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Época de resultados pressiona bolsas europeias. Novartis e BP afundam mais de 4%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta terça-feira.
Época de resultados pressiona bolsas europeias. Novartis e BP afundam mais de 4%
As bolsas europeias encerraram a sessão desta terça-feira em baixa, com os resultados trimestrais de gigantes como a BP e a Novartis a pesarem na negociação. Os investidores encontram-se a reavaliar posições, numa semana que está a antecipar-se como decisiva para as ações da região.
O "benchmark" europeu, Stoxx 600, caiu 0,57%, com a grande maioria dos setores que compõe este índice no vermelho. Só os setores mineiro, financeiro e tecnológico terminaram a sessão no verde, enquanto o setor das viagens e automóvel registaram as maiores quedas.
Um dos claros destaques da sessão foi a Novartis, que viu o seu valor em bolsa afundar 4,08% para 95,74 francos suíços. A farmacêutica arrastou o setor da saúde para o vermelho, apesar de ter registado um crescimento significativo nos lucros no terceiro trimestre do ano e ter revisto em alta as suas projeções de rendimento operacional e vendas para o resto do ano fiscal.
Entre julho e setembro, a Novartis registou lucros de 3,185 mil milhões de dólares – um aumento de 80,66% comparado com o mesmo período do ano passado, onde o resultado líquido da empresa se cifrou em 1,763 mil milhões.
Já as ações da BP derraparam para mínimos de mais de dois anos, ao caírem 4,97% para 3,79 libras. Ao contrário da Novartis, a petrolífera britânica viu os seus lucros caírem para o valor mais baixo em quase quatro anos, numa altura em que a procura por petróleo tem desacelerado nas principais economias do mundo.
O resultado líquido da BP caiu 30% em comparação ao período homólogo no terceiro trimestre do ano, fixando-se nos 2,3 mil milhões de dólares – abaixo das expectativas do mercado.
Entre todas as empresas do Stoxx 600 que já apresentaram contas ao mercado relativas ao período julho-setembro, 53% viram os seus lucros ficarem acima das expectativas. Este valor fica ligeiramente abaixo da média de 54% para o terceiro trimestre, de acordo com dados recolhidos pela LSEG.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX desvalorizou 0,27%, o italiano FTSEMIB recuou 0,26%, o britânico FTSE 100 caiu 0,80%, o espanhol IBEX 35 registou perdas de 0,91% e o francês CAC-40 cedeu 0,61%. Já o holandês AEX deslizou 0,24%.
Juros agravam-se na Zona Euro. Itália e França lideram subidas
Os juros da dívida soberana da Zona Euro agravaram-se esta terça-feira, numa altura em que os mercados estão a rever as suas expectativas em relação à magnitude do alívio da política monetária para o próximo ano por parte do Banco Central Europeu (BCE).
Os juros das dívidas italianas e francesas, com maturidade a dez anos, registaram a maior subida, ao crescerem 7,1 pontos base para 3,560% e 6,7 pontos para 3,078%, respetivamente. Por sua vez, a "yield" das "Bunds" alemãs, de referência para a região, avançou 5,1 pontos para 2,335.
A rendibilidade das obrigações portuguesas, também a dez anos, cresceu 3,6 pontos para 2,729%, enquanto os juros da dívida espanhola agravaram 5,5 pontos para 3,032%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, com a mesma maturidade das anteriores, subiram em 6,2 pontos base para 4,314%, com os investidores a prepararem-se para uma maior despesa orçamental no país.
Iene continua em queda. Libra avança à espera de novo orçamento
O dólar tocou máximos de três meses face ao iene esta terça-feira, numa altura em que a incerteza política no Japão continua a pesar sobre a divisa do país. A coligação que até aqui estava a liderar os destinos políticos da nação asiática perdeu a maioria parlamentar nas eleições realizadas no domingo, o que tem lançado dúvidas sobre o futuro da política monetária japonesa.
A divisa norte-americana segue a valorizar 0,18% para 153,57 ienes. O mercado espera que o Banco do Japão deixe as taxas de juro inalteradas quando se reunir na quinta-feira, mas antecipa um horizonte de restrição da política monetária nipónica.
