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Vendas a retalho na China e rating de França pressionam Europa
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
Vendas a retalho na China e rating de França pressionam Europa
Os principais índices europeus terminaram a primeira sessão da semana em queda, assinalando uma desvalorização pelo terceiro dia de negociação consecutivo. Os investidores avaliaram os números das vendas a retalho na China em novembro, que ficaram abaixo das expectativas dos analistas. Também o corte de rating da dívida francesa por parte da agência Moody’s pesou no sentimento.
O índice de referência europeu, o Stoxx 600, desceu 0,12% para 515,83 pontos, com o setor automóvel a cair quase 3% devido à elevada exposição das fabricantes automóveis do Velho Continente à China. Também as cotadas do setor do luxo foram penalizadas pela mesma razão.
Pela positiva, o setor da saúde valorizou mais de 1%, à boleia da Novo Nordisk, que somou 3,09%, após a farmacêutica ter revelado que vai investir 1,14 mil milhões de euros na construção de uma nova fábrica na Dinamarca.
O parisiense CAC-40 registou a queda de maior dimensão entre as congéneres europeias, de 0,71%, num dia em que a juntar-se à revisão em baixa da Moody's novos dados mostraram que a atividade do setor empresarial afundou pelo quarto mês consecutivo. Este índice perde mais de 2% desde o início do ano, o que contrasta com a valorização de quase 8% do "benchmark" europeu Stoxx 600.
Em Frankfurt, o DAX perdeu 0,45%, no dia em que o chanceler alemão, Olaf Scholz, não sobreviveu a uma moção de confiança apresentada no parlamento, o que significa que o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, tem 21 dias para dissolver o Bundestag por sugestão do chanceler.
Este cenário já era largamente esperado desde o afastamento do ministro das Finanças alemão, Cristian Lindner, dos liberais da FDP, desfazendo-se a coligação deste partido com o SPD e Verdes, e ficando os social-democratas de Olaf Scholz em situação minoritária.
Por sua vez, o madrileno IBEX 35 foi o único a valorizar na Europa, ao avançar 0,23%, recuperando da queda de mais de 2,5% na semana passada, em que foi pressionado pela Inditex que registou lucros trimestrais abaixo do esperado.
Entre os restantes índices da Europa Ocidental, o italiano FTSEMIB recuou 0,43%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,46% e em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,23%.
Juros agravam-se na Zona Euro. Alemanha é exceção após queda do Governo
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se esta segunda-feira, com a Alemanha a ser a única exceção à regra, depois de o chanceler alemão Olaf Scholz não ter resistido a uma moção de confiança, levando a Alemanha para eleições em fevereiro.
As "yields" das "Bunds" alemãs, de referência para a região e com maturidade a dez anos, recuaram 1 ponto base para 2,244%
Já os juros da dívida francesa agravaram-se 0,3 pontos base para 3,042%, depois de a agência Moody's ter cortado - numa revisão que não estava agendada - o rating de França de Aa2 para Aa3, colocando a dívida francesa apenas três degraus acima da dívida soberana portuguesa.
Face a esta revisão, o prémio de risco que os investidores exigem para deter obrigações francesas a 10 anos em relação às congéneres alemãs acelerou para terminar a sessão em 79,5 pontos base, aproximando-se dos 80 pontos alcançados na semana da queda do Executivo de Michel Barnier.
Por sua vez, a "yield" da dívida italiana a dez anos agravou-se 0,7 pontos base para 3,398%. Na quinta-feira passada, as obrigações do país registaram a maior subida diária desde abril (15,9 pontos base).
Pela Península Ibérica, as "yields" da dívida portuguesa a dez anos registaram a maior subida da Zona Euro, ao crescerem 2,7 pontos base para 2,725%. Isto depois de na sexta-feira o Banco de Portugal (BdP) ter apontado para uma deterioração das contas públicas. Já os juros da dívida espanhola somaram 1,1 pontos para 2,932%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos agravaram-se 2,7 pontos base para 4,440%.
Dólar interrompe ganhos antes da Fed. Euro avança após queda do governo alemão
A moeda norte-americana está a interromper os mais recentes ganhos, em antecipação de um corte de juros pela Reserva Federal na quarta-feira, ao mesmo tempo que o euro recupera ligeiramente, após o chanceler alemão, Olaf Scholz, não ter sobrevivido a uma moção de confiança. A Alemanha deverá assim ir a eleições a 23 de fevereiro.
