Notícia
Stoxx 600 em mínimos de 16 meses. Juros da dívida portuguesa abaixo dos 2,5%
Acompanhe aqui minuto a minuto o desempenho dos mercados.
Bunds disparam como não se via desde 2011 e derrubam "yields". Juros portugueses abaixo de 2,5%
Os juros estão a aliviar substancialmente na Zona Euro pelo segundo dia consecutivo, numa altura em que as bunds alemãs registam uma elevada procura, tendo registado a maior valorização desde 2011. Isto, depois de terem sido divulgados dados económicos que ficaram abaixo do esperado, aumentando os receios de uma recessão.
Assim, os juros da dívida alemã a dez anos são os segundos que mais aliviam na região, baixando 20,6 pontos para 1,422% e contagiam as restantes yields das dívidas da Zona Euro na mesma maturidade. Apenas a dívida francesa viu a "yield" cair mais: 20,7 pontos base. Já os juros da dívida italiana subtraem 15,9 pontos para 3,368%.
Por sua vez, os juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 18,1 pontos base para 2,474%, estando abaixo dos 2,5% pela primeira vez em duas semanas. Enquanto a yield da dívida espanhola com a mesma maturidade subtrai 18,8 pontos base para 2,504%.
Do outro lado do Atlântico, os juros da dívida norte-americana a dez anos também atingiram o valor mais baixo em duas semanas e aliviam 12,1 pontos base para 3,035%.
No Reino Unido, a yield da dívida a dez anos chegou a perder 21 pontos base, entre esperanças de que o Banco de Inglaterra não aumente as taxas de juro muito para além dos 3% até meio do próximo ano e fechou a aliviar 18,2 pontos base para 2,313%.
Europa no vermelho e em mínimo de 16 meses
As praças europeias fecharam esta quinta-feira no vermelho, atingindo mesmo um mínimo desde 1 de fevereiro de 2021, e numa altura em que os receios de uma recessão mundial assustam os mercados.
O índice de referência, o Stoxx Europe 600, caíu 0,82% para 402,40 pontos. A bolsa de Frankfurt foi a que liderou as quedas, com o DAX30 a recuar 1,76%, seguida da londrina com quedas de 0,97%, e da de Milão e Paris, com descidas de 0,80% e 0,56%, respetivamente.
Banca e setor automóvel foram os que registaram piores resultados (-3,64% e -3,35%, respetivamente). Enquanto os bens de consumo e 'utilities' foram os únicos setores no verde.
O Stoxx 600 está agora 19% abaixo do recorde positivo registado em janeiro, e aproxima-se do 'bear market'.
"O consenso tem sido gerado tendo em conta uma visão cor-de-rosa do que são as perspetivas económicas, mas o Índice de Gestores de Compras atual veio realmente causar perturbação. É bastante óbvio para mim que o crescimento se está a deteriorar rapidamente, em todo o lado, mas os bancos centrais não podem implementar os seus resgates habituais até a inflação ser significativamente menor. É um ambiente terrível para deter ações", explicou à Bloomberg James Athey, diretor de investimento da Abrdn.
Dólar e iene ganham. Ouro desvaloriza
O ouro está a negociar em baixa, numa altura em que Jerome Powell, presidente da Fed discursou esta quinta-feira no Congresso norte-americano e reforçou as intenções "incondicionais" da autoridade monetária em combater a inflação nos Estados Unidos, que regista máximos de 40 anos.
O dólar está a valorizar, num dia em que os mercados acionistas europeus registaram um dia de negociação no vermelho, ao contrário de Wall Street que negoceia no verde.
O ouro cai 0,26%, para 1.832,94 dólares por onça, e tanto o paládio (1,49%), como a platina (0,77%) desvalorizam.
A "nota verde" ganha 0,51% para 0,9516 euros. Por sua vez, o iene está a ganhar terreno em relação ao dólar (0,90%) e euro (1,44%), depois de o antigo responsável pelo mercado cambial japonês do Ministério das Finanças, Takehiko Nakao, ter afirmado que a possibilidade da autoridade monetária do país intervir nos mercados cambiais não pode ser excluída.
Já o índice do dólar da Bloomberg – que compara o "green cash" com 10 divisas rivais – soma 0,26% para 104,4720 pontos.