Por sua vez, o euro perde terreno face à "nota verde", ao desvalorizar 0,17% para 1,0794 dólares. No entanto, a libra faz o caminho inverso e cresce 0,15% para 1,2992 dólares, travando maiores ganhos do índice do dólar da Bloomberg (que avança 0,15%).
O avanço da libra regista-se numa altura em que os mercados antecipam o primeiro orçamento do Partido Trabalhista em 15 anos, apresentado esta quarta-feira. Tanto o primeiro-ministro do país, como o ministro das Finanças, já reiteraram várias vezes a necessidade de medidas fiscais mais duras para ajudar a colmatar o buraco nas finanças públicas britânicas.
Petróleo continua a perder depois de maior queda em mais de dois anos
Os preços do petróleo inverteram a tendência de recuperação registada no início do dia e encontram-se agora a negociar em baixa, depois de terem sofrido a maior queda em mais de dois anos na segunda-feira. O "sell-off" no mercado petrolífero foi espoletado por uma perda do prémio de risco geopolítico, depois de Israel ter finalmente retaliado contra o ataque do Irão no início do mês, mas deixado as infraestruturas energéticas do país fora da sua mira.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – perde 0,50% para os 67,04 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – cede 0,53% para os 71,04 dólares por barril.
O crude até iniciou a sessão desta terça-feira em alta, chegando a avançar 1,7%, com os investidores a digerir notícias de que a China estaria a ponderar injetar mais 10 biliões de yuans na economia. No entanto, o esfriar das tensões no Médio Oriente, aliados a um queda da procura mundial por esta matéria-prima, parecem ter voltado a pesar sobre o sentimento da negociação.
Na frente de batalha Israel-Gaza, o executivo liderado por Benjamin Netanyahu sinalizou que está aberto a uma curta pausa nas hostilidades com o Hamas, em troca da libertação de pequeno número de reféns – reduzindo ainda mais o prémio de risco geopolítico sobre o petróleo.
O mercado do crude aproxima-se de um período crucial que pode vir a ditar a tendência da negociação pelas próximas semanas. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) mantiveram a política de produção da matéria-prima inalterada no mês passado, incluindo um plano que prevê o aumento de produção a partir de dezembro – uma posição que, caso não seja alterada, pode exercer ainda mais pressão sobre os preços do petróleo.
Ouro brilha como nunca e alcança novos máximos históricos
O "rally" do ouro continua a não conhecer travões e o metal precioso voltou a bater máximos históricos esta terça-feira, numa altura em que as eleições norte-americanas continuam a gerar um prémio de incerteza sobre as cotações da matéria-prima. Para além deste cenário, os investidores continuam à procura de pistas sobre o futuro da política monetária do país.
Os preços do ouro chegaram a avançar 0,9% esta terça-feira para um valor recorde de 2.766,73 dólares por onça, mas entretanto reduziram os ganhos para 0,85% para 2.779,50 dólares. Só este ano, o metal amarelo já valorizou mais de 34%, sendo um dos grandes catalisadores para este crescimento o início do ciclo de alívio da política monetária norte-americana.
Esta quinta-feira, novos dados económicos indicaram que a criação de emprego nos EUA caiu a um ritmo superior ao esperado pelos analistas, oferencendo novos argumentos à Reserva Federal (Fed) norte-americana para continuar a cortar nas taxas de juro. Os mercados já incorporaram totalmente um alívio de 25 pontos base nas taxas de juro por parte do banco central do país na reunião que se realiza este mês. O ouro tende a beneficiar de taxas diretoras mais flexíveis, uma vez que não rende juros.
"O ouro deve manter a sua tendência ascendente e pode até ‘flirtar’ com os 2.800 dólares nos próximos dias, desde que os riscos eleitorais nos EUA continuem a pesar sobre o sentimento do mercado, enquanto as expectativas de corte das taxas da Fed permanecem intactas", afirma Han Tan à Reuters, analista chefe de mercado do Exinity Group.
Esta semana, os investidores vão escrutinar uma série de dados económicos, com a inflação e os dados do emprego a tomarem o palco principal, à espera de conseguirem prever os próximos movimentos da Fed.
