Notícia
"Commodities" e defesa levam Europa a encerrar sem tendência definida
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
"Commodities" e defesa levam Europa a encerrar sem tendência definida
Os principais índices europeus encerraram a sessão em terreno misto, num momento em que os investidores parecem estar a evitar adquirir ativos de risco, à medida que sobem as tensões no Médio Oriente.
Ainda assim, o setor da energia, que tende a beneficiar com o conflito no Oriente, travou o índice de referência europeu de maiores perdas, ao subir 1,6% e ter registado a melhor sessão em mais de oito semanas.
Numa sessão praticamente estável, o "benchmark" europeu, o Stoxx600, registou ganhos ligeiros de 0,05% para 521,14 pontos, prejudicado sobretudo pelo setor das "utilities" (água, luz, gás), que perdeu 1,59%.
A par da energia, o clima hostil vivido no Médio Oriente também tem tido influência no setor da defesa. Entre os maiores ganhos, destaque para a alemã Rheinmetall e a britânica BAE Systems, que ganharam mais de 1% cada, a par da sueca Saab que avançou 2,5%.
Entre outras ações, no retalho, a JD Sports caiu mais de 6%, contagiada pelas perdas da norte-americana Nike (-5,6%), apesar de a britânica ter superado as estimativas de consenso para o lucro no primeiro semestre.
No setor automóvel, as ações da Volvo recuaram quase 7%, apesar de as vendas da marca terem subido 1% em setembro, para mais de 62 mil carros.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 0,25%, o espanhol IBEX 35 recuou 0,55% e o italiano FTSEMIB perdeu 0,28%.
Já o francês CAC-40 valorizou ligeiros 0,05%, o britânico FTSE 100 subiu 0,17% e, em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,74%.
Zona Euro regista agravamento de juros
Num dia em que os investidores apostam em ativos de menor risco, influenciados pela escalada no conflito no Médio Oriente, os juros das dívidas soberanas registaram um agravamento esta quarta-feira.
A "yield" da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, subiu 4 pontos base para 2,641%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola agravou-se em 5,1 pontos base para 2,879%. A "yield" das obrigações soberanas italianas aumentaram 5,5 pontos para 3,418%.
Por sua vez, a "yield" da dívida alemã a dez anos, de referência para a região, registou uma subida de 5,5 pontos base, para 2,087%. Já a rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade acresceu 4,4 pontos base para 2,858%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, foram os que mais se agravaram: 8,6 pontos base para 4,024%.
OPEP+ arrefece escalada do petróleo
Os preços do crude estão a subir, ainda que os ganhos sejam menores face aos registados na sessão anterior, influenciados pelo anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) de que vai avançar com o plano de começar a colocar mais "ouro negro" no mercado a partir de dezembro.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, soma 0,37%, para os 70,09 dólares por barril. Já o Brent, de referência para o continente europeu, avança 0,31% para 73,79 dólares. Antes da decisão da OPEP+, o crude chegou a subir mais de 3%.
O anúncio da OPEP+ surge depois do escalar do conflito no Médio Oriente, que põe em causa a produção na região, o que fez com os preços do barril escalassem 5% ontem.
"A OPEP+ tem 5,8 milhões de barris de capacidade de reserva, por isso, mesmo que Israel ataque as infraestruturas petrolíferas no Irão, há muito petróleo para colmatar esta lacuna", explicou Robert Yawger, da Mizuho Securities.
Ceticismo com corte agressivo de juros dá força ao dólar
O dólar está a ganhar terreno face a outras divisas, num momento em que os conflitos geopolíticos (nomeadamente no Médio Oriente), a vitalidade da economia e do mercado de trabalho nos EUA e os discursos dos governadores da Reserva Federal sobre cortes de juros alimentam a subida da nota verde. Os investidores parecem estar a preferir o dólar como ativo-refúgio.
O dólar sobe 0,20% para 0,9053 euros e, face à divisa nipónica, ganha 1,78% para 146,1300 ienes.
O índice do dólar da Bloomberg começa o quarto trimestre bem posicionado e registou ganhos esta semana. Neste momento, avança 0,41% para 101,6070 pontos.
Os analistas digerem ainda o discurso do número um da Fed, Jerome Powell, na passada segunda-feira. Para o mercado, Powell deitou um "balde de água fria" sobre as apostas de cortes mais agressivos por parte do banco central nos juros diretores.
O presidente da Fed disse que o crescimento da economia dos EUA pós-pandemia foram uma mudança notável desde a última reunião do banco central em setembro, acrescentando que não têm pressa em baixar as taxas. A opinião foi apoiada pelos CEO da BlackRock e da Apollo Global Management, que não vêem necessidade num segundo corte para já.
Já o iene perde mais de 1% depois de o novo primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, descartou uma subida dos juros.
