Notícia
Bolsas europeias e petróleo com pior mês desde março. Ouro e euro perdem terreno
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Europa sem direção no pior mês desde março
As principais praças europeias terminam o mês de setembro divididas entre o verde e o vermelho. Contudo, no conjunto do mês, não há dúvidas: a tendência não só é negativa como a quebra não era tão grande desde março, o mês em que a pandemia surgiu com força na Europa.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas da Europa, o Stoxx600, desceu 0,11% para os 361,09 pontos. No acumulado do mês, a queda foi de 1,48%, pelo que este foi o pior mês desde março, quando as perdas foram perto de 15%.
Hoje, Lisboa e Madrid conseguiram manter-se no verde, mas Frankfurt, Paris, Londres acabaram por resvalar. Os investidores retraem-se depois de a Alemanha ter avisado que atrasos no Fundo de Recuperação europeu são quase inevitáveis, dadas as divergências entre estados.
Os bancos, que se destacaram com uma queda de quase 11% neste mês, terminaram o dia como o segundo setor que mais ganhou, a seguir ao imobiliário.
Juros sobem na Zona Euro após três dias em queda
Os juros das dívidas públicas no espaço do euro negociaram em alta na sessão desta quarta-feira, pondo fim a um ciclo de três sessões consecutivos a aliviarem.
A "yield" correspondente aos títulos soberanos de Portugal com maturidade a 10 anos somou 2,7 pontos base para 0,257%, enquanto as taxas de juro referentes às obrigações a 10 anos da Espanha e da Itália avançaram respetivamente 2,4 e 1,5 pontos base para 0,244% e 0,865%.
Apesar de também a "yield" associada às obrigações alemãs registar uma subida de 2,4 pontos base, a taxa de juro mantém em valores negativos (-0,524%).
Euro perdeu quase 2% para o dólar em setembro
Depois de quatro meses consecutivos a acumular valor contra o dólar, a moeda única europeia chega ao final de setembro com uma desvalorização mensal acumulada de 1,79% face à divisa norte-americana.
Na sessão desta quarta-feira, o euro recua 0,12% para 1,1730 dólares, isto depois de dois dias seguidos a apreciar contra o dólar e de durante a manhã ter chegado a renovar máximos de 22 de setembro em relação à moeda dos Estados Unidos.
Por sua vez, também o dólar segue a perder terreno pela segunda sessão consecutiva face a um cabaz composto pelas principais moedas mundiais, sendo que também a divisa norte-americana negociou no valor mais baixo desde 22 de setembro durante a sessão desta quarta-feira.
A contribuir para esta descida do dólar está o maior otimismo agora verificado quanto à possibilidade de a Casa Branca e o Congresso chegarem a acordo para um novo pacote de estímulos à economia, bem como os dados hoje divulgados que mostram que as empresas norte-americanas criaram mais emprego do que apontavam as estimativas.
Petróleo perde 10% em setembro na primeira queda mensal em cinco meses
O mês de setembro foi negativo para o petróleo, com a matéria-prima a corrigir dos ganhos alcançados nos meses anteriores e a ser penalizada pela segunda vaga de covid-19 em várias regiões do globo, que vieram colocar em causa uma retoma célere no consumo de energia.
O Brent em londres está a descer 0,58% para 40,79 dólares na última sessão do mês, elevando a queda acumulada em setembro para 9,87%. Este é assim o primeiro mês negativo para a matéria-prima negociada em Londres desde que afundou mais de 50% em março. Depois do mês mais grave da pandemia o Brent subiu em cinco meses, mas após a queda em setembro acumula uma perda anual de novo próxima dos 40%.
No caso do WTI está hoje a valorizar 0,87% para 39,62 dólares, registando um saldo mensal negativo de 6,9%. Setembro foi assim o primeiro mês negativo desde abril para o petróleo negociado em Nova Iorque.
Ouro a caminho do pior mês em quatro anos
Setembro foi um mês de recuperação para a cotação do dólar, o que travou a escalada do ouro. O metal precioso está à beira de registar mesmo a queda mensal mais acentuada desde 2016 depois de ter tocado em máximos histórico sem agosto.