Wall Street em queda antes do pontapé de saída das "big tech"
Wall Street arrancou a sessão desta terça-feira em terreno negativo, no início daquela que será a semana mais ocupada da época de resultados das cotadas norte-americanas. Os investidores aguardam ainda a divulgação, durante este período, de uma série de indicadores sobre a economia dos EUA.
A esta hora, o industrial Dow Jones cede 0,38% para 42.225,21 pontos, enquanto o S&P 500 cai 0,27% para 5.807,59 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite desliza ligeiros 0,07% para 18.554,54 pontos.
A empresa-mãe da Google, a Alphabet, divulga hoje os resultados trimestrais, dando assim o pontapé de saída para a apresentação dos relatórios e contas do restrito clube das "big tech", que incluem ainda Apple, Microsoft, Amazon, Meta Platforms e Nvidia.
Além da Alphabet, a semana será recheada pela apresentação de contas das cotadas que representam cerca de 42% da capitalização bolsista do S&P 500.
Para já, os resultados que foram divulgados antes da abertura da sessão desapontaram os investidores. As ações da Ford desvalorizam perto de 10%, depois da fabricante automóvel ter revisto em baixa o "guidance" para este ano.
Também a Paypal cai 7,10%, após os resultados terem ficado abaixo do esperado, cenário semelhante ao da McDonald's, que, mesmo assim, sobe 0,3%. Por outro lado, apesar de ter revisto em alta o "guidance" em matéria de lucros e receita, os títulos da Pfizer cedem 0,38%.
Além da "earnings season", os investidores preparam-se para as eleições nos EUA, marcadas para o próximo dia 5 de novembro. Uma sondagem realizada pela Bloomberg revela que 38% dos inquiridos apontam para uma valorização das ações caso vença o candidato republicano, Donald Trump, enquanto apenas 13% vê o mesmo cenário caso a democrata Kamala Harris ocupe a Casa Branca.
O mercado estará ainda atento a uma série de dados macroeconómicos, que serão divulgados esta semana, com destaque para os números sobre o crescimento do PIB dos EUA.
Época de resultados sobrepõe-se a riscos e dá impulso às bolsas europeias
Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em alta esta terça-feira, com os resultados positivos do HSBC e da Adidas a contribuírem para o sentimento positivo dos investidores.
O índice de referência europeu, Stoxx 60, soma 0,19%, com o setor da banca a dar o maior impulso e a subir mais de 1%, depois de as contas do HSBC terem ficado acima do esperado e o banco ter anunciado um programa de recompra de três mil milhões de dólares em ações. O banco britânico sobe mais de 4%.
Também o Santander revelou lucros de 9.309 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 14% face ao registado no ano passado. Este valor representa um novo recorde neste período de tempo. No entanto, a instituição recua mais de 2%.
Pela positiva a Adidas soma quase 1%, após as contas do terceiro trimestre terem mostrado um crescimento superior ao esperado. Pela negativa, a BP cai 1,22%, depois de os resultados da petrolífera terem dado conta que a empresa aumentou o seu montante de dívida de forma significativa.
Apesar dos resultados positivos as ações europeias têm negociado de forma limitada, com o principal evento de risco, as eleições nos Estados Unidos, a manter os investidores cautelosos. "As eleições nos EUA são o principal catalisador para o próximo movimento no mercado acionista europeu", afirmou à Bloomberg gestor da PineBridge Investments.
"Dada a atual estagnação da economia da Zona Euro, é provável que as eleições sejam o condutor decisivo para o próximo movimento no mercado", acrescentou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,41%, o francês CAC-40 valoriza 0,7%, o italiano FTSEMIB ganha 0,39% e o britânico FTSE 100 sobe 0,29%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,32%.
Por sua vez, o espanhol IBEX 35 cede 0,07%.
Juros agravam-se ligeiramente na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas do bloco europeu estão a agravar-se ligeiramente esta terça-feira, num dia com poucos catalisadores no Velho Continente.
A "yield" da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, soma 2,7 pontos base para 2,721%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola cresce 3,8 pontos base para 3,015%. A "yield" das obrigações soberanas italianas aumenta 3,5 pontos para 3,252%.
