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Fecho dos mercados: Ataque dos EUA em Bagdad atinge bolsas. Petróleo e ouro disparam
A tensão entre os Estados Unidos e o Irão cresce e os ganhos nas bolsas encolhem. Portugal move-se no mesmo sentido da Europa, o descendente. Já o petróleo e o ouro beneficiam e sobem cerca de 5% e 1%, respetivamente.
Os mercados em números
PSI-20 cedeu 0,45% para os 5.242,13 pontos
Stoxx perdeu 0,33% para os 418,33 pontos
S&P500 cai 0,70% para 3.235,28 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos desceram 6,1 pontos base para os 0,350%
Euro recua 0,12% para os 1,1159 dólares.
Petróleo em Londres soma 3,79% para 68,76 dólares por barril
Europa recebe "míssil" nas bolsas
O ataque aéreo que os Estados Unidos infligiram sobre o aeroporto de Bagdad, e que resultou na morte do comandante dos Guardas da Revolução do Irão, Qasem Soleimani, também faz estragos nas bolsas. As duras críticas do Irão, que promete "vingança", fazem os investidores tremer nas bolsas internacionais. Na Europa, a maioria das praças fechou a cair e o índice de referência que reúne as 600 maiores cotadas, o Stoxx600, cedeu 0,33% para os 418,33 pontos. Apesar de as cotadas do setor do petróleo e gás mostrarem uma valorização de mais de 1%, os desempenhos do setor automóvel e do turismo contrariam.
Em Lisboa, o PSI-20 plasma a tendência europeia com uma quebra de 0,45% para os 5.242,13 pontos, abalado pelas quedas do banco BCP e da Sonae.
Juros da dívida alinham na derrocada
Os juros da dívida também refletem o medo dos investidores em relação ao desenrolar do conflito entre os Estados Unidos e o Irão. Sendo que estes ativos são por regra menos arriscados do que os títulos acionistas, nos Estados Unidos as obrigações a 10 anos caem 7,3 pontos base para os 1,805%. Deste lado do oceano, a referência europeia, a Alemanha, alivia os juros da dívida com a mesma maturidade em 6,2 pontos base para -0,288%. Em Portugal, a tendência é equivalente e a taxa remuneratória cai pela terceira sessão consecutiva, desta vez, 6,1 pontos base para os 0,350%.
Euro cai com dólar a monopolizar tensões
A moeda única europeia cai pela terceira sessão consecutiva contra o dólar, a ceder 0,12% para os 1,1159 dólares. O euro perde porque o dólar, considerado um ativo refúgio, atrai os investidores nesta altura em que o risco criado pela tensão entre Estados Unidos e Irão aviva o apetite por ativos tradicionalmente mais seguros.
Petróleo sobe quase 5%
O "ouro negro" segue a valorizar na ordem dos 4%, mas já chegou a somar 4,91% para os 69,50 dólares, um máximo de 16 de setembro. A impulsionar as cotações está a perspetiva de que o confronto entre os Estados Unidos e o Irão afete o estreito de Ormuz, o qual está localizado na costa sul iraniana e que, no verão passado, foi palco de vários ataques contra navios petroleiros que se repercutiram na subida do preço do crude.
Ouro perto de máximo de seis anos
O ouro segue a somar pela quinta sessão consecutiva, e mostra a maior subida desde 2 de outubro: já ganhou 1,46% para os 1.551,52 dólares. Desta forma, o metal amarelo chegou a cotar em máximos de início de setembro, ou seja, quase quatro meses, mas fica muito perto de atingir um máximo de seis anos. O ouro beneficia do estatuto de ativo refúgio, numa altura em que receios decorrentes do escalar de tensões entre os Estados Unidos e Irão se estão a abater sobre os mercados.