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Europa tem o melhor dia em mês e meio com otimismo sobre o vírus. Petróleo de vento em popa
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Europa regista o melhor dia desde o início de janeiro com otimismo sobre o vírus
As ações europeias ganharam na sessão desta segunda-feira, com os investidores mais otimistas com os planos de vacinação dos países da região e com a propagação coronavírus.
O Stoxx 600 - índice que reúne as 600 maiores cotadas da região - ganhou 1,3%, com todas as praças europeias em alta.
Em destaque esteve a praça de Londres (2,5%) com o país a atingir um marco considerável no seu plano de vacinação, o que levou a uma subida de todas as empresas ligadas ao turismo.
Entre os setores destacou-se o das empresas de comunicação (4,1%), impulsionado pela francesa Vivendi que planeia listar a sua subsidiária Universal Music Group em bolsa ainda este ano.
Também o setor dos recursos básicos (4%) registou um dia positivo, enquanto que entre os ganhos maiores fracos está o setor da saúde (0,3%).
Apetite pelo risco agrava juros na Europa
A dívida soberana dos países do euro revela esta segunda-feira menos atratividade aos olhos dos investidores, que estão voltados para os ativos de maior risco, como as ações, devido à expectativa de um relançamento económico mundial decorrente dos programas de vacinação contra o coronavírus - que deverão ir diminuindo as restrições à circulação.
Assim, as obrigações seguiram quase generalizadamente em queda na sessão de hoje e, consequentemente, os juros estiveram em alta.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos agravam-se em 4,5 pontos base para 0,145%, e em Itália, na mesma maturidade, avançam 5,01 pontos base para 0,527%. Já no Reino Unido, os juros das Gilts sobem 5,4 pontos base para 0,569.
As "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, seguem a mesma tendência, a somarem 4,7 pontos base base para -0,384%.
Ouro recua com menor procura por valores-refúgio
O metal amarelo segue em baixa, com os programas de vacinação contra a covid-19 e a expectativa de retoma económica a diminuírem a procura por ativos considerados refúgio, como é o caso do ouro.
O ouro a pronto (spot) perde 0,31% para 1.817,88 dólares por onça no mercado londrino.
No mercado nova-iorquino (Comex), os futuros do ouro cedem 0,24%, para 1.817,30 dólares por onça.
As vacinas contra o coronavírus e a expectativa de mais estímulos económicos nos EUA e de uma retoma global retiraram alguma incerteza aos mercados, com os investidores a revelarem um maior apetite pelo risco, como as ações – pelo que o ouro, com o seu estatuto de valor-refúgio, não está a ser tão procurado.
A pesar no metal amarelo está também a "yield" da dívida norte-americana a 10 anos, que continua a subir (o que significa uma menor aposta nas obrigações, que são um ativo-refúgio, devido à perspetiva do vasto pacote de estímulos pandémicos nos EUA), aumentando o custo de oportunidade de deter ouro sem remuneração de juros.
As obrigações norte-americanas do Tesouro a 10 anos, que são a maturidade de referência, negociaram perto de máximos de 11 meses na sexta-feira (hoje os mercados do outro lado do Atlântico estão encerrados para comemoração do Dia do Presidente), nos 1,203%, com os investidores a descontarem já um maior gasto federal com a Administração Biden devido aos novos estímulos.
Dólar cede com apetite pelo risco. Libra em máximos de quase 3 anos
A nota verde arrancou a semana perto de mínimos de duas semanas, com o otimismo em torno da vacinação contra a covid-19 e a expectativa de mais estímulos à economia dos Estados Unidos a criarem apetite pelo risco e a levarem os investidores para moedas menos seguras e para os mercados de ações.
O índice do dólar desce 0,1%, a negociar perto dos mínimos de 90,249 pontos registados na semana passada, um valor que não atingia desde 27 de janeiro.
Uma das moedas que mais sobe face à divisa norte-americana é a libra, que superou os 1,39 dólares pela primeira vez em quase três anos.
O euro é também uma das divisas que segue a ganhar terreno contra a nota verde, a subir 0,1% para 1,21310 dólares.
"O dólar americano está a perder terreno para outras moedas importantes e esta fraqueza explica-se devido ao menor apelo da moeda americana enquanto porto de abrigo, ao contrário do que acontecia durante os dias mais sombrios da pandemia, quando os investidores procuravam a sua relativa segurança", salienta Ricardo Evangelista, analista sénior da ActivTrades, na sua análise diária.
