Tecnológicas impulsionam bolsas europeias com maior subida num mês

As bolsas europeias fecharam o dia no verde, num dia em que a forte valorização das tecnológicas registado ontem em Wall Street se alastrou à Europa.

O Stoxx 600, referência para a região, somou 0,68% para 451,70 pontos, com praticamente todos os setores a registarem ganhos. Os setores da tecnologia e do imobiliário foram os que mais valorizaram, ambos com uma subida de 1,98%. No caso das tecnológicas, tratou-se da maior subida num mês. Já o setor dos serviços financeiros foi o único a terminar o dia no vermelho, apesar de com perdas muito ligeiras (-0,03%).

Ainda assim, o índice de referência encontra-se perto de valores mínimos, que atingiu na semana passada à boleia da turbulência no setor imobiliário chinês e da perspetiva de que os bancos centrais vão manter as taxas de juro em níveis elevados durante mais tempo.

Entre as principais movimentações, a Ubisoft Entertainment valorizou 8,51% para os 29,19 euros no dia em que foi divulgado que a Microsoft comprometeu-se a vender os direitos sobre os jogos atuais e futuros à empresa, de forma a responder às preocupações da autoridade britânica para a concorrência com a aquisição da Activision Blizzard.

Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 subiu 0,66%, o espanhol Ibex 35 cresceu 0,55%, o italiano FTSE Mib valorizou 0,64%, o britânico FTSE 100 somou 0,18% e o AEX, em Amesterdão, pulou 0,63%.

Juros aliviaram na Zona Euro

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro aliviaram, o que se traduz numa maior aposta dos investidores nesta classe de ativos, vista como mais segura. Os investidores viram-se para o mercado da dívida numa altura em que aumentam as expectativas de que os bancos centrais poderão manter as taxas de juro mais altas durante mais tempo.

Ainda assim, os investidores mostram algum apetite pelo risco, com as ações europeias a negociarem no verde.

Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos aliviaram 6,8 pontos base para 3,326%, enquanto a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, recuaram 6,1 pontos base para 2,637%. 

A rendibilidade da dívida italiana recuou 9,7 pontos base para 4,295%, os juros da dívida francesa cederam 7 pontos base para 3,165% e as "yields" da dívida espanhola recuaram 7,4 pontos base para 3,667%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica também a dez anos aliviaram 8,4 pontos base para 4,638%.

Euro cede face ao dólar

O euro desvaloriza face à divisa norte-americana, num dia em que as perspetivas de que as taxas de juro vão manter-se altas durante mais tempo estão a dar força à nota verde. 

A moeda única europeia desliza 0,41% para 1,0851 dólares.

A recuperação ligeira do dólar acontece num dia em que o presidente da Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse que o banco central poderia perder credibilidade se recuasse no objetivo de baixar a inflação para a meta de 2% antes de atingi-lo. "Não é como se 2% fosse um número mágico que nunca conseguiríamos atingir", afirmou, durante um evento em Danville, no estado de Virginia. 

Os investidores acompanham com atenção os desenvolvimentos da XV Cimeira dos chefes de Estado e de Governo dos BRICS, que reúne as economias emergentes mais poderosas do mundo, à espera de perceber se a China irá avançar com novas medidas de apoio à economia.

Petróleo desvaloriza com aumento da oferta

O petróleo desvaloriza ligeiramente, acompanhando os sinais de que a oferta está a recuperar e a preocupação de que a procura da China, o maior importador, possa diminuir.

O West Texas Intermediate (WTI) desvaloriza 0,31% para 80,47 dólares por barril.

Por sua vez, o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – recua 0,47% para 84,06 dólares por barril.

As exportações do Irão aumentaram para 2,2 milhões de barris por dia este mês, e a Bloomberg chama a atenção para as negociações entre a Turquia e o Iraque para retomar o funcionamento de um importante oleoduto.

A pesar no preço do petróleo estão também receios em torno da saúde da economia chinesa, que podem significar uma redução da procura. A isto juntam-se sinais de que as taxas de juro nos Estados Unidos vão continuar altas por mais tempo para controlar a inflação.

Ouro perde ligeiramente

O ouro está a desvalorizar ligeiramente, pressionado por um avanço do dólar. O metal precioso cai, depois de durante a manhã ter registado ganhos, numa altura em que os investidores aguardam pelo discurso de Powell no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira, na expectativa de obter pistas sobre os próximos passos da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos.

O metal amarelo cede 0,05% para 1.893,95 dólares por onça, enquanto o paládio valoriza 1,65% para 1.268,56 dólares, a platina soma 0,62% para 921,03 dólares e a prata recua 0,03% para 23,30 dólares.

