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Abertura dos mercados: Guerra comercial e crise política em Itália pesam nas bolsas

As bolsas europeias arrancaram o dia em queda, a refletir receios renovados de um aumento de tensão entre os EUA e a China, a crise política em Itália e os mais recentes indicadores económicos da Alemanha, que apontam para uma travagem da economia.

reuters
09 de Agosto de 2019 às 09:04
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Os mercados em números

PSI-20 desce 0,32% para 4.911,95 pontos

Stoxx 600 perde 0,27% para 373,69 pontos

Nikkei valorizou 0,44% para 20.684,82 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 1,7 pontos base para 0,253%

Euro avança 0,09% para 1,1190 dólares

Petróleo em Londres aprecia 0,17% para 57,48 dólares o barril

 

Guerra comercial volta a assombrar as bolsas 

As bolsas europeias regressaram às quedas, num dia em que a pesar na negociação está, novamente, a guerra comercial entre os EUA e a China. A Bloomberg noticiou que a Casa Branca está a adiar uma decisão para conceder licenças a empresas americanas para retomarem os negócios com a Huawei. Uma notícia que voltou a elevar os receios sobre o aumento da tensão comercial entre os EUA e a China.


"Isto relembra que a disputa comercial entre os EUA e a China permanece como um risco, e este risco não está a recuar", salientou à Bloomberg Junichi Ishikawa, estratega cambial na IG Securities.


"As preocupações com a guerra comercial e as políticas cambiais vão manter a volatilidade elevada", destacou à Reuters Yoshinori Shigemi, da JPMorgan. "As descidas de juro realizadas por vários bancos centrais esta semana realçaram que os confrontos entre EUA e China não são um problema apenas das duas economias, mas de todo o mundo", afirmou o mesmo estratega.


"Há cerca de um mês eu tinha a sensação de que a economia mundial podia recuperar no final deste ano, mas agora os riscos estão a acentuar-se, aumento a probabilidade de uma recessão", acrescentou Yoshinori Shigemi, citado pela Reuters.

 

O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, está a cair 0,27% para 373,69 pontos.

 

Na Europa, e a contribuir também para a queda das bolsas, está a evolução das exportações da Alemanha que registaram, em junho, a maior queda em três anos, devido, precisamente aos receios em torno da guerra comercial. Este indicador aumenta os receios de que a maior economia europeia possa entrar em recessão, depois de já terem sido conhecidos indicadores de atividade que apontam para uma travagem da economia.

 

A pesar no sentimento dos investidores está ainda o facto de Itália estar à beira de novas eleições, depois de Matteo Salvini ter anunciado uma rutura da coligação que sustenta o Governo, provocando eleições.

 

Já o PSI-20 cede 0,32% para 4.911,95 pontos.

 

Juros italianos disparam com ameaça das eleições

As taxas de juro de Itália estão a disparar, a reagir à esperada queda do Governo, após um dos membros da coligação governamental ter anunciado o fim da mesma. "Vamos imediatamente para o parlamento formalizar que já não existe uma maioria [de governo], como ficou evidente na votação da ligação de alta velocidade, e restituiremos rapidamente a palavra aos eleitores", escreveu Salvini numa nota divulgada depois do encontro de emergência com Conte , confirmando assim a abertura de outra crise política em Itália. 


Este cenário está a provocar uma subida de 17,9 pontos base na taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Itália, com o juro a subir para 1,709%.

 

A "yield" de Portugal está a avançar 1,7 pontos base para 0,253%, no dia em que se espera que a Moody’s se pronuncie sobre o rating do país. Os analistas dão como garantido que a agência de notação financeira melhore a perspetiva para Portugal. Já quanto à nota de rating, os economistas antecipam uma manutenção.

 

Já a taxa alemã, que tem servido de refúgio dos investidores neste ambiente de grande incerteza, recua 2,6 pontos para -0,589%.

 

Euro com subida ligeira

O euro segue com uma subida ligeira contra o dólar, num dia em que os receios sobre a guerra comercial voltam a pesar na negociação. A moeda europeia está a subir 0,09% para 1,1190 dólares.

 

Petróleo mantém ganhos ligeiros

Depois da subida expressiva da última sessão, os preços do petróleo mantêm a tendência de subida, após a Arábia Saudita ter deixado claro que vai fazer o que puder para garantir que os preços do petróleo não afundam. O barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, está a subir 0,17% para 57,48 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI) está a apreciar 0,19% para 52,64 dólares.  

 

Ouro volta a superar os 1.500 dólares

O ouro está a subir 0,1% para 1.502,29 dólares, voltando assim a superar a fasquia dos 1.500 dólares por onça, a beneficiar da incerteza geopolítica e do seu impacto na economia mundial.

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