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Abertura dos mercados: Bolsas e petróleo disparam com investidores à espera de estímulos

Os investidores estão hoje de olhos postos na reunião do G7, aguardando que além dos estímulos monetários já prometidos pelos bancos centrais se juntem estímulos orçamentais. A Reuters avança que o rascunho do comunicado afasta esse cenário, mas as bolsas e o petróleo continuam em forte alta, recuperando parte do tombo da semana passada.

Na Austrália hoje foi dia de corte de juros Reuters
Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 03 de Março de 2020 às 09:26

Mercados em números
PSI-20 sobe 2,23% para 4.923,52 pontos

Stoxx600 avança 2,4% para 385,00 pontos

Nikkei desvalorizou 1,22% para os 21.082,73 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 1,8 pontos base para 0,329%
Euro desce 0,18% para 1,1114 dólares
Petróleo em Londres sobe 1,77% para 52,82 dólares por barril 

 

Bolsas europeias sobem pela segunda sessão

Depois de sofrerem a queda semanal mais violenta desde a crise financeira de 2008, as bolsas europeias mantêm a toada de recuperação, aproveitando a boleia dos fortes ganhos registados ontem em Wall Street.

 

O Stoxx600 avança 2,4% para 385,00 pontos e a maioria dos principais índices nacionais marcam ganhos em torno de 2%. Ontem Wall Street registou a maior subida desde dezembro de 2018 numa clara recuperação dos índices bolsistas face às fortes perdas da semana passada. Hoje deverá continuar em alta, já que os futuros do S&P500 valorizam 0,69%.

 

O sentimento nos mercados foi ontem impulsionado pela abertura mostrada por vários bancos centrais para atuar de forma célere para conter os efeitos negativos da propagação do coronavírus na economia mundial. O mercado está já a descontar um corte de pelo menos 50 pontos base na taxa de juro de referência da Reserva Federal. Esta terça-feira o banco central da Austrália passou as palavras aos atos e cortou a taxa de juro em 25 pontos base na sua reunião ordinária de política monetária.

 

Além dos estímulos monetários, a expectativa aponta para que também os governos abram os cordões à bolsa e avancem com pacotes de estímulo orçamental. Daí que os olhos estejam hoje centrados na reunião por teleconferência dos ministros das Finanças do G7, embora uma notícia da Reuters tenha já baixado as expectativas.

 

"As expectativas em relação a uma possível ação coordenada entre as principais economias mundiais têm o mérito de travar o momentum negativo dos mercados bolsistas e no caso das bolsas americanas de estimular uma forte recuperação", explicam os analistas do BPI na abertura de bolsa, avisando, porém, que "a fasquia que os investidores colocaram para a reunião do G7 de hoje parece ser elevada, correndo-se o risco de não ser correspondida". Tal deve-se à notícia da Reuters de que o rascunho das conclusões do G7 não promete um estímulo orçamental.

 

Nas bolsas europeias todos os setores estão a negociar em terreno positivo, destacando-se os que foram mais castigados na semana passada, como o turismo e os transportes. A Qiagen é a cotada do Stoxx600 com ganho mais forte (+20%) depois de ter sido alvo de uma oferta de compra de 10,4 mil milhões de euros por parte da norte-americana Thermo Fisher Scientific.

 

Em Lisboa o PSI-20 consegue estar à frente nos ganhos, com o índice português a subir 2,23% para 4.923,52 pontos. As ações da Galp Energia, EDP e BCP são as que mais impulsionam a praça portuguesa, ao marcarem ganhos acima de 2,5%.

 

Juros de Portugal descem

Os juros das obrigações soberanas dos países periféricos estão a contrariar o movimento de alta das congéneres alemãs. A "yield" das bunds a 10 anos agrava-se 1,9 pontos base para -0,611%, depois de nas últimas sessões ter descido fortemente devido ao estatuto de refúgio deste ativo.

 

A beneficiar de uma expectativa renovada de política monetária ainda mais expansionista por parte do BCE, a taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos desce 1,8 pontos base para 0,329%. Nos títulos espanhóis com a mesma maturidade a descida é de 2,1 pontos base para 0,259%.

 

Euro em queda após declaração de Lagarde

Após três sessões em alta que levaram a moeda europeia a recuperar de mínimos face ao dólar, o euro regressa a terreno negativo esta terça-feira, com uma desvalorização de 0,18% para 1,1114 dólares.

 

A desvalorização da moeda europeia acontece depois do comunicado de ontem do BCE, emitido já depois dos mercados fecharem. O Banco Central Europeu, que inicialmente tinha sido mais cauteloso sobre a necessidade de ação, ajustou o discurso num curto comunicado em que a presidente Christine Lagarde diz que o BCE está pronto para tomar as medidas necessárias.

 

Petróleo em alta à espera da OPEP 

O petróleo valoriza pela segunda sessão seguida, beneficiando também com a expectativa de estímulos monetários e orçamentais para limitar a ameaça económica do coronavírus. Mas a cotação do "ouro negro" reage sobretudo à expectativa de que a OPEP e os seus aliados (OPEP+) vão também avançar com estímulos para o preço da matéria-prima.

 

O cartel reúne a partir de quinta-feira em Viena (Áustria) e quase unânime a expectativa de anúncio de cortes de produção, sobretudo depois do presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado que está pronto a cooperar com os cortes na produção propostos pela OPEP.

 

Entre os 29 analistas contactados pela Bloomberg, 27 estão a aguardar cortes de produção, com a média das estimativas a apontar para uma redução de 750 mil barris por dia.

 

O Brent soma 1,77% para 52,82 dólares e o WTI avança 2,22% para 47,79 dólares, com a matéria-prima a conseguir em duas sessões recuperar cerca de um terço da queda de 16% sofrida na semana passada.

 

Ouro sobe pela segunda sessão

Também o ouro continua a recuperar do tombo sofrido na sexta-feira, embora permaneça abaixo dos 1.600 dólares a onça. O metal precioso valoriza pela segunda sessão, com um ganho de 0,39% para 1.595,56 dólares.

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