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Medo da inflação abala bolsas europeias e impulsiona ouro
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
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Petróleo misto com investidores a avaliarem impacto da crise energética global
As cotações do "ouro negro" estão em terreno misto e têm estado durante toda a sessão a negociar entre ganhos e perdas, mas sem oscilações acentuadas.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em novembro avança 0,29% para 80,75 dólares por barril.
Já o contrato de novembro do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, cede 0,14% para 83,53 dólares.
Os investidores têm estado a avaliar de que forma a crise energética global afetará a procura neste inverno.
Até agora, o consumo tem estado a ser sustentado pela perspetiva de um inverno no hemisfério norte com escassez de gás natural e carvão, o que desencadeia a necessidade de procurar fontes alternativas de geração de energia, como o diesel e o fuelóleo – o que sustenta, por arrasto, os preços do petróleo.
No entanto, o Fundo Monetário Internacional manifestou receios de que a retoma económica mundial possa estar a perder dinâmica, o que levou a que os investidores optassem hoje por uma atitude mais prudente.
"O WTI está a segurar os seus ganhos nesta terça-feira, sendo negociado em torno da grande resistência de 80 dólares. Mas, embora o apetite do mercado continue significativamente apoiado pela crise de energia na Europa e na Ásia, pode estar iminente uma correção para o petróleo", adverte Pierre Veyret, analista técnico da ActivTrades, na sua análise diária.
Ouro ganha com aumento dos receios em torno da inflação
O metal amarelo está a negociar em alta, a caminho do maior ganho diário desde finais de setembro.
O ouro a pronto (spot) segue a somar 0,56% para 1.763,75 dólares por onça no mercado londrino.
No mercado nova-iorquino (Comex), os futuros do ouro avançam 0,26%, para 1.759,10 dólares por onça.
O metal precioso está a ser impulsionado pela intensificação de receios em torno da inflação, o que reduz o apetite pelo risco e aumenta a procura por ativos mais seguros.
No entanto, a tendência pode virar. "Os eventos mais importantes para investidores de ouro estão agendados para a parte final da semana. As minutas da última reunião da Fed, bem como os dados da inflação nos EUA para setembro serão divulgados amanhã e ambos podem vir a ser desencadeadores de uma elevada volatilidade no mercado do ouro", sublinha o analista Henrique Tomé, da XTB, na sua análise diária.
Medo da inflação atira bolsas europeias ao chão
A generalidade das bolsas europeias fechou a sessão desta terça-feira com perdas ligeiras, apesar da revisão em alta das projeções do FMI para o crescimento económico na Zona Euro (que é visto agora em 5% este ano e 4,3% no próximo).
Os investidores mostraram preocupações de que o aumento da inflação venha a penalizar a recuperação económica e receiam também uma crescente repressão regulatória na China. O Euro Stoxx 600 caiu 0,1%, após ter chegado a tombar 1,2% durante o dia, enquanto o Stoxx 50 perdeu 0,4%.
O índice britânico FTSE 100 recuou 0,2%, o alemão DAX cedeu 0,3%, o francês CAC 40 desvalorizou 0,3% e o italiano FTSE MIB deslizou 0,2%.
A procura por refúgio levou os setores mais defensivos a valorizarem, com o imobiliário a subir 1%, tal como as utilities e os bens de consumo. Lisboa e Madrid foram as praças europeias que escaparam à tendência negativa na Europa, sendo que o o português PSI-20 valorizou 0,4% e o espanhol IBEX 35 subiu 0,35%.
Valorização do dólar acelera com perspectiva de tapering
O dólar está a ganhar valor, com os investidores à espera do início do tapering por parte da Reserva Federal dos EUA. A moeda norte-americana está em máximos de dezembro de 2018 contra o iene e poderá continuar esse caminho, segundo as projeções de analistas compiladas pela Bloomberg.
Na sessão desta terça-feira, o dólar aprecia-se 0,28% contra a moeda japonesa. Da mesma forma, o euro cede 0,08% face ao dólar para 1,1542. O índice Dollar Spot, que compara o desempenho da moeda contra um cabaz de pares, avança 0,09%.