"Neste momento, os mercados estão mais otimistas devido ao sucesso das campanhas de vacinação, bem como à aproximação do verão no hemisfério norte, que sustenta esperanças de uma rápida expansão da atividade económica assim que as medidas de contenção do vírus forem suavizadas", acrescenta.
Petróleo em máximos de 13 meses com reequilíbrio do mercado
Os preços do crude estão a negociar em alta nos principais mercados internacionais, em máximos de janeiro de 2020, sustentados pelo facto de os programas de vacinação reforçarem a expectativa de um reavivar da procura.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em março avança 1,31% para 60,25 dólares por barril. Entra assim na terceira semana de ganhos e já esteve a transacionar nos 60,95 dólares, valor que não atingia desde 8 de janeiro do ano passado.
Já o contrato de março do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 1,28% para 63,23 dólares.
Depois de quatro semanas consecutivas de valorização, o Brent prossegue assim a sua senda altista. Já tocou hoje nos 63,76 dólares, o valor mais alto desde 22 de janeiro de 2020.
A contribuir para a subida estão os programas de vacinação contra a covid-19 que se multiplicam um pouco por todo o mundo, renovando a expectativa de uma retoma da procura por combustível à medida que forem sendo levantadas as restrições dos confinamentos decorrentes da pandemia.
"O otimismo em torno do lançamento da vacina está a garantir que os mercados permaneçam em modo de ‘risk on’. Isto, em conjunto com a enorme liquidez injetada pelos bancos centrais, está a erguer os mercados de ações. Esta positividade está também a impactar o petróleo, com os dois principais benchmarks a subir", sublinha Carlo Alberto de Casa, analista chefe da ActivTrades, na sua análise diária.
A sustentar o "ouro negro" estão também os cortes da oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) e que têm estado a ser cumpridos.
Alexander Novak, vice-primeiro-ministro russo, sublinhou que o mercado petrolífero mundial está na via da recuperação e que o preço do crude poderá atingir este ano uma média de 45-60 dólares por barril.
"Temos observado uma baixa volatilidade nos últimos meses. Isto significa que o mercado está a ficar equilibrado, e os preços que vemos atualmente estão em linha com a situação de mercado", referiu Novak, citado pela Reuters.
Além disso, cresce a expectativas de novos estímulos à economia dos EUA, no âmbito de um pacote de 1,9 biliões de dólares de ajudas pandémicas proposto pela Administração Biden, o que deverá fazer aumentar a procura por esta matéria-prima.
Stoxx 600 em máximos de quase um ano
As principais bolsas do velho continente começaram esta semana a negociar em terreno positivo apoiadas na convicção dos investidores de que os avanços nos processos de vacinação poderão permitir não apenas acelerar o relançamento económico global como garantir uma retoma robusta.
Por outro lado, no velho continente, e em especial na bolsa de Milão, que aprecia em torno de 0,8%, influencia ainda positivamente a perspetiva de maior estabilidade de um governo transalpino liderado por Mario Draghi, ex-presidente do BCE que este sábado prestou juramento como primeiro-ministro. Tudo indica que Draghi verá, esta semana, o seu programa de governo amplamente apoiado por ambas as câmaras do parlamento italiano.
Esta sessão terá menor liquidez devido à não negociação em Wall Street (festeja-se hoje o feriado que comemora o nascimento do presidente George Washington), na China e em Hong Kong.
Ainda assim, o otimismo que se faz sentir permitiu já ao índice de referência europeu Stoxx 600, que agrega as 600 maiores cotadas do velho continente, negociar em máximos de 24 de fevereiro de 2020 na terceira valorização consecutiva e que está a ser sobretudo impulsionado pelas subidas acima de 2% dos setores dos media e das matérias-primas. O Stoxx 600 soma 0,61% para 416,53 pontos.
Em linha com a tendência europeia prossegue o índice lisboeta PSI-20, que ganha 0,51% para 4.749,88 pontos, em especial apoiado nas subidas dos setor da energia.
Juros sobem na Zona Euro e "yield" lusa a 10 anos atinge pico de 3 meses
O custo da dívida pública dos países da Zona Euro segue em alta no mercado secundário com o maior otimismo quanto à vacinação e à retoma europeia e global a canalizar os investidores para o mercado acionista e outros ativos considerados menos seguros.
Este efeito reflete-se no agravamento das taxas de juro referentes aos títulos soberanos do bloco da moeda única, com a "yield" referente às obrigações de Portugal a 10 anos a crescer 2,4 pontos base 0,125%, que está assim no valor mais alto desde 11 de novembro de 2020.
