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Abertura dos mercados: Trump desilude investidores e penaliza bolsas, petróleo e euro
Donald Trump não deu ontem detalhes sobre a evolução das negociações com a China nem indicação sobre se avançará ou não com tarifas sobre os automóveis europeus, o que está a contribuir para o pessimismo dos investidores. As bolsas, o petróleo e o euro estão em queda.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,29% para 5.288,50 pontos
Stoxx 600 perde 0,31% para 405,62 pontos
Nikkei desvalorizou 0,85% para 23.319,87 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos recuam 0,4 pontos para 0,351%
Euro cai 0,05% para 1,1003 dólares
Petróleo em Londres desce 0,45% para 61,78 dólares o barril
Bolsas europeias em queda após novos máximos
As bolsas europeias estão a negociar em queda esta quarta-feira, 13 de novembro, depois de terem tocado ontem num novo máximo de julho de 2015. As quedas de hoje refletem a desilusão dos investidores depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não ter dado indicações claras sobre a evolução das negociações com a China, como era esperado pelo mercado. No seu discurso no Economic Club of New York, o presidente disse apenas que se não houver um acordo parcial entre os dois países, os Estados Unidos deverão aumentar as tarifas sobre as importações daquele país.
Além disso, Trump sugeriu que há outras geografias - incluindo a Europa - que continuam sob o radar dos Estados Unidos para uma eventual imposição de tarifas, e não deu qualquer indicação sobre se vai adiar ou não a introdução de uma taxa de 20% sobre os automóveis importados da União Europeia. O prazo para essa decisão termina esta quarta-feira.
Neste cenário, o índice de referência para a Europa, o Stoxx600, cai 0,31% para 405,62 pontos, depois de ter tocado ontem num novo máximo de mais de quatro anos.
Por cá, o PSI-20 desce 0,29% para 5.288,50 pontos, penalizado sobretudo pelo BCP, que desliza 1,31% para 21,12 cêntimos.
Juros da dívida em queda ligeira
Os juros da dívida portuguesa estão em queda ligeira esta quarta-feira, dia em que o IGCP vai voltar ao mercado para uma emissão de obrigações a dez anos com o objetivo de se financiar entre 750 e 1.000 milhões de euros. Nesta altura, a yield associada aos títulos a dez anos desce 0,4 pontos para 0,351%.
As descidas estendem-se à generalidade dos países do euro, com exceção de Itália, onde a yield a dez anos sobe 1,7 pontos para 1,230%. Em Espanha, os juros caem 0,1 pontos para 0,437% e na Alemanha recuam 0,7 pontos para -0,263%.
Euro cai contra o dólar
A moeda única europeia está a deslizar face ao dólar, numa altura em que os investidores aguardam uma decisão do governo norte-americano sobre a imposição de tarifas ao setor automóvel da região, o que, a confirmar-se, poderá resultar num abrandamento ainda mais acentuado da economia.
A Casa Branca tem até esta quarta-feira para decidir se aplica a tarifa aduaneira de 20% à importação de carros e componentes automóveis oriundos da União Europeia ou se volta a adiar essa imposição por mais seis meses. Esperava-se que o presidente dos EUA desse algum sinal no discurso de ontem, mas tal não se verificou. Sobre as trocas comerciais com o bloco europeu, Donald Trump limitou-se a classificar as barreiras ao comércio impostas pela União como "terríveis e de muitas formas piores do que as impostas pela China".
Nesta altura, o euro cai 0,05% para 1,1003 dólares.
Petróleo cai pela terceira sessão
O petróleo está a negociar em queda pela terceira sessão consecutiva, penalizado pela falta de detalhes sobre as negociações entre os Estados Unidos e a China.
A contribuir para a descida estão ainda as estimativas que apontam para uma subida dos inventários de crude dos Estados Unidos na semana passada. As projeções da Bloomberg antecipam um aumento de 1,5 milhões de barris. Os dados da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos serão revelados esta quarta-feira.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desce 0,32% para 56,62 dólares, enquanto o Brent, transacionado em Londres, desvaloriza 0,45% para 61,78 dólares o barril.
Ouro recupera de mínimos de três meses
O metal precioso está a negociar em alta esta quarta-feira, depois de o discurso de Trump ter afastado novamente os investidores dos ativos de maior risco, devido à incerteza sobre a evolução das negociações com a China, e o eventual reforço das tarifas sobre aquele país.
O ouro avança 0,13% para 1.458,18 dólares, depois de ter atingido o valor mais baixo dos últimos três meses.