No mercado à vista em Londres o ouro estava a meio da sessão a descer 0,18% para 1.894,67 dólares por onça, elevando a perda acumulada em setembro para 3,7%, o que corresponde ao saldo mensal o mais negativo desde que o ouro caiu mais de 8% em novembro de 2016. Pelas 16h20 (hora de Lisboa) o ouro já subiu 0,11% para 1.900,4 dólares. Com esta cotação reduz a perda mensal para menos de 3,5%, o que equivale ao pior mês desde junho de 2018.
Este desempenho negativo surge depois de o ouro ter disparado nos meses anteriores, tendo mesmo fixado um máximo histórico acima dos 2.000 dólares por onça em agosto. O metal precioso tem vindo a beneficiar este ano com a procura de ativos seguros por parte dos investidores, bem como da debilidade da moeda norte-america. No acumulado de 2020 o ouro está a subir 25%.
Na análise trimestral, o ouro tem saldo positivo (perto de 7%), completando assim o oitavo trimestre seguido sempre a ganhar terreno.
Wall Street recupera fôlego depois de debate Biden-Trump
Os maiores índices dos Estados Unidos estão a negociar em leve alta na sessão desta quarta-feira, recuperando do "caótico" debate presidencial de ontem, que colocou frente a frente, pela primeira vez, os candidatos Joe Biden e Donald Trump.
Por esta altura, o Dow Jones ganha 0,69% para os 27.642,93 pontos e o S&P 500 avança 0,40% para os 3.348.97 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite acompanha o sentimento e ganha0,22% para os 11.110,98 pontos.
Os futuros apontavam para uma abertura fraca, com uma desvalorização a ser o cenário mais provável, depois do debate de ontem se ter mostrado pouco motivados para os investidores, dada a escassez de novas ideias e a troca de acusações mútua.
A única convicção dos investidores prende-se com o pós-eleição, uma vez que consideram que caso Joe Biden ganhe as eleições, é cada vez mais provável que Donald Trump não aceite uma transição pacífica, o que traria ainda mais indefinição aos mercados.
O foco está agora na divulgação dos dados relativos ao emprego nos Estados Unidos, depois de hoje a nova estimativa rápida para o PIB (produto interno bruto) ter apontado para uma contração de 31,4% no segundo trimestre, face aos -31,7% estimados.
Os dados do emprego privado mostraram a contratação de 749 mil novas pessoas, acima das 600 mil esperadas.
Ouro a caminho da maior queda mensal em quase quatro anos
O ouro está a perder terreno esta quarta-feira, encaminhando-se para a maior queda mensal em quase quatro anos.
Depois do debate presidencial de ontem, o ouro desliza 0,68% para 1.885,46 dólares, preparando-se para fechar o mês de setembro com uma descida superior a 4%.
Além de estarem o digerir o debate de ontem, os investidores aguardam pelos dados do desemprego nos Estados Unidos, que serão conhecidos na sexta-feira.
Dólar regressa aos ganhos
O índice que mede o desempenho do dólar face às principais congéneres mundiais está a valorizar, depois de o desempenho melhor do que o esperado de Joe Biden no debate com Trump ter aumentado as preocupações de que o candidato democrata possa aumentar os impostos sobre as empresas caso seja eleito, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg.
"O dólar voltou a ser comprado após o debate, devido à preocupações de que Biden possa aumentar os impostos das empresas caso seja eleito", disse Mitsuo Imaizumi, estrategista-chefe de FX da Daiwa Securities Co. em Tóquio. "É difícil dizer quem realmente ganhou o debate, mas Biden pode ter-se saído melhor do que o esperado depois de ver um relatório de que ele arrecadou uma grande quantidade de fundos após o debate".
O dólar avança 0,1% depois de duas sessões consecutivas de perdas.
Juros da Zona Euro regressam às subidas após mínimos
Os juros da dívida soberana da Zona Euro estão hoje a negociar em alta, novamente, depois de ontem terem tocado em mínimos em toda a região.
Assim, os juros da Alemanha a dez anos sobem 0,8 pontos base para os -0,540%, enquanto que os juros italianos avançam 0,2 pontos base para os 0,852%.
Na Península Ibérica, os juros portugueses sobem 0,5 pontos base para os 0,236% e os de Espanha ganham 0,3 pontos base para os 0,224%.