De acordo com a Bloomberg, os traders estão a reforçar o hedging para acautelar as variações da moeda, numa altura de mudanças para a política monetária do país. O presidente da Fed, Jerome Powell, já sinalizou que pretende avançar com o processo de retirada dos estímulos monetários este ano, deixando os investidores em modo de espera por detalhes da estratégia.
Juro da dívida portuguesa em máximos de quatro meses
Os juros das dívidas soberanas dos países da Zona Euro estão novamente a agravar na sessão desta terça-feira, numa altura em que vários países (incluindo Portugal) estão a apresentar os seus orçamentos do Estado para 2022. Na Alemanha, que serve de referência para o bloco, os juros a dez anos sobem 2,1 pontos base para -0,101%.
A yield de Espanha com a mesma maturidade agrava 1,2 pontos base para 0,502% e a de Portugal sobe 1,1 pontos para 0,403%, no valor mais elevado desde 29 de junho. A contrariar está Itália, que vê o juro da dívida recuar 0,4 para 0,91%.
Ao nível dos mercados obrigacionistas, o foco do dia está, ainda assim, na dívida verde, já que a União Europeia (UE) realizou a primeira emissão destes títulos. A instituição colocou 12 mil milhões de euros em green bonds numa operação que servirá para financiar o programa de recuperação à pandemia entre os Estados-membros.
Nesta emissão, com uma maturidade a 15 anos, os investidores marcaram presença em força, uma vez que a procura superou os 120 mil milhões de euros, um valor recorde em emissões de dívida para fins sustentáveis.
Wall Street em leve alta com apoio da tecnologia e de olho nos resultados
Os três maiores índices de Wall Street abriram a sessão desta terça-feira em alta, com apoio do setor tecnológico, numa altura em que os investidores deitam já o olho ao início da nova temporada de resultados que terá início na quarta-feira.
Por esta altura, o Dow Jones avança 0,11% para os 34.535,14 pontos e o S&P 500 ganha 0,07% para os 4.364,03 pontos. Já o tecnolóigico Nasdaq Composite sobe 0,10% para os 14.501,85 pontos.
Entre as empresas, destaque para a Tesla que ganha mais de 1% depois de ter anunciado a venda de 56.006 carros na China, o que representa um valor recorde de vendas naquele país desde que começou a produzir veículos em Xangai.
No setor petrolífero, as cotadas como a Exxon ou a Chevron seguem em alta apoiadas pelo preço do petróleo que segue em máximos de três anos.
Amanhã, quarta-feira, começa a nova época de resultados com a banca a dar o pontapé de saída.
Europa pintada a vermelho. Só PSI-20 escapa
A Europa volta a cair de trambolhão depois de más notícias vindas da China. O gigante imobiliário Evergrande voltou a falhar um pagamento aos credores - é já o terceiro. Os riscos de contágio adensam-se e os investidores reagem.
A contribuir também, de novo, o receio que a inflação e o aumento das taxas de juro acabem por estragar a recuperação económica do velho continente, no período pós crise pandémica, numa altura em que os preços do petróleo e das matérias-primas continuam nas alturas.
Às 09:15, o Stoxx 600, que agrega as principais empresas europeias, caía 0,69%, pressionado pelos setores dos recuros, automóvel e também da banca - que, a par da tecnologia, nas sessões anteriores até tinha contribuído com ganhos nos índices.
Madrid, Londres, Amesterdão, Paris, Roma e Atenas, todos negociavam com perdas esta manhã.
"Vai ser muito interessante assistir às negociações neste período de subida da inflação porque nunhum estímulo financeiro, e a Europa continua com as ajudas, irá parar as quebras nas provisões", indica à Bloomberg Aneeka Gupta, analista da WisdomTree. "Estas quebras nas provisões vão ser o ingrediente chave que vai continuar a fazer subir a inflação".
