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Abertura dos mercados: Europa atinge mínimos de março. Juros japoneses entram em terreno negativo

O afastamento dos investidores dos "ativos de risco" está a conduzir à queda das bolsas, nomeadamente das europeias, e à corrida às obrigações soberanas, como é o caso da dívida japonesa.

EPA
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Os mercados em números
PSI-20 desvaloriza 1,1% para 5.050,27 pontos
Stoxx 600 desce 1,1% para os 371,75 pontos
Nikkei desvalorizou 1,21% para 21.003,37 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 3,6 pontos base para 0,879%
Euro desce 0,04% para 1,1155 dólares
Petróleo em Londres cai 1,14% para 69,31 dólares por barril

Bolsas europeias em mínimos de março
Esta quarta-feira, 29 de maio, as bolsas europeias abriram em terreno negativo pela segunda sessão consecutiva. A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China está, de novo, a afetar o sentimento dos investidores, depois do resultado das eleições europeias ter servido de calmante no início desta semana. 

O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, desvaloriza 1,1% para os 371,75 pontos, acumulando duas sessões consecutivas de quedas e atingindo mínimos de março deste ano. Praticamente todos os setores contribuem para esta desvalorização, principalmente a banca e o setor automóvel. A maior parte das praças europeias está em queda, incluindo o PSI-20, que negoceia em mínimos de janeiro.

Além do esperado acordo entre os Estados Unidos e a China tardar a ser anunciado, a Huawei deu mais um passo legal para acelerar o processo contra o governo norte-americano, ao mesmo tempo que crescem os rumores sobre a possibilidade de Pequim utilizar as metais raros – minerais essenciais para o fabrico de computadores e telemóveis como os iPhones, por exemplo – como próxima arma na guerra comercial.

As bolsas norte-americanas desceram quase 1% na sessão de ontem e os principais índices japoneses desvalorizaram mais de 1%.

Esta incerteza está a levar a uma corrida às obrigações soberanas. "Um outro tema que tem vindo a preocupar os investidores é queda das yields americanas, que no caso das a 10 anos atingiu o mínimo dos últimos 19 meses", referem os analistas do BPI no diário de bolsa, explicando que "a queda das yields americanas sinaliza que o mercado obrigacionista antevê um abrandamento assinalável da economia americana nos próximos meses".

Juros japoneses a dez anos entram em terreno negativo
Os juros da dívida pública japonesa a dez anos baixaram 2 pontos base para os -0,1%, atingindo mínimos de agosto de 2016. O alívio dos juros no Japão segue a tendência mundial de aumento da procura por obrigações soberanas numa altura em que se reforça a incerteza sobre a disputa comercial entre os EUA e a China e o impacto que esta terá na economia mundial. As obrigações norte-americanas também aliviaram. 

Hoje, na Europa, os juros também vão pelo mesmo caminho. No caso de Portugal, os juros a dez anos no mercado secundário estão abaixo dos 0,9% pela primeira vez: descem 3,6 pontos base para 0,879%. Os juros portugueses aliviam há sete sessões consecutivas. 

Bitcoin cai pela segunda sessão
Depois de ter subido de forma relativamente rápida nas últimas duas semanas, a bitcoin voltou às quedas. A criptomoeda está a desvalorizar pela segunda sessão consecutiva, afastando-se do patamar dos 9.000 dólares - se lá chegar será um máximo de um ano. Hoje a bitcoin desvaloriza 1,81% para os 8.530,76 dólares.

O euro cede 0,04% para os 1,1155 dólares. 

Petróleo aprofunda quedas
O petróleo continua em queda com a hostilidade entre os EUA e a China a intensificar-se, fator que "compensou" o efeito das previsões dos analistas de que os inventários norte-americanos terão caído em 500 mil barris na semana passada, após duas semanas de ganhos.

A hipótese de que a China poderá interromper o fornecimento aos EUA de materiais necessários à produção de bens tecnológicos está a afetar a perspetiva dos investidores quanto à evolução da economia. Se a economia crescer menos do que o esperado também a procura por petróleo será menor, o que pressiona os preços do petróleo em baixa. 

O crude, negociado em Nova Iorque, segue a desvalorizar 1,39% para os 58,33 dólares ao passo que o Brent, negociado em Londres, que serve de referência para as importações portuguesas, está a cair 1,14% nos 69,31 dólares por barril.

Incerteza leva à subida do ouro
O estatuto de "ativo de refúgio" está a dar frutos ao ouro nesta sessão. O "metal precioso" valoriza 0,46% para os 1.285,16 dólares por onça.

Contudo, os analistas consideram que a cotação do ouro está baixa. "Ainda que a força do dólar norte-americano seja um fator limitador, a corrida recente para as obrigações e para o iene deveria normalmente resultar num aumento do preço do ouro", destaca o estratega-chefe da CMC Markerts Asia Pacific, Michael McCarthy, à Bloomberg.
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