Por sua vez, a "yield" da dívida alemã a dez anos, de referência para a região, agrava-se em 4 pontos base, para 2,325%. Já a rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade soma 4,5 pontos base, para 3,056%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, somam 2,5 pontos base para 4,277%.
Dólar inalterado. Libra ganha antes do primeiro orçamento trabalhista em 14 anos
O dólar está a negociar praticamente inalterado face às principais divisas rivais, num dia em que são conhecidos dados da criação de emprego nos Estados Unidos em setembro, que deverão contribuir para a decisão de política monetária da Reserva Federal norte-americana na próxima semana.
A esta hora, o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - cede 0,01% para 104,308 pontos. Este índice segue a caminho de uma valorização superior a 3,5% em outubro, a maior em mais de dois anos e meio.
A centrar atenções está a libra, com as opções sobre esta divisa em máximos desde o início do mês, o que reflete um certo grau de nervosismo antes de a ministra das Finanças Rachel Reeves apresentar o novo orçamento na quarta-feira. Este será o primeiro orçamento dos trabalhistas em 14 anos.
A libra soma 0,12% para 1,2987 dólares e avança 0,08% para 1,2006 euros.
Eleições nos EUA mantêm ouro em alta. Metal aproxima-se de recorde
Os preços do ouro seguem a valorizar e perto de máximos históricos esta terça-feira, com as eleições presidenciais nos Estados Unidos a gerarem um prémio de incerteza sobre as cotações do metal. Os investidores seguem a avaliar dados que possam dar mais pistas sobre o futuro da política monetária seguida pela Reserva Federal.
O metal amarelo avança 0,41% para 2.753,68 dólares por onça, próximo do recorde de 2.758,37 dólares atingido na quarta-feira passada.
"A antecipação das próximas eleições nos EUA pode continuar a oferecer tração para o estatuto [do ouro] como proteção contra a turbulência do mercado, sustentado ainda por uma interrupção temporária da valorização do dólar e subida das 'yields' do Tesouro", afirmou à Reuters o estratega da IG, Yeap Jun Rong.
Petróleo recupera após maior descida em dois anos
Depois de ter registado a maior desvalorização dos últimos dois anos na segunda-feira, os preços do petróleo estão hoje a valorizar ligeiramente. Os investidores centram-se no abrandar das hostilidades no Médio Oriente e em novos dados económicos que permitam compreender de que forma vai evoluir o consumo na maior economia mundial.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – soma 0,43% para os 67,67 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,46% para os 71,75 dólares por barril.
Ainda assim, as tensões permanecem elevadas na região, tendo o Irão afirmado que "utilizará todos os instrumentos disponíveis" para responder ao ataque israelita deste fim de semana, avançou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baghaei, na segunda-feira.
Ao mesmo tempo, o facto de os Unidos Estados terem divulgado que pretendem comprar até três milhões de barris da Reserva Estratégica de Petróleo para entrega até maio, poderá estar a conceder algum impulso aos preços, apesar de as preocupações sobre a procura futura continuarem a marcar a negociação.
Europa aponta para ganhos. Ásia maioritariamente em alta
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão em alta, num dia em que são conhecidos os resultados do terceiro trimestre de algumas das maiores empresas do bloco.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 avançam 0,28%.
Na Ásia, a sessão foi maioritariamente de ganhos ligeiros em antecipação de reuniões dos bancos centrais e eventos políticos nesta e na próxima semana.
O índice regional, MSCI Asia Pacific, caminha para o pior mês em um ano, numa altura em que os investidores lidam com a incerteza em torno das eleições presidenciais nos Estados Unidos e as suas implicações para a política monetária da Reserva Federal.
Na China, o índice continental Shanghai Composite desvaloriza cerca de 1%, com o mercado aguardar novas medidas de estímulo que serão divulgadas no Comité do Partido.
No Japão, o Nikkei soma 0,77% e o Topix valoriza 0,91%. Na Coreia do Sul, o Kospi ganha 0,21%. Na China, o Hang Seng, em Hong Kong, avança 0,33%.