Notícia
Europa entre ganhos e perdas, com setor mineiro a pesar. Petróleo e ouro também cedem terreno
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Stoxx 600 sobe 0,08% em dia misto na Europa
Esta terça-feira, as bolsas europeias estiveram a negociar mistas, depois de terem aberto no "vermelho". O Stoxx 600, o índice que agrupa as 600 maiores cotadas do velho continente, valorizou 0,08%, para 479,23 pontos.
O setor mineiro foi o que registou o pior desempenho, com os futuros do minério de ferro a ampliarem as perdas devido à redução da produção de aço na China. Já a queda da energética BP pesou sobre as ações do setor da energia.
Apesar dos ganhos registados no terceiro trimestre pelas diferentes cotadas em todo o mundo, os investidores mostram-se cautelosos enquanto aguardam a reunião de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que pode resultar no anúncio do início da redução no ritmo de compra de estímulos monetários à economia.
O PSI-20 foi um dos índices que registou perdas, ao cair 0,69%. O espanhol IBEX recuou 0,86%. Já o espanhol IBEX recuou 0,86%, o francês CAC 40 subiu 0,49% e o alemão DAX valorizou 0,85%.
Juros aliviam na Europa
Os investidores estão a privilegiar ativos mais seguros, como é o caso das obrigações soberanas – e a maior aposta na dívida faz descer os juros, cenário que hoje se verifica de novo na Europa.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguem a ceder 10,8 pontos base para 0,437%, ao passo que em Itália, na mesma maturidade, recuam 14,1 pontos base para 1,069%.
As "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, seguem a mesma tendência, a aliviar 6,2 pontos base para -0,168%.
Valorização do dólar quebra ouro
O metal amarelo está a negociar em ligeira baixa, pressionado sobretudo pela valorização do dólar.
O ouro a pronto (spot) cede 0,09% para 1.791,41 dólares por onça no mercado londrino de metais (LME).
Já no mercado nova-iorquino (Comex) os futuros do ouro perdem 0,36% para 1.788,70 dólares por onça.
A robustez da moeda norte-americana está a pressionar o ouro – que é denominado na nota verde, pelo que, quando o dólar valoriza, fica menos atrativo como investimento alternativo para quem negoceia com outras moedas.
Petróleo cede em clima de prudência
As cotações do "ouro negro" estão a negociar em baixa, com os investidores a optarem pela cautela em vésperas da apresentação dos dados sobre os inventários nos EUA. Ainda assim, mantêm-se perto de máximos de três anos
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em novembro cede 0,84% para 83,34 dólares por barril.
Já o contrato de novembro do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,57% para 84,23 dólares.
Amanhã serão conhecidos os números oficiais da Administração de Informação em Energia (IEA, na sigla original, que está sob a tutela do Departamento norte-americano da Energia) sobre os níveis das reservas de crude na semana passada nos EUA, bem como sobre os stocks de destilados e gasolina.
A evolução das reservas norte-americanas é seguida sempre com muita atenção e é um dado que mexe com os preços da matéria-prima. Os analistas inquiridos pela Reuters estimam que os inventários tenham aumentado em 1,6 milhões de barris.
Na quinta-feira, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) reúnem-se e o mercado está na expectativa, para saber se o cartel e os parceiros mantêm a abertura de torneiras na ordem dos 400.000 barris por dia ou se colocam ainda mais crude no mercado, como tem sido pedido por nações importadoras.
A quebra de hoje nos preços poderá ser apenas passageira, já que a produção da OPEP em outubro "ficou aquém da meta estabelecida pela organização em julho", sublinha Ricardo Evangelista, diretor executivo da ActivTrades Europe S.A., na sua análise diária. "Embora a procura por petróleo permaneça alta e a oferta restrita, ainda há espaço para novos aumentos de preços", acrescenta.
Dow Jones e S&P prolongam máximos do arranque de novembro. Nasdaq perde ligeiramente
Os três principais índices norte-americanos abriram esta terça-feira mistos, depois de terem iniciado o mês de novembro a registar máximos no fecho da sessão desta segunda-feira.
O índice industrial Dow Jones está agora a somar 0,13%, para 35.959,23 pontos, depois de ter atingido, pela primeira vez na sua história, o patamar dos 36.000 pontos na última sessão. Já o S&P 500 avança 0,11%, para 4.618,70 pontos. Em contraciclo, o tecnológico Nasdaq cai 0,07%, para 15.582,67 pontos.
As bolsas norte-americanas estão a beneficiar ainda dos bons resultados trimestrais divulgados. Os dados mostram que, entre as empresas do S&P 500 que já reportaram os resultados do terceiro trimestre, mais de 80% superaram as expectativas dos analistas, animando Wall Street.
No entanto, os investidores aguardam com expectativa a reunião da Fed, agendada para esta quarta-feira, onde serão dados novos sinais sobre a eventual retirada de estímulos financeiros nos Estados Unidos. Os analistas prevêem que a decisão possa pôr fim à onda de otimismo das bolsas norte-americanas.