O principal índice português, depois de ter inciado as negociações em linha com o resto da Europa, conseguiu inverter a tendência na primeira hora da sessão e ficou a subir 0,26%.
Juros indefinidos em dia de primeira emissão verde na UE
Os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro estão a negociar sem uma tendência definida, num dia em que a União Europeia foi aos mercados para emitir a sua primeira dívida verde.
Na Alemanha, que serve de referência para o bloco, os juros a dez anos sobem 0,4 pontos base para os -0,119%, ao passo que os juros de Portugal e Itália perdem 0,1 e 0,7 pontos base, respetivamente.
A União Europeia (UE) estreou-se na emissão das chamadas "green bonds" - ou dívida verde - nesta terça-feira, com o levantamento de 12 mil milhões de euros numa operação que servirá para financiar o programa de recuperação à pandemia entre os Estados-membros.
Nesta emissão, com uma maturidade a 15 anos, os investidores marcaram presença em força uma vez que a procura superou os 120 mil milhões de euros, um valor recorde em emissões de dívida para fins sustentáveis.
Dólar desvaloriza ligeiramente mas libra cai ainda mais
Com o arranque da temporada dos resultados à espreita, o dólar estava esta manhã a desvalorizar ligeiramente contra um cabaz de outras divisas. Frente ao euro perde 0,06% e em relação ao iéne japonês cai 0,02%.
A moeda norte-americana só valorizava em relação à libra esterlina, com uma subida de 0,04%, a resultar do aperto fiscal que vive atualmente o governo britânico.
O Institute for Fiscal Studies calcula que o aumento dos preços e das taxas de juros deve deve pressionar em mais 15 mil milhões de libras bilhões de libras as dívidas do Reino Unido neste ano e nos seguintes, comprimindo as finanças públicas.
Petróleo corrige ligeiramente mas ainda perto de máximos de três anos
Os preços do petróleo estão a corrigir ligeiramente depois dos fortes ganhos registados no dia de ontem, mas ainda assim perto de máximos de vários anos.
O Brent, negociado em Londres e que serve de referência para Portugal, está a encolher 0,10% para os 83,75 dólares por barril e o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) recua 0,30% para os 80,29 dólares por barril.
O mercado tem estado a apertar nas últimas semanas, com a oferta de petróleo a escassear dada a forte procura - para fazer face à queda de oferta de gás natural. Mas os investidores olham com preocupação para o inverno, altura em que a procura tende a disparar.
Futuros em queda com falha do Evergrande e receios sobre inflação a pairar
Os futuros das ações europeias negoceiam em queda na pré-abertura de sessão desta terça-feira, apontando para um início de dia com o "pé esquerdo". As pressões do aumento de preços da energia e uma nova falha do grupo Evergrande alimentam os receios dos investidores.
No continente asiático, o índice MSCI para a Ásia-Pacífico interrompeu um ciclo de três dias seguidos a valorizar, com o setor de tecnologia a liderar as perdas e a Coreia do Sul a registar uma prestação abaixo dos pares (-1,2%). Mas as perdas alastraram-se a outros países vizinhos como a China (-1,1%) e o Japão (-0,6%).
O Evergrande, grupo gigante do setor imobiliário na China que tem feito manchetes pelo seu incumprimento, voltou a falhar o terceiro pagamento aos seus credores pela terceira semana consecutiva, alimentando os receios do mercado sobre um "efeito dominó" que se alastre para o resto das empresas no mesmo ramo.
Alguns obrigacionistas, investidores que compraram dívida da empresa, disseram que não receberam o pagamento de uma parte de dois cupões cuja maturidade final expira em abril de 2022 e abril de 2023. A juntar às outras duas falhas do final de setembro, a empresa tem cerca de 179 milhões de dólares por pagar aos credores.
Os mercados globais estão a ter dificuldades para lidar com a inflação, numa altura em que os preços da energia e dos materiais estão em máximos de vários anos. A temporada de resultados dá o pontapé de saída esta semana, com os bancos em Wall Street, mas espera-se uma época mais fraca em comparação com os três meses anteriores.