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Fecho dos mercados: Bolsas descem, juros disparam e euro fixa mínimos do ano
Esta foi uma sessão negativa para as bolsas europeias, com as acções a aliviarem depois do Trumpnomics. Já o prémio de risco do País disparou, com os juros em máximos de Fevereiro.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,21% para 4.395,09 pontos
Stoxx 600 cedeu 0,20% para 338,47 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,26% para 2.174,68 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal disparou 17,9 pontos base para 3,673%
Euro recua 0,39% para 1,0680 dólares
Petróleo desce 0,62% para 46,66 dólares por barril
Bolsas de regresso às quedas
As praças europeias encerraram a sessão desta quarta-feira, 16 de Novembro, no vermelho. O índice europeu Stoxx 600 cedeu 0,20%, com o mercado a dar sinais de fadiga, depois da subida recente patrocinada pelo Trumpnomics. A travar o optimismo dos investidores está a expectativa que a Reserva Federal dos EUA avance com uma subida de juros nos EUA, com as probabilidades no mercado de futuros a darem como quase certa uma mexida nos juros no próximo mês e depois de o presidente da Fed de St. Louis, James Bullard, ter afirmado que apenas uma surpresa travará um novo aumento dos juros nos Estados Unidos em Dezembro.
As praças europeias terminaram com desvalorizações ligeiras, à excepção do índice grego, que disparou mais de 3%. A banca é a principal responsável pelo comportamento da bolsa, com o Piraeus a subir mais de 8,5%, tendo até chegado a avançar 10%, depois de apresentar resultados. As declarações do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, mostrando que está "um pouco mais aberto" ao argumento de se deixar a Grécia ter um excedente primário mais realista no futuro também contribuiu para os ganhos em Atenas.
Já em Lisboa, o PSI-20 caiu 0,21%, num dia em que o BCP se destacou nas quedas. O banco liderado por Nuno Amado baixou 3,43% para 1,222 euros, depois de quatro sessões consecutivas de fortes ganhos e num dia marcado pelo forte agravamento das taxas de juro de Portugal. Uma nota negativa ainda para o sector da energia. A EDP caiu 1,42% para 2,647 euros, enquanto a Galp desvalorizou 0,25% para 12 euros.
Prémio de risco dispara
As taxas de juro de Portugal estiveram a disparar no mercado secundário, com a "yield" a dez anos a renovar máximos de Fevereiro. A taxa de referência a dez anos escalou 17,9 pontos base para 3,673%, a liderar o movimento de subida dos juros na Europa, no dia em que Portugal foi pela última vez ao mercado, em 2016, com uma dupla emissão de curto prazo. Este agravamento surge na sessão em que o primeiro-ministro António Costa adiantou que espera que os juros da dívida conheçam um ajustamento ao longo do próximo ano. O prémio de risco face à dívida alemã também disparou, numa sessão em que as "bunds" alemãs corrigiram 1,1 pontos base para 0,297%, colocando o "spread" face a Portugal em 337,59 pontos.
Euribor em alta
As taxas Euribor subiram hoje a três meses e desceram a seis meses. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, subiu hoje para -0,311%, depois de ter descido para o actual mínimo de sempre de -0,313% pela primeira vez em 19 de Outubro. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 06 de Novembro de 2015, foi hoje fixada em -0,214%, menos 0,003 pontos percentuais do que na véspera e um novo mínimo de sempre.
Euro cada vez mais perto da paridade
A moeda única tocou esta quarta-feira no valor mais baixo deste ano, perante a expectativa de que as políticas económicas da administração Trump, favorecendo a inflação, possam desencadear um ritmo mais rápido de subida de juros nos EUA. O euro segue a desvalorizar pela oitava sessão consecutiva face ao dólar. Recua 0,39% para 1,0680 dólares, depois de já ter estado a cair um máximo de 1,51% para 1,0698 dólares, em mínimos de 3 de Dezembro do ano passado. Já o índice do dólar, que mede o desempenho da divisa face a um cabaz de dez moedas, avança 0,2%, para máximos de nove meses.
Petróleo corrige de máximos de duas semanas
Os preços do petróleo seguem a desvalorizar nos mercados internacionais. A matéria-prima desce 0,62% para 46,66 dólares por barril, no mercado londrino, enquanto o WTI, em Nova Iorque, cai 0,48% para 45,59 dólares. A pressionar o "ouro negro" está o aumento das reservas de crude nos EUA, num momento em que os países exportadores tentam novamente chegar a um entendimento em relação à produção. O ministro da energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih junta-se esta semana a outros membros da OPEP para conversações informais com a Rússia, depois de vários países terem mostrado resistências para cortar a produção apesar do entendimento alcançado em Setembro.
Cobre corrige de máximos de 2011
O preço do cobre continua a corrigir, depois da escalada registada na última semana, perante a especulação que a eleição de Donald Trump iria resultar num aumento do investimento em infra-estruturas. O metal industrial cai 1,3% para 5.452 dólares por tonelada métrica, na London Metal Exchange, depois de ter disparado para máximos de 2011 na última semana. O cobre acumula agora o melhor desempenho no LME este trimestre, com um ganho de 13%.