Notícia
Europa fecha no vermelho. Números do emprego nos EUA abalam ouro e sustentam dólar
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quinta-feira.
Europa fecha no vermelho. Companhias "low-cost" descolam ao som da Ryanair
Depois de três dias de ganhos, a Europa fechou a sessão no vermelho. A Reserva Federal norte-americana (Fed) dominou o sentimento da sessão.
As atas divulgadas esta quarta-feira, já depois da sessão europeia, a par dos números do emprego, deram sinais aos investidores de que a política monetária restritiva da Fed poderá ter vindo para ficar durante mais um bom tempo.
O Stoxx 600 recuou 0,20% para 439,33 pontos. Entre os 20 setores que compõe o "benchmark" europeu, imobiliário e media comandaram as perdas, enquanto o retalho liderou os ganhos impulsionado pela revisão em alta das previsões de lucros da Next.
Entre os principais movimentos de mercado, a companhia "low-cost" Ryanair descolou 8,79%, depois de ter antecipado um aumento dos lucros para o ano passado, depois de uma procura acima do esperado durante a quadra natalícia.
As restantes companhias "low-cost" beneficiaram do "sympathy play", tendo a EasyJet escalado 5,9% e a Wizz Air Holdings somado também mais de 5%.
Nas restantes praças europeias, Madrid avançou 0,56%, Londres somou 0,64% e Lisboa ganhou 0,24%.
Já Frankfurt perdeu 0,38%, Paris desvalorizou 0,32% e Amesterdão caiu 0,44%, enquanto Milão desvalorizou 0,11%.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros da dívida soberana na Zona Euro seguem a agravar-se, após três dias consecutivos de alívio, numa altura em que continua a existir alguma aversão ao risco devido à incerteza económica, o que leva os investidores a apostar em ativos mais seguros. Desta vez, a preferência incidiu sobre o dólar, que negoceia no verde.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos - referência para a região - sobem 4,3 pontos base para os 2,307%, enquanto os juros da dívida italiana aumentam 5,4 pontos base para os 4,315%.
Já a "yield" da dívida pública francesa cresce 4,1 pontos base para os 2,814%, enquanto os juros da dívida espanhola e da dívida portuguesa sobem 5,6 pontos base para os 3,354% e os 3,300%, respetivamente.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica crescem 6,1 pontos base para os 3,545%.
Petróleo ganha com queda de stocks nos EUA
Os preços do petróleo estão a negociar em alta pela primeira vez no ano – naquela que é a terceira sessão de 2023, depois de afundarem 9% na terça e na quarta-feira [na segunda-feira, os mercados estiveram encerrados] –, animados sobretudo pela queda dos inventários norte-americanos de gasolina na semana passada.
O "ouro negro" teve a maior perda de duas sessões de arranque de ano das últimas três décadas, mas hoje está em terreno positivo com o anúncio da redução das reservas de gasolina – numa semana em que o frio apertou nos EUA.
O contrato de fevereiro do West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 1,76% para 74,12 dólares por barril.
Já o contrato de março do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 1,67% para 79,14 dólares.
A travar maiores ganhos está o facto de a Arábia Saudita ter reduzido o preço do seu crude, o que sinaliza uma fraca procura, e também a robustez o dólar – o que torna menos atrativos os ativos denominados na nota verde, como é o caso do petróleo, para quem negoceia com outras moedas.
Números do trabalho nos EUA abalam par euro e dólar
O par euro dólar foi abalado pelos recentes números do mercado de trabalho nos EUA, que deu força à nota verde face as principais divisas, incluindo a moeda única europeia.
O euro segue assim a perder 0,66% para 1,0534 dólares.
Já o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra dez moeda rivais, incluindo o euro – sobe 0,87% para 105,152 pontos.
Tanto os números de novos pedidos de subsídio de desemprego ficaram aquém das estimativas dos analistas, como os dados da criação de novos postos de trabalho das empresas norte-americanas ficaram acima das expectativas.
Powell empurra ouro de máximos de seis meses
O ouro desceu do pico de seis meses, após a divulgação dos mais recentes números sobre o mercado de trabalho, estando a perder mais de 1%.
O metal amarelo segue assim a cair 1,28% para 1.830,83 dólares por onça, numa altura em que as "yields" das obrigações norte-americanas agravam.