A moeda única europeia avança 0,07% para 1,0508 dólares, enquanto o índice do dólar - que compara a força da "nota verde" contra divisas rivais - recua 0,11% para 106,883 dólares.
A divisa britânica segue a recuperar 0,52% face ao dólar, depois de ter atingido mínimos de 27 de novembro na sexta-feira, pressionada por uma economia em contração. Em outubro, o PIB britânico voltou a cair pelo segundo mês consecutivo – o que já não se registava desde a pandemia.
O Banco de Inglaterra vai decidir sobre o futuro da política monetária na quinta-feira, um dia depois da Fed, que deverá cortar juros em 25 pontos base.
Economia chinesa fragilizada pressiona petróleo
Após terem terminado a semana passada com ganhos de 3%, as cotações de crude estão a recuar nos mercados internacionais. A maior pressão vem da China - o maior comprador de petróleo do mundo - já que a procura pelo "ouro negro" caiu 2,1% em novembro face ao período homólogo.
Além disso, no mês passado, a refinação de petróleo bruto no país registou o valor mais baixo dos últimos cinco meses. A força da segunda maior economia do mundo também tem levantado preocupações, sobretudo com a quebra nas vendas do retalho nesse mesmo mês, que ficou aquém das previsões dos analistas - o que mantém a pressão sobre Pequim para aumentar o estímulo à economia fragilizada.
O barril de Brent do Mar do Norte, referência para a Europa, recua 0,72%, para 73,95 dólares, enquanto nos Estados Unidos, o West Texas Intermediate (WTI) desvaloriza 0,76%, para 70,75 dólares por barril.
Estes dados "demonstram a facilidade com que o crude se deixa ir abaixo", disse à Bloomberg Rebecca Babin, do CIBC Private Wealth Group.
A incerteza sobre a futura presidência de Donald Trump nos EUA está ainda a pairar sobre os investidores, que questionam o que as políticas significarão para os preços do barril. As prometidas tarifas ameaçam enfraquecer a procura por crude, enquanto as sanções mais duras sobre o Irão possam reduzir a oferta.
A dar algum apoio aos preços, a União Europeia impôs sanções a 52 petroleiros que transportam petróleo russo, segundo a Bloomberg.
Tensões geopolíticas e alívio dos juros da dívida dos EUA dão força ao ouro
O ouro segue a negociar em alta, sustentado por preocupações geopolíticas e um alívio dos juros da dívida norte-americana, numa altura em que os investidores aguardam a reunião de política monetária da Reserva Federal que se realiza na terça e quarta-feira.
O mercado sinaliza um corte de juros em 25 pontos base e o foco vai estar no discurso do presidente Jerome Powell à procura de pistas sobre o o rumo dos juros diretores em 2025.
O metal amarelo soma a esta hora 0,24% para 2.654,62 dólares por onça.
Ainda a contribuir para a valorização do ouro está a China que voltou ao mercado. Um cenário de mais medidas de estímulo por Pequim seria positivo para o desempenho do metal.
Wall Street em alta antes de corte da Fed. MicroStrategy avança mais de 3%
Os principais índices em Wall Street começam a semana com um arranque em alta, com os investidores confiantes de que a Reserva Federal (Fed) vai cortar os juros em 25 pontos base na reunião que termina a 18 de dezembro. A flexibilização poderá dar um novo impulso ao mercado e prolongar o desempenho otimista das ações dos EUA.
A decisão da Fed será seguida de anúncios de políticas no Japão, nos países nórdicos e no Reino Unido no dia seguinte. O desempenho das ações norte-americanas contrasta com as perdas na Ásia e na Europa, uma vez que os dados relativos ao retalho na China, mais fracos do que o previsto, pesaram sobre o sentimento vivido nos mercados.
Com ganhos de 27% no acumulado do ano, o S&P 500 soma a esta hora 0,2% nos 6.063,18 pontos, e os analistas esperam que o índice ganhe força mesmo antes das políticas económicas favoráveis que se esperam com a chegada do Presidente eleito Donald Trump.
Já o Nasdaq Composite soma 32% em 2024 e avança agora 0,44% para 20.014,55 e o Dow Jones está a negociar na linha d'água e cai 0,01% para 43.823,76 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, a MicroStrategy avançou mais de 3%, já que a empresa se prepara para se juntar ao índice Nasdaq 100, que agrega as empresas de alta tecnologia. O mesmo irá acontecer com a Palantir e a Axon Enterprise, que entrarão no índice a 23 de dezembro. A esta hora, as duas empresas caem 3,2% e 4,8%, respetivamente.
