Notícia
Otimismo da China desvanece-se e Europa retorna às quedas
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta terça-feira.
Otimismo da China desvanece-se e Europa retorna às quedas
Com o otimismo em torno de uma mudança, pela primeira vez em 14 anos, na política monetária chinesa para "moderadamente flexível" no próximo ano e promessas de uma política orçamental mais "pró-ativa" a desvanecer-se, o índice de referência europeu, o Stoxx 600, desceu hoje ao vermelho, interrompendo oito sessões consecutivas de ganhos e afastando-se de máximos de mais de um mês.
O "benchmark" europeu recuou 0,52% para 518,49 pontos, com os setores que deram maiores ganhos ontem, como o do luxo, o mineiro e o da energia a penalizarem o índice.
Entre os principais movimentos de mercado esteve a Delivery Hero, que perdeu 11,94%, depois de a sua unidade no Médio Oriente, a Talabat, ter começado a cotar em bolsa no Dubai, registando uma desvalorização de quase 7%. Este foi o maior IPO tecnológico de 2024, de dois mil milhões de dólares.
As atenções dos investidores estão viradas para a conferência de imprensa que se segue à reunião do Banco Central Europeu, esta quinta-feira. Um corte de 25 pontos já está praticamente incorporado no mercado, daí os "traders" estarem à procura de pistas no discurso de Christine Lagarde sobre o futuro da política monetária na Zona Euro.
No entanto, "é provável que haja um debate aceso entre os falcões e as pombas no Conselho e a presidente Lagarde poderá confessar que houve discussões sobre a possibilidade de um corte jumbo de 50 pontos", refere o analista Mathew Ryan, da Ebury, numa nota vista pelo Negócios.
Esta é a primeira reunião de política monetária após a queda dos governos francês e alemão devido a divergências quanto ao orçamento dos respetivos países. Este é também um tema que deverá estar em cima da mesa e é provável que a presidente Christine Lagarde "saliente os crescentes riscos de abrandamento da economia na Zona Euro, em particular devido ao mal-estar político na Alemanha e em França e à perspetiva de tarifas pesadas sob Trump 2.0", refere Ryan.
A Ebury estima que as incertezas se reflitam nas projeções macroeconómicas que deverão mostrar "um crescimento e uma inflação mais baixos em 2025 do que o anteriormente previsto". Aqui, "uma descida acentuada da perspetiva da inflação subjacente seria particularmente pessimista para o euro, uma vez que os mercados reagiriam provavelmente com a fixação de preços para uma taxa terminal do BCE muito mais baixa em 2025".
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 0,08%, o francês CAC-40 desvalorizou 1,34%, o italiano FTSEMIB recuou 0,1%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,86% e o espanhol IBEX 35 caiu 0,38%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,15%.
Juros da Zona Euro agravam-se ligeiramente à espera do BCE
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se ligeiramente terça-feira, com os investidores a anteciparem uma decisão de política monetária por parte do Banco Central Europeu, cujo conselho se reúne na quinta-feira. É esperada uma descida de juros de 25 pontos base.
As "yields" da dívida francesa a dez anos interromperam seis sessões consecutivas de alívio e agravaram-se 0,8 pontos base para 2,877%, com o Presidente do país, Emannuel Macron, à procura de um novo primeiro-ministro que consiga encontrar consensos dentro do Parlamento e aprovar um novo orçamento.
Após uma reunião com líderes de alguns partidos, que excluíram a França Insubmissa e a União Nacional, os dois principais partidos no Parlamento, Macron terá dito que espera anunciar um novo primeiro-ministro dentro de 48 horas. Até lá, nesta quarta-feira, o Executivo de Michel Barnier vai apresentar uma lei especial que permite a manutenção dos valores de despesa de 2024 em 2025, o que garante a continuidade dos serviços públicos.
Por sua vez, os juros das "Bunds" alemãs, também a dez anos e de referência para a região, subiram 0,1 pontos base para 2,118%.
