em relação à sua capacidade para implementar as promessas eleitorais. Bolsas, dólar e matérias-primas descem.
Os mercados em números
PSI-20 ganhou 0,69% para 4.720,33 pontos
Stoxx 600 perde 0,40% para 375,01 pontos
S&P 500 desce 0,31% para 2.336,60 pontos
"Yield" da dívida de Portugal a 10 anos caiu 5,5 pontos base para 4,077%
Euro sobe 0,73% para 1,0877 dólares
Petróleo cai 0,31% para 50,64 dólares por barril, em Nova Iorque
Bolsas arrancam semana no vermelho
Depois de terem estado a desvalorizar na última semana, as bolsas do Velho Continente terminaram a primeira sessão da semana a perder valor. O índice europeu Stoxx 600 desceu 0,4%, pressionado pelas quedas das empresas do sector das matérias-primas. A penalizar está mais uma vez a maior apreensão dos investidores em relação à capacidade da actual administração americana implementar o plano económico prometido por Donald Trump.
Apesar de os republicanos deterem maioria em ambas as câmaras do Congresso (Representantes e Senado), Trump não foi capaz de os convencer a apoiar um plano que visa cumprir uma promessa de longa data do Partido Republicano, a revogação do odiado Obamacare. Este fracasso intensificou os receios de que o novo inquilino da Casa Branca não consiga aprovar medidas para aumentar o investimento ou cortes de impostos.
Em Lisboa, o PSI-20 manteve a tónica positiva da última sessão. O índice de referência nacional avançou 0,69%, suportado pela arrancada do BCP. O banco liderado por Nuno Amado valorizou 4,76% para 0,1804 euros. A impulsionar esteve ainda a Jerónimo Martins. A retalhista subiu 1,27% para 15,97 euros.
Juros acompanham correcção na periferia do euro
As taxas de juro nas obrigações europeias estiveram a corrigir esta segunda-feira, 27 de Março. A taxa de referência a dez anos baixou 5,5 pontos base para 4,077%, no dia em que a Comissão Europeia identificou algumas melhorias na economia e no sector financeiro em Portugal, mas apontou para mais desafios e riscos num país com "progressos limitados" na implementação de reformas. Os juros de Itália e Espanha também estiveram a recuar, enquanto a taxa das "bunds" alemãs terminaram praticamente inalteradas em 0,402%, reduzindo o "spread" face à dívida portuguesa para 367,5 pontos.
Euribor a três e seis meses inalteradas
A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, manteve-se em -0,330%, actual mínimo histórico. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 06 de Novembro de 2015, também se manteve em -0,242%, acima do actual mínimo de -0,244. Já a Euribor a 12 meses caiu hoje para -0,109%, face a 0,107% a que foi fixada na sexta-feira.
Dólar quase anula efeito Trump
O dólar já quase anulou a valorização acumulada a partir do passado dia 8 de Novembro, data em que se realizaram as eleições presidenciais norte-americanos que resultaram na vitória de Donald Trump. A moeda americana, que perde terreno nos mercados cambiais pelo segundo dia seguido, está a negociar face ao euro no valor mais baixo desde 11 de Novembro do ano passado.
Nesta altura o euro está a valorizar 0,73% contra o dólar para 1,0877 dólares, a cotação mais elevada da moeda europeia relativamente ao dólar desde 11 de Novembro. E olhando para o índice da Bloomberg que mede o comportamento do dólar comparativamente com o cabaz das principais divisas mundiais, vê-se que a moeda americana está a desvalorizar em oito das nove últimas sessões.
Petróleo estende quedas
Os preços do petróleo seguem a desvalorizar, depois dos produtores de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) terem adiantado que precisam de mais tempo para reduzir as reservas de crude a nível global. O WTI, negociado em Nova Iorque, desce 0,65% para 47,66 dólares por barril, enquanto o Brent, em Londres, baixa 0,31% para 50,64 dólares. A matéria-prima está assim a desvalorizar pela terceira semana consecutiva, depois de vários países terem manifestado a vontade de estender os cortes de produção acordados até Junho, de modo a alcançarem os níveis de inventários pretendidos pela OPEP.
Ouro em máximos de um mês
Enquanto as dúvidas em relação ao Trumpnomics estão a pressionar as acções, o ouro está a ganhar um brilho renovado com estas preocupações. O ouro avança 1,3% para 1.259,28 dólares por onça, máximos de um mês, a beneficiar com os receios dos investidores em relação às políticas de Donald Trump.