Pelo contrário, a Super Micro Computer, a Moderna e a Illumina serão removidas do Nasdaq 100. A primeira está a cair mais de 5% enquanto as outras duas sobem perto de 2% cada.
No retalho, a dona da Michael Kors, a Capri Holdings, sobe 5,5% depois de o JP Morgan aumentar o preço-alvo das ações da empresa de 15 para 19 dólares, justificado por uma contínua "melhoria" das marcas da empresa.
Euribor sobe a três, seis e 12 meses após descida das taxas de juro
A Euribor subiu a três, seis e 12 meses, depois de a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, ter dito hoje que prevê novas reduções das taxas de juro.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,863%, continuou acima da taxa a seis meses (2,655%) e da taxa a 12 meses (2,443%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, subiu hoje para 2,655%, mais 0,016 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.
No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, avançou hoje, para 2,443%, mais 0,038 pontos.
A Euribor a três meses também subiu hoje, ao ser fixada em 2,863%, mais 0,020 pontos do que na sessão anterior.
A presidente do BCE disse hoje em Vílnius que prevê novas reduções das taxas de juro, na sequência da flexibilização já iniciada há vários meses, face à desinflação avançada e ao aumento dos riscos para o crescimento.
"Se os dados que nos chegam continuarem a confirmar o nosso cenário de base, que prevê o regresso da inflação ao objetivo de 2% em 2025 na zona euro, a direção é clara: tencionamos reduzir ainda mais as taxas de juro", declarou Christine Lagarde durante um discurso em Vílnius, na Lituânia.
"A atual política monetária continua a ser restritiva", afirmou.
Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) baixou a taxa de referência pela quarta vez desde junho, fixando-a em 3%.
As taxas do BCE têm um impacto direto sobre as taxas de juro do crédito cobradas pelos bancos às empresas e às famílias.
Os mercados antecipam várias descidas das taxas pelo BCE em 2025, a fim de colocar a taxa de referência em "cerca de 2%", um nível considerado neutro e que não penaliza nem apoia a economia.
De acordo com os analistas consultados pela Agência France Presse, o BCE pode seguir esta via porque o ambiente na zona euro mudou desde que a inflação atingiu mais de 10% no outono de 2022.
A média da Euribor em novembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em outubro e com mais intensidade no prazo intermédio.
A média da Euribor em novembro desceu 0,160 pontos para 3,007% a três meses (contra 3,167% em outubro), 0,214 pontos para 2,788% a seis meses (contra 3,002%) e 0,185 pontos para 2,506% a 12 meses (contra 2,691%).
Na quinta-feira, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez este ano e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base,
Em 17 de outubro na Eslovénia, o Banco Central Europeu (BCE) tinha descido as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda vez consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar "no bom caminho" e a uma atividade económica pior do que o previsto.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
China volta a pressionar Europa. França lidera perdas regionais
As bolsas europeias arrancaram a última semana completa de negociação do ano em território negativo, pressionadas pelas vendas a retalho chinesas, que ficaram abaixo das expectativas dos analistas, e com os investiodres atentos a reagir ao corte de rating da dívida francesa por parte da agência Moody’s.
A esta hora, o "benchmark" para a negociação europeia, o Stoxx 600, recua 0,19% para 515,47 pontos, com o setor automóvel, com grande exposição ao mercado chinês, a registar um dos piores desempenhos. Em contraciclo, o setor dos serviços de saúde é um dos poucos que negoceia no verde, impulsionado pela valorização da Novo Nordisk.
A farmacêutica está a registar ganhos de 1,80% para 767,60 coroas dinamarquesas, depois de ter anunciado que iria investir 1,2 mil milhões de dólares para construir uma nova fábrica na Dinamarca. A Novo Nordisk é a empresa mais valiosa do mercado europeu e conquistou este título através da produção do seu medicamento de perda de peso, o Wegovy, que se tornou extremamente popular.
Os investidores estão ainda a avaliar o corte de "rating" da dívida francesa por parte da Moody’s. O movimento surgiu como uma surpresa para os analistas, mas a decisão não está, pelo menos por agora, a ter grande repercussão no mercado. Apesar de registar a maior queda entre as principais praças europeias, o CAC-40 segue a tendência dos seus congéneres e desvaloriza, a esta hora, 0,57%.