Prata e platina seguem esta tendência negativa, enquanto o paládio ganha valor.
O metal precioso reage aos números do mercado de trabalho que indicam que este continua robusto, pelo que a Reserva Federal norte-americana (Fed) pode dar continuidade à sua política restririva.
Esta intenção já foi aliás demonstrada nas atas da última reunião da Fed e no discurso do presidente Jerome Powell, à margem do encontro em dezembro.
Wall Street arranca no vermelho. Silvergate Capital afunda 42% com "crash" cripto
Wall Street arrancou a sessão em terreno negativo, pressionada sobretudo pelos números do emprego nos Estados Unidos, que sinalizam que o mercado de trabalho continua robusto, dando assim sustento à manutenção da política monetária restritiva por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed).
O industrial Dow Jones desliza 0,86% para 32.984,36 pontos, enquanto o Standard & Poor's 500 cai 0,82% para 3.821,24 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 1,08% para 10.345,93 pontos.
Na semana passada, o número de novos pedidos de subsídio de desemprego registou uma descida de 19 mil requerimentos para um total de 204 mil, renovando assim mínimos de três meses. O número ficou ainda bastante abaixo do estimado pelos economistas consultados pela Reuters que apontavam para um total de 225 mil durante este período.
Além disso, o setor privado conseguiu criar 235 mil postos de trabalho em dezembro, acima das expectativas do mercado, de acordo com os dados da ADP. Ainda assim, os dados oficiais só serão conhecidos esta sexta-feira.
Nas atas da última reunião de política monetária da Fed, divulgadas ontem, os participantes do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) voltaram a salientar a robustez do mercado de trabalho, opondo-se ao "alívio injustificado das condições financeiras".
Pelos índices, entre os principais movimentos de mercado, destaque para as ações da Bed Bath & Beyond. A empresa de atoalhados, que foi a protagonista da última onda de "meme stocks" no ano passado, afunda 20,54%, depois do alerta da empresa que afirmou que pode ter que parar de operar.
Por sua vez, a Silvergate Capital, transformada num "banco" destinado a conceder sobretudo empréstimos a empresas cripto, desliza 42,27%, depois de informar que o colapso deste mercado desencadeou uma corrida aos depósitos.
Europa termina senda de três dias de verde e abre com perdas
Os principais índices europeus abriram o dia a negociar em terreno negativo, terminando assim uma senda de três dias em que estiveram a valorizar. Os investidores estão ainda a analisar as atas da reunião de dezembro de política monetária da Reserva Federal norte-americana.
O índice de referência para a região, Stoxx 600, recua 0,36% para 438,59 pontos, com quase todos os setores em terreno negativo, mas nenhum a perder mais de 1%. A registar ganhos estão apenas o setor do petróleo e gás, retalho e viagens.
Entre os principais movimentos de mercado está a Ryanair que sobe quase 5%, depois de ter aumentado o objetivo de lucros, após ter registado uma procura maior que o esperado durante o período de viagens no natal.
O setor energético está também em foco depois da Exxon Mobil ter referido que ia baixar os preços do petróleo e gás natural, mas que isso teria um impacto negativos nos resultados do quarto trimestre, de 3,7 mil milhões de dólares comparado com os três meses anteriores.
Apesar de a reabertura da China ter alimentado um sentimento positivo, as minutas da Fed sinalizaram que os presidentes dos bancos centrais norte-americanos devem manter uma política monetária restritiva até que algum progresso seja feito na inflação.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax desvaloriza 0,32%, o francês CAC-40 perde 0,47%, o espanhol Ibex-35 cai 0,36%, o italiano FTSE Mib recua 0,26% e o AEX, em Amesterdão, cede 0,33%. Já o britânico FTSE 100 desliza 0,17%.
Juros agravam-se na Zona Euro, após três dias de alívio
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se, após três dias de alívio motivadas pelo abrandamento da inflação na Alemanha e também em França.
A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a região, avança 3,4 pontos base para 2,298%, enquanto os juros da dívida italiana na mesma maturidade somam 7,2 pontos base para 4,333%.