Europa sem tendência após debate presidencial vazio de ideias
As principais bolsas europeias abriram a sessão desta quarta-feiras em queda, mas foram aligeirando o sentimento na primeira hora de negociação. Agora, o índice de referência para o continente (Stoxx 600) ganha 0,05% para os 361,67 pontos, mas a maioria das praças do continente continua ainda "no vermelho".
Exemplo disso é o português PSI-20 (-0,09%), mas também o alemão DAX 30 (-0,07%) e o francês CAC 40 (-0,31%).
Os investidores estão ainda a assimilar o resultado do primeiro debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump, que teve lugar durante a madrugada em Lisboa.
O frente a frente entre o democrata e o republicano foi pautado pela troca de insultos e acusações mutúas, mas trouxe poucas ideias novas para cima da mesa, naquele que alguns analistas já consideram como um dos piores debates da corrida presidencial norte-americana da história.
Apesar da nuvem de fumo que resultou deste confronto, há uma ideia que parece estar cda vez mais reforçada. É cada vez mais improvável, pela postura apresentada, que Donald Trump aceite uma transição pacífica do lugar, em caso de derrota, o que poderá levar novamente os mercados ao tapete, devido a toda a instabilidade criada.
Apesar da má influência vinda do outro lado do oceano Atlântico, os dados do emprego da Alemanha foram positivos, uma vez que o número de desempregados caiu mais do que o previsto em setembro.
Hoje é esperada também a divulgação da taxa de inflação e as vendas a retalho em agosto na Alemanha, bem como o PIB do segundo trimestre no Reino Unido e a inflação de setembro em França e Itália.
Preços do petróleo a caminho da primeira queda mensal desde abril
Os preços do petróleo estão novamente a cair, com a procura pela matéria-prima a ser sucessivamente ameaçada pelo avanço da propagação de coronavírus.
Por esta altura, o Brent - que serve de referência para Portugal - desvaloriza 0,54% ara os 40,81 dólares por barril, enquanto que o norte-americano WTI (West Texas Intermadiate) perde 0,43% para os 39,12 dólares por barril.
Uma recuperação do consumo de petróleo a nível global deverá surgir apenas daqui a cerca de 18 meses, de acordo com a Mercuria Energy Group, mas o atual panorama faz com que as previsões possam ser demasiado incertas.
O Instituto de Petróleo Americano mostrou uma redução nos inventários de petróleo na semana passada, enquanto que os da gasolina voltaram a subir.
Futuros europeus em queda após primeiro debate "sem rumo" nos EUA
Os futuros das ações europeias estão a desvalorizar 0,7%, acompanhando o ritmo dos congéneres norte-americanos, que reagem desta forma ao primeiro debate presidencial entre os candidatos Joe Biden (democrata) e Donald Trump (republicano), nos Estados Unidos.
A maioria dos investidores e analistas considerou que este debate foi "caótico", com alguns a considerarem que foi mesmo um dos piores da história da corrida às presidenciais norte-americanas. Isto porque ambos os candidatos se dedicaram mais a trocar acusações entre si, do que a trazer algo de novo para cima da mesa.
No entanto, houve um facto que se vincou. Caso o atual presidente, Donald Trump, perca as eleições no próximo dia 3 de novembro, não aceitará uma transição pacífica, algo que os mercados querem evitar, uma vez que significaria ainda mais volatilidade, num ano já bastante instável.
"Aquilo que vimos do debate foi o reforço de que caso Biden ganhe, Trump não vai aceitar", diz Chris Weston, analista da Pepperstone Group, à Bloomberg.
Outro dos fatores que está a penalizar a pré-abertura da sessão desta quarta-feira é a incapacidade que o Congresso dos Estados Unidos está a demonstrar para chegar a um acordo sobre um novo pacote de estímulos orçamentais para largar sobre a economia do país.
As negociações entre o Congresso e a administração Trump têm-se arrastado nos últimos meses e poderão atingir um ponto crítico esta semana.
Ainda assim, durante a madrugada em Lisboa, as ações em Hong Kong e na China ignoraram o debate norte-americano e aproveitaram para valorizar, à boleia dos dados económicos otimistas, que mostraram que os países estão a conseguir recuperar as suas economias a um passo mais acelerado do que seria previsto, com a atividade industrial a disparar em agosto.