"Neste momento, ainda não há pânico [no mercado]", começa por explicar Andrea Tueni, do Saxo Banque France, à Bloomberg, que indica ainda que o "spread" entre a dívida alemã – de referência para a região – e a dívida francesa está a agravar-se muito ligeiramente.
Entre as principais movimentações de mercado, a Porsche cai 1,55% para 59,76 euros, depois de ter avisado os investidores que pode vir a reduzir a sua participação na Volkswagen, num valor que pode chegar aos 20 mil milhões de euros. A empresa indicou ainda que prevê que o seu resultado líquido de 2024 seja "significativamente negativo".
Nas restantes praças europeias, Madrid recua apenas 0,1%, enquanto Frankfurt desvaloriza 0,25% e Londres cede 0,16%. Já Amesterdão cai 0,22% e Milão encontra-se em contraciclo, ao valorizar 0,25%.
Juros aliviam na Zona Euro. Portugal destoa
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a alivar, maioritariamente, sexta-feira, apesar do clima de instabilidade política que se vive no continente. Esta segunda-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz vai submeter-se a uma moção de confiança e, caso não consiga sobreviver à mesma, o país poderá ter de ir a eleições já no primeiro trimestre de 2025.
As "yields" das "Bunds" alemãs, de referência para a região e com maturidade a dez anos, recuam 0,9 pontos base para 2,245%, enquanto os juros da dívida francesa permanecem inalterados nos 3,039%. Este movimento acontece apesar de a agência Moody's ter cortado o rating de França de Aa2 para Aa3, colocando a dívida francesa apenas três degraus acima da dívida soberana portuguesa.
Por sua vez, as "yields" da dívida italiana, a dez anos, estão a recuperar de forma ligeira das subidas da semana passada. Na quinta-feira as obrigações do país registaram a maior subida diária desde abril (15,9 pontos base) e na sexta agravaram-se mais 4,3 pontos base. A esta hora, os juros da divida do país recuam 0,4 pontos para 3,386%.
Pela Península Ibérica, as "yields" da dívida portuguesa a dez anos são as únicas que se agravam na Zona Euro, ao crescerem 0,9 pontos base para 2,707%, isto depois de o Banco de Portugal (BdP) ter apontado para uma forte deterioração das contas públicas na sexta-feira. Já os juros da dívida espanhola cedem 0,3 pontos para 2,917%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos aliviam 3,2 pontos base para 4,378%.
Dólar gravita em torno de máximos de três semanas. Bitcoin ultrapassa os 106 mil dólares
O dólar está a perder terreno face aos seus principais rivais esta segunda-feira, embora continue perto de máximos de três semanas, numa altura em que os investidores avaliam a posição que a Reserva Federal (Fed) norte-americana vai adotar no próximo ano. Já a bitcoin conseguiu ultrapassar a barreira dos 106 mil dólares pela primeira vez na história.
O índice do dólar recua, a esta hora, 0,12%, pressionado principalmente pela valorização do euro e da libra face à divisa norte-americana. A moeda comum europeia avança 0,16% para 1,0518 dólares, enquanto a libra sobe 0,22% para 1,2647 dólares.
A divisa britânica encontra-se em movimento de recuperação, depois de ter atingido mínimos de 27 de novembro na sexta-feira, pressionada por uma economia em contração. Em outubro, o PIB britânico voltou a cair pelo segundo mês consecutivo – um feito que já não se registava desde o período pandémico.
No mundo dos criptoativos, a bitcoin está a valorizar 0,36% para 104,7 mil dólares, tendo chegado a bater, pela primeira vez, a barreira dos 106 mil dólares. A moeda virtual mais conhecida do mundo está a beneficiar da inclusão da MicroStrategy – uma empresa do setor das criptomoedas – no Nasdaq 100.
Esta segunda-feira, o presidente-eleito Donald Trump também deu mais gás à bitcoin, ao sugerir, mais uma vez, que pretende criar uma reserva estratégica deste ativo nos EUA, semelhante à reserva estratégica de petróleo que o país já possui.
Ouro em alta à espera de corte da Fed
O ouro está a negociar em território positivo, com os investidores a anteciparem mais um corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana, ao mesmo tempo que avaliam a posição que o banco central vai adotar em 2025.