Os juros da dívida francesa a 10 anos, por sua vez, agravam-se 3,7 pontos base para 2,810%, enquanto a "yield" da dívida espanhola soma 4,5 pontos base para 3,343% e os juros da dívida portuguesa sobem 4,1 pontos base para 3,285%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica a 10 anos agravam-se apenas 1,5 pontos base para 3,499%.
Ouro inalterado, perto de máximos de sete meses. Euro sobe ligeiramente face ao dólar
O ouro está a negociar praticamente inalterado, seguindo perto de máximos de sete meses, atingidos na sessão anterior, com os investidores de olho no número de subsídios de desemprego, nos Estados Unidos, relativamente à semana passada que será divulgado esta quinta-feira.
O ouro desce 0,06% para 1.853,49 dólares por onça.
O metal precioso está ainda a beneficiar da queda ligeira do dólar face à moeda única europeia. A "nota verde" subiu ontem ao final do dia, após a divulgação das atas da Reserva Federal norte-americana, mas acabou por não conseguir manter os ganhos, com os investidores com maior apetite por ativos de risco.
O euro avança assim 0,05% para 1,0609 dólares. Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra dez divisas rivais - está na linha d'água (0,01%), nos 104,259 pontos.
Após cair 9% petróleo recupera. Gás segue a desvalorizar com janeiro quente
O petróleo está a negociar em alta depois de duas sessões em que perdeu mais de 9%, numa altura em que preocupações relativas às perspetivas de procura continuam a pesar no ativo.
O contrato de fevereiro do West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 1,06% para 73,61 dólares por barril.
Já o contrato de março do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,99% para 78,61 dólares.
"Sinais de uma recessão global, a dificuldade da China em recuperar com o aumento de casos de covid-19 e o reduzido sentimento de risco são catalisadores que estão a manter o petróleo em cheque", afirmou Jun Rong Yeap, analista da IG Asia, à Bloomberg.
No mercado do gás, os futuros seguem em queda com os meteorologistas a preverem o mês de janeiro mais quente em décadas, o que leva a menores consumos energéticos e maior poupança de gás. Ainda assim, permanecem algumas preocupações relativamente a um possível aperto do mercado.
"Dadas as circunstâncias, a Europa não podia ter pedido por uma melhor situação a caminho deste inverno", apontou o analista Warren Patterson, do ING, em declarações à Bloomberg.
"Ainda assim, é vital que a região permaneça cautelosa à medida que a Europa tenta terminar o inverno com os níveis de armazenamento o mais elevado possível dadas as expectativas de uma redução dos fluxos de gás no próximo ano", completou.
O gás natural negociado a um mês em Amesterdão (TTF), referência para a Europa, recua 2,3% para os 63,55 euros por megawatt-hora, depois de ontem ter terminado o dia em mínimos de outubro de 2021.
Entre boas notícias da China e pressão da Fed, Europa deve abrir no vermelho. Ásia encerra no verde
Os principais índices europeus devem hoje negociar em terreno negativo, depois de um início de ano positivo com três dias consecutivos de ganhos. Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 descem 0,2%.
A influenciar a negociação está por um lado o sentimento positivo proveniente da Ásia, devido à gradual reabertura da China, e os receios trazidos pela divulgação, esta quarta-feira ao final do dia, das atas da reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
Os membros da Fed sublinharam as desvantagens de um possível "alívio injustificado das condições financeiras" e que é, por isso, necessário manter uma política monetária restritiva.
Apesar de os futuros europeus apontarem para uma queda, na Ásia a sessão foi positiva, com as praças da região a registarem o quinto dia de ganhos, numa altura em que beneficiam do bom "momentum" político tanto na China continental, como em Hong Kong.
Grandes empresas como a Alibaba e a Tencent estiveram entre as que mais subiram esta quinta-feira, impulsionadas por um movimento dos reguladores chineses de diminuírem a aplicação de medidas mais severas às tecnológicas.
As melhoras perspetivas para a reabertura da China avós a política covid zero e para o crescimento económico do país têm levado a ganhos nos indices asiáticos nas últimas sessões. Desde outubro, o índice agregador das praças da região, o MSCI Asia Pacific, subiu 18%.
Na China, Xangai subiu 0,9%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, pulou 1%. No Japão, o Topix deslizou 0,1% e o Nikkei avançou 0,4%. Já na Coreia do Sul o Kospi somou 1,4%.