"Rally" do ouro arrefece à espera de desenvolvimentos de Israel
Depois de uma subida de mais de 1% na sessão anterior, os preços do ouro estão em queda a esta hora, enquanto os investidores aguardam por mais desenvolvimentos no conflito do Médio Oriente e por mais dados sobre a economia e mercado de trabalho dos EUA.
Também a força do dólar limitou ainda mais a corrida à compra de ouro, já que uma nota verde mais forte torna o ouro mais caro para compradores estrangeiros.
O metal amarelo desvaloriza 0,74% para 2.643,44 dólares por onça.
O ouro em barras é considerado um ativo-refúgio em cenários de incerteza política e "brilha" com taxas de juro mais baixas.
"Há muita coisa pela frente, há muitas incógnitas nas próximas 24 horas para a venda de ouro", considerou Bob Haberkorn, estratega da RJO Futures, que admite que os preços podem ultrapassar os 2.700 dólares caso Israel ataque, de facto, o Irão.
Sobre o mercado de trabalho nos EUA, o relatório da ADP revela ainda que, em setembro, o setor privado criou 143 mil novos postos de trabalho. Este valor ficou acima das expectativas do mercado, que apontavam para 125 mil.
Com mais vitalidade no mercado de trabalho, as apostas num corte de 25 pontos base nos juros diretores pela Fed é cada vez maior, deixando de lado a hipótese de descida de 50 pontos base.
Wall Street arranca no vermelho. Investidores aguardam com receio resposta de Israel
Os principais índices de Wall Street arrancaram a sessão em terreno negativo, num momento em que os investidores seguem cautelosos e em modo "esperar para ver" qual será a resposta de Israel aos ataques do Irão da noite passada.
Os receios causados pelo escalar do conflito no Médio Oriente substituíram o otimismo até então vivido pela perspetiva de corte de juros pela Reserva Federal dos EUA.
Ainda assim, o relatório há pouco divulgado pela ADP dá conta que os novos postos de trabalho no setor privado nos EUA cresceram em 143 mil em setembro, a par do aumento no pagamento anual de 4,7% - valores acima das expectativas dos analistas, que apontavam para um aumento de 125 mil.
"Há, claramente muita incerteza", afirmou Anna Rosenberg, da Amundi Asset Management, à Bloomberg. "No entanto, o mercado ainda opera muito na expectativa de que este cenário vai permanecer mais ou menos contido e não entremos numa guerra. Agora, é a coisa certa a fazer", acrescentou.
O S&P 500 cede 0,35% para os 5.688,62 pontos, enquanto o Nasdaq Composite derrapa 0,30% para 17.856,46 pontos. O Dow Jones recua 0,16% para 42.091,08 pontos.
Euribor cai para novos mínimos a três e a 12 meses e mantém-se a seis meses
A Euribor desceu hoje a três e a 12 meses para níveis mínimos desde abril de 2023 e novembro de 2022 e manteve-se a seis meses em mínimos de março de 2023.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 3,246%, continuou acima da taxa a seis meses (3,092%) e da taxa a 12 meses (2,745%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, manteve-se hoje em 3,092%, o mesmo valor da sessão anterior e um mínimo desde 21 de março de 2023.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho mostram que a Euribor a seis meses representava 37,1% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,2% e 25,4%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2023, baixou hoje, para 2,745%, menos 0,004 pontos do que na terça-feira.
Já a Euribor a três meses desceu hoje, ao ser fixada em 3,246%, menos 0,006 pontos e um novo mínimo desde 26 de abril de 2023.
A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.
A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).
Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.
Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.
Em 18 de setembro, foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Setor energético dá gás às bolsas europeias
Os principais índices europeus estão a negociar em alta esta quarta-feira, com o setor energético a acompanhar a subida dos preços do petróleo e a dar a maior contribuição para o índice de referência europeu. Além do aumento das tensões no Médio Oriente, os investidores avaliam ainda o impacto das mais recentes medidas de estímulo na China.
O "benchmark" europeu sobe 0,31% para 522,52 pontos, com o setor do petróleo e gás a pular mais de 2,5%. Pela negativa, o setor das "utilities" (água, luz, gás) perde mais de 1%.
Também o setor da banca recua quase 1%, depois de o Morgan Stanley ter revisto em baixa a recomendação para os bancos europeus de "attractive" para "in-line", citando os dados económicos mais fracos que podem levar a uma descida de juros e consequente penalização da margem financeira.
Entre os principais movimentos de mercado, a JD Sports perde 4,72% em Londres, mesmo depois dos resultados referentes ao primeiro trimestre fiscal terem ficado acima das expectativas do mercado. A empresa estará a ser influenciada pela Nike, que além de retirar as projeções de resultados anuais, registou uma queda de 10% nas vendas. As ações da retalhista cotada em Wall Street chegaram a cair 5% no "after-hours".