Pela Península Ibérica, as "yields" da dívida portuguesa a dez anos avançam 0,7 pontos base para 2,512%, enquanto os juros da dívida espanhola somaram 0,8 pontos para 2,764%. Já os juros da dívida italiana, também com esta maturidade, cresceram 1 ponto para 3,206%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos agravam-se 5,3 pontos base para 4,321%.
Petróleo em alta ligeira à boleia de perspetivas de maior procura na China
Os preços do petróleo continuam a negociar em alta ligeira esta terça-feira, com as preocupações com a queda do governo na Síria a desvanecerem-se, ao mesmo tempo que as medidas anunciadas pelo Executivo chinês deram alguma força à possibilidade de um aumento da procura pelo país no próximo ano.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 0,46% para os 68,68 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – soma 0,24% para os 72,31 dólares por barril.
"As tensões no Médio Oriente parecem estar contidas, o que levou os participantes no mercado a preverem riscos potencialmente baixos de um alastrar da instabilidade que conduza a uma perturbação significativa da oferta de petróleo", disse à Reuters Yeap Jun Rong, estratega da IG.
Os analistas acreditam ainda que um corte de juros pela Reserva Federal na próxima semana poderia dar alguma força ao consumo desta matéria-prima pelos consumidores norte-americanos, o que poderia também ser um catalisador positivo para os preços.
Dólar recupera de olhos postos na inflação nos EUA
O dólar está a recuperar da mais recente consolidação e valoriza face às principais divisas rivais, com os investidores a aguardarem os números da inflação de novembro nos Estados Unidos, que será conhecida na quarta-feira.
O índice do dólar - que mede a força da "nota verde" contra as principais moedas - soma 0,39%, para 106,563 dólares, e, face à moeda única europeia, o dólar ganha 0,49% para 0,9521 euros.
Na Europa, os investidores aguardam ainda a conferência de imprensa, que se segue à reunião do Banco Central Europeu desta quinta-feira, à procura de pistas sobre o futuro da política monetária na Zona Euro.
"Aqui, um corte das taxas de juro em 25 pontos base parece estar a ser dado como certo para o mercado, embora o nosso economista acreditar que a conferência de imprensa pode abrir a discussão para mais cortes no futuro, implicando um resultado 'dovish' para o euro", resume Frantisek Taborsky, analista do ING.
Tensões geopolíticas e alívio da política monetária dão força ao ouro
O ouro segue a valorizar esta terça-feira, ainda em máximos de duas semanas, à boleia das crescentes tensões geopolíticas e expectativas de um terceiro corte de juros pela Reserva Federal em dezembro. Uma vez que o metal não rende juros tende a beneficiar de um ambiente de taxas mais baixas.
O ouro ganha 1,05% para 2.688,12 dólares por onça.
"As preocupações com o aumento das tensões no Médio Oriente estão a fomentar a procura por refúgio", disse à Reuters Peter Grant, estratega sénior da Zaner Metals.
Há "também uma espécie de foco renovado na tendência global de flexibilização - veremos o Banco do Canadá cortar as taxas, o BCE e o SNB no final desta semana e a Fed provavelmente na próxima semana", um cenário que também poderá dar impulso ao metal amarelo, acrescentou.
Wall Street à procura de rumo. Oracle tomba mais de 8%
Os principais índices em Wall Street estão a negociar sem tendência definida, depois de terem interrompido os mais recentes ganhos, que levaram o o S&P 500 e o Nasdaq Composite a máximos históricos.
Os investidores continuam a antecipar o principal evento da semana, os números da inflação de novembro nos Estados Unidos - que serão conhecidos na quarta-feira. Os preços deverão ter subido ligeiramente no mês passado.
Este indicador é um dos últimos, entre os mais relevantes, a ser conhecido antes da última reunião de política monetária do ano da Reserva Federal, que se realiza a 17 e 18 de dezembro.
