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Abertura dos mercados: Banca e EUA pressionam Europa, Brexit apoia. Petróleo estende quedas
Os principais mercados europeus abriram em queda, recuperaram, e voltaram a cair. A imposição de novas tarifas dos EUA à União Europeia e a decisão do tribunal europeu de Justiça sobre o setor da banca pressionam, já a possibilidade de um acordo para o Brexit esta a atenuar as quedas. O petróleo e os juros caem.
Os mercados em números
PSI-20 perde 0,05% para 4.880,02 pontos
Stoxx 600 cai 0,06% para os 377,31 pontos
Nikkei desvalorizou 2,01% para 21.341,74 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 2,6 pontos base para 0,152%
Euro recua 0,13% para 1,094 dólares
Petróleo em Londres cai 0,33% para 57,50 dólares o barril
Europa mista com Brexit a ajudar enquanto EUA e Polónia pressionam
Os principais mercados europeus escorregaram no arranque de sessão, foram recuperando e volaram a cair. Por esta altura, o Stoxx 600, índice que agrupa as 600 maiores cotadas da Europa, cai 0,06% para os 377,31 pontos, depois de ter desvalorizado 4% nas duas últimas sessões.
A travar os mercados está a decisão da Organização Mundial do Comércio, que deu razão aos EUA no caso da Airbus, e Washington publicou uma nova lista de bens importados da Europa que vão ser alvos de tarifas, e esta segunda guerra comercial entre com a União Europeia está a travar o sentimento dos mercados. No total o valor das tarifas será de 7,5 mil milhões de dólares.
A dar algum alento à negociação está o facto de existir uma hipótese de se alcançar um acordo para o Brexit, depois de ontem Boris Johnson se ter chegado à frente com uma proposta alternativa. O plano de Boris afasta o backstop - cláusula de salvaguarda para evitar controlos rígidos na fronteira irlandesa -, mas implica uma fronteira aduaneira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, sendo que esta última hipótese foi sempre recusada pelos líderes europeus.
A marcar o dia está a decisão do Tribunal Europeu de Justiça sobre a conversão de créditos concedidos na Polónia em francos suíços e convertidos para zlótis. Os bancos polacos (e os seus acionistas, como o BCP) chegaram a disparar depois de o Governo polaco ter admitido ajudar a banca se fosse necessário. Contudo, foi entretando conhecida a decisão do Tribunal, sendo desfavorável para o setor, o que está a pressionar fortemente as cotadas. O Millennium Bank, detido em maioria pelo BCP, está a afundar mais de 10%.
Por cá, a bolsa nacional perde 0,05% para 4.880,02 pontos, numa altura em que o setor do papel é o que mais pressiona, com a Navigator e a Altri a caírem mais de 1,5%.
Juros da Zona Euro em queda
As taxas de juro das obrigações da Alemanha caíram pela primeira vez em mais de uma semana, depois da nova vaga de imposições de tarifas norte-americanas à Europa. Por esta altura, os juros da bund a 10 anos caem 3,3 pontos base para os -0584%.
Por cá, os juros da dívida portuguesa com maturidade a 10 anos caem também 2,6 pontos base para os 0,152%.
Libra adormece após novo plano Brexit. Euro deprecia
A libra deprecia antes do primeiro-ministro Boris Johnson testar seu novo plano alternativo para o Brexit no Parlamento, nesta quinta-feira. A moeda cai 0,15% para os 1,228 dólares.
O euro acompanha esta tendência e desvaloriza 0,13% para os 1,094 dólares.
Petróleo estende quedas
Os futuros do petróleo estendem as suas quedas, ainda a reagir ao aumento maior do que o esperado nos "stocks" de petróleo dos EUA de 3,1 milhões de barris por dia, e pressionado também com as evidências crescentes de desaceleração do crescimento económico que podem afetar a procura pelo "ouro negro".
O Brent, negociado em Londres e referência para Portugal cai 0,33% para os 57,50 dólares por barril.
Ouro estável abaixo dos 1.500 dólares
O ouro segue a negociar estável nos 1.499 dólares por onça, num dia em que os mercados estão ainda à procura de um rumo bem definido. O metal-precioso, que serve de refúgio em alturas mais turublentas, está ainda à espera que os mercados definam uma tendência clara.