O metal precioso avança 0,41% para 2.659,01 dólares por onça, estendendo os ganhos de mais de 1% registados na semana anterior. Os investidores veem como certo um alívio de 25 pontos base por parte da Fed na reunião que termina esta quinta-feira, mas não estão tão otimistas para janeiro.
"Um corte de 25 pontos base nas taxas de juro já está totalmente incorporado no mercado. O foco está agora em saber se este será um alívio ‘hawkish’, com os membros da Fed a prepararem terreno para interromperem o ciclo de alívio em janeiro, dada a inflação acima da meta [de 2%] e incertezas sobre as políticas de Trump", explica o estratega de mercados da IG, Yeap Jun Rong, à Reuters.
Na frente geopolítica, os mais recentes ataques de Israel em Gaza levaram à morte de 53 palestinianos, com as forças israelitas a afirmarem que conseguiram atingir e capturar vários militantes do Hamas no norte da faixa localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo. O ouro tende a beneficiar de um adensar das tensões geopolíticas, uma vez que é visto como ativo-refúgio.
Petróleo regressa às perdas com investidores atentos à China
Depois de terem registado a primeira semana com um saldo positivo desde finais de novembro, os preços do petróleo estão, novamente, a negociar no vermelho, com os investidores preocupados com a vitalidade da economia chinesa.
A esta hora, o barril de Brent do Mar do Norte, referência para a Europa, recua 0,36%, para 71,03 dólares, enquanto nos Estados Unidos, o West Texas Intermediate (WTI) desvaloriza 0,24%, para 74,31 dólares por barril. Os dois índices encerraram a semana passada com um saldo positivo de 3%.
Estas quedas acontecem numa altura em que a refinação de crude na China caiu para o valor mais baixo em cinco meses e um indicador chave da economia do país – as vendas a retalho – voltou a ficar abaixo das expectativas dos analistas.
A vitalidade do mercado chinês, como o maior importador de petróleo no mundo, tem grande impacto nos preços de crude. Mas, mesmo antes de se conhecerem estes dados, a matéria-prima já estava a ser pressionada pelas afirmações do Secretário do Tesouro norte-americano, que indicou que os EUA e os seus aliados poderiam considerar reduzir o preço máximo do petróleo russo, de forma a limitar ainda mais a capacidade do país se financiar.
China pressiona praças asiáticas e leva Europa para o vermelho
A última semana completa de negociação do ano arrancou com o pé esquerdo para as ações asiáticas – e as europeias encaminham-se para a mesma tendência. Isto numa altura em que a economia chinesa continua a preocupar os investidores.
No país oriental, o Hang Seng, de Hong Kong, e o Shanghai Composite voltaram a registar quedas, com o primeiro a encerrar a sessão a desvalorizar mais de 1% e o segundo a cair 0,16%. Esta segunda-feira foram conhecidos os dados das vendas a retalho na China, que ficaram bastante abaixo das expectativas dos analistas (previa-se um crescimento de 5%, mas registou-se uma subida de apenas 3%) e continuam a indicar uma economia em estagnação.
Estes dados configuram-se como "um reflexo da terrível situação no país e da forma como os esforços de estímulo deram prioridade às aparências, em detrimento da obtenção de melhorias económicas significativas", começa por explicar Charu Chanana, da Saxo Markets, à Bloomberg. "Mesmo para uma recuperação tática, é necessário mais, depois de uma série de falsas partidas e do risco das tarifas que se avizinha", conclui.
Nas restantes praças asiáticas, a Coreia do Sul voltou às perdas, depois de ter encerrado as últimas sessões da semana passada a recuperar das grandes quedas registadas após a imposição de lei marcial no país – uma decisão rapidamente revertida pelo Parlamento. A destituição do Presidente Yoon Suk Yeol ainda reforçou o otimismo no início da negociação, mas rapidamente o pessimismo vivido nas outras praças do continente alastrou-se à Coreia do Sul e o Kospi encerrou a perder 0,22%.
No Japão, tanto o Topix como o Nikkei 225 encerraram a sessão a desvalorizar, embora de forma mais modesta que os seus congéneres asiáticos. O primeiro caiu 0,3%, enquanto o segundo cedeu 0,03%.
Pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura em ligeira queda, num dia marcado pela submissão do chanceler alemão Olaf Scholz a um voto de confiança. Uma derrota de Scholz pode levar a eleições antecipadas no país, agravando a situação económica delicada que a Alemanha enfrenta.