A robustez da economia norte-americana, a par das atas da última reunião da Fed, está a levar os investidores a posicionarem-se para que a política monetária se mantenha restritiva durante mais tempo, tendo isto levado a "yield" das "treasuries" a 10 anos a máximos desde 2007 na segunda-feira.

Taxas de juro mais elevadas tendem a prejudicar o ouro, que não remunera juros, pelo que o encontro que vai reunir os mais altos cargos dos bancos centrais no estado de Wyoming poderá ditar o desempenho desta "commodity".

Wall Street arranca no verde com tecnológicas em foco

As bolsas norte-americanas abriram em terreno positivo, com o setor das tecnológicas em foco. A fabricante de semicondutores Nvidia prolongou esta terça-feira os ganhos, embora ligeiros, depois de durante a sessão de ontem ter valorizado mais de 8%.

A Activision Blizzard abriu também a subir 1,1%, no dia em que foi divulgado que a Microsoft, que arrancou a sessão a valorizar 0,5%, aplicou remédios ao acordo de aquisição da gigante de jogos na esperança de obter luz verde do regulador britânico. 

O S&P 500 soma 0,34% para 4.414,57 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,55% para 13.571,34 pontos, enquanto o industrial Dow Jones avança 0,05% para 34.480,24 pontos.

Os índices do outro lado do Atlântico arrancam assim mais uma sessão no verde, numa altura em que os investidores estão focados nas tecnológicas e no discurso do presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, Jerome Powell, na sexta-feira, durante o simpósio de Jackson Hole, no estado de Wyoming.

"Apesar de a imagem geral parecer mais positiva, o mercado mantém-se altamente sensível. Com os resultados da Nvidia esta semana, há potencial para os mercados evoluírem consoante a narrativa em torno da procura por inteligência artificial", afirma Sophie Lund-Yates, analista na Hargreaves Lansdown, à Bloomberg.

Euribor sobe a três, seis meses e a 12 meses

A taxa Euribor subiu hoje a três, seis e a 12 meses, em relação a segunda-feira.

A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje para 4,106%, mais 0,024 pontos do que na segunda-feira, depois de ter subido até 4,193% em 07 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008.

No prazo a seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 7 de julho de 2022, subiu 0,010 pontos, relativamente a segunda-feira, para 3,951%, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,972%, verificado em 21 de julho.

A Euribor a três meses, por sua vez, também subiu para 3,808%, mais 0,002 pontos do que na segunda-feira.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 27 de julho, o BCE voltou a subir os juros, pela nona sessão consecutiva, em 25 pontos base - tal como em 15 de junho e 4 de maio -, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 8 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 14 de setembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Depois da festa tecnológica em Wall Street, "after party" chega à Europa

A Europa começou o dia no verde, contagiada pelo entusiasmo tecnológico que deu gás ao fecho de sessão em Wall Street.

A Arm, fabricante de "chips" britânica que é controlada pelo japonês SoftBank Group, publicou esta noite de segunda-feira um prospeto preliminar para a sua entrada em bolsa junto do regulador dos mercados dos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission (SEC).

O "benchmark" europeu Stoxx 600 soma 0,72% para 451,91 pontos. Entre os 20 setores que compõem o índice, a tecnologia comanda aos ganhos ao valorizar quase 2%, seguida dos recursos básicos e viagens.

Entre as duas dezenas de setores apenas "oil & gas" negoceiam no vermelho, acompanhando a recente queda do petróleo no mercado londrino e em Nova Iorque.

Entre as principais praças europeias, Madrid avança 0,79%, Frankfurt ganha 0,83% e Paris arrecada 1,03%.

Londres valoriza 0,18%, colocando um ponto final à mais longa sequência de perdas desde 2019.

Amesterdão cresce 0,9% e Milão sobe 0,74%. Por cá, a bolsa de Lisboa acompanha a tendência do resto da Europa e sobe 0,38%.

Os investidores estão atentos às ações da Ubisoft Entretainment ganha 6,28%, após assinar um acordo de "streaming" com a Activision Blizzard.

Já a BHP, a maior mineradora do mundo, desvaloriza 0,71% depois de reportar o pior lucro anual em três anos fiscais.

Juros aliviam na Zona Euro

Os juros aliviam na Zona Euro, numa altura em que o mercado aguarda o arranque do simpósio Jackson Hole da Reserva Federal (Fed) norte-americana, sendo o momento mais esperado, o discurso do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, na sexta-feira.

Os investidores mantêm-se ainda atentos ao tremor do setor imobiliário chinês.

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – "benchmark" para a Zona Euro – subtrai 3,2 pontos base para 2,666%.