Fantasma da recessão empurra petróleo para o vermelho
O petróleo continua no vermelho, no segundo dia consecutivo de quedas, com os mercados ansiosos perante a possibilidade de uma recessão global.
No mercado londrino, o barril de Brent recua 0,41%, para 111,28 dólares, enquanto do outro lado do Atlântico o West Texas Intermediate (WTI) cede 0,71%, para 105,44 dólares. O índice de referência norte-americano já perdeu mais de 13% desde 8 de junho, com os alertas sobre a economia mundial a subirem de tom, impulsionados pele guerra na Ucrânia.
O Citigroup e o Deutsche Bank estimam mesmo que existe uma probabilidde de 50% de a economia mundial entrar em recessão. "Há um grande foco no receio de uma recessão. Talvez a pressão a que estamos a assistir tenha sido levada longe demais", fazendo os 'traders' mudarem a sua postura mais agressiva, disse à Bloomberg Hans Van Cleef, economista no ABN Amro.
As oscilações no crude têm sido acompanhadas por uma falta de liquidez, que sublinha a volatilidade do mercado. A manifestação de interesse nos contratos futuros caíu para os valores mais baixos desde 2015.
Wall Street negoceia positiva em mais um dia de declarações de Powell
Wall Street abriu as negociações desta quinta-feira no verde, num dia em que os investidores vão estar atentos à intervenção do presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, no congresso norte-americano.
Ontem no Senado, Powell explicou que vai ser difícil garantir uma "aterragem suave" da política monetária do banco central para fazer frente à inflação.
Apesar da negociação desta quinta-feira em terreno positivo, o índice de referência mundial S&P 500 está a caminho da pior primeira metade do ano desde 1970, devido aos receios dos investidores face a uma recessão económica mundial pela combinação do aumento da inflação com uma política monetária mais agressiva por parte dos bancos mundiais. Desde o início do ano, o "benchmark" mundial por excelência já caiu 21%.
Nos indicadores económicos, o número de desempregados nos Estados Unidos para a semana de 18 de junho registou 229.000, um valor pouco mais elevado do que era esperado - com uma diferença de apenas três mil pessoas.
Os analistas do JPMorgan deixaram o alerta de que cada vez mais investidores estão a virar para o dinheiro físico, ultrapassando o pico anterior em março de 2020, e estimando que os níveis de dinheiro físico estejam perto da marca de 40%.
Na abertura, o industrial Dow Jones ganhava 0,62% para 30.669,58 pontos, enquanto o S&P 500 crescia 0,44% para 3.777,01 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite valorizava 0,15% para 11,069.21 pontos.
"O otimismo do mercado não conseguiu sobreviver ao testemunho de Powell ontem, mas a maior parte dos preços negativos já estão estabelecidos por agora", esclarece Ipek Ozkardeskaya, analista da Swissquote, numa nota citada pela Bloomberg.
Stoxx 600 renova mínimos de 16 meses e está prestes a registar o pior semestre desde a crise de 2008
As ações europeias arrancaram a sessão pintadas de vermelho, com o "benchmark" a renovar mínimos de fevereiro de 2021, contagiadas pelo medo em torno de uma possível recessão alimentado pelas declarações do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell no senado dos EUA.
O Stoxx 600 desvaloriza 1,25% para 400,68 pontos. Dos 20 setores que compõe o índice, energia e mineradoras comandam as perdas à boleia da queda das cotações do petróleo e outras matérias-primas. Desde o pico atingido em janeiro, o "benchmark" europeu por excelência já perdeu 19%, estando por isso a um passo do "bear market".
O índice de referência está mesmo prestes a registar o pior semestre desde a crise financeira de 2008, segundo as contas da Bloomberg, pressionado pela guerra na Ucrânia e o advento das políticas monetárias "falcão" dos bancos centrais para conter a inflação, naquele que é o maior movimento de aperto monetário mundial desde os anos 2000.
Ainda assim, alguns estrategas acreditam que parte das perdas poderão ser recuperadas. Segundo a média mensal da Bloomberg de 15 previsões, o Stoxx 600 deve terminar o ano com 467 pontos, uma valorização de 14% em relação à pontuação de fecho desta terça-feira.
"Agora há oportunidades interessantes a médio prazo. A situação continua a mesma mas parece que o mercado começa a aprender a viver com isso pois procura um fundo", defendeu Diego Férnandez, diretor de investimentos da A&G Banca Privada, em Madrid, citado pela Bloomberg.