O S&P 500 está inalterado nos 6.053,24 pontos, enquanto o industrial Dow Jones perde 0,48% para 44.189,12 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,44% para 19.822,64 pontos.
A probabilidade de uma descida de juros em 25 pontos base pela Fed em dezembro figura em 86%, depois de terem sido conhecidos dados que mostraram uma aceleração da taxa de desemprego e maior criação de emprego ao mesmo tempo.
As probabilidades sinalizam, no entanto, que a Fed deverá realizar uma pausa em janeiro, depois de discursos de vários membros da instituição liderada por Jerome Powell terem evidenciado uma velocidade mais lenta de alívio da política monetária devido à resiliência da economia norte-americana.
Entre os principais movimentos de mercado, a Oracle perde 8,52%, depois de ter ontem após o fecho da sessão divulgado os resultados do segundo trimestre com os lucros e as receitas a ficarem abaixo do esperado pelos analistas. Também as perspetivas para o resto do ano ficaram abaixo do estimado.
Por sua vez, a Micron Tecnhology cede 0,23%, mesmo após o departamento do comércio dos EUA ter finalizado um subsídio de mais de 6,1 mil milhões de dólares para a empresa construir fábricas para construção de "chips".
Já a Nvidia recupera 1,74%, depois de ontem ter perdido mais de 2%, após o regulador dos mercados financeiros chineses ter revelado que está a investigar a empresa devido a uma suspeita de violação da lei antimonopólio numa aquisição realizada em 2020 - e que foi, na altura, aprovada por Pequim. A "AI-darling" de Wall Street soma mais de 190% este ano.
Euribor sobe a três meses e desce a seis e a 12 meses
A Euribor subiu hoje a três meses e desceu a seis e a 12 meses.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,892%, continuou acima da taxa a seis meses (2,655%) e da taxa a 12 meses (2,439%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, caiu hoje para 2,655%, menos 0,006 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, também baixou hoje, para 2,439%, menos 0,011 pontos.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses avançou hoje, ao ser fixada em 2,872%, mais 0,010 pontos do que na sessão anterior.
A média da Euribor em novembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em outubro e com mais intensidade no prazo intermédio.
A média da Euribor em novembro desceu 0,160 pontos para 3,007% a três meses (contra 3,167% em outubro), 0,214 pontos para 2,788% a seis meses (contra 3,002%) e 0,185 pontos para 2,506% a 12 meses (contra 2,691%).
Os mercados esperam que o Banco Central Europeu desça, pela quarta vez este ano, e terceira consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos percentuais na reunião de política monetária, a última desde ano, na quinta-feira, 12 de dezembro.
Em 17 de outubro na Eslovénia, o Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar "no bom caminho" e a uma atividade económica pior do que o previsto.
Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
* Lusa
Europa pintada de vermelho com entusiasmo chinês a desvanecer
Depois de oito sessões consecutivas em território positivo, as bolsas europeias arrancaram a sessão desta terça-feira no vermelho, numa altura em que o entusiasmo relativo a uma flexibilização da política monetária por parte da China parece estar a desvanecer. O setor mineiro, com grande exposição a este mercado asiático, é o que regista o pior desempenho, com as ações do setor de luxo também a negociarem em queda.
O "benchmark" para a negociação europeia, o Stoxx 600, recua 0,25% para 519,94 pontos, com o setor automóvel e o de serviços de saúde a travarem maiores perdas. A bolsa de Paris regista a maior queda a esta hora (-0,62%), pressionada pela desvalorização de empresas do setor do luxo como a LVMH e a Kering, que caem 1,88% e 2,09%, respetivamente.
As atenções dos investidores estão viradas para a conferência de imprensa que se segue à reunião do Banco Central Europeu, esta quinta-feira. Um corte de 25 pontos já está praticamente incorporado no mercado, daí os "traders" estarem à procura de pistas no discurso de Christine Lagarde sobre o futuro da política monetária na Zona Euro.