Pela positiva, as cotadas do setor da defesa, como a Saab e a Rheinmetall, valorizam cerca de 3%, depois de Israel ter prometido retaliar contra o Irão.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,07%, o francês CAC-40 valoriza 0,57%, o italiano FTSEMIB ganha 0,47%, o britânico FTSE 100 sobe 0,45% e, em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,87%.
O espanhol IBEX 35 recua 0,09%.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas do bloco europeu estão a agravar-se esta quarta-feira, com o aumento das tensões no Médio Oriente a levar os investidores para ativos de menor risco, embora as bolsas europeias estejam a negociar em terreno positivo.
A "yield" da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, soma 4,4 pontos base para 2,644%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola sobe 4,6 pontos base para 2,874%. A "yield" das obrigações soberanas italianas sobem 4,8 pontos para 3,411%.
Por sua vez, a "yield" da dívida alemã a dez anos, de referência para a região, agrava-se 4,7 pontos base, para 2,08%, depois de ontem ter descido abaixo da fasquia de 2% pela primeira vez desde dezembro de 2022.
Já a rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade é a que mais desce, em 5,9 pontos base, para 2,872%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, somam 6,8 pontos base para 4,006%.
Ouro perde brilho com dólar mais forte
Depois de ontem ter valorizado para perto de máximos históricos de 2.685,42 dólares por onça - que atingiu na semana passada, à boleia de um ataque do Irão a Israel -, o ouro está a desvalorizar esta quarta-feira, com a subida do dólar como ativo-refúgio a pressionar o metal precioso.
O ouro recua 0,35% para 2.653,91 dólares por onça, uma vez que um dólar mais forte torna o metal mais dispendioso para compradores em moeda estrangeira.
No mercado cambial, a "nota verde" cede 0,1% face ao euro, depois de ontem a moeda única europeia ter tido o pior dia em três meses face ao dólar devido a uma "combinação de perspetivas de taxas de juro mais baixas na Europa e risco geopolítico", explicam os analistas do Deutsche Bank numa nota vista pelo Negócios.
Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - avança 0,07% para 101,26 pontos.
Ataque do Irão a Israel impulsiona preços do petróleo
Os preços do petróleo seguem a valorizar mais de 1% esta quarta-feira, depois de ontem terem registado a maior oscilação diária desde abril de 2023. Isto após o Irão, que dá apoio financeiro e militar ao Hezbollah, ter lançado ontem uma ofensiva contra Israel depois de, na véspera, Telavive ter atacado o sul do Líbano.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, soma 1,68%, para os 71 dólares por barril. Já o Brent, de referência para o continente europeu, avança 1,58% para 74,72 dólares.
Os preços desta matéria-prima chegaram a valorizar mais de 5%, com os investidores a incorporarem um prémio de risco nos preços do crude, dado que o Médio Oriente contabiliza cerca de um terço do fornecimento global de petróleo.
A possibilidade de uma retaliação por Israel continua a impulsionar o "ouro negro", com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a afirmar que o Irão "vai pagar" pelo ataque de ontem. Já o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, referiu que a investida de Teerão está terminada, a não ser que Israel decida retaliar.
Embora vários participantes do mercado tenham afastado o risco de interrupções no fornecimento de petróleo, as infraestruturas energéticas podem tornar-se um alvo para qualquer um dos lados, explicam os analistas da RBC Capital Markets numa nota consultada pela Bloomberg. As instalações de exportação iranianas na ilha de Kharg podem ser um alvo, e Teerão e as suas milícias podem atacar infraestruturas energéticas "para internacionalizar os custos, se a atual crise se transformar numa guerra total", acrescentaram.
Esta forte valorização do petróleo pode dar ainda mais força ao plano de entrada de mais matéria-prima no mercado a partir de dezembro. No início desta semana, tudo apontava para que fosse essa a recomendação do Comité Ministerial Conjunto de Monitorização (JMMC) da OPEP+, que irá reunir-se nesta quarta-feira. E agora, com os preços em alta, nada parece indicar o contrário.
Europa aponta para ganhos ligeiros. Hong Kong valoriza à boleia de medidas de estímulo
Os principais índices europeus estão a apontar para uma abertura ligeiramente em alta, impulsionados por novas medidas de estímulo de Pequim ao setor imobiliário. No entanto, o aumento de tensões no Médio Oriente deverá manter os ganhos contidos.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 soma 0,14%.
Pela Ásia, os principais índices negociaram no vermelho, penalizados por um alastrar de tensões entre Israel e o Irão. No Japão, o Nikkei caiu 2,18% e o Topix desceu 1,44%. Já na Coreia do Sul, o Kospi regista um decréscimo de 1,02%.
Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 5,51%, depois de Pequim ter relaxado nas medidas para os compradores de casa. Depois das medidas de estímulo à economia anunciadas nas últimas semanas, os investidores aguardam sinais de melhoria do sentimento do consumidor durante os feriados da "Semana Dourada" na China continental.