Notícia
Abertura dos mercados: Europa de olho em estímulos económicos. Juros dos EUA abaixo de 1% pela primeira vez
Os principais mercados europeus abriram a negociar em alta, com a perspetiva de mais estímulos económicos por parte do BCE - após o corte de ontem da Fed, nas taxas de juro diretoras. Como reação, as taxas de juro a dez anos do Tesouro norte-americano caem abaixo de 1%, pela primeira vez na história.
Os mercados em números
PSI-20 sobe 0,98% para 4.937,96 pontos
Stoxx 600 avança 0,71% para 383,83 pontos
Nikkei valorizou 0,08% para 21.100,06 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 2,4 pontos base para 0,227%
Euro recua 0,04% para 1,1169 dólares
Petróleo em Londres sobe 0,10% para 51,91 dólares o barril
Europa continua recuperação de olho em estímulos
Os principais mercados europeus abriram a sessão a negociar com ganhos ligeiros e por esta altura o Stoxx 600, o índice que reúne as 600 maiores cotadas da região, avança 0,71% para 383,83 pontos.
Depois de a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) ter anunciado um corte surpresa de 50 pontos base na taxa de juro diretora do país (para um intervalo entre 1% e 1,25%), os investidores esperam agora que o Banco Central Europeu (BCE) atue de forma semelhante, colocando pressão sobre a líder da instituição Christine Lagarde.
Apesar de ser difícil o BCE cortar mais a taxa de juro dos depósitos da região, uma vez que se encontra num nível negativo (-0,50%), Lagarde terá outras opções em cima da mesa para estimular a economia do "velho continente". Por exemplo, um aumento do programa alargado de compra de dívida pública ("quantitative easing") ou o programa de financiamento da banca europeia (TLTRO, na sigla em inglês, significando "targeted longer-term refinancing operations").
No radar dos investidores estão também as eleições primárias do Partido Democrata norte-americano, depois da "Super Terça-Feira" que colocou o candidato centrista Joe Biden de novo na corrida. Biden ganhou terreno ao progressista Bernie Sanders, depois de levar a melhor em mais estados norte-americanos. No entanto, Sanders ganhou no maior deles todos: a Califórnia - deixando a corrida mais renhida.
Por cá, o índice PSI-20 ganha 0,98% para os 4.937,96 pontos, suportado pelo grupo EDP, com a empresa liderada por António Mexia a valorizar 1,59% para os 4,542 euros por ação e a EDP Renováveis a subir 2,20% para os 12,98 euros, depois de o Goldman Sachs ter melhorado a recomendação para as ações de neutral para comprar da EDPR.
Juros na Zona Euro em queda. EUA abaixo de 1% pela primeira vez
Os juros das dívidas europeias seguem hoje em queda, depois de a redução por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos não ter conseguido acalmar as preocupações dos investidores sobre o impacto que a epidemia Covid-19 está a ter na economia a nível global.
Posto isto, a taxa de juro a dez anos da Alemanha - a referência para o bloco - cai 0,1 pontos base para os -0,630%. A mesma tendência é verificada na dívida portuguesa, com a taxa a dez anos a deslizar 2,4 pontos base para os 0,227%.
No entanto, o maior destaque vai para a taxa de juro a dez anos do Tesouro dos Estados Unidos, que ontem, depois do anúncio do corte por parte da Fed, caiu abaixo da barreira de 1%, pela primeira vez na história. Hoje, por lá se mantém, com uma queda de 5,5 pontos base para os 0,944%.
Euro cai, mas continua perto de máximos de dois meses
A moeda única da União Europeia mantém-se a negociar perto de máximos de dois meses, apesar de ténue queda, beneficiando da medida anunciada pela Reserva Federal dos Estados Unidos. Os investidores estão de olho no Banco Central Europeu, uma vez que esperam que venha a atuar de forma semelhante.
O euro deprecia 0,04% para os 1,1169 dólares.
Petróleo ganha força antes de OPEP+
Os preços do petróleo continuam a valorizar, na véspera da reunião de dois dias da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados). Ontem o comité técnico do cartel petrolífero voltou a recomendar um corte de produção de entre 600 mil e 1 milhão de barris por dia aos membros da organização, para voltar a equilibrar os preços da matéria-prima.
Esta é a vontade da Arábia Saudita, cuja economia depende muito do petróleo. No entanto, pode sofrer a oposição da Rússia, que se mostrou relutante em assegurar um corte com esse volume - apesar do presidente do país, Vladimir Putin, ter vindo a público dizer que poderia ceder às pretensões de Riade.
Por esta altura, o preço do Brent, que serve de referência para Portugal, valoriza 0,10% para 51,91 dólares por barril e o norte-americano WTI avança 0,21% para os 47,28 dólares.
Ouro em queda, com investidores a regressarem ao risco
O preço do metal precioso tem conhecido sucessivos aumentos, tendo mesmo chegado a negociar em máximos de sete anos. No entanto, hoje, o ouro está a registar uma desvalorização, numa altura em que os investidores voltam a olhar para o risco.
Por esta altura, o ouro deprecia 0,23% para os 1.637,01 dólares por onça.