"Estamos à espera que o BCE continue a cortar nas taxas de juro em 25 pontos em cada reunião até abril, levando a taxa de depósito para os 2,25%, antes de voltar a cortar no final do ano para uma taxa terminal de 2%", afirma Félix Feather, economista da abrdn, à Reuters.
Entre as principais movimentações de mercado, a Delivery Hero regista o pior desempenho do Stoxx 600, ao afundar 9,47% para 32,21 euros, depois da sua subsidiária no Médio Oriente, a Talabat, ter entrado no Dubai Stock Exchange – o maior IPO tecnológico de 2024.
Nas restantes principais praças da Europa Ocidental, Madrid e Frankfurt desvalorizam 0,04%, Londres cai 0,47%, Amesterdão cede 0,32% e Milão perde 0,28%.
Juros da dívida dos países da Zona Euro praticamente inalterados
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro negoceiam sem tendência definida esta terça-feira e com movimentações ligeiras, numa altura em que os investidores aguardam pela decisão de política monetária por parte do Banco Central Europeu.
As "yields" da dívida francesa a dez anos estão a aliviar pela sexta sessão consecutiva em 1,4 pontos base para 2,856%, com o Presidente do país, Emannuel Macron, à procura de um novo primeiro-ministro que consiga encontrar consensos dentro do Parlamento e passar um novo orçamento. Por sua vez, os juros das "Bunds" alemãs, também a dez anos e de referência para a região, recuam 0,4 pontos base para 2,115%.
Pela Península Ibérica, as "yields" da dívida portuguesa a dez anos avançam 0,1 pontos base para 2,506%, enquanto os juros da dívida espanhola somam 0,2 pontos para 2,759%. Já os juros da dívida italiana, também com esta maturidade, crescem 0,9 pontos para 3,205%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos agravam 1,9 pontos base para 4,288%.
Euro perde força face ao dólar. Divisa australiana atinge mínimos de quatro meses
O euro está a perder terreno face ao dólar, numa altura em que um corte de 25 pontos base por parte do Banco Central Europeu (BCE) já está praticamente incorporado no mercado. Já a divisa norte-americana encontra-se a valorizar face às suas principais concorrentes, com os investidores de olhos postos nos dados da inflação.
A moeda comum europeia recua 0,22% para 1,0531 dólares, com os mercados à espera da conferência de imprensa, que se segue à reunião desta quinta-feira, para conseguir pistas sobre o futuro da política monetária na Zona Euro. Por sua vez, o índice do dólar – que mede a força da moeda face a uma cesta de divisas – avança 0,18%, à boleia de uma valorização da "nota verde" face à libra e ao iene.
Na Austrália, e apesar de o banco central ter mantido as taxas de juro em níveis restritivos, o dólar australiano caiu para mínimos de quatro meses, depois de a autoridade monetária ter adotado uma narrativa mais "dovish". Ao contrário de grande parte dos bancos centrais mundiais, o Banco da Reserva da Austrália ainda não iniciou o ciclo de alívio da sua política monetária.
O dólar australiano está, assim, a cair 0,68% para 0,6396 dólares, depois de ter chegado a subir mais de 0,8% na segunda-feira, à boleia do anúncio de flexibilização monetária por parte das autoridades chinesas.
Ouro continua em alta com China a dar apoio
O ouro continua a beneficiar de perspetivas de flexibilização monetária na China, numa altura em que as atenções dos investidores viram-se para os dados da inflação nos EUA, que vão ser conhecidos esta quarta-feira.
O metal precioso avança 0,11% para 2.663,14 dólares por onça, depois de ter valorizado mais de 1,5% na sessão de segunda-feira, tocando máximos de duas semanas. O ouro esteve ainda a ser impulsionado pelo aumento de reservas deste metal por parte do Banco Popular da China (PBOC), depois de a autoridade monetária do país ter suspendido as compras de ouro por seis meses.
