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Abertura dos mercados: Petróleo desce pela 13.ª sessão e pressiona bolsas. Juros de Itália disparam
Dados económicos negativos estão a pressionar o petróleo, as bolsas e o euro. Os juros da dívida de Itália estão em forte alta depois de Roma desafiar Bruxelas.
Os mercados em números
PSI-20 recua 0,39% para os 4.936,48 pontos
Stoxx 600 desvaloriza 0,29% para 363,38 pontos
Nikkei valorizou 0,16% para os 21.846,48 pontos
"Yield" 10 anos de Portugal recua 1 ponto base para 1,959%
Euro recua 0,08% para 1,1281 dólares
Petróleo desvaloriza 0,17% para 65,36 dólares por barril em Londres
Petróleo e Alemanha penalizam bolsas
As bolsas europeias arrancaram a sessão em queda, em sintonia com o desempenho negativo registado ontem em Wall Street e já hoje nas praças asiáticas. As acções norte-americanas foram penalizadas pela queda abrupta das cotações do petróleo no final da sessão de terça-feira e as praças asiáticas foram condicionadas pelos dados económicos divulgados na China e que confirmam o abrandamento da segunda maior economia do mundo.
O Stoxx600 recua 0,29% para 363,38 pontos, sendo que ainda antes da abertura a Alemanha anunciou que o PIB recuou em cadeia pela primeira vez em três anos, o que constitui mais um factor de pressão negativo sobre as acções. Além disso, o Governo italiano cumpriu as expectativas e não alterou a sua proposta orçamental que Bruxelas tinha rejeitado. Este conjunto de notícias de pendor negativo está a anular o optimismo que se registou ontem com os desenvolvimentos nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a China.
O PSI-20 também está em queda, fortemente pressionado pela descida de 1,4% da Galp que está a acompanhar o sector petrolífero. A cotada está em mínimos de um ano e está a arrastar a praça lisboeta para o vermelho, com o índice a ceder 0,39% para os 4.936,48 pontos, acumulando quatro sessões em território negativo.
Euro regressa às quedas
O euro e a libra estão a corrigir ligeiramente os ganhos registados na sessão de ontem, quando reagiram em alta às notícias de que já havia um acordo técnico entre Londres e Bruxelas sobre o Brexit. No dia em que a primeira-ministra Theresa May vai tentar convencer o seu governo a aceitar o acordo, a libra está a ceder 0,02% (ontem tinha disparado 1%).
Quanto ao euro, está a cair 0,08% para 1,1281 dólares, depois de ontem ter recuperado de mínimos de Junho de 2017, com a moeda europeia a ser penalizada pelo mau comportamento da economia alemã no terceiro trimestre. O Eurostat divulga pelas 10:00 a segunda leitura para o PIB da Zona Euro no terceiro trimestre (primeira leitura apontava para crescimento de 1,7%).
No mercado cambial os investidores vão também estar atentos ao índice de preços no consumidor em Outubro nos Estados Unidos, para avaliar o curso da política monetária da Fed, bem como para o discurso do presidente do banco central, Jerome Powell.
Juros de Itália disparam
Numa sessão de aversão aos activos de maior risco, as obrigações italianas estão a ser das mais penalizadas, com a "yield" dos títulos a 10 anos a subir 10 pontos base para 3,54%.
Na resposta ao inédito pedido de reformulação da proposta orçamental feito pela Comissão Europeia, cuja data-limite para chegar a Bruxelas terminava esta terça-feira, 13 de Novembro, Roma manteve o esboço do orçamento expansionista. O governo transalpino optou por bater o pé à Comissão Europeia e agora pode vir a ser alvo de sanções, num braço de ferro que promete manter muitos investidores afastados das obrigações soberanas de Itália.
Os juros das obrigações portuguesas registam um agravamento bem mais ligeiro (+1 ponto base para 1,959%), num dia em que o IGCP vai emitir dívida a 5 e 10 anos para reembolsar o FMI.
Nas bunds alemãs a 10 anos a taxa recua 2,4 pontos base para 0,386%, pelo que o spread da dívida portuguesa está a agravar-se para 157 pontos base.
Cotação do petróleo em queda livre
Apesar da descida acentuada no final sessão de terça-feira, o petróleo abriu o dia em terreno negativo. O WTI em Nova Iorque desce 0,47% para 55,43 dólares, registando já a 13.ª sessão de perdas, o que representa o ciclo negativo mais prolongado de sempre. Já o Brent, que negoceia em Londres, desvaloriza 0,17% para 65,36 dólares, tendo tocado em mínimos desde Fevereiro deste ano.
A queda acumulada desde 29 de Outubro (última sessão em que fecharam em alta em Nova Iorque e Londres) é já de 18% no caso do WTI e de 16% em Londres.
Ontem as cotações chegaram a cair mais de 8%, com a pressão vendedora na matéria-prima a ser explicada pela pressão de Trump para a Arábia Saudita não cortar a produção, dados que mostram um aumento na produção (sobretudo nos EUA) e perspectivas de redução na procura devido ao abrandamento da economia global (com as preocupações mais fortes a incidirem na China).
O Japão confirmou hoje que a terceira maior economia do mundo contraiu no terceiro trimestre e a Alemanha também revelou uma queda no PIB em cadeia. Na China foram revelados dados que confirmam o abrandamento da segunda maior economia do mundo.
Ouro em queda ligeira
O ouro tem vindo a perder terreno nas últimas sessões e hoje volta a evoluir em queda, com os investidores atentos à inflação dos EUA e às palavras do presidente da Fed. O ouro para entrega imediata desvaloriza 0,12% para 1.200,8 dólares a onça.