Regresso dos bancos centrais deixa bolsas europeias em modo "espera"
As bolsas europeias estão a negociar sem uma tendência definida, oscilando entre ganhos de 0,6% na Alemanha e perdas de 0,6% em Espanha. Os investidores estão novamente presos a notícias que envolvam os bancos centrais, num dia em que a Fed está reunida.
O Stoxx 600 - índice que agrupa as 600 maiores empresas da região - está a cair 0,1%, com o setor do turismo a ser prejudicado pelos novos receios em torno da covid-19 na China.
Nos EUA, o banco central norte-americano está hoje reunido novamente para debater o futuro da sua política monetária.
"Será um anúncio muito relevante, pois o mercado dá como garantido que a Fed vai começar a reduzir o seu programa de compra de ativos (120 mil milhões de dólares por mês)", pode ler-se numa nota matinal do BA&N.
Acrescenta que "o banco central na Austrália manteve hoje as taxas de juro inalteradas, mas deixou cair a meta para uma yield ultra-baixa para as obrigações do país e abriu a porta para a subida das taxas de juro mais cedo do que o previsto (2024)".
O encontro de dois dias da Fed surge numa altura em que a pressão dos preços está a ser alimentada pela maior crise de oferta nos EUA desde a crise do petróleo de 1973. A Fed deve anunciar uma redução gradual do seu programa de compra de títulos.
Ouro recua perante avanço do dólar; euro perde
O ouro, ativo cuja cotação tende a beneficiar de turbulência nos mercados, está a cair ligeiramente nesta terça-feira, devido a uma apreciação do dólar norte-americano que torna, por conseguinte, a cotação do metal precioso menos atrativa.
Este metal desvaloriza 0,03% para os 1.792,91 dólares por onça. Pela mesma razão, o euro encolhe 0,04% para os 1,1501 dólares.
Juros da Zona Euro recuperam após semana de fortes subidas
Os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro estão a recuperar fôlego nesta terça-feira, depois de uma semana de fortes subidas que coincidiram com o encontro do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira.
Na Alemanha, que serve de referência para o bloco central, os juros a dez anos estão a encolher 1,9 pontos base para os -0,125% e os juros de Portugal com a mesma maturidade estão a cair 3,8 pontos base para os 0,507%.
Em Itália e Espanha o movimento é semelhante com perdas de 6,1 pontos base e 3,7 pontos base, respetivamente.
Petróleo volta a escalar com OPEP e inventários dos EUA a darem força
Os preços do petróleo estão novamente em alta com os investidores a afastarem as hipóteses de qualquer aumento de produção por parte da OPEP+ (Organização de Países Exportadores de Petróleo e os aliados liderados pela Rússia).
Alguns membros, incluindo o Kuwait, disseram que não viam necessidade para aumentarem o número de barris que entram no mercado, mesmo que alguns comsumidores como os EUA tenham pressionao nesse sentido.
O Brent, negociado em Londres e que serve de referência para Portugal, ganha 0,4% para os 85,07 dólares por barril e o norte-americano WTI (Wext Texas Intermediate) avança 0,3% para os 84,27 dólares por barril.
A juntar à hesitação da OPEP em aumentar a produção, os preços da matéria-prima estão a ser pressionados ainda pela queda de inventários de petróleo nos EUA, que está agora em mínimos de três anos no importante armazém de Cushing, Oklahoma.
Futuros em queda de olho na covid-19, inflação e bancos centrais
Os futuros das ações europeias estão a negociar em queda na pré-abertura de sessão desta terça-feira, seguindo as perdas registadas durante a madrugada na sessão asiática. Os investidores estão a avaliar a nova propagação de covid-19 na China ao mesmo tempo em que aguardam pela resposta dos bancos centrais à escalada da inflação.
Por esta altura, os futuros do Stoxx 50 - índice que agrupa as 50 maiores empresas da Europa - estão a encolher 0,2%, enquanto que os futuros do norte-americano S&P 500 perdem 0,1%. Na Ásia registaram-se quedas no Japão (-0,6%), na China (-1,2%) e em Hong Kong (-0,3%).
Em Pequim, capital da China, a ameaça de propagação da covid-19 voltou depois de uma professora infetada ter estado presente em 18 escolas na região. Na Austrália, o banco central eliminou o seu alvo para os juros da dívida, numa altura em que prevê que demore algum tempo até que a inflação regresse ao normal.
Nos EUA, o banco central norte-americano está hoje reunido novamente para debater o futuro da sua política monetária. O encontro de dois dias surge numa altura em que a pressão dos preços está a ser alimentada pela maior crise de oferta nos EUA desde a crise do petróleo de 1973. A Fed deve anunciar uma redução gradual do seu programa de compra de títulos.
Para já, os resultados das empresas têm sido capazes de suster os receios em torno da inflação, mas uma mudança na atuação dos bancos centrais poderá fazer novamente abanar as ações.