A mudança de posição em termos de política monetária por parte da China acontece pela primeira vez em 14 anos. Caso o PBOC comece a reduzir as taxas de juro no país, "esta ação pode levar a um aumento da procura por ouro", como explica Kelvin Wong, analista de mercados da OANDA.
Os investidores aguardam, agora, pelos dados da inflação relativos a novembro nos EUA, depois de na semana passada a criação de emprego no país ter ficado acima das expectativas dos analistas. Um corte de 25 pontos base por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana já está praticamente incorporado no mercado, com os "traders" a apostarem numa probabilidade de quase 90% num alívio neste sentido. O ouro tende a beneficiar de uma política monetária mais flexível.
Petróleo cai pressionado por excesso de oferta na primeira metade de 2025
Os preços do petróleo estão a negociar em território negativo esta terça-feira, numa altura em que as preocupações com um excesso de crude no mercado em 2025 estão a eclipsar o anúncio de uma política monetária mais flexível por parte das autoridades chinesas e o aumento das tensões geopolíticas no Médio Oriente.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – recua 0,53% para os 68,01 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – cai 0,44% para os 71,82 dólares por barril. Os dois índices chegaram a avançar mais de 2% na sessão de segunda-feira.
"Apesar dos receios que continuam a assolar o Médio Oriente, o mercado petrolífero parece estar mais focado e a preparar-se para um excedente de oferta na primeira metade de 2025", afirma Priyanka Sachdeva, analista sénior de mercados da Phillip Nova. Desde meados de outubro, o petróleo tem negociado num intervalo limitado, influenciado por uma série de fatores de pressão e de impulso.
Uma das variáveis que tem exercido pressão sobre os preços do crude tem sido o abrandamento económico da China sentido nos últimos tempos, explicado por uma menor importação de petróleo por parte do país asiático - o maior consumidor mundial desta matéria-prima.
Aliás, o abrandamento da China foi uma das razões que levou mesmo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) a decidir, na semana passada, adiar os seus planos de aumento da produção até abril.
Entusiasmo chinês desvanece. Europa aponta para abertura no vermelho
O anúncio das autoridades chinesas de que o país iria adotar uma política monetária "moderadamente flexível" já no próximo ano ainda animaram as bolsas asiáticas no início da sessão – mas este grande entusiasmo foi sol de pouca dura.
O CSI 300 – "benchmark" para a negociação da China Continental – chegou a avançar nos 3,3%, mas até ao final da sessão reduziu os ganhos para apenas 0,73%. Em Hong Kong, o Hang Seng encerrou praticamente inalterado, enquanto o Shanghai Composite registou ganhos moderados de 0,6%.
As atenções dos investidores viram-se, agora, para a conferência anual, realizada à porta fechada, do "Central Economic Work Conference", que começa já na quarta-feira. Os mercados estão à procura de medidas específicas para estimular o consumo no país, agora que as autoridades chinesas indicaram que iriam aliviar a política monetária e encetar uma política orçamental "mais pró-ativa".
"O que eles estão realmente a tentar fazer com estas políticas é algo que se dirija ao consumidor – e esse é realmente o cerne dos problemas [da economia chinesa]", começa por afirmar Burns McKinney, gestor de fundos do NFJ Investment, à Bloomberg. "Se conseguirem fazer isso, então podem realmente aproveitar uma classe média em expansão na China", explica o analista.
Nas restantes praças asiáticas, a bolsa sul-coreana conseguiu acabar o primeiro dia à tona desde que o Presidente do país decidiu impor lei marcial no país – um movimento rapidamente revertido pelo Parlamento. O Kospi encerrou a sessão desta terça-feira com uma valorização expressiva de mais de 2%. Já pelo Japão, o Nikkei 225 valorizou 0,53%, enquanto o Topix cresceu 0,25%.
Pela Europa, o entusiasmo com o anúncio chinês também já parece ter desvanecido e a negociação de futuros aponta para uma abertura em território negativo.