As "yields" associadas à dívida de Espanha e da Alemanha com prazo a 10 anos também avançam respetivamente 2,4 e 3,5 pontos base para 0,237% e para -0,395%. A "yield" espanhola negoceia em máximos de 7 de outubro do ano passado e a da Alemanha no valor mais elevado desde 1 de setembro de 2020.
Também em alta segue a "yield" referente às obrigações soberanas de Itália, que na maturidade a 10 anos sobe 2,5 pontos base para 0,502%.
A "yield" transalpina corrige ao ciclo de forte alívio assegurado pela confiança dos investidores quanto à capacidade reformista de um executivo liderado por Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu que esta semana deverá assegurar o voto favorável ao respetivo programa de governo por parte das duas câmaras do parlamento italiano.
Ouro recua com abrandamento da propagação do coronavírus
O metal precioso dourado segue em queda pela terceira sessão consecutiva, pressionado em especial pela menor procura dos investidores por ativos considerados de refúgio numa fase em que se regista um abrandamento global da propagação do novo coronavírus.
O ouro deprecia 0,28% para 1.819,07 dólares por onça, também penalizado pela vacinação e pela perspetiva de que a imunização face à covid-19 permitirá uma recuperação económica mais célere e robusta.
Nos Estados Unidos, o surgimento de novos casos desceu para o patamar mais baixo em quase quatro meses e, destaca a Bloomberg, na Índia o número de infeções e de mortes também diminuiu.
Em sentido oposto, a prata sobe 0,60% para 27,5248 dólares por onça.
Crude "aquece" com frio no Texas e WTI em máximos de janeiro de 2020
O preço do petróleo transaciona em forte alta nos mercados internacionais, em particular o barris texano negociado em Nova Iorque, valorização sobretudo impulsionada pelo receio de que o período de muito frio sentido no estado americano do Texas se repercuta numa quebra da maior exploração petrolífera daquela região.
Assim, o Wext Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, soma 2,15% para 60,75 dólares por barril que assim valoriza pelo segundo dia para máximos de janeiro do ano passado.
Já o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e usado como referência para as importações nacionais, aprecia 1,55% para 63,40 dólares por barril, o que significa que também valoriza pela segunda sessão, mas, neste caso, para máximos de 22 de janeiro último.
O WTI está assim em máximos de 13 meses e a transacionar acima dos 60 dólares numa altura em que um frio ártico que se faz sentir no Texas poderá impactar negativamente a produção da maior produção de xisto betuminoso dos EUA, uma realidade que se soma aos cortes à produção impostos pelos países exportadores de petróleo e seus aliados (OPEP+) como forma de impulsionar o preço da matéria-prima.
Euro recupera e dólar regressa ao vermelho
A moeda única europeia está esta segunda-feira a apreciar contra o dólar, regressando assim a terreno positivo face à divisa norte-americana depois da desvalorização registada na sexta-feira.
O euro aprecia 0,10% para 1,2132 dólares enquanto o dólar deprecia após duas sessões seguidas a valorizar no índice da Bloomberg que mede o desempenho da moedas norte-americana contra um cabaz composto pelas principais divisas internacionais.
Futuros da Europa e EUA em alta
Os futuros das ações da Europa e dos Estados Unidos estão em alta esta segunda-feira, apontando para um arranque de sessão positivo no Velho Continente, devido ao otimismo em torno da vacinação contra a covid-19 e as perspetivas mais positivas para a recuperação da economia global.
Os futuros do Euro Stoxx 50 avançam 0,6% enquanto os do S&P 500 sobem 0,4%.
Na sessão asiática, as ações da Coreia do Sul e do Japão impulsionaram a negociação, com o Nikkei 225 a atingir os 30 mil pontos pela primeira vez desde 1990, depois da divulgação dos dados do PIB do Japão, Tailândia e Singapura, que superaram as expectativas. O japonês Topix subiu e o sul-coreano Kospi avançou 1,5%.
Esta segunda-feira, porém, a negociação na Europa poderá ficar marcada por uma menor liquidez já que as bolsas dos Estados Unidos estarão encerradas devido à comemoração do feriado nacional que assinala o nascimento de George Washington.
Além dos dados do PIB de algumas economias asiáticas, também a evolução do coronavírus nos Estados Unidos está a animar os investidores, com os novos casos a diminuírem para o valor mais baixo em um mês.