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Abertura dos Mercados: Juros agravam, bolsas recuam e dólar avança
As 'yields' associadas à dívida de Portugal estão na quarta sessão de agravamento, mantendo-se acima dos 4%. O sector financeiro arrasta as bolsas europeias para quedas e o PSI-20 não é excepção, com o BCP à cabeça. Dólar com ganhos à espera do PIB dos EUA.
Os mercados em números
PSI-20 cai 0,4% para 4.564,50 pontos
Stoxx 600 recua 0,26% para 366,55 pontos
Nikkei valorizou 0,34% para 19.467,40 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos agravam 2,8 pontos base para 4,148%
Euro recua 0,08% para 1,0692 dólares
Petróleo em Londres recua 0,5% para 55,56 dólares o barril
Banca leva bolsas europeias a recuarem de máximos de 13 semanas
A pressão dos títulos do sector financeiro leva os índices europeus a corrigirem dos ganhos das últimas sessões, apesar dos ganhos no sector retalhista. Depois do maior avanço em três dias desde o início de Dezembro, o Stoxx 600 regressa às quedas.
Entre os maiores pontos a vermelho no sector bancário está o suíço UBS (cai 2,41% para 16,61 francos suíços) que, apesar de ter triplicado lucros no último trimestre, fechou o ano com os resultados líquidos a caírem 47% e apresentou, segundo a Bloomberg, dados desapontantes no que toca à unidade de gestão de fortunas.
Pela positiva evidencia-se o Booker Group - dispara 15% em Londres depois de a também retalhista Tesco propor a sua compra por 3.700 milhões de libras (4.340 milhões de euros).
Em Lisboa o sector financeiro também evidencia pressão, nomeadamente o BCP, no penúltimo dia de negociação dos direitos do aumento de capital em bolsa. Os títulos caem 0,61% para 0,146 euros e os direitos recuam 2,52% para 0,658 euros. O BPI está inalterado nos 1,132 euros depois de ontem o banco ter anunciado lucros de 313,2 milhões de euros. EDP, Pharol e Mota Engil impedem maiores recuos do índice.
Juros de Portugal voltam a agravar
Após ontem, dia da reunião do Eurogrupo, terem tocado máximos de Fevereiro de 2016, os juros associados às obrigações portuguesas continuam a agravar, mantendo-se assim acima dos 4% no prazo a dez anos e na quarta sessão de apreciação.
A tendência, partilhada pelas pares da periferia do sul do euro, acontece mesmo depois de ontem à noite, em entrevista à Bloomberg, o ministro das Finanças ter reconhecido preocupação com a alta dos juros em mercado secundário, garantindo que o financiamento do país está controlado.
O prémio de risco da dívida - diferencial face aos juros das obrigações alemãs a dez anos - permanece em máximos de quase duas semanas, nos 366,74 pontos base.
Petróleo em queda apesar de garantias de corte da OPEP
O preço do barril recua tanto em Londres como em Nova Iorque, o que não impede que siga a caminho da segunda semana consecutiva de valorizações. O mercado digere sinais de excesso de "stocks" mas também novas garantias de corte de produção do cartel da OPEP, implementadas desde o início do ano. Depois de ontem ter sido o ministro do Petróleo do Kuwait a sossegar o mercado quanto aos cortes a implementar, hoje o seu homólogo argelino garante que o cartel e os outros produtores vão conseguir no próximo mês atingir o corte diário de 1,8 milhões de barris acordado em finais do ano passado.
Euro em queda, "muro" leva peso mexicano a segunda sessão negativa
A moeda única europeia acumula a segunda sessão consecutiva de cedências em relação ao dólar e a caminho da primeira semana negativa das últimas seis. A nota verde recupera assim de mínimos de sete semanas, à espera dos dados do PIB norte-americano no último trimestre do ano, estimativas que serão conhecidas ao início da tarde desta sexta-feira - a Reuters antecipa um crescimento de 2,2% da maior economia do mundo.
Na antecâmara de uma guerra comercial com os Estados Unidos - devido à intenção de Donald Trump construir um muro na fronteira e fazer pagar, através de uma taxa de 20% sobre as importações do México - a moeda daquele país latino-americano recua pela segunda sessão, cedendo 0,4% para 0,04695 dólares, ainda distante dos mínimos históricos das últimas semanas.
Ouro a caminho de primeira queda semanal em mais de um mês
O preço do metal amarelo, activo de refúgio, volta a recuar esta sexta-feira, pela quarta sessão consecutiva e a caminho da primeira queda semanal em mais de um mês, depois de os investidores continuarem a revelar apetite por activos de maior risco, como as acções - a sessão de ontem em Nova Iorque ficou marcada por novos máximos históricos no índice industrial Dow Jones.