Nas restantes praças europeias, o destaque vai para Londres que perde 1,02% num dia em que comemora seis anos do referendo sobre o Brexit em 2016. Desde este evento o índice britânico FTSE já tombou 8,7%, mas tudo pode mudar já que o "benchmark" londrino está a registar um melhor desempenho este ano que alguns dos seus pares.
Madrid perde 1,29%, Frankfurt desvaloriza 1,40%, Paris cai 1,29% e Amesterdão derrapa 1,25%. Milão cai 1,43% enquanto Portugal regista a queda mais tímida do bloco (0,76%).
Yield da dívida portuguesa a dez anos comanda tendência de alívio na Zona Euro
Os juros estão a aliviar de forma bastante expressiva na Zona Euro, horas depois de Jerome Powell ter admitido que será difícil garantir uma aterragem suave, depois do endurecimento da política monetária para combater a inflação.
A yield das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro – alivia 14,5 pontos base para 1,483%.
Por sua vez, os juros da dívida italiana a dez anos subtraem 11,1 pontos base para 3,416% enquanto a yield das obrigações francesas com a mesma maturidade desce 14 pontos base para 2,029%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 15 pontos base para 2,505%, o alívio mais expressivo da Zona Euro enquanto a yield da dívida espanhola com a mesma maturidade subtrai 13,7 pontos base para 2,555%.
Ouro cai e dólar cede depois das palavras de Powell
O ouro segue a desvalorizar, horas depois de o presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell (na foto), ter admitido que será difícil garantir uma aterragem suave da política monetária restritiva levada a cabo pelo banco central para fazer frente à inflação e ter assegurado que "os aumentos contínuos das taxas de juro são apropriados" para combater a inflação.
O metal amarelo desvaloriza 0,21% para 1.833,80 dólares por onça.
Por sua vez o índice do dólar da Bloomberg – que compara o "green cash" com 10 divisas rivais – soma 0,26% para 104,469 pontos. Já o euro perde 0,50% para 1,0513 dólares.
Esta quinta-feira, o mercado vai estar atento às palavras do presidente da Fed durante a audiência no Congresso.
Receio de recessão pressiona petróleo. Ouro negro perde cerca de 1%
O petróleo desvaloriza cerca de 1% nos mercados internacionais, horas depois de o presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, ter admitido implicitamente o que o banco central falhou nos seus objetivos de "domar" a inflação e ter considerado que alcançar uma aterragem suave da economia será difícil.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, perde 1,30% para 104,81 dólares por barril. Desde o dia 8 de junho que a cotação do petróleo WTI já perdeu mais de 15%, devido ao medo do impacto da política monetária falcão da Fed na economia.
Por sua vez, o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, desvaloriza 1,06% para 110,55 dólares por barril.
Durante a sessão no senado esta quarta-feira Powell reconheceu que o aumento do preço das matérias-primas está ligado à guerra na Ucrânia e considerou que será difícil conseguir uma aterragem suave, depois de o banco central ter endurecido a sua política monetária.
"O abrandamento da economia global é um risco para a procura pelo petróleo, o que pode ajudar a aliviar um pouco o aperto que se vive no mercado", explicou Warren Patterson, responsável pelo departamento de estratégia de "commodities" do ING.
Europa aponta para vermelho. Ásia fecha mista
A Europa aponta para terreno negativo e a Ásia fechou mista, à medida que os investidores avaliam a possibilidade de uma recessão, depois de o líder da Reserva Federal norte-americana (Fed) ter admitido que será difícil alcançar uma aterragem suave, depois do endurecimento da política monetária.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 caem 0,3%.
Na Ásia, pela China, o tecnológico Hang Seng subiu 1,7% a par da Xangai que somou 1,1%. Na Coreia do Sul, o Kospi derrapou 0,7%. No Japão, o Nikkei (0,05%) e o Topix (-0,08%) terminaram a sessão na linha d’ água.
O presidente da Reserva Federal norte-americana esteve esta quarta-feira no Senado nos EUA onde não fez qualquer referência à dimensão das futuras subidas das taxas diretoras, mas admitiu implicitamente que até ao momento a Fed falhou nos seus objetivos de "domar" a inflação e considerou que alcançar uma aterragem suave da economia será difícil.