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Abertura dos mercados: Guerra comercial e emergentes pressionam bolsas. Pressão sobre Itália diminui
As garantias deixadas pelo líder da Liga, e vice-primeiro-ministro de Itália, estão a travar os receios dos investidores em torno de Roma. Já a guerra comercial continua a minar a confiança dos investidores.
Os mercados em números
PSI-20 cai 0,52% para 5.340,81 pontos
Stoxx 600 desce 0,59% para 377,60 pontos
Nikkei desvalorizou 0,51% para 22.580,83 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 1,1 pontos base para 1,858%
Euro desce 0,19% para 1,1560 dólares
Petróleo, em Londres, cai 0,78% para 77,56 dólares por barril
Bolsas penalizadas por guerra comercial
As bolsas europeias estão de novo em queda, numa altura em que o que mais pesa na negociação é a guerra comercial. Isto no dia em que EUA e Canadá voltam à mesa das negociações para tentarem chegar a um acordo comercial, no âmbito do fim da NAFTA.
Esta quinta-feira será ainda o último dia da consulta pública que está a decorrer nos EUA e que tem como objectivo a cobrança de novas tarifas sobre importações chinesas avaliadas em 200 mil milhões de dólares. Donald Trump já deixou claro que quer implementar as novas tarifas assim que terminar esta consulta pública, o que está a elevar os receios dos investidores em torno do aumento de tensão geopolítico.
Além desta questão, os receios em torno dos emergentes continua a marcar o passo, com a Argentina e a Turquia sob os holofotes.
O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, está a descer 0,59% para 377,60 pontos. Em Portugal, o PSI-20 cai 0,52%, pela sétima sessão consecutiva, o que corresponde ao maior ciclo de perdas desde Fevereiro e que coloca o índice em mínimos de Maio. A contribuir para a queda da bolsa nacional está a maioria das cotadas, com a energia e o retalho em destaque.
Dívida italiana alivia após compromisso de Roma
A dívida italiana está a aliviar das subidas recentes, depois do vice-primeiro-ministro de Itália ter garantido que Itália vai cumprir com as metas acordadas com Bruxelas. "Vamos tentar respeitar todas as regras [europeias], todos os constrangimentos e todos os compromissos feitos", assegurou o também ministro do Interior e líder da Liga, Matteo Salvini. Este é um sinal mais forte dado por uma metade da coligação governativa de que não haverá braço-de-ferro com Bruxelas. "Nós conseguimos fazer com que o país cresça e melhorar a vida dos italianos sem irritar aqueles que nos olham de cima", disse Salvini, referindo que tentarão ser "convincentes".
A taxa de juro associada à dívida a 10 anos de Itália está a cair 8,6 pontos base para 2,931%. A tendência está a ser partilhada pela dívida portuguesa, com a "yield" a descer 1,1 pontos para 1,858%. Já a bund alemã está a subir 0,3 pontos para 0,359%, o que coloca o prémio de risco da dívida nacional nos 149,9 pontos.
Guerra comercial e receios com emergentes sustenta dólar
A moeda americana segue, novamente em alta, a beneficiar dos receios dos investidores em torno dos emergentes, numa altura em que os focos estão sob a Turquia e a Argentina. O dólar está assim a servir de refúgio, num período de elevada incerteza. Cenário para o qual contribuem também as disputas comerciais dos EUA com a China, Canadá e Europa.
Petróleo cai após passagem da tempestade tropical
Os preços do petróleo estão em queda, depois de a tempestade tropical Gordon, que passou pela costa do Golfo do EUA, ter tido um impacto menor do que o esperado. Além deste factor, a subida do dólar acaba por retirar atractividade aos investimentos em activos como o petróleo. O barril do Brent está a perder 0,78% para 77,56 dólares.
Prata já cai 16% este ano
A prata continua a perder valor, elevando para 16% a descida desde o início do ano. Esta queda é o dobro da verificada pelo ouro, um metal que tem perdido interesse pelos investidores, que têm privilegiado outros activos como o dólar.
(Correcção: O dia do fim da consulta pública nos EUA é no dia 6 e não esta quarta-feira, como inicialmente referido)