Os juros da dívida portuguesa com vencimento em 2033 cedem 3,3 pontos base para 3,362%.

A rendibilidade das obrigações espanholas a 10 anos cai 4 pontos base para 3,701%.

Os juros da dívida italiana a 10 anos aliviam 5,8 pontos base para 4,334%, estando o "spread" face ao "benchmark" em 166,2 pontos base.

Iene mantém-se perto da "linha vermelha". Contágio do rublo continua a pressionar moeda do Cazaquistão

Depois de voltar a pisar a "linha vermelha" de 146,56 ienes por dólar na semana passada, a moeda japonesa mantém-se perto deste nível, que no final do ano passado levou o Banco do Japão a intervir no mercado cambial, como não era visto de 1998.

O iene segue a subir 0,31%, valendo cada nota verde 145,7925 ienes.

O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra outras divisas – cede 0,24% para 103,057 pontos, numa altura em que os investidores aguardam o discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, durante o simpósio Jackson Hole, em Kansas City.

O tenge cazaque, moeda oficial do Cazaquistão negoceia na linha de água (-0,04%) para 0,0022 dólares, dando continuidade às perdas de sexta-feira (e que continuaram na segunda-feira), dia em que registou o pior desempenho do mercado cambial, logo a seguir ao peso argentino, segundo os dados da Bloomberg.

Em entrevista citada pela Bloomberg, a vice-governadora do banco central do Cazaquistão explicou que estas perdas foram uma "reação ao enfraquecimento do rublo", o qual acabou por aliviar as perdas depois da reunião de emergência do banco central russo.

Ouro brilha mas cautela mantém-se antes de Jackson Hole

O ouro sobe, mas mantém-se perto de mínimos de cinco meses, à medida que crescem os sinais de que os juros diretores nos EUA irão continuar em terreno "suficientemente restritivo".

O metal amarelo valoriza 0,27% para 1.900,16 dólares por onça. Prata permaneceu praticamente inalterada, enquanto paládio e platina estão em queda.

Durante a sessão de esta terça-feira, os investidores manter-se-ão atentos ao mercado da dívida, onde ontem a "yield" da dívida norte-americana a 10 anos tocou em máximos de 2013.

Ao virarem-se para as obrigações, o apetite dos investidores pelo ouro é prejudicado, já que o metal amarelo não remunera em juros.

O mercado espera agora o discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, esta sexta-feira, no âmbito do simpósio Jackson Hole no Kansas, EUA. Os investidores estarão à procura de pistas sobre o futuro da política monetária levada a cabo pela instituição norte-americana.

Petróleo recua com notícias vindas do Iraque. Gás alivia com diálogo na Austrália

O petróleo desvaloriza tanto em Londres como em Nova Iorque, pressionado pelas perspetivas sobre um possível alívio do lado da oferta.

O West Texas Intermediate (WTI) desvaloriza 0,09% para 80,65 dólares por barril.

Por sua vez, o Brent do Mar do Norte – referência pelas importações europeias – recua 0,08% para 84,39 dólares por barril.

As exportações iraquianas de crude subiram para 2,2 milhões de barris este mês, segundo os dados oficiais citados pela Bloomberg.

Além disso, a Reuters deu conta de que o ministro da Energia do Iraque está na Turquia para discutir vários tópicos de cooperação entre os dois países, incluindo o regresso aos embarques a partir do terminal de Ceyan.

No mercado do gás, a matéria-prima negociada em Amesterdão (TTF) – referência para o mercado europeu- alivia 0,12% para 39,875 euros por megawatt hora, depois de esta segunda-feira ter renovado máximos de dois meses.

O gás disparou impulsionado pelas ameaças de greve em centrais australianas. Entretanto, esta terça-feira, durante uma "conference call" com analistas, a CEO da Woodside, Meg O’ Neil, revelou que estão a ser feitos diálogos "construtivos" com os sindicatos.

Europa aponta para terreno positivo. Ásia fecha no verde

A Europa aponta para um arranque de sessão no verde acompanhando o sentimento positivo que levou Wall Street a fechar em alta, com a tecnologia à cabeça.

A Arm, fabricante de "chips" britânica que é controlada pelo japonês SoftBank Group, publicou esta noite de segunda-feira um prospeto preliminar para a sua entrada em bolsa junto do regulador dos mercados dos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission (SEC).

Assim, os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,4%.

Na Ásia, pela  China, o Hang Seng ganhou 1,71% e o Shangai Composite permaneceu praticamente inalterada.

No Japão, o Topix somou 1,08% e o Nikkei valorizou 0,92%.

Na Coreia do Sul, o Kospi valorizou 0,16%.