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Abertura dos mercados: Bolsas europeias e euro no vermelho com PMI em queda. Juros da dívida aliviam

Os dados económicos continuam a não ser favoráveis para a Zona Euro, o que está a pesar na negociação bolsista e no euro. Já os juros das obrigações soberanas aliviam.

Bloomberg
23 de Setembro de 2019 às 09:31
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Os mercados em números
PSI-20 desce 1,03% para os 4.964,47 pontos
Stoxx 600 recua 0,73% para os 390,07 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 5,7 pontos base para os 0,187%
Euro desvaloriza 0,33% para os 1,0981 dólares
Petróleo em Londres sobe 0,4% para os 64,53 dólares o barril

Bolsas europeias em baixa após PMI fraco
As bolsas europeias arrancaram a semana no vermelho. Após cinco semanas consecutivas de ganhos, o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a desvalorizar 0,73% para os 390,07 pontos, afastando-se dos máximos de dois meses que alcançou na semana passada.

As duas últimas semanas foram marcadas por decisões importantes dos principais bancos centrais, mas esta semana a atenção dos investidores passou a estar novamente focada nas relações comerciais entre os EUA e a China. Os países só vão reunir-se a alto nível no arranque de outubro, mas as reuniões preliminares entre os técnicos dos dois países não estão a dar sinais de entendimento, segundo a Bloomberg. 

"As ações europeias negociavam com perdas contidas, que se explicam pelas tensões entre os EUA e a China", afirmam os analistas do BPI no diário de bolsa desta segunda-feira, 23 de setembro, referindo que, "assim sendo, a previsível pressão vendedora deverá concentrar-se nos títulos dos sectores mais cíclicos". 

Em Londres, a Thomas Cook, um dos maiores operadores turísticos do mundo, abalou os investidores após anunciar a falência. Ainda no Reino Unido, o Supremo Tribunal britânico deverá decidir hoje sobre a legalidade da suspensão do Parlamento pedida por Boris Johnson e aceite pela Rainha.

Acresce que os dados do PMI de setembro para a Zona Euro continuam a mostrar a fragilidade da economia europeia neste momento, principalmente na Alemanha onde esse indicador caiu para um nível abaixo dos 50 pontos (pela primeira vez desde abril de 2013), o que sinaliza uma recessão. Os números apontam para um contágio da contração na indústria nos serviços, que anteriormente estavam a sustentar o crescimento europeu.

Em Lisboa, o índice principal desce 1,03% para os 4.964,47 pontos, acumulando duas sessões no vermelho. 

Juros espanhóis aliviam após melhoria de rating
Ainda sem Governo e prestes a ir para eleições, Espanha viu o seu rating ser melhorado pela Standard&Poor’s de A- para A. As razões dadas foram o crescimento económico e o equilíbrio orçamental. Em reação, os juros espanhóis a dez anos estão a aliviar 6,1 pontos base para os 0,171%. 

Os juros portugueses a dez anos também estão a aliviar 5,7 pontos base para os 0,187%, mas menos do que os de Espanha, alargando a distância entre as duas "yields" que já chegou por momentos a estar invertida (juro a dez anos de Portugal abaixo do juro a dez anos de Espanha). 

No geral, os juros das obrigações soberanas da Zona Euro estão a aliviar uma vez que servem de refúgio numa altura em que são divulgados mais dados económicos negativos.

PMI com forte queda. Euro já desvaloriza 4% face ao dólar este ano
O euro continua a perder terreno face ao dólar, acumulando já uma desvalorização de 4% este ano. A influenciar as divisas estão vários fatores, incluindo as decisões do Banco Central Europeu (BCE) e da Reserva Federal de baixar os juros diretores. Neste momento, o euro cede 0,33% para os 1,0981 dólares, um mínimo de duas semanas.

As perspetivas económicas na Zona Euro têm sido mais negativas do que nos EUA, principalmente na Alemanha onde há risco de recessão. Os dados do PMI divulgados esta segunda-feira revelaram uma queda e são mais um sinal de que o futuro da economia da Zona Euro está cinzento.

No final do terceiro trimestre, em setembro, a economia do euro esteve perto de estagnar, segundo a IHS Markit, com a procura por bens e serviços a registar a maior queda em mais de seis anos. O PMI da Zona Euro está em mínimos de junho de 2013.

Petróleo sobe com tensão entre EUA e Irão
O petróleo está a valorizar no arranque da semana por causa da tensão entre os Estados Unidos e o Irão no seguimento dos ataques às instalações da Arábia Saudita onde é produzido o "ouro negro". O receio de um conflito, ligado às dúvidas sobre quão rápido os sauditas conseguirão normalizar a produção, contribui para a subida da cotação do barril. A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo e a parte da produção afetada corresponde a cerca de 5% da oferta mundial.

Numa entrevista à CBS, citada pela Bloomberg, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, recusou afastar o cenário de guerra após os EUA terem enviado mais tropas e armas para a Arábia Saudita. Além disso, os Estados Unidos anunciaram sanções económicas ao banco central iraniano pelo que neste momento mais de 80% da economia do Irão está sob sanções norte-americanas. 

O WTI, negociado em Nova Iorque, valoriza 0,57% para os 58,43 dólares - após ter acumulado uma valorização na semana passada de 7,16% - ao passo que o Brent, negociado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, sobe 0,4% para os 64,53 dólares - após ter acumulado uma valorização na semana passada de 7,87%.

Ouro parado, paládio em máximo
O metal precioso continua sem registar grandes variações numa altura em que os investidores aguardam mais sinais sobre as negociações entre os EUA e a China. O ouro esteve recentemente em máximos de seis anos ao ser beneficiado pelo risco de recessão mundial. Hoje a cotação sobe 0,09% para os 1.518,31 dólares por onça. 

Já o paládio volta a valorizar - mais 0,78% para os 1.655,33 dólares - e a superar o máximo histórico alcançado na semana passada. O metal vai para a oitava semana consecutiva de ganhos.
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